terça-feira, 24 de novembro de 2009
Do adeus silencioso
Quis segurar o crepúsculo de hoje. Ainda temo a noite, a volta pra casa. A solidão costumeira e solidária hoje é tormenta. Tento esquecer a data tão festejada em anos anteriores: Aniversários comemorados de maneira simples, como foi meu pai. Em 13 de janeiro completa um ano sem ele. Mais triste é a lembrança sem adeus, sem uma palavra sequer. O câncer maldito entregou ao meu pai seu destino mais indesejado. Morreu sem voz, sem lágrimas, sem me ouvir, sem me ver. Talvez um minuto de pressa e veria seu último suspiro. A dor daquela ausência me persegue; é companhia rotineira. Hoje seriam 62 anos vividos. De uma vida que poderia ainda ter sido, restaram mais algumas horas deste dia silencioso, alguns minutos de lágrimas e minha eterna saudade.
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