Quero deixar clara, se ainda não está, a minha relação com a imprensa.
Um contato com jornalistas na semana passada, no Rio de Janeiro, acabou gerando uma situação de evidente desrespeito para comigo. Um dos jornalistas assumiu postura muito diferente da situação de pressão própria do exercício da imprensa, à qual estou acostumado. O que surgiu então, em vez de entrevista, foram acusações reiteradas, embaladas na forma de pergunta – comportamento que até mesmo jornalistas críticos a mim nesse episódio detectaram, reconheceram como descabido e condenaram explicitamente.
Desrespeitado, retruquei. Fui, entretanto, infeliz na minha manifestação. Esta passou a impressão de que eu estava generalizando minha indignação para com a imprensa toda. Deixo claro: não tive qualquer intenção de generalizar, e nem generalizei. Não é esta a opinião que tenho sobre esta instituição. Sei de sua fundamental importância para a consolidação da nossa democracia. Sempre mantive relação franca e respeitosa com os órgãos de comunicação e com os jornalistas. Esta é minha história política.
Reconheço que a resposta – fruto da indignação frente às injustas acusações de que estaria fazendo campanha eleitoral e mau uso do dinheiro público – foi intempestiva. Minha indignação, ainda que legítima, permitiu sua descontextualização. Por isto me penitencio.
Lembro, entretanto, dois fatos que repõem a questão do folder, objeto da polêmica, nos seus devidos eixos: um, que os parlamentares do Congresso Nacional haviam recebido antecipadamente uma cópia do folder; dois, que ele já havia sido distribuído na Câmara, no Dia Nacional da Cultura (5 de novembro), data em que não gerou qualquer tipo de manifestação de descontentamento. Concluindo: o folder foi usado como pretexto para não discutir um projeto que, indiscutivelmente, vai beneficiar milhões de brasileiros – o Vale-Cultura.
(Juca Ferreira, ministro da Cultura)
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