Para ser ainda mais transparente, a prefeitura bem podia divulgar onde será empregado os R$ 221 mil que seriam pagos ao padre Fábio que, segundo ele disse no Programa do Faustão, volta a Natal em janeiro para mostrar seu novo CD. Pensei que viria para pregar o evangelho. Mas isso é coisa pra padre.
Já o padre Zezinho está longe da humildade santa de São Francisco. Claro. Mas talvez seja a mesma distância das celebridades da música e até da religião - caso de padre Fábio de Mello, ex-aluno de pe. Zezinho.
Pelo reconhecimento mundial, a carreira vitoriosa de quase cinco décadas, o padre mostra uma firmeza de caráter e sabedoria impressionantes. Uma entrevista de meia hora e uma conversa informal de outros 30 minutos mostrou que o ex-aluno Fábio está longe de superar o mestre Zezinho.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
A direita e o suplício de Papai Noel
Gilson Caroni Filho, na Carta Maior, via blog de Luiz Carlos Azenha
O ano se encerrou com interessantes contrapontos. As várias distinções honoríficas, prestadas ao presidente brasileiro pela imprensa internacional, fizeram desmoronar, como castelos de areia, a enxurrada de ritos sumários com que, a cada edição diária, a mídia nativa tentou desconstruir as realizações do governo petista e o capital simbólico acumulado pelo campo democrático-popular. O título de “Homem do Ano em 2009", concedido a Lula pelo Le Monde, o mais conceituado jornal da terra de Lévi-Strauss, representou " o suplício de Papai Noel" (*) para um jornalismo que se esmerou, com textos de contornos cada vez mais nítidos, em servir como porta-voz das forças mais reacionárias da sociedade brasileira
Mas não nos iludamos. Entre a ingenuidade de alguns e a esperteza de outros, a orientação geral é descarregar cargas de fait divers sobre as premiações, ocultando seu real significado. Não se está enaltecendo a habilidade política de um homem, seu carisma ou simpatia. O que está sendo reconhecido é algo de magnitude bem mais ampla: a pedagogia de fatos que, por sua evidência, ensinou à Nação que só passando a limpo suas instituições econômicas, políticas e culturais não corremos o risco de perder a nossa hora e a nossa vez.
O que está sendo objeto de elogios é um governo que não está perdendo a oportunidade de fazer as mudanças sociais há muito reclamadas. Contrariando as transições por alto que tanto marcaram a nossa história, Lula personifica a ruptura com acumulação de farsas que chega, hoje, ao seu ponto de ruptura definitiva. O que conquistamos não foi o aplauso fácil de um país que se verga a antigas estruturas coloniais, mas o respeito de quem assume o papel de sujeito da própria história.
A opção pelo aprofundamento da democracia, pelo crescimento com distribuição de renda, pela economia baseada no consumo interno e na redução de renda per capita é o que marca a mudança de rumo desde as eleições de 2002. Some-se a isso a afirmação de uma política externa independente, com práticas assertivas na afirmação de alguns princípios de relações internacionais, apontando para a busca de uma ativa coordenação soberana com atores relevantes da cenário mundial, e veremos que as diferenças conceituais com o antigo bloco de poder neoliberal são expressivas demais para não contrariar interesses arraigados na subalternidade, na soberania rarefeita.
Encerrado um ano exitoso, o que cabe às lideranças partidárias e à militância? Não confundindo realidade com desejo, buscar uma política de alianças que assegure maioria para a vitória de Dilma Rousseff nas próximas eleições. Dessa vez, há partidos políticos e quadros suficientemente qualificados para manter um projeto que se distingue pela coerência e nitidez de sua vocação transformadora. Mas não será um embate fácil. A direita dispõe de considerável capilaridade e do apoio logístico da mídia corporativa.
