O título é hipotético e necessário. Um dos pontos mais charmosos da cidade permanece esquecido pela população. A vocação aos atrativos culturais do Mercado de Petrópolis tem sofrido da escassez de incentivos e mídia. O sebista e poeta Jairo Lima – quase um Dom Quixote sem Sancho Pança – tem procurado outros sebistas experientes para migrarem para o Mercado, na tentativa de salvar o espaço. A Fundação Capitania das Artes tem promovido eventos culturais mensais. É pouco. A idéia de Jairo é mais consistente e, de certo, levantaria o movimento no local quando da montagem de uma grande feira de sebos. E, a partir daí, organizar eventos culturais, como lançamento de livros, feiras literárias, recitais... As possibilidades são muitas.
O próprio Sebo Kriterion, do poeta, tem reunido intelectuais da cidade aos sábados, para degustar uma feijoada e discutir assuntos variados. Jairo mantém ainda sessões de cinema durante a semana, além, claro, de um acervo literário de mais de três mil livros. A iniciativa poderia ser replicada. O custo de aluguel dos boxes é baixíssimo. São 60 reais anuais para os maiores espaços. O sebo Catalivros, dos pioneiros Jácio e Vera, aderiram ao chamado de Jairo e já iniciaram reforma para a mudança. O Mercado tem infra-estrutura invejável. Banheiros, limpeza e disponibilidade de boxes. Visitei o Mercado sexta-feira, por volta das 12h, e a maioria estava fechada. Alguns permissionários não aparecem há mais de seis anos.
O ideal é que sebistas compromissados viessem. Outra sugestão seria transferir a sofrida Casa do Cordel, hoje na Gonçalves Ledo, no Centro, para lá. O cordelista Abaeté tem reclamado das chuvas e infiltrações do local, que antes do despejo estava hospedado no antigo prédio da TVU. Se a prefeitura quer, realmente, transformar o Mercado num pólo cultural, deveria acionar não só a Funcarte, mas também a Semsur e resolver o problema dos permissionários para viabilizar a chegada de comerciantes compromissados com a vida cultural do Mercado.
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