Capenga? Mas os convidados são interessantes, a organização é ousada, o lugar é paradisíaco, a seleção musical é local, diversificada e talentosa, a programação é intensa, desde a manhã até à noite. Então, capenga por quê?
Ora, qual seria a causa? A visão pequena do poder público, lógico. Para um festival literário que se pretende entrar no calendário nacional e virar uma Festa Literária de Paraty, o investimento em divulgação é fundamental.
Mas a secretaria de Turismo bancará tão somente a hospedagem dos jornalistas interessados na cobertura do evento. Jornais, todos quebrados e pouco afeitos à cultura, têm de bancar transporte e alimentação. Em outros eventos literários tudo isso é pago. E com convites para jornalistas de outros Estados.
Tudo bem, é só o primeiro ano. Vamos analisar primeiro os resultados. Mas como cobrar de um evento sem o investimento necessário? Realmente estou curioso para conferir quem estará na tenda literária.
Quem serão os interessados em se deslocar de Natal até Pipa para assistir discussões literárias em uma tenda "climatizada"? Talvez os adeptos do clima shopping center. Talvez os que ainda apostem em eventos como esse. Talvez os fãs de Lobão. Ou quem sabe quem curte mais Pipa do que literatura. Quiças, quiças, quiças...
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