Diante deste quadro, as esperanças não repousam apenas em arranjos regionais. Para além das máquinas partidárias- e de elaborações teórico-metodológicas que precisam ser desenvolvidas- a capacidade de mobilizar a juventude, fazer com que ela se alie ao mundo do trabalho e a todos os setores até então oprimidos é fundamental. Estão nas forças sadias, detentoras de mecanismos precisos de clivagem, as chances que temos de evitar a perda de uma oportunidade única que a história está oferecendo. É preciso dar continuidade ao “suplício do Papai Noel". Mantê-lo no lado direito do espectro político. Que o povo brasileiro tenha um Feliz 2010!
* “O Suplício do Papai Noel” é um brilhante ensaio antropológico de Claude Lévi-Strauss, publicado no Brasil pela Editora Cosac Naify
Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil
O ano se encerrou com interessantes contrapontos. As várias distinções honoríficas, prestadas ao presidente brasileiro pela imprensa internacional, fizeram desmoronar, como castelos de areia, a enxurrada de ritos sumários com que, a cada edição diária, a mídia nativa tentou desconstruir as realizações do governo petista e o capital simbólico acumulado pelo campo democrático-popular. O título de “Homem do Ano em 2009", concedido a Lula pelo Le Monde, o mais conceituado jornal da terra de Lévi-Strauss, representou " o suplício de Papai Noel" (*) para um jornalismo que se esmerou, com textos de contornos cada vez mais nítidos, em servir como porta-voz das forças mais reacionárias da sociedade brasileira
Mas não nos iludamos. Entre a ingenuidade de alguns e a esperteza de outros, a orientação geral é descarregar cargas de fait divers sobre as premiações, ocultando seu real significado. Não se está enaltecendo a habilidade política de um homem, seu carisma ou simpatia. O que está sendo reconhecido é algo de magnitude bem mais ampla: a pedagogia de fatos que, por sua evidência, ensinou à Nação que só passando a limpo suas instituições econômicas, políticas e culturais não corremos o risco de perder a nossa hora e a nossa vez.
O que está sendo objeto de elogios é um governo que não está perdendo a oportunidade de fazer as mudanças sociais há muito reclamadas. Contrariando as transições por alto que tanto marcaram a nossa história, Lula personifica a ruptura com acumulação de farsas que chega, hoje, ao seu ponto de ruptura definitiva. O que conquistamos não foi o aplauso fácil de um país que se verga a antigas estruturas coloniais, mas o respeito de quem assume o papel de sujeito da própria história.
A opção pelo aprofundamento da democracia, pelo crescimento com distribuição de renda, pela economia baseada no consumo interno e na redução de renda per capita é o que marca a mudança de rumo desde as eleições de 2002. Some-se a isso a afirmação de uma política externa independente, com práticas assertivas na afirmação de alguns princípios de relações internacionais, apontando para a busca de uma ativa coordenação soberana com atores relevantes da cenário mundial, e veremos que as diferenças conceituais com o antigo bloco de poder neoliberal são expressivas demais para não contrariar interesses arraigados na subalternidade, na soberania rarefeita.
Encerrado um ano exitoso, o que cabe às lideranças partidárias e à militância? Não confundindo realidade com desejo, buscar uma política de alianças que assegure maioria para a vitória de Dilma Rousseff nas próximas eleições. Dessa vez, há partidos políticos e quadros suficientemente qualificados para manter um projeto que se distingue pela coerência e nitidez de sua vocação transformadora. Mas não será um embate fácil. A direita dispõe de considerável capilaridade e do apoio logístico da mídia corporativa.
Diante deste quadro, as esperanças não repousam apenas em arranjos regionais. Para além das máquinas partidárias- e de elaborações teórico-metodológicas que precisam ser desenvolvidas- a capacidade de mobilizar a juventude, fazer com que ela se alie ao mundo do trabalho e a todos os setores até então oprimidos é fundamental. Estão nas forças sadias, detentoras de mecanismos precisos de clivagem, as chances que temos de evitar a perda de uma oportunidade única que a história está oferecendo. É preciso dar continuidade ao “suplício do Papai Noel". Mantê-lo no lado direito do espectro político. Que o povo brasileiro tenha um Feliz 2010!
