sábado, 31 de janeiro de 2009
Fojornalismo para iniciantes
Nosso decano da fotografia, João Maria Alves e o também experiente Marcos Ottoni, com mais de 30 anos de atividade, ministram curso de fotojornalismo àqueles sensatos que preferem a fotografia à dureza do jornalismo. O curso conceitua a fotografia como um eminentemente simples, sobretudo pela era digital, o que torna a arte fotográfica uma expressão ao alcance daqueles que conheçam os princípios elementares de como escrever com luz o seu cotidiano. E como afirmam os dois profissionais, quando se fala em fotojornalismo, o princípio não se altera. A diferença entre o fotojornalismo e os demais segmentos da fotografia se resume no compromisso que o fotojornalista tem com a história do mundo e com o ser humano, que é, e sempre será, o agente dessa mesma história. O curso será ministrado aos sábados, num total de oito aulas, incluindo uma viagem para documentação visual. Inscrições e mais informações pelos contatos 9409-0188 (João Maria) e 9618-1315 (Marcos).
Kengas no maior fuxico
O título acima é o tema do bloco mais irreverente do carnaval potiguar. E amanhã (domingão) será o lançamento do bloco para o Carnaval Multicultural 2009 promovido pela Funcarte, no estacionamento localizado em frente ao Bardallos Comida e Arte, na rua Gonçalves Ledo, com direito a feijoada e muita animação.
O som ficará por conta do grupo de samba Nova Sensação e da banda Perfume de Gardênia. Além disso, haverá a escolha das três Madrinhas das Kengas, e a cantora Khrystal também fará uma participação especial. O designer gráfico Gilson Nascimento assina a criação da camiseta e das peças publicitárias deste ano inspiradas no tema "Fuxico".
A concepção artística coube ao produtor e também diretor do bloco Marcelo Veni. As senhas podem ser adquiridas no Bardallos ao preço de R$ 10,00. Lula Belmont, dono do Bardallos e idealizador do bloco, me disse que tem caipirinha grátis!. As Kengas 2009 também contam com apoio do Governo do Estado.
O som ficará por conta do grupo de samba Nova Sensação e da banda Perfume de Gardênia. Além disso, haverá a escolha das três Madrinhas das Kengas, e a cantora Khrystal também fará uma participação especial. O designer gráfico Gilson Nascimento assina a criação da camiseta e das peças publicitárias deste ano inspiradas no tema "Fuxico".
A concepção artística coube ao produtor e também diretor do bloco Marcelo Veni. As senhas podem ser adquiridas no Bardallos ao preço de R$ 10,00. Lula Belmont, dono do Bardallos e idealizador do bloco, me disse que tem caipirinha grátis!. As Kengas 2009 também contam com apoio do Governo do Estado.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Corte carnavalesco foi mesmo de 50%
Ao contrário do que foi publicado pela mídia - que a prefeita Micarla de Sousa havia determinado o corte de 25% - este blogueiro confirmou o que publicou em primeira mão: a Capitania das Artes terá mesmo R4 1 milhão a menos no orçamento para o carnaval, o que corresponde a 50% da verba antes destinada. E o corte não se estendeu às demais secretarias ou fundações. Foi fardo entregue apenas à gestão cultural da nossa querida Natal. O argumento usado, como já é sabido, é que a verba será destinada às melhorias de saúde. Segundo Micarla, o custeio da máquina municipal tem passado por um enxugamento de 20%, mas ainda é insuficiente. Por isso, sobra para nossa desprestigiada cultura popular. Acredito, talvez inocentemente, que a intenção seja louvável. Poucas vezes se viu uma situação de crise tamanha na saúde. Mas não acho que R$ 1 milhão seja a solução ou que outras medidas e cortes pudessem ser feitos para minimizar o rombo no carnaval. Nenhuma atração nacional virá. Como disse a prefeita, cabe à criatividade dos nossos artistas promoverem um carnaval alegre. Nosso povo merece e tem neste período momesco, profano, um momento singular de alegria durante um ano de cinzas.
Panorama das artes visuais
Achei demasiado oportuna e argumentada a sugestão do artista plástico Fernando Gurgel de unir os salões de artes existentes em Natal para formatar um único evento, maior, mais prestigiado e organizado. A idéia bem podia ressoar nos órgãos gestores da nossa cultura, que podiam, também, trabalhar em parceria para viabilizar o projeto. Fernando Gurgel comentou essa sugestão em entrevista concedida ao também artista plástico Vicente Vitoriano, em sua coluna publicada no Diário de Natal de hoje, toda ela a despeito do Panorama das Artes Visuais - RN, do qual participou como membro da Comissão Julgadora:
Vicente Vitoriano - Que sugestões você faz à organização do Panorama e às dos outros Salões da cidade?
Fernando Gurgel - (...) Imagino que uma cidade do porte de Natal não consiga suportar três salões praticamente colados entre si. Percebi que vários artistas mesmo com obras distintas, num curto espaço de tempo repetiram a sua participação em todos os eventos. (...). Seria possível transformar os salões Abraham Palatnik, Salão da Cidade e o recém criado Panorama em um só? Imaginem a força que um salão unificado teria. Claro que cada instituição com a sua representação, mantendo as suas premiações, porém, adequando-as a um só formato. As cotas divididas, porém gastos com o evento reduzidos. Quem sabe um nome abrangente como Visuais RN pudesse acolher a idéia? O Centro de Convenções, amplo, moderno, seria um espaço ideal para o evento, dispondo de auditório para palestras, debates, mostras de vídeo-arte, além de outros espaços que poderiam funcionar, em paralelo à mostra. Imagino o mês de janeiro como momento ideal para evento desse porte. No centro de convenções, porta dos hotéis da costeira, ganharíamos todos: órgãos promotores, a cidade, a arte e principalmente os artistas.
Vicente Vitoriano - Que sugestões você faz à organização do Panorama e às dos outros Salões da cidade?
Fernando Gurgel - (...) Imagino que uma cidade do porte de Natal não consiga suportar três salões praticamente colados entre si. Percebi que vários artistas mesmo com obras distintas, num curto espaço de tempo repetiram a sua participação em todos os eventos. (...). Seria possível transformar os salões Abraham Palatnik, Salão da Cidade e o recém criado Panorama em um só? Imaginem a força que um salão unificado teria. Claro que cada instituição com a sua representação, mantendo as suas premiações, porém, adequando-as a um só formato. As cotas divididas, porém gastos com o evento reduzidos. Quem sabe um nome abrangente como Visuais RN pudesse acolher a idéia? O Centro de Convenções, amplo, moderno, seria um espaço ideal para o evento, dispondo de auditório para palestras, debates, mostras de vídeo-arte, além de outros espaços que poderiam funcionar, em paralelo à mostra. Imagino o mês de janeiro como momento ideal para evento desse porte. No centro de convenções, porta dos hotéis da costeira, ganharíamos todos: órgãos promotores, a cidade, a arte e principalmente os artistas.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Preás
Soube por um amigo jornalista que ouviu da boca do adjunto da Fundação José Gugu, Fábio Lima, que em fevereiro serão lançadas não uma, mas duas revistas Preá. Imagino que uma seja promocional com propaganda de governo, e uma outra com as matérias já editadas pelo antigo editor Tácito Costa, mais colaborações atuais. Minha opinião duvidosa se baseia no seguinte: o mapeamento de município já foi escrito há cerca de dois anos e contempla os verdes canaviais e casarões cearamirinenses, escritas por este blogueiro. Suspeito que não haja material suficiente para outra revista. Dos jornalistas especializados ou acostumados a escrever sobre cultura que conheço, nenhum foi chamado para escrever material para uma outra edição.
Consideradas as duas hipóteses, acho uma burrice todas elas. Demorar quase um ano para lançar uma segunda edição da revista na atual gestão e jogar logo duas no mesmo mês é no mínimo uma insensatez. E se a segunda edição for promocional, aí a coisa evolui para o descalabro com o dinheiro público. Sei das dificuldades em manter a regularidade bimestral de uma revista da qualidade da Preá. Lançar duas ao mesmo tempo é desperdiçar tempo precioso para elaborar uma outra edição caprichada. Mas, para quem conhece a administração atual, não será surpresa uma revista promocional, de material sofisticado; caro. Afinal, a Fundação José Gugu precisa mesmo parecer bonita; competente. Nem que seja sob o manto da propaganda mascarada.
Consideradas as duas hipóteses, acho uma burrice todas elas. Demorar quase um ano para lançar uma segunda edição da revista na atual gestão e jogar logo duas no mesmo mês é no mínimo uma insensatez. E se a segunda edição for promocional, aí a coisa evolui para o descalabro com o dinheiro público. Sei das dificuldades em manter a regularidade bimestral de uma revista da qualidade da Preá. Lançar duas ao mesmo tempo é desperdiçar tempo precioso para elaborar uma outra edição caprichada. Mas, para quem conhece a administração atual, não será surpresa uma revista promocional, de material sofisticado; caro. Afinal, a Fundação José Gugu precisa mesmo parecer bonita; competente. Nem que seja sob o manto da propaganda mascarada.
Espaço para exposição
A Capitania das Artes disponibiliza um espaço para que artistas de todo o Brasil divulguem suas obras. Os interessados em expor trabalhos na Galeria de Artes da Funcarte podem se inscrever até o dia 13 de fevereiro no setor de Artes Visuais. É a chance para os artistas selecionados possam em 2009 tornar suas obras conhecidas e até mesmo comercializá-las. A documentação, composta por portfólio e ficha de inscrição devidamente preenchida, pode ser entregue das 9h às 13h e das 14h às 17h no setor de Artes Visuais da Funcarte.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Grupos folclóricos ameaçados
Desde os primeiros dias e por seguidas oportunidades comento da falta de incentivo à cultura popular neste espaço. Clamo mais uma vez. É urgente a necessidade de reparar danos causados aos grupos remanescentes do nosso folclore locados em Ceará-Mirim. A situação é lastimável. Estão todos parados há meses. Alguns, como o Caboclinhos, de Mestre Birico, é o único do Estado. Já o Congo de Guerra, do nonagenário Mestre Tião, padece sem incentivo, oportunidade ou participação dos mais jovens e será extinto com a morte do mestre. Em situação semelhante está o Pastoril de Idosos, ameaçado de acabar pela desmotivação declarada da Mestra Maria do Carmo. Os integrantes do grupo de Bambelô, fundado há mais de 40 anos no município, já procuraram vender seus equipamentos. O Boi de Reis a situação é a mesma.
Esse cenário é resultado do completo descaso dos gestores públicos. Que a nova administração de Ceará-Mirim, comandada pelo prefeito Antônio Peixoto consiga reverter esse vergonhoso quadro. Mas posso adiantar que começou mal ao repetir a tradicional política de loteamento de cargos. Fosse pela competência e boa vontade teria mantido o pesquisador Gibson Machado no quadro funcional da fundação cultural do município. Gibson demonstrou claramente que estes grupos precisam de muito pouco para se manter. É o caso da mestra Maria do Carmo. Gibson levou o grupo para gravar as musicas em estúdio. Mesmo o trabalho muito artesanal eles ficaram felizes ao ponto da Mestra dizer que podia morrer porque estava realizada.
O descaso fica mais latente quando é explicitado o motivo da inércia do grupo de Caboclinho: falta um gaiteiro, responsável pelo principal instrumento musical. O rapaz que tocava morreu. No caso do Congo de Guerra, a morte de Mestre Tião extingue de vez o grupo. Ano passado Gibson levou Mestre Tião para gravar músicas do Congo. Também conseguiu viabilizar um documentário com ele pelo Canal Futura. Outro projeto promovido pelas mãos de Gibson foi o documentário feito pelas meninas do Projeto Vernáculo, que mostrou o grupo Congo de Guerra e enfatizou bem a importância de Seu Tião e Mestre Zé Baracho, o primeiro mestre.
Os componentes do Boi de Reis trabalham e não tem tempo de reunir para ensaiar e se apresentar. Se houvessem convites e contrapartida financeira a história seria outra. Também ano passado Gibson fez uma filmagem de duas apresentações do grupo, gravadas em dvd e viabilizou-os junto ao Ponto de Cultura da Grande Natal. Pelo menos. O mais grave é que esta mesma situação é vivida por outros grupos folclóricos espalhados pelo Estado. A maioria é privada de qualquer incentivo e está ameaçada de extinção por falta de interesse das novas gerações. Claro, por falta de promoção e estímulo governamental. Até quando ninguém sabe. Amanhã já pode ser tarde.
Esse cenário é resultado do completo descaso dos gestores públicos. Que a nova administração de Ceará-Mirim, comandada pelo prefeito Antônio Peixoto consiga reverter esse vergonhoso quadro. Mas posso adiantar que começou mal ao repetir a tradicional política de loteamento de cargos. Fosse pela competência e boa vontade teria mantido o pesquisador Gibson Machado no quadro funcional da fundação cultural do município. Gibson demonstrou claramente que estes grupos precisam de muito pouco para se manter. É o caso da mestra Maria do Carmo. Gibson levou o grupo para gravar as musicas em estúdio. Mesmo o trabalho muito artesanal eles ficaram felizes ao ponto da Mestra dizer que podia morrer porque estava realizada.
O descaso fica mais latente quando é explicitado o motivo da inércia do grupo de Caboclinho: falta um gaiteiro, responsável pelo principal instrumento musical. O rapaz que tocava morreu. No caso do Congo de Guerra, a morte de Mestre Tião extingue de vez o grupo. Ano passado Gibson levou Mestre Tião para gravar músicas do Congo. Também conseguiu viabilizar um documentário com ele pelo Canal Futura. Outro projeto promovido pelas mãos de Gibson foi o documentário feito pelas meninas do Projeto Vernáculo, que mostrou o grupo Congo de Guerra e enfatizou bem a importância de Seu Tião e Mestre Zé Baracho, o primeiro mestre.
