Está desestimulante produzir cultura nesse elefante quase branco do Norte sem sorte. Seja no Estado ou na capital.
O produtor cultural Nelson Rebouças procurou a direção da Fundação José Gugu para pleitear R$ 8 mil a serem empregados na produção de uma coletânea de músicas apresentadas no projeto Poticanto. Isso para divulgar a música dos artistas locais na Feira de Música de Fortaleza, que acontece em agosto e da qual foi convidado.
A explicação dada foi a mesma dada para o pagamento do Prêmio Nubia Lafayette: "Não temos esse dinheiro". Ora, se os artistas já têm dificuldade em encontrar estúdio para gravação e ainda precisam arcar com parte dos custos, ainda por cima precisam se humilhar para receber o prometido pelo edital. É um absurdo.
Na esfera municipal, a burocracia (ou a desculpa de que estão arrumando a casa) ainda emperra o processo de pagamentos. Nesta semana o compositor e intérprete Geraldinho Carvalho foi bater à porta para receber cachês de shows do tempo de votz.
Basta dizer que a prefeitura ainda deve o pagamento do café da manhã servido no Dia da Poesia, ocorrido em março.
Pior. O artista plástico Venâncio Pinheiro prometeu entrar na justiça para conseguir o pagamento referente à decoração do carnaval!
E assim caminha a cultura de Poti.
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