* “O Suplício do Papai Noel” é um brilhante ensaio antropológico de Claude Lévi-Strauss, publicado no Brasil pela Editora Cosac Naify
Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil
Da infidelidade masculina
Leitores, e principalmente leitoras, roubei o texto no twitter do amigo Tácito Costa. Eu sempre disse que esse cabra era perigoso (rs). Mas, nesse ponto, ciência e religião se unem. Basta lembrar que Abraão - o primeiro profeta - tinha várias madames à disposição.
Psicóloga francesa defende infidelidade masculina para ajudar o casamento
Uma das mais famosas psicólogas francesas causou polêmica ao defender, em um livro recém-lançado, que a infidelidade masculina é boa para o casamento.
No livro Les hommes, l’amour, la fidélité ("Os homens, o amor, a fidelidade"), Maryse Vaillant diz que a maioria dos homens precisa de “seu próprio espaço” e que para eles “a infidelidade é quase inevitável”.
Segundo a autora, as mulheres podem ter uma experiência “libertadora” ao aceitarem que “os pactos de fidelidade não são naturais, mas culturais” e que a infidelidade é “essencial para o funcionamento psíquico” de muitos homens que não deixam por isso de amar suas mulheres.
Para Vaillant, divorciada há 20 anos, seu livro tem o objetivo de “resgatar a infidelidade”. Segundo ela, 39% dos homens franceses foram infiéis às mulheres em algum momento de suas vidas.
Fraqueza de caráter
“A maioria dos homens não faz isso por não amar mais suas mulheres, Pelo contrário, eles simplesmente precisam de um espaço próprio”, diz a psicóloga.
“Para esses homens, que são na verdade profundamente monógamos, a infidelidade é quase inevitável”, afirma.
Para Vaillant, os homens que não têm casos extraconjugais podem ter “uma fraqueza de caráter”.
“Eles são normalmente homens cujo pai era fisicamente ou moralmente ausente. Esses homens têm uma visão completamente idealizada da figura do pai e da função paternal. Eles não têm flexibilidade e são prisioneiros de uma imagem idealizada das funções do homem”, afirma ela.
Psicóloga francesa defende infidelidade masculina para ajudar o casamento
Uma das mais famosas psicólogas francesas causou polêmica ao defender, em um livro recém-lançado, que a infidelidade masculina é boa para o casamento.
No livro Les hommes, l’amour, la fidélité ("Os homens, o amor, a fidelidade"), Maryse Vaillant diz que a maioria dos homens precisa de “seu próprio espaço” e que para eles “a infidelidade é quase inevitável”.
Segundo a autora, as mulheres podem ter uma experiência “libertadora” ao aceitarem que “os pactos de fidelidade não são naturais, mas culturais” e que a infidelidade é “essencial para o funcionamento psíquico” de muitos homens que não deixam por isso de amar suas mulheres.
Para Vaillant, divorciada há 20 anos, seu livro tem o objetivo de “resgatar a infidelidade”. Segundo ela, 39% dos homens franceses foram infiéis às mulheres em algum momento de suas vidas.
Fraqueza de caráter
“A maioria dos homens não faz isso por não amar mais suas mulheres, Pelo contrário, eles simplesmente precisam de um espaço próprio”, diz a psicóloga.
“Para esses homens, que são na verdade profundamente monógamos, a infidelidade é quase inevitável”, afirma.
Para Vaillant, os homens que não têm casos extraconjugais podem ter “uma fraqueza de caráter”.
“Eles são normalmente homens cujo pai era fisicamente ou moralmente ausente. Esses homens têm uma visão completamente idealizada da figura do pai e da função paternal. Eles não têm flexibilidade e são prisioneiros de uma imagem idealizada das funções do homem”, afirma ela.
2012 - O Ano da Profecia (uma ova!)