Os componentes do Boi de Reis trabalham e não tem tempo de reunir para ensaiar e se apresentar. Se houvessem convites e contrapartida financeira a história seria outra. Também ano passado Gibson fez uma filmagem de duas apresentações do grupo, gravadas em dvd e viabilizou-os junto ao Ponto de Cultura da Grande Natal. Pelo menos. O mais grave é que esta mesma situação é vivida por outros grupos folclóricos espalhados pelo Estado. A maioria é privada de qualquer incentivo e está ameaçada de extinção por falta de interesse das novas gerações. Claro, por falta de promoção e estímulo governamental. Até quando ninguém sabe. Amanhã já pode ser tarde.
Júlio Lima
A aposta deste blogueiro no talento de Júlio Lima começa a mostrar resultado. O cara tem angariado bom público e sábado estará no Castelo Pub, na Rota do Sol, próximo ao estádio Frasqueirão. O musico traz ao palco a cantora e colega jornalista Gidália Santana, alem do musico Diego Brasil (sucesso na Noruega). Terá também a participação da banda Arrelia e do DJ Zé Canxangá. O show traz repertorio de músicas autorais. O artista tambem fará a famosa parada no show para cantar em voz e violão, algumas de suas sátiras como Sauron Dançou, musica que brinca com o filme Senhor dos Anéis. O show começa às 22h ao custo de R$ 8 para homens e R$ 5 para mulheres.
Da Fundação José Gugu
Deu na coluna do jornalista Mário Ivo, no JH edição primeira, a seguinte profecia-notícia que espero cumprimento:
Contra o Relógio
A Fundação Zé Augusto se bole nestes últimos anos de Governo de Todos, provavelmente acossada pelo efeito municipal Dácio Galvão-Cesar Revorêdo: saiu um, entrou outro, mostrou serviço um, começa a mostrar serviço o outro, enquanto o prédio da Rua Jundiaí mergulhou numa solidão e ostracismos espantosos.O presidente Crispiniano Neto, pois, se apóia numa série de novos projetos, entre eles parcerias com o DN Educação, para duas séries de fascículos: uma espécie de Atlas Cultural e outro sobre personalidades da cultura deste Ryo Grande.E, no rastro do ano da França no Brasil (neste Zero-Nove), a reedição do livro de Antônio Bento, “Manet no Brasil”, que traz no subtítulo: “estudo comemorativo da passagem do centenário da visita do pintor ao Rio de Janeiro – 1849-1949”.”
Tic-tac
Resta saber se tempo haverá: há rumores que dão por certo o que antes parecia mero bruaá: o retorno de Dácio Galvão à gestão cultural – agora em chave estadual – para depois do carnaval. Tudo sob os augúrios e bênçãos de Dona Wilma.
Em tempo: projetos interessantes, sim, mas sem peso algum para a cultura do Estado, como tudo o que é produzido e idealizado pela Fundação, pelo menos até o momento. Finda janeiro e a dita Preá prometida para o mês vai esperar o carnaval e a caravana passar. Eu, passarinho, diria o poeta.
Contra o Relógio
A Fundação Zé Augusto se bole nestes últimos anos de Governo de Todos, provavelmente acossada pelo efeito municipal Dácio Galvão-Cesar Revorêdo: saiu um, entrou outro, mostrou serviço um, começa a mostrar serviço o outro, enquanto o prédio da Rua Jundiaí mergulhou numa solidão e ostracismos espantosos.O presidente Crispiniano Neto, pois, se apóia numa série de novos projetos, entre eles parcerias com o DN Educação, para duas séries de fascículos: uma espécie de Atlas Cultural e outro sobre personalidades da cultura deste Ryo Grande.E, no rastro do ano da França no Brasil (neste Zero-Nove), a reedição do livro de Antônio Bento, “Manet no Brasil”, que traz no subtítulo: “estudo comemorativo da passagem do centenário da visita do pintor ao Rio de Janeiro – 1849-1949”.”
Tic-tac
Resta saber se tempo haverá: há rumores que dão por certo o que antes parecia mero bruaá: o retorno de Dácio Galvão à gestão cultural – agora em chave estadual – para depois do carnaval. Tudo sob os augúrios e bênçãos de Dona Wilma.
Em tempo: projetos interessantes, sim, mas sem peso algum para a cultura do Estado, como tudo o que é produzido e idealizado pela Fundação, pelo menos até o momento. Finda janeiro e a dita Preá prometida para o mês vai esperar o carnaval e a caravana passar. Eu, passarinho, diria o poeta.
Aratu no Facho
A programação do 12° Movimento Cultural Aratu no Facho será apresentada dia 14 de fevereiro, em Barra de Tabatinga, com expectativa de reunir 50 mil pessoas. O lançamento será amanhã (28), das 18h às 21h, na sede do Ataru no Facho, no Shopping Cidade Jardim. É bom lembrar, o Aratu no Facho desfila pelas ruas das praias do município de Nísia Floresta, portanto, escapou do corte municipal da prefeitura de Natal e ocorrerá sem problema, como uma das maiores prévias carnavalescas deste Rio Grande de Poti. Pelo ano passado a programação incluiu uma série de apresentações culturais e folclóricas, como Boi de Reis e oficinas de artesanato. É isso.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Prefeitura corta verba do carnaval
A prefeita Micarla de Sousa cortou agora há pouco metade da verba destinada ao projeto do Carnaval Multicultural 2009, promovido pela Capitania das Artes. A informação é fidedigna e a fonte disse ainda que, com a baixa de 50% dos recursos, os shows com as atrações nacionais estão ameaçados de não acontecerem. Até o momento, a única confirmação era a cantora Martinália, mas a vinda da sambista já foi cancelada e o ato gerou indisposição com a filha de Martinho da Vila. Lastimável para não dizer vergonhoso.
Quando se pensa em corte de verba ou enxugamento de gastos, a cultura tem de levar fumo. É lastimável a pouca sensibilidade administrativa da atual gestão. Tanto se falou que o carnaval seria o primeiro teste da atual administração com relação à cultura e me chega essa notícia. E não se culpe o presidente da Capitania, César Revoredo. Ele havia, inclusive, planejado a ampliação do projeto, idealizado pelo antigo gestor, Dácio Galvão. Revoredo pretendia (ou ainda pretende?) englobar os bairros das Rocas e Alecrim como pólos carnavalescos. Vamos esperar desdobramentos.
Quando se pensa em corte de verba ou enxugamento de gastos, a cultura tem de levar fumo. É lastimável a pouca sensibilidade administrativa da atual gestão. Tanto se falou que o carnaval seria o primeiro teste da atual administração com relação à cultura e me chega essa notícia. E não se culpe o presidente da Capitania, César Revoredo. Ele havia, inclusive, planejado a ampliação do projeto, idealizado pelo antigo gestor, Dácio Galvão. Revoredo pretendia (ou ainda pretende?) englobar os bairros das Rocas e Alecrim como pólos carnavalescos. Vamos esperar desdobramentos.
Rivotrill
Peço licença ao provincianismo para comentar do som originalíssimo do Rivotrill. Ouvi o álbum de estréia dos três músicos pernambucanos que devem pular o muro deste Rio Grande nas próximas semanas. É uma nova concepção de música instrumental. O som passeia pelo jazzístico sofisticado, a psicodelia do rock progressivo de 70, com predominância dos ritmos latinos e afro-brasileiros. Júnior Crato (flauta), Lucas dos Prazeres (percussão) e Rafa Duarte (contra-baixo) gravaram um Cd experimental, mas já amadurecido. O Cd Curva de Vento foi gravado em março de 2007 em uma residência, para explorar novas texturas sonoras, em captações de sons como cozinha, banheiro e até dentro da caixa d’água. O resultado pode ser conferido quando da vinda do trio, que bem poderia fazer um duo com Os Poetas Elétricos.
Antigos carnavais
O pesquisador e carnavalesco Gutenberg Costa reclama do pouco incentivo do poder público ao projeto do Antigos Carnavais, com data de largada em 6 de fevereiro. Segundo ele, a banda chega "baqueada" aos oito anos com o estandarte preso na costureira para reforma; a boneca Severina Embaixatriz sem condições de uso para este ano e a carência de inclusão do evento nas leis de incentivo ou do patrocínio da iniciativa privada. "Tenho ao meu lado uma meia dúzia de doidos gastando seu tempo e dinheiro para bancar a alegria do povo. Estamos desde outubro envolvidos com a burocracia e a falta de incentivo". Segundo Gutenberg, a Funcarte garantiu os músicos, mas falta a logística. "Por trás de uma grande bagunça existe uma grande organização", afirmou o autor de elaborado livro sobre a história do carnaval de Natal, também a espera de patrocínio.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Exposição cobrada no Café Filho
Ah, essa Afundação José Gugu. Fui hoje, início da tarde, conferir a propagada exposição fotográfica Impressões Visuais, no Museu Café Filho, vizinho ao Palácio da Cultura. No release que recebi e nas informações divulgadas em blog não há nenhuma informação quanto à cobrança de ingresso. Pelo contrário, alguns blogs afirmam ser entrada gratuita. Pois bem: ontem me cobraram R$ 1,50. Dei meia volta e deixei de ver as 126 fotos expostas, sendo 17 delas premiadas, com prêmios de grande destaque, como o Pulitzer dos EUA, prêmios ESSO do Brasil e World Press Photo. Para a montagem desta exposição foram quase dois anos de pesquisa nos arquivos brasileiros e dos EUA e em instituições. Tudo bem que cobrassem, mas avisassem. A Comissão Fullbright, responsável pela exposição, com apoio da FJA, é uma entidade binacional que atua na área acadêmica em parceria com diversas instituições nacionais promovendo o intercâmbio educacional e cultural. A exposição segue até dia 19 de fevereiro.
Novos jornalistas
Nesta segunda-feira a catega dos jornalistas recebe mais 35 colegas. A colação de grau dos formandos do curso de Jornalismo pela UnP será no Boulevard Recepções, a partir das 20h. Será a primeira turma formada na gestão da jornalista e professora Valéria Credídio como diretora do curso. A outra novidade é a presença da professora Sâmela Gomes como nova reitora da universidade para presidir a solenidade. Sorte, muita sorte, esforço e paciência aos colegas!
Lucinha Lira em Pirangi
Nem só da alegria onusta e superficial vive o verão. Para os lados praianos do Sul, longe da minha Santa Rita e movidos pelo axé, também tem boa música. Neste sábado uma das nossas divas - Lucinha Lira - mostra seu talento a partir das 15h no palco do Paçoca de Pilão, em Pirangi. Melhor programa que os circos sem palhaços da praia.
Domingo na Praça - a missão
Ainda sobre a nota divulgada neste blog a despeito da possível volta do Domingo na Praça aos braços do povo, a repercussão foi excelente, tanto para o público entusiasmado quanto para os artistas e a própria Funcarte. Uma mostra da ânsia popular pela volta do projeto pode ser conferida no blog Natal Ação, onde foi reproduzida minha nota. Foram dezenas de comentários! Se alguém da Funcarte acessa este blog, peço que dê uma olhada nesta página para sentir um pouco este clamor popular. E no meu blog hospedado no DNOnline, entre os comentários está o do músico Sueldo Suaress, também empolgado com a idéia. A produtora do evento, Cida Campello, adiantou que espera agendamento com o presidente da Capitania, César Revoredo para conversar a respeito do tema. Se depender da vontade de todos, teremos um Domingão mais divertido e cultural.
Kengas no maior fuxico
A feijoada de lançamento das Kengas 2009 acontece neste domingo 1° de fevereiro. O local escolhido é o estacionamento localizado em frente ao Bardallos Comida e Arte, na rua Gonçalves Ledo 678, propriedade do idealizador do Bloco, produtor Lula Belmont. A animação ficará por conta do grupo de samba Nova Sensação e do Perfume de Gardênia. A cantora Khrystal faz participação especial. A relação das três escolhidas como Madrinhas das Kengas será divulgada durante a festa. O designer gráfico Gilson Nascimento assina a criação da camiseta e das peças publicitárias deste ano que tem inspiração no Fuxico, concepção artística do produtor e também diretor do bloco Marcelo Veni, para os 26 de carnaval das Kengas. As senhas com direito à feijoada e as camisetas poderão ser adquiridas no Bardallos (3211-8589). As Kengas 2009 têm o patrocínio da Prefeitura do Natal e, este ano, o apoio valoroso apoio do Governo do Estado.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Da Santa Rita parnasiana
Quando assisto de minha janela esta paisagem nublada mostrada agora me vem à lembrança os cenários de uma praia parnasiana em que a calmaria invade redes de alpendre e deixa correr a leitura a passos lânguidos de coqueiro. Saudade de três dias de minha Santa Rita; do meu pai, e de uma vida levada aos poucos pelo vento, como areia fina.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Dosinho e Valéria em Recife
Compositores potiguares e pernambucanos participam amanhã de Mesa Redonda sobre Carnaval na Rádio Jornal do Commercio, às 21 horas. Do Rio Grande do Norte, os convidados são Dosinho e Valéria Oliveira, produtora do CD sem perder o passo 2009 que reúne 26 artistas do Estado, inclusive ela e Dosinho. De Pernambuco, participam Claudionor Germano e Getúlio Cavalcanti. Claudionor, 76, é um dos mais famosos cantores de frevo-de-rua e de frevo-canção de Pernambuco. Getúlio Cavalcanti, 66, é considerado o maior autor vivo de frevos-de-bloco, um verdadeiro menestrel. A Mesa Redonda sobre Carnaval poderá ser acompanhada ao vivo pelo site jc.uol.com.br/radiojornal.
