O título é de um texto belíssimo do sertanista Eloy de Souza, que também sabia das coisas e causos do mar. Bate uma saudade medonha dos cenários da minha Santa Rita; dos tempos de ócio e leituras praianas. Saudade também das crônicas que escrevia e que o tempo danoso me separa.
Eis os primeiros parágrafos de Os Pescadores. O texto foi extraído de Leituras Potiguares, do professor Antônio Fagundes, reeditado pelo Sebo Vermelho este ano:
"Eu que só tenho na vida o orgulho de conhecer a minha terra, não podia desconhecer a existência ingrata dos nossos pescadores, a luta contínua que os faz rijos de corpo e rijos de caráter, solitários a quem as longas horas de monotonia, passadas entre o mar e o céu,, habituaram ao silêncio e à reflexão.
O mar e o céu, eis os seus elementos. Na imensidade de um e de outro, mal desponta a estrela d'alva e os olhos buscam ansiosos a decifração do destino de mais um dia de trabalho. Uma nuvem presága que se levante no horizonte ou uma ondulação da vaga pronunciadora de tempestade ou de pescaria infeliz, e ei-los a se benzerem em intenção do Senhor Bom Jesus dos Navegantes, que os encoraja a não retrocederem do caminho que os conduz à jangada amiga, já repousada dos labores da véspera, e agora sobre os rolos a acenar o convite para nova luta".
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