Terminadas as obrigações da manhã, permitam-me os leitores um desabafo chulo, rasteiro e infantil, para respeitar a essência do filme 2012 - O Ano da Profecia. Esclareço de antemão: reconheço o conceito e ideal do blockbuster. Mas há que se estabelecer um limite entre filmes comerciais bons e ruins. E o diretor Roland Emmerich produziu um filme desprezível sob todos os aspectos. Pior é que li críticas elogiosas. Não sei como isso possa acontecer. Não conseguir pinçar absolutamente nada de bom. Atuações pífias, efeitos especiais pobrérrimos, roteiro previsível, diálogos infantilizados. Mas o pior é querer filosofar em cima do poder da fé sob argumentos tão bestas. Pelamordedeus. Já fiquei com medo de ver Avatar.
Preveillon da Cidade
O Beco da Lama coleciona há décadas verdadeiros amantes daquele beco metido a avenida. Profissionais liberais, artistas e boêmios de toda estirpe convergem para aqueles chãos históricos da Cidade Alta. É por lá onde encontram a liberdade sem a prisão ideológica. Ou no máximo, as ideologias debatidas sob o manto da tolerância, do diálogo. Surgem discussões ácidas, abraços, futricas e ninguém arreda o pé. E para juntar os ingredientes na mesma sopa de letrinhas neste fim de ano, um evento pretende ingressar no calendário cultural de Natal: o Preveillon da Cidade.
O cantor Iggor Dantas está entre as atrações de hoje à noite
A partir das 20h, atrações musicais e o clima de confraternização entre artistas, produtores culturais e as pessoas que fazem o Centro Histórico acontecer em seu cotidiano de comércios, cervejas e causos estarão reunidos no Bardallos Comida e Arte (Rua Gonçalves Ledo, adjacências do Beco da Lama). O evento pretende quebrar a informalidade dos encontros casuais de mesa de bar para oficializar uma reunião de pessoas amigas e unidas no propósito comum de firmar o Centro Histórico com pólo cultural, gastronômico, boêmio e comercial.
Segundo o produtor cultural Marcelo Veni, este primeiro ano do Preveillon da Cidade servirá para mostrar aos gestores do município e potenciais patrocinadores a viabilidade do evento como atração do Natal em Natal nos próximos anos. "Foi tudo em cima da hora e não houve tempo de montarmos um projeto organizado para captar patrocínio e apoio. Vamos promover o evento para mostrar que dá certo. Escolhemos o dia 30 para poder reunir a classe artística, produtores e pessoas do Beco, já que no dia seguinte há outras atrações e prioridades", explica o produtor.
Nas dependências internas do Bardallos será montado um tablado para receber as atrações musicais. Marcelo Veni explica que a intenção é no próximo ano fechar a rua para montagem de um palco e melhor estrutura para o evento. "O centro da cidade tem vários eventos e atividades culturais que acontecem nos doze meses do ano. Alguns já estão nocalendário como Festival MPBeco, Carnaval e desfile das Kengas, Gardênia's Day, Festival Gastronômico Pratodomundo, entre outros. Falta um evento que reúna as pessoas e os visitantes do dia a dia do beco e bares do Centro na véspera da virada do ano", conclui Marcelo Veni.
Atrações
As atrações musicais deste primeiro Preveillon da Cidade serão a banda Azúcar Jeans e uma das revelações musicais do ano: Iggor Dantas. A banda Azúcar Jeans tem surgido no cenário potiguar com repertório eclético e dançante. Para o Preveillon da Cidade preparou um show recheado de clássicos que marcaram época no Brasil e no mundo. Sucessos do Barão Vermelho, Paralamas, Skank, Cazuza, Djavan, Amy Whinehouse, Michael Jackson, entre outros serão interpretados pela banda que tem em sua formação os músicos Jonathas Rodrigo (contrabaixo e vocal), Diego Moura (Guitarras e vocal) e Edney Sousa (bateria).
O nome da banda vem do apreço dos integrantes pela música latina. A palavra Azúcar é um termo bastante usado pelos caribenhos. Lembra algo desejado, festa, glamour. E o jeans é uma peça comum do vestuário usado por pessoas de todo o mundo e está em todos os lugares, assim como a música. "Juntamos e assim surgiu o Azúcar Jeans", explica o vocalista Jonathas Rodrigo. A banda faz sua estreia no Centro na noite do Preveillon da Cidade.