Domingo na Praça
O projeto Domingo na Praça pode acordar do longo período de três anos de hibernação. Infelizmente pouco posso adiantar do que soube. Mas há o interessante de quem muito apoiou a iniciativa em reativar este que foi dos projetos culturais mais longevos e de sucesso do Estado. A produtora do Domingo na Praça, Cida Campello, também pensa em conversar com o presidente da Capitania das Artes, César Revoredo para estudar alternativas de financiamento, que não ultrapassam os R$ 15 mil. Se o Domingo na Praça ressurge pelas mãos do município, a Funcarte marca um golaço no início do campeonato, os artistas têm de volta um belíssimo espaço para socializar seus trabalhos autorais, a cidade mostra sua diversidade cultural e o público retorna à praça, que sempre foi do povo.
Lancei esta notícia ontem na coluna Arca Geral, do DN e Cida Campello me mandou e-mail para lembrar que o coordenador do projeto na versão antiga leu e também gente da capitania comentou a respeito, e indagou: “Quem sabe, né?”. Torço e torço muito pela volta do projeto. Cida lembra ainda que uma das mais repercutidas exposições do Domingo na Praça foi justamente do atual presidente da Funcarte, César Revoredo. “Lembro do empenho dele, que foi pessoalmente montar e ficou durante o evento. Ele deve saber a importância do projeto”, estimou a produtora. Deve, sim, Cida e espero que tenha o mesmo empenho, agora como gestor, de reativar nosso Domingo. Digo mais: acredito nas boas intenções de Revoredo e acredito que a coisa vai andar.
Lancei esta notícia ontem na coluna Arca Geral, do DN e Cida Campello me mandou e-mail para lembrar que o coordenador do projeto na versão antiga leu e também gente da capitania comentou a respeito, e indagou: “Quem sabe, né?”. Torço e torço muito pela volta do projeto. Cida lembra ainda que uma das mais repercutidas exposições do Domingo na Praça foi justamente do atual presidente da Funcarte, César Revoredo. “Lembro do empenho dele, que foi pessoalmente montar e ficou durante o evento. Ele deve saber a importância do projeto”, estimou a produtora. Deve, sim, Cida e espero que tenha o mesmo empenho, agora como gestor, de reativar nosso Domingo. Digo mais: acredito nas boas intenções de Revoredo e acredito que a coisa vai andar.
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Divlgada a programação carnavalesca
À frente da organização do carnaval multicultural promovido pela Funcarte deste ano está o chefe do Departamento de Eventos e Projetos Especiais, Castelo Casado, que juntamente com o presidente César Revorêdo divulgou parte da programação dos pólos culturais, que compreendem a Redinha, o Centro Histórico, as Rocas, a Ribeira, Ponta Negra e o Alecrim. O anúncio da programação completa está previsto para sexta-feira.
Apesar de manter o mesmo modelo do carnaval do ano passado, com festas realizadas simultaneamente nos pólos culturais, há algumas novidades. Uma delas é a justa homenagem ao Mestre Cornélio Campina, criador do Grupo Araruna, falecido em agosto do ano passado. Durante os dias de folia, bandas de frevo e grupos musicais tocarão músicas do grupo folclórico nos seis diferentes pontos da cidade, sempre relembrando a figura importante que o mestre Cornélio representou e ainda representa para a cultura potiguar.
Em texto da minha coluna no DN, publicada hoje, reclamava justamente da falta de lembrança do presidente da Funcarte ao folclore natalense. Esse gesto ratifica minha opinião. Vamos esperar agora os incentivos. Segundo Castelo Casado, a homenagem se deve à sintonia entre a idéia do grupo Araruna e a essência do carnaval. "A dança Araruna é popular, assim como o carnaval é uma festa do povo", explica.
Programação
No dia 6 de fevereiro acontece o Baile da Saudade na Rua Chile, na Ribeira, com presença do Bloco Antigos Carnavais, cujo percurso sai da Praça André de Albuquerque e culmina no local do baile. Embalados pelo frevo, os foliões presenciarão a escolha do Rei Momo e da Rainha do Carnaval 2009, motivo do baile.
A abertura oficial do Carnaval é dia 19 de fevereiro, com o Baile de Máscaras no Largo do Atheneu. A prefeita Micarla de Sousa entregará pessoalmente a Chave da Cidade ao Rei Momo, marcando assim o início de seu reinado.
Ainda no Baile de Máscaras, a cantora e compositora Valéria Oliveira lançará, em parceria com a Funcarte, o CD Sem Perder o Passo no Carnaval de Natal 2009. A proposta do álbum é registrar a forma como se brinca e se faz o carnaval em Natal e no Rio Grande do Norte. Todos os 24 artistas e compositores que participam do CD são potiguares, como Isaque Galvão, Liz Rosa, Rodolfo Amaral, Khrystal, Jubileu Filho e Eduardo Taufic.
As atrações dos seis pólos ainda não estão todas confirmadas, mas a tendência do carnaval deste ano é a valorização dos artistas potiguares. Nomes como Valéria Oliveira, Pedrinho Mendes, Isaque Galvão, Cirleide Andrade e Ronaldo Ferrara já garantiram presença. Até agora a cantora Marthinália é a única atração nacional, mas o coordenador do evento diz que pretende fechar ainda com outras atrações de fora. A artista se apresenta no domingo (22/02) no Centro Histórico, encerrando o Desfile das Kengas, cujo tema este ano é "Fuxico", uma homenagem ao artesanato nordestino e à prática que deu nome ao produto artesanal: o ato de "fuxicar".
Apesar de manter o mesmo modelo do carnaval do ano passado, com festas realizadas simultaneamente nos pólos culturais, há algumas novidades. Uma delas é a justa homenagem ao Mestre Cornélio Campina, criador do Grupo Araruna, falecido em agosto do ano passado. Durante os dias de folia, bandas de frevo e grupos musicais tocarão músicas do grupo folclórico nos seis diferentes pontos da cidade, sempre relembrando a figura importante que o mestre Cornélio representou e ainda representa para a cultura potiguar.
Em texto da minha coluna no DN, publicada hoje, reclamava justamente da falta de lembrança do presidente da Funcarte ao folclore natalense. Esse gesto ratifica minha opinião. Vamos esperar agora os incentivos. Segundo Castelo Casado, a homenagem se deve à sintonia entre a idéia do grupo Araruna e a essência do carnaval. "A dança Araruna é popular, assim como o carnaval é uma festa do povo", explica.
Programação
No dia 6 de fevereiro acontece o Baile da Saudade na Rua Chile, na Ribeira, com presença do Bloco Antigos Carnavais, cujo percurso sai da Praça André de Albuquerque e culmina no local do baile. Embalados pelo frevo, os foliões presenciarão a escolha do Rei Momo e da Rainha do Carnaval 2009, motivo do baile.
A abertura oficial do Carnaval é dia 19 de fevereiro, com o Baile de Máscaras no Largo do Atheneu. A prefeita Micarla de Sousa entregará pessoalmente a Chave da Cidade ao Rei Momo, marcando assim o início de seu reinado.
Ainda no Baile de Máscaras, a cantora e compositora Valéria Oliveira lançará, em parceria com a Funcarte, o CD Sem Perder o Passo no Carnaval de Natal 2009. A proposta do álbum é registrar a forma como se brinca e se faz o carnaval em Natal e no Rio Grande do Norte. Todos os 24 artistas e compositores que participam do CD são potiguares, como Isaque Galvão, Liz Rosa, Rodolfo Amaral, Khrystal, Jubileu Filho e Eduardo Taufic.
As atrações dos seis pólos ainda não estão todas confirmadas, mas a tendência do carnaval deste ano é a valorização dos artistas potiguares. Nomes como Valéria Oliveira, Pedrinho Mendes, Isaque Galvão, Cirleide Andrade e Ronaldo Ferrara já garantiram presença. Até agora a cantora Marthinália é a única atração nacional, mas o coordenador do evento diz que pretende fechar ainda com outras atrações de fora. A artista se apresenta no domingo (22/02) no Centro Histórico, encerrando o Desfile das Kengas, cujo tema este ano é "Fuxico", uma homenagem ao artesanato nordestino e à prática que deu nome ao produto artesanal: o ato de "fuxicar".
20 de janeiro
Este 20 de janeiro não é data importante porque marca o nascimento do autor de Os Sertões, Euclides da Cunha. Nem pela eleição do então cardeal Karol Wojtyla, em 1978, como papa João Paulo II. Muito menos porque é meu aniversário. Ou dia do suplício de São Sebastião. Também não é importante extamente porque hoje é o dia de posse do santo Obama. Nem mesmo porque Trotski, como líder da revolução bolchevique na Rússia, era deportado para a Turquia a mando de Stalin. Hoje é importante porque você está lendo isso aqui. E significa que você está vivo. “Carpe Diem!”, diria o senso comum.
Reggae na Continental
Aos regueiros de plantão, o Natiruts estará no palco da Cervejaria Continental em 7 de fevereiro. No palco alternativo, o pop-rock de João Teimoso e o batuque axezístico do The Frois. E ainda Djijeis em áreas vip. Tudo ao salgado preço de 25 dinheiros. É muito para regueiro root. Mas se a galera comparecer a idéia do chamado Positive Vibration Festival - de misturar reggae no palco principal com outros ritmos - será replicada durante o ano com outras atrações.
Prospecta
Começa hoje (20) e segue até quinta-feira uma mostra de Vídeo Arte, dentro da programação do Prospecta-2009. Os interessados em participar têm hoje para inscrever seu Vídeo Arte no Núcleo de Artes Visuais da Fundação Capitania das Artes, situada à Avenida Câmara Cascudo, 434. A iniciativa é fruto da parceria entre a Funcarte e a Fundação Nacional de Artes (Funarte), ligada ao Ministério da Cultura. Mais informações e Ficha de Inscrição na página www.prospecta2009.blogspot.com
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Projeto Curta Petrobras
No período de 30 de janeiro a 24 de fevereiro, estará em cartaz no Cinemark do Midway o programa Premiados 2007 do projeto Curta Petrobras às Seis. São exibições de filmes de curta metragem de graça às 18h, no Midway. A censura é de 16 anos para todas as produções. O curta cearense Câmara Viajante, de Joe Pimentel, recebeu o prêmio de melhor produção cearense no Cine Ceará 2007. Alphaville 2007 d.C., de Paulinho Caruso, foi o melhor curta do 35º Festival de Gramado. Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba, de Thomaz Farkas e Ricardo Dias, ganhou os prêmios de melhor edição de som no Cine PE 2007, Prêmio Conterrâneos e Prêmio Saruê no Festival de Brasília do cinema Brasileiro em 2006, Prêmio especial do júri no Festival de Cuiabá 2007 e Prêmio Espaço Unibanco no Festival Internacional de Curtas de SP em 2008. A animação cearense Vida Maria, de Marcio Ramos, foi escolhida como melhor curta-metragem em 35mm e melhor trilha sonora no Cine PE 2007, levando também o prêmio da crítica no mesmo festival.
Alphaville 2007 d.C., de Paulinho Caruso
SP – 2007 – 16 min – Ficção – cor
Em meio a uma dissimulada guerra civil, um cowboy e um executivo acertam as contas do apartheid social brasileiro. Tendo como ponto de partida um sequestro, o panorama da violência urbana é traçado com muito bom humor, em uma espécie de ficção científica sobre o terceiro mundo.
Câmara Viajante, de Joe Pimentel
CE – 2007 – 20 min – Documentário – cor
Documentário sobre fotógrafos populares que atuam nas festas e romarias do interior nordestino.
Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba, de Thomaz Farkas e Ricardo Dias
SP – 2006 – 10 min – Documentário – cor
Em 1954, Thomaz Farkas filmou, com uma câmera 16mm, uma apresentação de Pixinguinha e o Pessoal da Velha Guarda em São Paulo, nos festejos do IV Centenário da cidade.
Vida Maria, de Marcio Ramos
CE – 2006 – 8 min – Animação – cor
Aos 5 anos, Maria José tem de largar os estudos para ajudar a família no sítio. Trabalha, cresce, casa, tem filhos, envelhece. Ao final, o início de um novo ciclo que vai reproduzir seu passado no futuro de sua filha.
Alphaville 2007 d.C., de Paulinho Caruso
SP – 2007 – 16 min – Ficção – cor
Em meio a uma dissimulada guerra civil, um cowboy e um executivo acertam as contas do apartheid social brasileiro. Tendo como ponto de partida um sequestro, o panorama da violência urbana é traçado com muito bom humor, em uma espécie de ficção científica sobre o terceiro mundo.
Câmara Viajante, de Joe Pimentel
CE – 2007 – 20 min – Documentário – cor
Documentário sobre fotógrafos populares que atuam nas festas e romarias do interior nordestino.
Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba, de Thomaz Farkas e Ricardo Dias
SP – 2006 – 10 min – Documentário – cor
Em 1954, Thomaz Farkas filmou, com uma câmera 16mm, uma apresentação de Pixinguinha e o Pessoal da Velha Guarda em São Paulo, nos festejos do IV Centenário da cidade.
Vida Maria, de Marcio Ramos
CE – 2006 – 8 min – Animação – cor
Aos 5 anos, Maria José tem de largar os estudos para ajudar a família no sítio. Trabalha, cresce, casa, tem filhos, envelhece. Ao final, o início de um novo ciclo que vai reproduzir seu passado no futuro de sua filha.
Contrapartida municipal
O presidente da nau Capitania das Artes começou com o pé direito sua administração. César Revoredo ganhou a simpatia da mídia especializada ao adiantar a manutenção dos antigos projetos e montar sua equipe com nomes bem quistos da gestão passada. A preocupação inicial dos críticos e jornalistas de cultura quanto à política recomendada de unir turismo e cultura parece superada com o discurso da contrapartida social ou democratização do fazer cultural. Acertadamente, Revoredo exige a participação popular nos eventos como retorno de investimentos. A precisão dessa exigência ficou evidente nas três edições do Encontro Natalense de Escritores (Ene). O público buscava mais as atrações musicais ou os convidados pops do que os debates de excelentes nomes da literatura. O resultado eram cadeiras vazias e a escassez da tal contrapartida para um investimento alto.
Para compensar a dinheirama gasta, o capitão da cultura natalense vai remar na política de editais. Há duas semanas comentei neste espaço da postura semelhante do secretário de Audiovisual do Ministério da Cultura, Sívio Dá-Rim, quando cá esteve para participar do Goiamum Audiovisual – programa bem encaixado nas queixas de Revoredo. O Goiamum, como o Ene, recebe elogios escancarados da mídia, mas continuam sem atrair o grande público. Outra ação importantíssima já abraçada pelo presidente da Funcarte – pelo menos em discurso – é a criação de um Fundo Municipal de Cultura. O exemplo deveria respingar na seara estadual. São iniciativas já atrasadas e de grande serventia à produção de arte e cultura sem a dependência das leis de incentivo.
Nas áreas de música, artes visuais, teatro e cinema as ações parecem bem planejadas. Senti falta apenas de um olhar mais interessado para nossa cultura popular. Temos o Araruna, os congos de Vila de Ponta Negra, o Boi de Reis de Felipe Camarão, entre outros grupos genuínos de nossa cultura sem merecerem uma palavra sequer do presidente nas entrevistas que concedeu até o momento. Nem por isso as críticas, nem tanto os elogios pelo discurso bem articulado; compromissado. As impressões são primeiras. O primeiro grande teste será a organização do carnaval multicultural próximo mês. Só aí vamos ter uma primeira idéia da eficácia das ações da nova Funcarte. E aí a mídia, que tem rendido elogios aos primeiros passos de Revoredo, poderá exigir sua contrapartida, amparada no cumprimento da palavra.
Para compensar a dinheirama gasta, o capitão da cultura natalense vai remar na política de editais. Há duas semanas comentei neste espaço da postura semelhante do secretário de Audiovisual do Ministério da Cultura, Sívio Dá-Rim, quando cá esteve para participar do Goiamum Audiovisual – programa bem encaixado nas queixas de Revoredo. O Goiamum, como o Ene, recebe elogios escancarados da mídia, mas continuam sem atrair o grande público. Outra ação importantíssima já abraçada pelo presidente da Funcarte – pelo menos em discurso – é a criação de um Fundo Municipal de Cultura. O exemplo deveria respingar na seara estadual. São iniciativas já atrasadas e de grande serventia à produção de arte e cultura sem a dependência das leis de incentivo.
Nas áreas de música, artes visuais, teatro e cinema as ações parecem bem planejadas. Senti falta apenas de um olhar mais interessado para nossa cultura popular. Temos o Araruna, os congos de Vila de Ponta Negra, o Boi de Reis de Felipe Camarão, entre outros grupos genuínos de nossa cultura sem merecerem uma palavra sequer do presidente nas entrevistas que concedeu até o momento. Nem por isso as críticas, nem tanto os elogios pelo discurso bem articulado; compromissado. As impressões são primeiras. O primeiro grande teste será a organização do carnaval multicultural próximo mês. Só aí vamos ter uma primeira idéia da eficácia das ações da nova Funcarte. E aí a mídia, que tem rendido elogios aos primeiros passos de Revoredo, poderá exigir sua contrapartida, amparada no cumprimento da palavra.
Livro infantil
O universo das lendas e dos mitos revisitado a partir de uma contradição é o ponto de partida para a fábula O Saci de Duas Pernas (Eureca!, 48 páginas). Escrito pelo jornalista e professor potiguar Djair Galvão Freire, o livro quer servir como ferramenta de apoio para educadores e pais na difícil tarefa de reforçar conceitos como inclusão e respeito às diferenças na sociedade.
O livro O Saci de Duas Pernas usa figuras conhecidas dos mitos e lendas para refletir sobre a necessidade do respeito sem limites às diferenças. O personagem central da fábula nasce com "necessidades especiais" e sofre muito até ser aceito no mundo em que vive. A história é cheia de criaturas que são "normais" exatamente porque são "diferentes", como o Curupira, a Mula-Sem-Cabeça, a Caipora, a Cuca e o Lobisomem.
Djair Freire nasceu no dia 13 de novembro de 1964 em Mossoró, no Rio Grande do Norte, e mora na capital paulista desde o ínicio da década de 1990. Começou atuando em rádios e jornais do interior do Rio Grande do Norte e de Natal. Antes da mudança para São Paulo atuou na Rádio Rural de Caicó, na Rádio Tropical e no jornal Dois Pontos (atual diário natalense Jornal de Hoje). Desde 2006 atua em assessoria parlamentar na Câmara Municipal de São Paulo.
Contatos com o autor: (11) 8440-6001
O livro O Saci de Duas Pernas usa figuras conhecidas dos mitos e lendas para refletir sobre a necessidade do respeito sem limites às diferenças. O personagem central da fábula nasce com "necessidades especiais" e sofre muito até ser aceito no mundo em que vive. A história é cheia de criaturas que são "normais" exatamente porque são "diferentes", como o Curupira, a Mula-Sem-Cabeça, a Caipora, a Cuca e o Lobisomem.
Djair Freire nasceu no dia 13 de novembro de 1964 em Mossoró, no Rio Grande do Norte, e mora na capital paulista desde o ínicio da década de 1990. Começou atuando em rádios e jornais do interior do Rio Grande do Norte e de Natal. Antes da mudança para São Paulo atuou na Rádio Rural de Caicó, na Rádio Tropical e no jornal Dois Pontos (atual diário natalense Jornal de Hoje). Desde 2006 atua em assessoria parlamentar na Câmara Municipal de São Paulo.
Contatos com o autor: (11) 8440-6001
Domingo na Praça
O projeto Domingo na Praça pode acordar do longo período de três anos de hibernação. Infelizmente pouco posso adiantar do que soube. Mas há o interessante de quem muito apoiou a iniciativa em reativar este que foi dos projetos culturais mais longevos e de sucesso do Estado. A produtora do Domingo na Praça, Cida Campello, também pensa em conversar com o presidente da Capitania das Artes, César Revoredo para estudar alternativas de financiamento, que não ultrapassam os R$ 15 mil. Se o Domingo na Praça ressurge pelas mãos do município, a Funcarte marca um golaço no início do campeonato, os artistas têm de volta um belíssimo espaço para socializar seus trabalhos autorais, a cidade mostra sua diversidade cultural, e o público retorna à praça que sempre foi do povo!
Carnaval começa com Kengas
O carnaval tem início mesmo é em 1° de fevereiro com a Feijoada das Kengas, às 12h no Solar Bela Vista. O produtor Lula Belmont, que no último sábado comemorou os 4 anos do Bardallos, mantém a banda mais irreverente do carnaval natalense: as Kengas, que este ano completa 26 anos. O Baile, já com 20 anos de tradição, mais uma vez ocorre no América Clube, dia 13 de fevereiro. O tema para este ano é “No Maior Fuxico”, também uma alusão à tradição em costuras de fuxico, muito difundida no interior nordestino.
Beatles em Natal
Neste sábado (24), Natal recebe pela primeira vez o premiado musical Beatles Abbey Road, reconhecido como um dos maiores musicais sobre os Beatles do mundo, e referendado pelo próprio George Martin (Produtor dos Beatles), em um encontro histórico no Cavern Club e no Abbey Road Stúdios — onde os Beatles gravaram seus discos. O show inédito acontece no Hotel Vila do Mar, Via Costeira, com vendas na La Femme Lingerie, do Midway Mall (3646 3292).
A banda foi montada no final dos anos 80 e desde então recria com fidelidade o clima e as músicas dos reis do iê–iê–iê, desde o figurino impecável à mega produção cenográfica. Neste show, utilizam a única coleção completa de instrumentos musicais e amplificadores usada pelos quatro gênios de Liverpool. São mais de 20 instrumentos de época, incluindo as guitarras usadas por John Lennon e George Harrison, três contrabaixos usados por Paul McCartney, raríssimos amplificadores Vox, mais as baterias usadas por Ringo Star.
Não foi por acaso que a cidade-natal dos rapazes ingleses se rendeu ao talento desses brasileiros de São Paulo. O show é dividido em três partes, cada uma contemplando determinadas épocas da banda inglesa. Assim como o figurino. Beatles Abbey Road é o único grupo profissional de beatlemania no Brasil, que apresenta um trabalho minucioso, rico em detalhes e diferente de tudo aquilo que já foi apresentado.
A banda foi montada no final dos anos 80 e desde então recria com fidelidade o clima e as músicas dos reis do iê–iê–iê, desde o figurino impecável à mega produção cenográfica. Neste show, utilizam a única coleção completa de instrumentos musicais e amplificadores usada pelos quatro gênios de Liverpool. São mais de 20 instrumentos de época, incluindo as guitarras usadas por John Lennon e George Harrison, três contrabaixos usados por Paul McCartney, raríssimos amplificadores Vox, mais as baterias usadas por Ringo Star.
Não foi por acaso que a cidade-natal dos rapazes ingleses se rendeu ao talento desses brasileiros de São Paulo. O show é dividido em três partes, cada uma contemplando determinadas épocas da banda inglesa. Assim como o figurino. Beatles Abbey Road é o único grupo profissional de beatlemania no Brasil, que apresenta um trabalho minucioso, rico em detalhes e diferente de tudo aquilo que já foi apresentado.
domingo, 18 de janeiro de 2009
Do pai que se foi
Tomate previne câncer. É o que afirmam nutricionistas. As refeições de papai eram repletas de tomate e feijão. Nunca desconfiou morrer decorrente justo da doença que temia. Nenhum histórico de câncer na família. Mas ele veio e destruiu toda vaidade, esperança e resistências do meu pai. Atacou não só o fígado de quem nunca se mostrou embriagado aos filhos. Foram mais de um mês de sofrimento; de muita dor e algum desespero. Aquele pai que acordava às 4h para trabalhar, sempre irrequieto e dono de suas vontades padeceu totalmente debilitado. Melhor não descrever o quão seu corpo foi atingido. Nem o que precisamos fazer para lhe dar todo o conforto possível. O câncer o privou até das últimas palavras. Desejou pronunciar alguma coisa inutilmente. Cansava-se em todas as tentativas inúteis e arqueava as sombrancelhas em expressão de angústia logo em seguida. Minha mãe conseguiu entender um de seus últimos desejos: reunir a família. Saí correndo do trabalho para o hospital. Ouvi minha mãe elogiar o excelente pai e marido que foi sem conter as lágrimas. Mas ele dormiu e prometi voltar mais tarde. Cheguei três minutos depois do último suspiro. Encontrei o corpo desfalecido na cama rodeado pelo choro copioso do meu irmão, da minha mãe e minha cunhada. Enfim o descanso merecido. Lembro de um trecho do livro Capitães de Areia, de Jorge Amado. O autor indagava, na fala de um dos personagens, se era justo uma vida terrena de sofrimento apenas para uns se no céu todos gozarão de uma vida plena e feliz. Como reperar a desvantagem? Espero que meu pai seja bem recompensado pelo castigo imerecido. Desta dimensão injusta já não ligo para dicas de nutricionistas, endocrinologistas e quetais. Tomarei cerveja como meu pai comia tomates. E pago pra ver o que me espera.
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Foto premiada
O fotógrafo potiguar Ricardo Junqueira, responsável pelo material fotográfico desta revista, foi um dos finalistas de um concurso internacional onde concorreram mais de 60 mil fotos. O Black and White Spider Awards faz parte de uma série que se chama ADORNO. Ricardo Junqueira é formado em Publicidade e trabalha com fotografia há 30 anos. Além de outros prêmios, também foi assistente de profissionais renomados no segmento, como Roberto Donaire, Guy Weber, Oswaldo Forster e Erwin Brehn. As fotos premiadas do concurso estão aqui. A de Ricardo está entres as últimas.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Mais uma Fiart
Em breve o centro de artesanato localizado na Praia dos Artistas será um shopping do artesanato. Reforma de R$ 1,5 milhão financiado pelo Banco do Brasil, fruto da iniciativa dos artesãos. O poder público não empregou um tijolo. E sabiamente. O artesanato típico; genuíno está longe dali. Roupas com estampas da cidade de Cascudo, de Pipa e Jenipabu (geralmente escritas com G) são artefatos para turista. A cultura artesã do Estado está calcada na tradição da renda de bilro, do côco ou a partir das areias coloridas. Antes as vestes fossem bordadas em macramé, fuxico ou crochê. Mas não. Se misturam a falsos berimbaus, saias, guloseimas importadas e bijuterias. É assim também em outros centros de artesanato espalhados pela cidade, sobretudo em Ponta Negra. Quando muito são trabalhos em cerâmica, bordados variados e retalhos, sem originidalidade.
Nosso verdadeiro artesanato está concentrado ou permaneceu em municípios interioranos. Lembro de muitos exemplos quando fui repórter da Preá e realizei mapeamentos culturais em algumas cidades, junto com a equipe da revista: o multiartista de João Câmara, Luís Farias da Silva; as artesãs da Associação de São José de Campestre; as bonecas de pano de Dona Benedita, em Macaíba; os artesanatos de João Batista originados da matéria-prima extraída da Serra do Mulungu, em São João do Sabugi; a Central do Artesão, em Angicos, entre milhares de outros nomes escondidos por estes rincões potiguares. Se a cultura anda desprestigiada por incompetência de gestão, por falta de recursos ou burocracia, o artesanato recebe bons incentivos e programas governamentais. Pelo menos era assim há uns dois anos, quando a Preá existia.
Na outra sexta-feira tem início a 14ª edição da Feira Internacional de Artesanato deste Rio Grande de Poti, mais uma vez no Pavilhão de Exposição do Centro de Convenções. É considerada uma das maiores feiras do artesanato do Brasil. Fui ano passado e gostei muito da movimentação, organização e variedade de estandes. A programação cultural também é diversificada e a presença do público é intensa, para mais de 50 mil pessoas. Mas o leitor desta coluna irá comprovar o que afirmo: procure entre a centena de estandes algum de municípios potiguares. Serão poucos. Em seguida, analise cada peça. No máximo serão confeccionados com material colhido na cidade, como a palha de carnaúba, originária de outros estados. É o que digo: falta a tal identidade ao nosso artesanato. E já faz tempo.