A outra atração é o jovem Iggor Dantas - uma das revelações do Festival MPBeco 2009 e desde então figura presente em grandes eventos da cidade. Com dois anos de carreira solo, Iggor Dantas tem a base dos seus shows focado no suingue e no balanço. Black music, samba funk e reggae permeiam suas apresentações. Sucessos de artistas como Tim Maia, Sandra de Sá, Seu Jorge, Cassiano e Jorge Ben Jor serão interpretados na festa, que promete ainda a música das doces discussões becodalamenses e presença de bambas do beco e o samba tradicionalmente bem tocado dos que apreciam o lugar sem moderação.
Préveillon Da Cidade
Quem: Banda Azúcar Jeans e Iggor Dantas
Quando: Hoje, às 20h
Onde: Bardallos Comida e Arte (Rua Gonçalves Ledo, adjacências do Beco da Lama)
Senhas: R$ 5
Contato: 9175-9870
* Matéria publiada hoje no Diário de Natal
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Tuitando com Fernando Mineiro
mineiropt Lamentavelmente, o projeto que garante recursos para o abastecimento d'água de Mossoró nem entrou em pauta. Por picuinhas eleitoreiras!
Ainda o Padre Fábio
Quanto mais leio a respeito desse Padre Fábio, mais tenho abuso dele. O vaidoso padre emo disse em pleno Programa do Faustão, no último domingo, que quer voltar a Natal de maneira diferente: encontrar uma instituição para dedicar o evento (leia-se, a grana) e mostrar o trabalho do seu novo CD.
Deus, o padre não sabe o que diz. E pode parecer rigor demasiado da minha parte. Mas, um padre de verdadeira vocação usaria outros termos. Mostrar o CD ou pregar o evangelho, a palavra de Cristo? O dito cujo é padre ou artista? Ou já existe a categoria que une ambos? Para padre Zezinho, ainda não.
Deus, o padre não sabe o que diz. E pode parecer rigor demasiado da minha parte. Mas, um padre de verdadeira vocação usaria outros termos. Mostrar o CD ou pregar o evangelho, a palavra de Cristo? O dito cujo é padre ou artista? Ou já existe a categoria que une ambos? Para padre Zezinho, ainda não.
Tuitando com a Casa da Ribeira
casadaribeira Jackson Garrido passa bem! Estivemos ontem com ele e com sua equipe medica... Em breve poderá ter alta!
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Da postura do secretário Jean Valério
A prefeita está mal assessorada. A opinião é quase unânime entre formadores de opinião. Mas dos bons secretários do organograma municipal é o de Comunicação, Jean Valério. O cara não tem culpa da má administração. E sabe respeitar os profissionais dentro do limite aceitável, como tem de ser.
Discordo da opinião do respeito irrestrito à imprensa. O advento dos blogs, twitter ou os portais (em menor proporção) piorou o já capenga jornalismo impresso em uma das principais exigências do bom jornalismo: a apuração. No afã da notícia em primeira mão se joga a informação sem a devida checagem. Se sabe de um boato e joga no twitter ou no blog. Essa prática tem virado quase uma nova cultura da informação. É um lado ruim da internet.
No twitter ou blog todo mundo vira jornalista. No jornal impresso, pelo menos, há uma estrutura para apuração: a pauta, a obrigação de ir à rua entrevistar, ouvir os lados em questão, registrar a imagem, voltar e escrever. Imagine agora um jornalista ou outro profissional em frente ao computador de casa. Ele recebe um telefonema de amigo ou lê um boato no twitter e publica a opinião a partir daquela informação. E logo ganha notoriedade.