Nosso verdadeiro artesanato está concentrado ou permaneceu em municípios interioranos. Lembro de muitos exemplos quando fui repórter da Preá e realizei mapeamentos culturais em algumas cidades, junto com a equipe da revista: o multiartista de João Câmara, Luís Farias da Silva; as artesãs da Associação de São José de Campestre; as bonecas de pano de Dona Benedita, em Macaíba; os artesanatos de João Batista originados da matéria-prima extraída da Serra do Mulungu, em São João do Sabugi; a Central do Artesão, em Angicos, entre milhares de outros nomes escondidos por estes rincões potiguares. Se a cultura anda desprestigiada por incompetência de gestão, por falta de recursos ou burocracia, o artesanato recebe bons incentivos e programas governamentais. Pelo menos era assim há uns dois anos, quando a Preá existia.
Na outra sexta-feira tem início a 14ª edição da Feira Internacional de Artesanato deste Rio Grande de Poti, mais uma vez no Pavilhão de Exposição do Centro de Convenções. É considerada uma das maiores feiras do artesanato do Brasil. Fui ano passado e gostei muito da movimentação, organização e variedade de estandes. A programação cultural também é diversificada e a presença do público é intensa, para mais de 50 mil pessoas. Mas o leitor desta coluna irá comprovar o que afirmo: procure entre a centena de estandes algum de municípios potiguares. Serão poucos. Em seguida, analise cada peça. No máximo serão confeccionados com material colhido na cidade, como a palha de carnaúba, originária de outros estados. É o que digo: falta a tal identidade ao nosso artesanato. E já faz tempo.
domingo, 11 de janeiro de 2009
Zé Dias, sobre o Dellicatto
Do produtor musical Zé Dias a respeito do show do grupo Dellicatto, a qual vi ano passado e assino embaixo a opinião e a iniciativa:
“Quase nunca vou a show em Natal, pois considero atraso no começo do show uma falta de respeito a quem sai de casa para lhe prestigiar. Dia 13 ou 14 eu vou ver Essência no Tempo, do maravilhoso grupo Dellicatto, que ao longo do tempo tem apresentado um trabalho de nível nacional. Vou ajudar o TAM lotar e eles se credenciem a se apresentar ou no Auto da Prefeitura ou do Governo do Estado, ganhando um cachê legal para ajudar a bancar suas produções. Vou chamar Khrystal, o Rosa de Pedra, Valéria Oliveira, Carlos Zens, entre outros artistas que trabalharam fora do estado e foram elogiados pela critica nacional, para formarmos um cordão de vitoriosos em prol da musica deste estado e, na saída do Teatro, quando os munícipes passarem e afirmarem que o show foi lindo, nós em uníssono, possamos pedir aos nossos gestores uma participação na “abertura” de um dos Autos, mesmo correndo o risco de, na sua terra, escutar: “Quantas músicas faltam para terminar?”.
“Quase nunca vou a show em Natal, pois considero atraso no começo do show uma falta de respeito a quem sai de casa para lhe prestigiar. Dia 13 ou 14 eu vou ver Essência no Tempo, do maravilhoso grupo Dellicatto, que ao longo do tempo tem apresentado um trabalho de nível nacional. Vou ajudar o TAM lotar e eles se credenciem a se apresentar ou no Auto da Prefeitura ou do Governo do Estado, ganhando um cachê legal para ajudar a bancar suas produções. Vou chamar Khrystal, o Rosa de Pedra, Valéria Oliveira, Carlos Zens, entre outros artistas que trabalharam fora do estado e foram elogiados pela critica nacional, para formarmos um cordão de vitoriosos em prol da musica deste estado e, na saída do Teatro, quando os munícipes passarem e afirmarem que o show foi lindo, nós em uníssono, possamos pedir aos nossos gestores uma participação na “abertura” de um dos Autos, mesmo correndo o risco de, na sua terra, escutar: “Quantas músicas faltam para terminar?”.
sábado, 10 de janeiro de 2009
Chorinho na Cidade Alta
Nem só de Ribeira vive o chorinho. Dia 20 de janeiro um grupo de entusiastas, produtores culturais e músicos, celebram o Dia Nacional do Choro nas adjacências do Beco da Lama, Cidade Alta. O palco será armado em frente ao Bar do Catombo, na Rua Gonçalves Ledo, ao lado do camelódromo. Palco para receber a presença de grupos locais, como o cavaquinista Xumbinho, o maestro Buarque e banda, entre outros. O evento será organizado pelo produtor João Batista de Lima Filho, o grande Zizinho. É coisa pra inciar em fim da tarde ou início da noite e varar no choro pela madrugada.
Acho bacana a iniciativa. A tentativa de revitalizar o Centro Histórico e, principalmente, aquele trecho da Cidade Alta passa pela promoção de bons eventos. Alguns já se cristalizaram com boas programações, mas são pontuais; anuais. Falta uma atração mais regular, semanal, como o chorinho que agrega centenas no Buraco da Catita, às sextas-feiras de Ribeira. Algo que traga um público novo e forme entusiastas. Zizinho e outros desejam isso para o Centro e tentam o intuito agora com essa promoção. De certo virão outras e torço para o sucesso, como também para que o grupo de samba Arquivo Vivo encontre novo local que os dê mais prestígio do que o Bar de Fátima, que não oferece condições mínimas para a rapaziada tocar. Ave, Nazaré!
Acho bacana a iniciativa. A tentativa de revitalizar o Centro Histórico e, principalmente, aquele trecho da Cidade Alta passa pela promoção de bons eventos. Alguns já se cristalizaram com boas programações, mas são pontuais; anuais. Falta uma atração mais regular, semanal, como o chorinho que agrega centenas no Buraco da Catita, às sextas-feiras de Ribeira. Algo que traga um público novo e forme entusiastas. Zizinho e outros desejam isso para o Centro e tentam o intuito agora com essa promoção. De certo virão outras e torço para o sucesso, como também para que o grupo de samba Arquivo Vivo encontre novo local que os dê mais prestígio do que o Bar de Fátima, que não oferece condições mínimas para a rapaziada tocar. Ave, Nazaré!
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Vai começar a Fiart
A 14ª edição da Feira Internacional de Artesanato deste Rio Grande de Poti ocorrerá entre 23 de janeiro e 1° de fevereiro, mais uma vez no Pavilhão de Exposição do Centro de Convenções. Fui ano passado e gostei muito da movimentação e variedade de estandes, embora ainda ache que falta a tal identidade ao nosso artesanato. Basta ir lá um dia e comprovar. As atrações desta edição serão divulgadas aos jornalistas e convidados especiais em um café da manhã no Mangai, com data não informada no release.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Chico Buarque na Caros Amigos
Um time de nada menos que nove jornalistas da revista Caros Amigos entrevistou o mestre Chico Buarque – aquele que compôs as melhores canções na época ditatorial, fala pouco em entrevista e caminha apressado, com os pés apontando dez pras duas. A entrevista é enorme. Do bom trecho que li, separei um que achei bacana, justo as primeiras perguntas. Muitos acham blasé ou classificam como auto-promoção, mas gosto quando os entrevistadores emitem certa opinião ou contextualizam a pergunta a partir de conhecimentos próprios, como nesta primeira. Abaixo, o link da entrevista.
Ana Miranda - Uma das preocupações que tenho é a respeito da função da literatura. Estiveconversando com o Raduan Nassar e ele disse o seguinte: literatura não serve para nada, só serve para divertir o escritor na hora em que está escrevendo e chatear depois que termina, porque se publicar... (risos) Você acha que a literatura tem uma função social?
Tendo a concordar com o Raduan, prezo bastante a inutilidade da literatura como das artes em geral. Concordo também que a função principal é divertir quem escreve. Quando estou escrevendo me divirto à beça, quando estou compondo também, quando estou criando encontro o prazer que não encontro nas férias. As férias, para mim, são um grande aborrecimento, fico aflito, ou porque acabei de concluir um trabalho, ou porque estou procurando o que fazer em seguida – é um intervalo inócuo.
Ana Miranda - Perguntei para o Raduan e pergunto pra você: você seria a mesma pessoa se não tivesse lido os livros que leu?
Não.
Ana Miranda – Então, a literatura tem uma função?
Tem a função de alimentar novos escritores, que terão, por sua vez, o prazer em escrever e o prazer em ler. As duas coisas se misturam, na verdade, quando disse escrever, errei, meu maior prazer é ler o que escrevi, além do prazer da leitura, alimenta a sua vaidade – “fui eu que escrevi isso” –, escrevo para ler. O momento mesmo de escrever não é tão prazeroso assim, é um antegosto, você sabe que está escrevendo para ler depois, “quando ficar bom vai ficar ótimo de ler”.
http://carosamigos.terra.com.br/da_revista/edicoes/ed107/valeapena.asp
Ana Miranda - Uma das preocupações que tenho é a respeito da função da literatura. Estiveconversando com o Raduan Nassar e ele disse o seguinte: literatura não serve para nada, só serve para divertir o escritor na hora em que está escrevendo e chatear depois que termina, porque se publicar... (risos) Você acha que a literatura tem uma função social?
Tendo a concordar com o Raduan, prezo bastante a inutilidade da literatura como das artes em geral. Concordo também que a função principal é divertir quem escreve. Quando estou escrevendo me divirto à beça, quando estou compondo também, quando estou criando encontro o prazer que não encontro nas férias. As férias, para mim, são um grande aborrecimento, fico aflito, ou porque acabei de concluir um trabalho, ou porque estou procurando o que fazer em seguida – é um intervalo inócuo.
Ana Miranda - Perguntei para o Raduan e pergunto pra você: você seria a mesma pessoa se não tivesse lido os livros que leu?
Não.
Ana Miranda – Então, a literatura tem uma função?
Tem a função de alimentar novos escritores, que terão, por sua vez, o prazer em escrever e o prazer em ler. As duas coisas se misturam, na verdade, quando disse escrever, errei, meu maior prazer é ler o que escrevi, além do prazer da leitura, alimenta a sua vaidade – “fui eu que escrevi isso” –, escrevo para ler. O momento mesmo de escrever não é tão prazeroso assim, é um antegosto, você sabe que está escrevendo para ler depois, “quando ficar bom vai ficar ótimo de ler”.
http://carosamigos.terra.com.br/da_revista/edicoes/ed107/valeapena.asp
Aphoto comemora Dia da Fotografia
Pelo terceiro ano seguido, a Associação Potiguar de Fotografia (Aphoto) comemora hoje o Dia Nacional da Fotografia em grande estilo. No último dia 6 (feriado de Reis), um grupo de fotógrafos fez a caminhada Forte-Redinha através da Ponte Newton Navarro. O grupo partiu da estátua de Iemanjá e foi até o mercado da Redinha.
Neste sábado, a Aphoto vai reunir sócios e convidados em torno de uma saborosa “Feijoada Fotográfica” no Bardallo’s, barzinho cultural no centro da capital potiguar, a partir das 13h. Na ocasião, haverá a 3ª edição do Varal Fotográfico, reunindo as fotos dos participantes, que podem levar até três fotos em tamanho 20x30 cm para serem exibidas.
A Feijoada Fotográfica será pano de fundo para o lançamento do site oficial da Aphoto (www.aphoto.art.br), onde qualquer pessoa poderá conhecer a história da entidade, seus sócios e um calendário de eventos. O site ainda terá um fórum de discussão, um espaço para classificados fotográficos e o portfólio de cada sócio.
As atividades culturais da Aphoto têm como propósito agregar a fotografia como lazer e intercâmbio entre fotógrafos amadores e profissionais. É também uma forma que a gente tem para divulgar nossa entidade, chamando a atenção dos fotógrafos para que se filiem a Aphoto e juntos possamos incrementar a fotografia no Estado.
O Dia Nacional da Fotografia também marca o início de uma longa campanha de filiação que a Aphoto vai fazer durante o ano para ampliar o quadro de sócios, atingindo todo o território potiguar, agregando o maior número possível de fotógrafos. É preciso que os fotógrafos entendam que é preciso fortalecer a entidade para que a gente possa conquistar espaço e reclamar alguns direitos.
Quem desejar se filiar a Aphoto poderá fazer a filiação durante a Feijoada Fotográfica ou então, deve se dirigir pessoalmente à sede da entidade (Rua Laranjeiras, 14, Cidade Alta, por trás da Igreja do Galo) para efetuar o cadastro e pagar a anuidade de R$ 60.
Neste sábado, a Aphoto vai reunir sócios e convidados em torno de uma saborosa “Feijoada Fotográfica” no Bardallo’s, barzinho cultural no centro da capital potiguar, a partir das 13h. Na ocasião, haverá a 3ª edição do Varal Fotográfico, reunindo as fotos dos participantes, que podem levar até três fotos em tamanho 20x30 cm para serem exibidas.
A Feijoada Fotográfica será pano de fundo para o lançamento do site oficial da Aphoto (www.aphoto.art.br), onde qualquer pessoa poderá conhecer a história da entidade, seus sócios e um calendário de eventos. O site ainda terá um fórum de discussão, um espaço para classificados fotográficos e o portfólio de cada sócio.
As atividades culturais da Aphoto têm como propósito agregar a fotografia como lazer e intercâmbio entre fotógrafos amadores e profissionais. É também uma forma que a gente tem para divulgar nossa entidade, chamando a atenção dos fotógrafos para que se filiem a Aphoto e juntos possamos incrementar a fotografia no Estado.
O Dia Nacional da Fotografia também marca o início de uma longa campanha de filiação que a Aphoto vai fazer durante o ano para ampliar o quadro de sócios, atingindo todo o território potiguar, agregando o maior número possível de fotógrafos. É preciso que os fotógrafos entendam que é preciso fortalecer a entidade para que a gente possa conquistar espaço e reclamar alguns direitos.
Quem desejar se filiar a Aphoto poderá fazer a filiação durante a Feijoada Fotográfica ou então, deve se dirigir pessoalmente à sede da entidade (Rua Laranjeiras, 14, Cidade Alta, por trás da Igreja do Galo) para efetuar o cadastro e pagar a anuidade de R$ 60.
Buraco da Catita reabre
Depois do recesso de fim de ano, o Espaço Cultural Buraco da Catita reabre amanhã. A partir das 18h30 o melhor do chorinho e do samba estarão presentes naqueles chãos seculares e boêmios da Ribeira. Imagino que esteja com a reforma pronta. Mr Camilo Lemos adquiriu o bar anexo ao Buraco e ampliou o espaço. É isso.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Praia Shopping Musical
Recebo periodicamente a ótima programação semanal do Praia Shopping Musical, capitaneado pelo produtor Zé Dias. Por vezes divulgo um ou outro show, mas esta semana a seleção de atrações ultrapassou os limites do bom gosto. É música pra ouvir todo dia. Amanhã (8) Luiz Américo canta Nelson Cavaquinho e Cartola. Sexta-feira, Arleno Farias apresenta o show Coca-Cola com Cocada. Sábado, o suingue de Nonato Negão e os clássicos do pop nacional. Oswaldo e Ticiano D’Amore em noite instrumental no domingo. Todos os shows com início às 20h30. É Zé Dias rumo ao show 1000!
Cultura selecionada do BNB
Doze projetos culturais potiguares foram escolhidos para participar da programação 2009 nos Centros Culturais do Banco do Nordeste do Brasil. De 1.043 inscritos, foram aceitos 368, oriundos de 41 cidades do Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
Na área da música, os natalenses da banda Camarones Orquestra Guitarrística (a qual citei como destaque de 2008) foram selecionados para se apresentarem no 3° Festival BNB do Rock Cordel. O violonista Alexandre Atmarama e o trombonista pernambucano, radicado no RN, Gilberto Cabral estarão no 4° Festival BNB da Música Instrumental. Cabral também estará na programação regular CCBNB-Fortaleza com o grupo de música latina Camba.
Completam a lista dos músicos, o cantor Isaque Galvão, o baterista Di Stéffano, que, em 2008, esteve na capital cearense para lançar seu primeiro DVD instrumental, e o quarteto Café do Vento.
Nas artes cênicas, a Companhia Escarcéu de Teatro, de Mossoró, foi escolhida para participar do 3° Festival BNB de Artes Cênicas com o espetáculo “Chico Tira, Mané Veste”. O grupo natalense Carmim vai levar a peça “Pobres de Marré” aos três Centros Culturais, e o Magiluth encenará o “Ato”, em Fortaleza. A Domínio Companhia de Dança estará no CCBNB-Cariri para apresentar o “No Caminho... Sem Pressa”.
Outro potiguar aceito foi Marco Antônio França Albuquerque, que vai ministrar a oficina de formação artística intitulada “Música e Corpo”, nos CCBNBs – Fortaleza e Cariri.
Dos selecionados para a programação 2009 dos Centros Culturais do Banco do Nordeste, 140 projetos são de música; 70 de artes cênicas; 54 atividades culturais infantis; 26 de artes visuais; 23 oficinas de formação artística; 21 cursos de apreciação de arte; 19 de literatura; e 15 manifestações artísticas da tradição popular nordestina.
Em 2009, 192 projetos serão beneficiados com R$ 3 milhões em recursos. Entre os aprovados, 29 (15%) são de 11 municípios do Rio Grande do Norte e receberão aproximadamente R$ 450 mil
Na área da música, os natalenses da banda Camarones Orquestra Guitarrística (a qual citei como destaque de 2008) foram selecionados para se apresentarem no 3° Festival BNB do Rock Cordel. O violonista Alexandre Atmarama e o trombonista pernambucano, radicado no RN, Gilberto Cabral estarão no 4° Festival BNB da Música Instrumental. Cabral também estará na programação regular CCBNB-Fortaleza com o grupo de música latina Camba.
Completam a lista dos músicos, o cantor Isaque Galvão, o baterista Di Stéffano, que, em 2008, esteve na capital cearense para lançar seu primeiro DVD instrumental, e o quarteto Café do Vento.
Nas artes cênicas, a Companhia Escarcéu de Teatro, de Mossoró, foi escolhida para participar do 3° Festival BNB de Artes Cênicas com o espetáculo “Chico Tira, Mané Veste”. O grupo natalense Carmim vai levar a peça “Pobres de Marré” aos três Centros Culturais, e o Magiluth encenará o “Ato”, em Fortaleza. A Domínio Companhia de Dança estará no CCBNB-Cariri para apresentar o “No Caminho... Sem Pressa”.
Outro potiguar aceito foi Marco Antônio França Albuquerque, que vai ministrar a oficina de formação artística intitulada “Música e Corpo”, nos CCBNBs – Fortaleza e Cariri.
Dos selecionados para a programação 2009 dos Centros Culturais do Banco do Nordeste, 140 projetos são de música; 70 de artes cênicas; 54 atividades culturais infantis; 26 de artes visuais; 23 oficinas de formação artística; 21 cursos de apreciação de arte; 19 de literatura; e 15 manifestações artísticas da tradição popular nordestina.
Em 2009, 192 projetos serão beneficiados com R$ 3 milhões em recursos. Entre os aprovados, 29 (15%) são de 11 municípios do Rio Grande do Norte e receberão aproximadamente R$ 450 mil
Entrevista: Zuza Homem de Mello
São quase 60 anos de ouvidos treinados à boa música. Um trabalho de lapidação contínuo que levou o musicólogo, jornalista, radialista e produtor musical Zuza Homem de Mello a mostrar ao Brasil nomes como Elis Regina, João Bosco, Ivan Lins, Djavan e muitos outros. Há mais de 40 anos este senhor de cabelos e barbas brancas realiza um trabalho de garimpagem na música brasileira e tem descoberto verdadeiras pepitas de ouro. Uma das “grandes revelações da música popular brasileira nos últimos anos”, para ele, é uma potiguar: Roberta Sá, a qual pensava ser carioca.
Zuza Homem tem percorrido a história da MPB a partir da metade do século 20. Na década de 50 atuou como músico contra-baixista e jornalista. Assinou colunas nos principais jornais impressos do país, como Folha, Jornal do Brasil e a revista Down Beat. Foi produtor e engenheiro de som dos memoráveis e revolucionários festivais de música da década de 60. É autor do livro Música Popular Brasileira – período da Bossa Nova aos festivais, lançado em 1976. Entre 1977 e 1988 concentrou suas atividades no rádio e na imprensa. Há mais de 35 anos realiza cursos, palestras e seminários sobre MPB e jazz e produz álbuns musicais. Tem sido jurado ou presidente de júri dos principais festivais de música nacional e regional.
Na entrevista a seguir, feita por telefone, os elogios a Roberta Sá se estendem ainda para outras figuras da música brasileira. Zuza Homem dividiu o palco no último Encontro Natalense de Escritores (ENE) com um dos fundadores do movimento Bossa Nova, Roberto Menescal, o produtor musical José Dias e o compositor potiguar Carlos Piru. Zuza fala a seguir de Vitor Ramil, cuja entrevista postei há poucos dias neste blog.
A Bossa Nova é considerada a grande contribuição da música brasileira para o mundo?
Sem a menor dúvida. A música popular brasileira passou a ser conhecida em função do sucesso incontestável da Bossa Nova. Pela primeira vez foi cantada por músicos estrangeiros e fizeram parte das primeiras colocações da parada norte-americana. Era um público (o americano) que ignorava completamente nossa música. A partir daí vingou para a Europa, Ásia. E isso não é hipótese ou dedução. É fato.
O próprio ritmo da Bossa Nova também contribuiu como novo modelo rítmico do tocar violão? Até então não existia aquela maneira de João Gilberto tocar...
O ritmo já existia: era o samba. O diferencial foi a forma de marcação, que realmente contribuiu para uma nova forma de tocar violão no mundo.
O senhor acredita que a originalidade musical se perdeu ou algo novo ainda pode ser criado?
Acredito que no futuro pode acontecer de surgir um novo João Gilberto ou um criador de uma nova forma tocar. Pode ser aí mesmo em Natal. João Gilberto, por exemplo, nasceu no sertão da Bahia. Aliás, Yamandu Costa é uma prova contundente de que nem tudo já foi inventado. Ele veio com uma nova forma de tocar violão, que mistura a influência sulista, o vigor de Baden Powell, mas com a personalidade muito própria do Yamandu, é bom ressaltar.
O Guinga segue a mesma linhagem de virtuosismo?
O Guinga é outro compositor originalíssimo. O Brasil ainda vai ser orgulhar muito dele.
Mas Guinga já tem uma trajetória considerável. Já não era pra ter despontado?
As coisas no Brasil demoram um pouco. A música de Guinga não é palatável; não entra de imediato no gosto do povo brasileiro. Com a Bossa Nova também foi assim. Ainda encontro pessoas hoje que não assimilaram a Bossa Nova; que não gostam de João Gilberto. Claro, nem todos têm a mesma sensibilidade e percepção.
O compositor e escritor Vitor Ramil tem procurado criar um novo estilo de música, a qual chama de Estética do Frio. O senhor conhece o trabalho dele?
Vitor Ramil é um excelente compositor; original em tudo o que faz. É das grandes forças da música do Sul. Ele não é banal em nada que produz, ao contrário do que é exibido na mídia brasileira.
A culpa desse paradigma de valorizar o banal na música brasileira é do público ou da mídia?
As TVs e as rádios estão muito mal servidas de pessoas que entendem de música. Há poucas exceções, como Fernando Faro, diretor da TV Cultura. Mas em regra não conseguem distinguir um Dó de um Sol; não têm sequer as noções básicas de música.
O senhor conhece algo da música produzida no Rio Grande do Norte?
Não sei identificar particularidades da música produzida aí.
Reformulo a pergunta: o senhor conhece algum intérprete ou compositor potiguar? Acredito que reconheça a Roberta Sá, com trabalho mais voltado ao eixo Rio-São Paulo.
A Roberta Sá é daí? Ela é das grandes cantoras reveladas nos últimos anos no Brasil. Ela deu duas provas cabais de seu talento. Foi em uma homenagem a João Donato, no Ibirapuera; e na apresentação no Tim Festival (evento musical do qual foi curador), quando ela e o Arnaldo Antunes precisaram substituir algumas atrações faltosas do evento. Ela se mostrou tranqüila. É mesmo das grandes revelações da música brasileira. Pode apostar nela. Pensei que fosse carioca. É uma sambista nata. Mas veja que João Donato nasceu no Acre e nada tem da música de lá.
A mesa de debates a qual o senhor vai participar tem a temática do O Desenho Rítmico da Bossa Nova. Qual particularidade da Bossa Nova mais desconhecida o senhor gostaria que viesse à tona para o público?
A Bossa Nova completou 50 anos em 2008. Foi o evento mais comemorado da música popular brasileira de todos os tempos. Foi uma verdadeira produção de espetáculos, exposições, artigos de jornais, reportagens e informações que vieram à tona e chamaram a atenção de uma juventude até então sem contato com a Bossa Nova, justo em função das informações que circulam nas TVs e rádios. A juventude ficou surpreendida com esses eventos todos e com esse contato primário com a Bossa Nova, pelo nível musical de qualidade que até então eles desconheciam.
Zuza Homem tem percorrido a história da MPB a partir da metade do século 20. Na década de 50 atuou como músico contra-baixista e jornalista. Assinou colunas nos principais jornais impressos do país, como Folha, Jornal do Brasil e a revista Down Beat. Foi produtor e engenheiro de som dos memoráveis e revolucionários festivais de música da década de 60. É autor do livro Música Popular Brasileira – período da Bossa Nova aos festivais, lançado em 1976. Entre 1977 e 1988 concentrou suas atividades no rádio e na imprensa. Há mais de 35 anos realiza cursos, palestras e seminários sobre MPB e jazz e produz álbuns musicais. Tem sido jurado ou presidente de júri dos principais festivais de música nacional e regional.
Na entrevista a seguir, feita por telefone, os elogios a Roberta Sá se estendem ainda para outras figuras da música brasileira. Zuza Homem dividiu o palco no último Encontro Natalense de Escritores (ENE) com um dos fundadores do movimento Bossa Nova, Roberto Menescal, o produtor musical José Dias e o compositor potiguar Carlos Piru. Zuza fala a seguir de Vitor Ramil, cuja entrevista postei há poucos dias neste blog.
A Bossa Nova é considerada a grande contribuição da música brasileira para o mundo?
Sem a menor dúvida. A música popular brasileira passou a ser conhecida em função do sucesso incontestável da Bossa Nova. Pela primeira vez foi cantada por músicos estrangeiros e fizeram parte das primeiras colocações da parada norte-americana. Era um público (o americano) que ignorava completamente nossa música. A partir daí vingou para a Europa, Ásia. E isso não é hipótese ou dedução. É fato.
O próprio ritmo da Bossa Nova também contribuiu como novo modelo rítmico do tocar violão? Até então não existia aquela maneira de João Gilberto tocar...
O ritmo já existia: era o samba. O diferencial foi a forma de marcação, que realmente contribuiu para uma nova forma de tocar violão no mundo.
O senhor acredita que a originalidade musical se perdeu ou algo novo ainda pode ser criado?
Acredito que no futuro pode acontecer de surgir um novo João Gilberto ou um criador de uma nova forma tocar. Pode ser aí mesmo em Natal. João Gilberto, por exemplo, nasceu no sertão da Bahia. Aliás, Yamandu Costa é uma prova contundente de que nem tudo já foi inventado. Ele veio com uma nova forma de tocar violão, que mistura a influência sulista, o vigor de Baden Powell, mas com a personalidade muito própria do Yamandu, é bom ressaltar.
O Guinga segue a mesma linhagem de virtuosismo?
O Guinga é outro compositor originalíssimo. O Brasil ainda vai ser orgulhar muito dele.
Mas Guinga já tem uma trajetória considerável. Já não era pra ter despontado?
As coisas no Brasil demoram um pouco. A música de Guinga não é palatável; não entra de imediato no gosto do povo brasileiro. Com a Bossa Nova também foi assim. Ainda encontro pessoas hoje que não assimilaram a Bossa Nova; que não gostam de João Gilberto. Claro, nem todos têm a mesma sensibilidade e percepção.
O compositor e escritor Vitor Ramil tem procurado criar um novo estilo de música, a qual chama de Estética do Frio. O senhor conhece o trabalho dele?
Vitor Ramil é um excelente compositor; original em tudo o que faz. É das grandes forças da música do Sul. Ele não é banal em nada que produz, ao contrário do que é exibido na mídia brasileira.
A culpa desse paradigma de valorizar o banal na música brasileira é do público ou da mídia?
As TVs e as rádios estão muito mal servidas de pessoas que entendem de música. Há poucas exceções, como Fernando Faro, diretor da TV Cultura. Mas em regra não conseguem distinguir um Dó de um Sol; não têm sequer as noções básicas de música.
O senhor conhece algo da música produzida no Rio Grande do Norte?
Não sei identificar particularidades da música produzida aí.
Reformulo a pergunta: o senhor conhece algum intérprete ou compositor potiguar? Acredito que reconheça a Roberta Sá, com trabalho mais voltado ao eixo Rio-São Paulo.
A Roberta Sá é daí? Ela é das grandes cantoras reveladas nos últimos anos no Brasil. Ela deu duas provas cabais de seu talento. Foi em uma homenagem a João Donato, no Ibirapuera; e na apresentação no Tim Festival (evento musical do qual foi curador), quando ela e o Arnaldo Antunes precisaram substituir algumas atrações faltosas do evento. Ela se mostrou tranqüila. É mesmo das grandes revelações da música brasileira. Pode apostar nela. Pensei que fosse carioca. É uma sambista nata. Mas veja que João Donato nasceu no Acre e nada tem da música de lá.
A mesa de debates a qual o senhor vai participar tem a temática do O Desenho Rítmico da Bossa Nova. Qual particularidade da Bossa Nova mais desconhecida o senhor gostaria que viesse à tona para o público?
A Bossa Nova completou 50 anos em 2008. Foi o evento mais comemorado da música popular brasileira de todos os tempos. Foi uma verdadeira produção de espetáculos, exposições, artigos de jornais, reportagens e informações que vieram à tona e chamaram a atenção de uma juventude até então sem contato com a Bossa Nova, justo em função das informações que circulam nas TVs e rádios. A juventude ficou surpreendida com esses eventos todos e com esse contato primário com a Bossa Nova, pelo nível musical de qualidade que até então eles desconheciam.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Amor em tempos de cólera
Amor em tempos de cólera (2007) é fabuloso. Assisti somente ontem. O diretor Mike Newell - o mesmo de Harry Potter - conseguiu encaixar com maestria os textos sintéticos do aclamado escritor Gabriel García Marquez em ambientações fantásticas, fotografia e atuações idem.
A trama é um típico romance do escritor colombiano. Fala da espera de Florentino Ariza (Javier Bardem) por quase uma vida pelo cumprimento da promessa de que sua amada se casaria com ele um dia. E por isso o filme trata também de solidão e dos dramas e mistérios da velhice, também sabiamente descrito pelo escritor em Memória de minhas putas tristes (2004).
Cada vez mais admiro as atuações de Javier Bardem. Foram dele os melhores trabalhos que vi nos últimos anos, como em Mar adentro, Onde os fracos não têm vez e esse agora. O filme conta ainda com mais uma aula de interpretação da nossa Fernanda Montenegro, mãe de Bardem no filme. Uma belíssima obra cinematográfica. E nem esperava muito.
A trama é um típico romance do escritor colombiano. Fala da espera de Florentino Ariza (Javier Bardem) por quase uma vida pelo cumprimento da promessa de que sua amada se casaria com ele um dia. E por isso o filme trata também de solidão e dos dramas e mistérios da velhice, também sabiamente descrito pelo escritor em Memória de minhas putas tristes (2004).
Cada vez mais admiro as atuações de Javier Bardem. Foram dele os melhores trabalhos que vi nos últimos anos, como em Mar adentro, Onde os fracos não têm vez e esse agora. O filme conta ainda com mais uma aula de interpretação da nossa Fernanda Montenegro, mãe de Bardem no filme. Uma belíssima obra cinematográfica. E nem esperava muito.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
2009 é a vez do audiovisual
Uma boa oportunidade para discutir a produção e o cenário atual do audiovisual potiguar será nesta quarta-feira durante o Fórum das Entidades Audiovisuais do Rio Grande do Norte. A idéia foi proposta de uma série de grupos reunidos no auditório do Sesc em dezembro, durante o Goiamum Audiovisual. Segundo as próprias idealizadoras do Fórum, apesar da intensificação da atividade cultural e, especificamente, do audiovisual no Estado e na capital, as iniciativas têm se encontrado isoladas. A falta de um diálogo mais consistente entre os diversos agentes culturais do Estado se reflete em uma série de problemas, sendo, talvez, o mais sintomático deles a falta de participação do público.
O Fórum pretende colocar em contato os agentes do audiovisual potiguar, criando um canal de comunicação permanente. As propostas são de fácil implementação e ótima eficácia., como reuniões presenciais mensais; lista de e-mails aberta a todos os interessados (pessoas físicas e jurídicas ligadas ao audiovisual potiguar); e criação de um site, com um mapeamento da atividade audiovisual no Estado e blog para publicação de notícias pertinentes (publicação de editais, programação cultural, etc.) e outros participantes possam sugerir. As entidades que integram este primeiro Fórum são: Cineclube Natal; Curtacom; Tropa Trupe; Bolero Filmes; Mudernage; e Cine Mambembe.
O secretário de Audiovisual do Ministério da Cultura, Sílvio Da-Rin esteve em Natal para o Goiamum e concedeu ótima entrevista à jornalista Adriana Amorim, publicada no Diário de Natal. Entre outras coisas, Da-Rin adiantou que uma das metas do Minc para este ano é instalar um Núcleo de Produção Digital no RN. Isso porque sentiu o incentivo continuado dado pelo poder público ao setor. Para o projeto ser concretizado, o secretário sugeriu cobrança intensiva de entidades aos governos. Entidades cujo entusiasmo surpreendeu o representante do Minc. E disso ninguém pode negar o trabalho desenvolvido pelas entidades envolvidas, como também o claro desinteresse do público pelas promoções e eventos promovidos por elas.
O Rio Grande do Norte tem mostrado boa produção de cinema sem qualidade. É a opinião de gente do meio. O fato evidencia a necessidade de caminhar além do entusiasmo. É preciso capacitação e incentivo. Isso fica claro na produção dos Docs ou nas produções voltadas ao programa Revelando Brasis. Logicamente temos boas obras, também, mas diferentemente da música e outras artes, o cinema potiguar ainda está aquém de capitais nordestinas. Esse Fórum será uma excelente oportunidade para qualificar o debate em torno da produção audiovisual potiguar e chamar a atenção da imprensa com mais eficácia. Da-Rin também comentou que se baseia em clippins publicados na imprensa para selecionar o destino dos recursos. Então, vamos unidos neste 2009, com câmera na mão, idéia na cabeça e organização.
O Fórum pretende colocar em contato os agentes do audiovisual potiguar, criando um canal de comunicação permanente. As propostas são de fácil implementação e ótima eficácia., como reuniões presenciais mensais; lista de e-mails aberta a todos os interessados (pessoas físicas e jurídicas ligadas ao audiovisual potiguar); e criação de um site, com um mapeamento da atividade audiovisual no Estado e blog para publicação de notícias pertinentes (publicação de editais, programação cultural, etc.) e outros participantes possam sugerir. As entidades que integram este primeiro Fórum são: Cineclube Natal; Curtacom; Tropa Trupe; Bolero Filmes; Mudernage; e Cine Mambembe.
O secretário de Audiovisual do Ministério da Cultura, Sílvio Da-Rin esteve em Natal para o Goiamum e concedeu ótima entrevista à jornalista Adriana Amorim, publicada no Diário de Natal. Entre outras coisas, Da-Rin adiantou que uma das metas do Minc para este ano é instalar um Núcleo de Produção Digital no RN. Isso porque sentiu o incentivo continuado dado pelo poder público ao setor. Para o projeto ser concretizado, o secretário sugeriu cobrança intensiva de entidades aos governos. Entidades cujo entusiasmo surpreendeu o representante do Minc. E disso ninguém pode negar o trabalho desenvolvido pelas entidades envolvidas, como também o claro desinteresse do público pelas promoções e eventos promovidos por elas.
O Rio Grande do Norte tem mostrado boa produção de cinema sem qualidade. É a opinião de gente do meio. O fato evidencia a necessidade de caminhar além do entusiasmo. É preciso capacitação e incentivo. Isso fica claro na produção dos Docs ou nas produções voltadas ao programa Revelando Brasis. Logicamente temos boas obras, também, mas diferentemente da música e outras artes, o cinema potiguar ainda está aquém de capitais nordestinas. Esse Fórum será uma excelente oportunidade para qualificar o debate em torno da produção audiovisual potiguar e chamar a atenção da imprensa com mais eficácia. Da-Rin também comentou que se baseia em clippins publicados na imprensa para selecionar o destino dos recursos. Então, vamos unidos neste 2009, com câmera na mão, idéia na cabeça e organização.
De blogs
Achei interessante matéria enviada pelo natalense da gema Marcos Pedroza a respeito do crescimento desenfreado dos blogs. Segundo o portal Tecnoratti, cerca de 175 mil são criados diariamente. Ano passado foram mais de 1 bilhão. A cada ano o número cresce 40%. Os números são imprecisos por razões óbvias: a blogosfera, como o espaço, é infinito.
Do que mais gostei da matéria foi a descrição do que é um blog: “É uma reunião de pensamentos e escritos postos publicamente na internet. Como um diário, o blog não permite edição retroativa e sua escrita dispensa maior cuidado na construção. É a expressão espontânea do pensamento – mais efêmero do que ojornalismo diário. Suas fronteiras são porosas e sua verdade, transitória”.
Mais adiante, o autor completa em primeira pessoa: “Nós, blogueiros, temos poucas oportunidades de reunir pensamentos e esperar até que os fatos se assentem para discuti-los. Blogamos assim que as notícias chegam até nós. Nenhum colunista, repórter ou romancista têm suas pequenas contradições expostas de forma tão inclemente. Para os blogueiros, o prazo é sempre agora. É como escrever em voz alta”.
O amigo leitor imagine agora a substituição das reportagem mais apuradas e cuidadosas do jornal impresso pela “efemeridade” ou a “escrita em voz alta” dos blogs; o tom coloquial, inacabado, como se escrevesse um e-mail. A experiência é libertadora, instigante. Mas a notícia caminha em lado paralelo à espontaneidade. É preciso investigação do fato; aprimoramento; técnica e, sobretudo, responsabilidade.
Alguns podem questionar: mas há portais de notícias com todo esse aparato. Menos mal, eu diria. Mas percebam que as matérias, embora bem escritas, são mais superficiais pelas próprias características dos navegantes. Os textos para sites e blogs são menores. Contém apenas o essencial. Por isso ainda acredito na convivência mútua entre as duas mídias. Ou pelo menos na necessidade dessa convivência para o bem da informação.
Do que mais gostei da matéria foi a descrição do que é um blog: “É uma reunião de pensamentos e escritos postos publicamente na internet. Como um diário, o blog não permite edição retroativa e sua escrita dispensa maior cuidado na construção. É a expressão espontânea do pensamento – mais efêmero do que ojornalismo diário. Suas fronteiras são porosas e sua verdade, transitória”.
Mais adiante, o autor completa em primeira pessoa: “Nós, blogueiros, temos poucas oportunidades de reunir pensamentos e esperar até que os fatos se assentem para discuti-los. Blogamos assim que as notícias chegam até nós. Nenhum colunista, repórter ou romancista têm suas pequenas contradições expostas de forma tão inclemente. Para os blogueiros, o prazo é sempre agora. É como escrever em voz alta”.
O amigo leitor imagine agora a substituição das reportagem mais apuradas e cuidadosas do jornal impresso pela “efemeridade” ou a “escrita em voz alta” dos blogs; o tom coloquial, inacabado, como se escrevesse um e-mail. A experiência é libertadora, instigante. Mas a notícia caminha em lado paralelo à espontaneidade. É preciso investigação do fato; aprimoramento; técnica e, sobretudo, responsabilidade.
Alguns podem questionar: mas há portais de notícias com todo esse aparato. Menos mal, eu diria. Mas percebam que as matérias, embora bem escritas, são mais superficiais pelas próprias características dos navegantes. Os textos para sites e blogs são menores. Contém apenas o essencial. Por isso ainda acredito na convivência mútua entre as duas mídias. Ou pelo menos na necessidade dessa convivência para o bem da informação.
Brouhaha
Mais uma edição caprichada a última Brouhaha da gestão Dácio Galvão. A crítica pode recair sobre o conteúdo “chapa branca” ressaltado nesta publicação. Mas leve-se em conta a programação cultural ampla do Natal em Natal que merece registro, além do Memorial de Natal – uma obra grandiosa. Além do mais, a repórter Gidália Santana traçou um panorama sobre os museus estaduais. Outras matérias também enquadram a revista como a melhor do Estado. A repórter Luana Batista conseguiu captar a essência dos Poetas Elétricos; o Beco da Lama finalmente recebeu espaço na revista; e uma matéria excelente escrita por Filipe Mamede sobre uma geração meio beatinik; meio hippie; meio contracultura. Esse tipo de pauta foi marca nas 13 edições da Brouhaha. Temo que suma com a nova equipe - reformulada a pedido do novo presidente, César Revorêdo - ou mesmo com a saída de Dácio, também um colaborador da revista. Vamos torcer para a manutenção da identidade e qualidade gráfica da publicação.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
Entrevista: Vitor Ramil
Quem é Vitor Ramil? Fiz esta pergunta meses atrás quando divulgaram a lista dos vencedores do Prêmio Tim de Música. O gaúcho compositor, musicista de voz suave está na estrada desde o início da década de 80 e foi premiado pela escolha do público. Vitor Ramil é desses fenômenos musicais que surgem de tempos em tempos e consegue, após décadas de trabalho, conquistar públicos aqui e alhures e juntar tudo numa boa sopa de legumes selecionados. A música é refinada. Há cerca de quatro anos, Carlos Heitor Cony, em palestra promovida pelo Banco do Brasil em Natal, comentou da obra de Clarice Lispector: "Não é pra qualquer um". Assim é a música de Vitor Ramil. Por isso a estranheza pela conquista do voto popular do Prêmio, mesmo após reconhecer seu talento.
Depois de escutar seu mais novo Cd - Satolep Sambatown - até decorar cada sílaba melódica, pude assistir seu show na Bienal Internacional do Livro do Ceará, mês passado. Melhor: acompanhei cada minúcia da passagem de som. Oportunidade rara. Vitor Ramil esteve em Natal uma vez, convidado do Projeto Pixinguinha. Gostou da cidade e manifestou, antes de iniciar a entrevista, seu desejo de voltar a se apresentar na capital potiguar, num possível convite do Projeto Seis e Meia. Seria uma oportunidade de apresentar o que chama de Estética do Frio – uma tentativa de criação original de música. Não é pra menos. Um dos maiores críticos musicais do país, Zuza Homem de Melo definiu Vitor Ramil como “original em tudo o que faz”. Abaixo o leitor confere algumas palavras do gaúcho antes de sua apresentação na Bienal do Ceará:
Sérgio Vilar - O que é a estética do frio?
Vitor Ramil - Isso é assunto para dez páginas de jornal. É uma reflexão minha; uma autocrítica do meu trabalho. Não se trata da música já formulada. Na verdade é a busca que virou livro. Não é um movimento; não é um manifesto. É a necessidade de definir uma matriz nova para minha música. Não tem nada de determinismo. É importante que se diga que não se trata de compor no frio ou no calor. Nada tem a ver com o frio, no sentido climático.
Sua música guarda certa melancolia misturada ao samba, ao choro. Tudo isso faz parte da estética do frio?
Não penso dessa forma. Apenas busquei uma nova matriz. Comecei a desenvolver essa idéia no início dos anos 80: misturar várias essências que se misturam na superfície. Eu queria uma linguagem-síntese dos elementos formadores de minha música.
Quando falo em melancolia é uma melancolia gostosa como está presente no choro...
A melancolia é da minha personalidade. Infelizmente é comum associar a melancolia à tristeza. Esse é o problema. Tristeza não vende disco. Minha música é contemplativa; reflexiva e talvez termine como melancólica. Não é esse o propósito, mas é o propósito recusar isso. Quando me tornei independente isso veio à tona. Não deixo de compor lírico, erudito ou popular para agradar gravadora. Alimentar a falsa alegria não é pra mim. Minha música pode ser alegre, mas não vai chegar a ser um batuque baiano.
Como surgiram os primeiros contatos e a parceria com Jorge Drexler?
Surgiu quando gravei um disco na Argentina. Meu produtor, Pedro Asnar o encontrou eles trocaram discos: ele deu um dele e o Pedro deu um meu. Ele gostou, depois me ligou de Madri; ficamos amigos; depois tocamos e compomos juntos algumas vezes. Ele se identificou muito com a estética do frio, com minha forma de pensar.
Importa para você a falta de abertura da mídia televisiva e radiofônica ao seu trabalho?
Acho que importa pra todo mundo. Vou a Belém do Pará há muitos anos tocar e tenho um público grande lá porque as rádios tocam minha música. Muitas rádios argumentam que a música é complexa, mas tem público que quer escutar isso.
Alguns grupos e artistas preferem fugir do chamado "jabá"...
É muito injusto o que essas mídias fazem com a cultura brasileira. Isso trava o desenvolvimento artístico do país e impede o povão, a grande massa, de escutar coisas legais. Tem artista que batalha 24 horas por dia para estar na grande mídia. Meu pique é outro: é o da criação. Seu ficar velho sem ninguém me conhecer, paciência.
Como jornalista - teoricamente bem informado - conheci seu trabalho há poucos anos. Não lhe preocupa?
Várias pessoas, inclusive jornalistas que me entrevistam me dizem isso, que depois de ouvirem o som ou o show ficam chapados e se interessam pelo meu trabalho.
Você é a favor de disponibilizar as músicas para acesso livre na internet?
Em parte. A comunicação é importante. Os autores e produtores têm de receber algo em troca do investimento. Daqui a pouco vão perguntar: 'Porque vou gravar isso se traz prejuízo?'. Para as pessoas é ótimo, mas quanto custa um CD bem produzido, com orquestra? Uma hora deve haver uma regulamentação pra isso. Pra mim que sou alternativo tem seu lado bom. Para muita gente que está começando também serve para divulgar seu trabalho.
São oito discos (mais três livros) e só agora o reconhecimento com o Prêmio Tim de Música. Veio tardio?
Para mim, não. Para a maioria das pessoas foi supreendente. Estavam na solenidade artistas populares, como Caetano Veloso e Gilberto Gil e recebo o prêmio. O legal é que a eleição foi pela internet. As pessoas se mobilizaram. Ou seja: a vitória é do novo contexto; dos artistas que têm seu público; tem sua independência; seu selo. Sou artista desde os 18 anos. Meu público tem crescido, mas nunca fiz carreira. Na verdade fujo dos convites para compor música de novela e coisas do tipo. Até criei algumas indisposições com gravadores. E cada vez mais meu público é mais jovem. Não sou ligado aos elementos que me formaram musicalmente. Tenho buscado a renovação; uma maneira própria de tocar. Não é fácil ser original na música popular brasileira. Parte daí a estética do frio. Eu me perguntei: o que eu podia fazer do meu legado?
Seu novo álbum tem muita influência do samba. A parceria com o carioca Marcos Suzano foi uma busca por essa aproximação?
Não teve esse pragmatismo. A produtora sugeriu uma parceria para o disco, de preferência que fosse instrumentista já que meu trabalho é muito autoral. Ao longo do tempo fui dando conta do sentido de dividir o trabalho com o Suzano. Acho que foi significativo. Ele faz uma ponta entre a composição e o público, que presta mais atenção ao som do violão em meio à massa percussiva do Suzano e sua riqueza de texturas. Foi um trabalho de muita minúcia. Os timbres dos dois são diferentes. Deu quilo. No Rio Grande do Sul "deu quilo" é quando a coisa dá certo.
Depois de escutar seu mais novo Cd - Satolep Sambatown - até decorar cada sílaba melódica, pude assistir seu show na Bienal Internacional do Livro do Ceará, mês passado. Melhor: acompanhei cada minúcia da passagem de som. Oportunidade rara. Vitor Ramil esteve em Natal uma vez, convidado do Projeto Pixinguinha. Gostou da cidade e manifestou, antes de iniciar a entrevista, seu desejo de voltar a se apresentar na capital potiguar, num possível convite do Projeto Seis e Meia. Seria uma oportunidade de apresentar o que chama de Estética do Frio – uma tentativa de criação original de música. Não é pra menos. Um dos maiores críticos musicais do país, Zuza Homem de Melo definiu Vitor Ramil como “original em tudo o que faz”. Abaixo o leitor confere algumas palavras do gaúcho antes de sua apresentação na Bienal do Ceará:
Sérgio Vilar - O que é a estética do frio?
Vitor Ramil - Isso é assunto para dez páginas de jornal. É uma reflexão minha; uma autocrítica do meu trabalho. Não se trata da música já formulada. Na verdade é a busca que virou livro. Não é um movimento; não é um manifesto. É a necessidade de definir uma matriz nova para minha música. Não tem nada de determinismo. É importante que se diga que não se trata de compor no frio ou no calor. Nada tem a ver com o frio, no sentido climático.
Sua música guarda certa melancolia misturada ao samba, ao choro. Tudo isso faz parte da estética do frio?
Não penso dessa forma. Apenas busquei uma nova matriz. Comecei a desenvolver essa idéia no início dos anos 80: misturar várias essências que se misturam na superfície. Eu queria uma linguagem-síntese dos elementos formadores de minha música.
Quando falo em melancolia é uma melancolia gostosa como está presente no choro...
A melancolia é da minha personalidade. Infelizmente é comum associar a melancolia à tristeza. Esse é o problema. Tristeza não vende disco. Minha música é contemplativa; reflexiva e talvez termine como melancólica. Não é esse o propósito, mas é o propósito recusar isso. Quando me tornei independente isso veio à tona. Não deixo de compor lírico, erudito ou popular para agradar gravadora. Alimentar a falsa alegria não é pra mim. Minha música pode ser alegre, mas não vai chegar a ser um batuque baiano.
Como surgiram os primeiros contatos e a parceria com Jorge Drexler?
Surgiu quando gravei um disco na Argentina. Meu produtor, Pedro Asnar o encontrou eles trocaram discos: ele deu um dele e o Pedro deu um meu. Ele gostou, depois me ligou de Madri; ficamos amigos; depois tocamos e compomos juntos algumas vezes. Ele se identificou muito com a estética do frio, com minha forma de pensar.
Importa para você a falta de abertura da mídia televisiva e radiofônica ao seu trabalho?
Acho que importa pra todo mundo. Vou a Belém do Pará há muitos anos tocar e tenho um público grande lá porque as rádios tocam minha música. Muitas rádios argumentam que a música é complexa, mas tem público que quer escutar isso.
Alguns grupos e artistas preferem fugir do chamado "jabá"...
É muito injusto o que essas mídias fazem com a cultura brasileira. Isso trava o desenvolvimento artístico do país e impede o povão, a grande massa, de escutar coisas legais. Tem artista que batalha 24 horas por dia para estar na grande mídia. Meu pique é outro: é o da criação. Seu ficar velho sem ninguém me conhecer, paciência.
Como jornalista - teoricamente bem informado - conheci seu trabalho há poucos anos. Não lhe preocupa?
Várias pessoas, inclusive jornalistas que me entrevistam me dizem isso, que depois de ouvirem o som ou o show ficam chapados e se interessam pelo meu trabalho.
Você é a favor de disponibilizar as músicas para acesso livre na internet?
Em parte. A comunicação é importante. Os autores e produtores têm de receber algo em troca do investimento. Daqui a pouco vão perguntar: 'Porque vou gravar isso se traz prejuízo?'. Para as pessoas é ótimo, mas quanto custa um CD bem produzido, com orquestra? Uma hora deve haver uma regulamentação pra isso. Pra mim que sou alternativo tem seu lado bom. Para muita gente que está começando também serve para divulgar seu trabalho.
São oito discos (mais três livros) e só agora o reconhecimento com o Prêmio Tim de Música. Veio tardio?
Para mim, não. Para a maioria das pessoas foi supreendente. Estavam na solenidade artistas populares, como Caetano Veloso e Gilberto Gil e recebo o prêmio. O legal é que a eleição foi pela internet. As pessoas se mobilizaram. Ou seja: a vitória é do novo contexto; dos artistas que têm seu público; tem sua independência; seu selo. Sou artista desde os 18 anos. Meu público tem crescido, mas nunca fiz carreira. Na verdade fujo dos convites para compor música de novela e coisas do tipo. Até criei algumas indisposições com gravadores. E cada vez mais meu público é mais jovem. Não sou ligado aos elementos que me formaram musicalmente. Tenho buscado a renovação; uma maneira própria de tocar. Não é fácil ser original na música popular brasileira. Parte daí a estética do frio. Eu me perguntei: o que eu podia fazer do meu legado?
Seu novo álbum tem muita influência do samba. A parceria com o carioca Marcos Suzano foi uma busca por essa aproximação?
Não teve esse pragmatismo. A produtora sugeriu uma parceria para o disco, de preferência que fosse instrumentista já que meu trabalho é muito autoral. Ao longo do tempo fui dando conta do sentido de dividir o trabalho com o Suzano. Acho que foi significativo. Ele faz uma ponta entre a composição e o público, que presta mais atenção ao som do violão em meio à massa percussiva do Suzano e sua riqueza de texturas. Foi um trabalho de muita minúcia. Os timbres dos dois são diferentes. Deu quilo. No Rio Grande do Sul "deu quilo" é quando a coisa dá certo.
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O novo presidente da Capitania das Artes, César Revorêdo assume hoje o cargo e vai divulgar os nomes de sua equipe. Este blog já adiantou a maioria. Faltou a assessoria de imprensa, em que será mantigo o atual assessor, o chefe de reportagem do Diário de Natal, Dionísio Outeda. A pedido de Revorêdo, Dionísio irá reformular a equipe da revista Brouhaha. O convite para a editoria da revista, hoje ocupada pelo editor do caderno de cultura do DN, Moisés de Lima, foi feito ao jornalista Carlos de Souza. O conselho editorial da revista também será reformulado. Outro cargo mantido é o da diretora administrativa-financeira da Capitania, Valda. Em resumo: boa parte da equipe que realizou elogioso trabalho nos últimos seis anos foi mantida.