Diante desse cenário ou coisa parecida a isso, Jean Valério tem sido comedido em seus comentários e abordagens. Não se pode exigir respeito irrestrito de quem não respeita o bom jornalismo. Ainda assim, ele sabe a complicação da briga com a mídia e engole no seco algumas opiniões. Essa postura faltou, por exemplo, ao jornalista Eugênio Bezerra. Ameaça a jornalista é imperdoável, ditatorial. Que se defenda com opinião contrária e até no mesmo nível da crítica.
A prefeitura tem sido achincalhada pela mídia, principalmente nos últimos dias. O Natal em Natal tem funcionado como adubo aos críticos de plantão. Mas muito foi desmentido e comprovadamente mostrado o contrário pela Comunicação municipal. Ao que parece, o cachê dos artistas do Auto de Natal foi pago. Eu mesmo ouvi e li de fontes confiáveis o contrário. Por falta de oportunidade não repliquei a notícia. É o mal da ânsia eletrônica.
Por outro lado, veio da mídia a descoberta do cachê milionário de Pe Fábio, o protesto dos artistas do Auto de Natal durante o show, a brutalidade do produtor de Bibi Ferreira, etc. Também as diferentes opiniões a respeito da programação e decoração natalina. Até aí, gosto é gosto. Eu achei de péssimo gosto a decoração. Quanto à programação, não comento; não assisti. Mas acho muito Auto para a cidade. E a realização de cada um é muito dispendioso. É uma opinião mais generalizada.
Pincei do twitter do secretário as seguintes frases: "Críticas são bem vindas. Servem de parâmetro para a administração avaliar erros, acertos e trabalhar para o aperfeiçoamento das políticas. Mas há de se distinguir a crítica da crítica pela crítica. Esta última delimita a fronteira do que alguns já classificam como lado político".
Mais adiante, Jean Valério escreve: "O jornalismo moderno, instantâneo, perde uma das suas grandes virtudes: O direito ao contraditório. Regras jornalísticas não são parâmetros. O parâmetro agora é a regra da boa convivência em sociedade. A constituição rege. Voto por esta liberdade. Tudo fica mais claro. E óbvio".
Em seguida, Jean critica a cobertura de um jornal impresso, que retira totalmente o papel da Arquidiocese na contratação do Pe Fábio. E por que não a réplica do secretário? Ele critica de forma respeitosa, sem ameaça ou ironia chinfrin. É quase uma defesa.
O problema de alguns profissionais é o rei na barriga. Quem fala o que quer, ouve o que não quer. Ação e reação. Dou meu voto a Jean e lamento a postura de Eugênio. A ponderação e as críticas servem de lado a lado. Parafraseando Jairo Lima, a falta de ética está presente na puta e no político.
Reunião de artistas amanhã
Artistas se reúnem às 9h de amanhã no IFET/RN da Av. Rio Branco (Antiga República das Arte) para debater a situação dos Circos e a construção de uma política cultural para o Estado do Rio Grande do Norte. "Temos pago um preço alto por não nos unirmos enquanto segmento social, que não luta, que não se mobiliza por seus direitos. Por isso esse momento é tão importante para a arte e a cultura Potiguar", afirma Lenilton Lima.
Durante o ano de 2009 assisti ao protesto frustrado em frente à Fundação José Gugu, à Conferência Estadual de Cultura, ao ciclo de debates com secretários de cultura de municípios do Estado promovido pela Funcarte o ano inteiro. De nada resultou. Tivemos o pior ano para a cultura potiguar dos últimos anos. Espero que essa reunião sirva para alguma coisa. Acho mais produtivo o debate voltado ao segmento circense. A construção de uma política cultural para a arte potiguar? Bom, boa sorte! Vale a intenção...
Durante o ano de 2009 assisti ao protesto frustrado em frente à Fundação José Gugu, à Conferência Estadual de Cultura, ao ciclo de debates com secretários de cultura de municípios do Estado promovido pela Funcarte o ano inteiro. De nada resultou. Tivemos o pior ano para a cultura potiguar dos últimos anos. Espero que essa reunião sirva para alguma coisa. Acho mais produtivo o debate voltado ao segmento circense. A construção de uma política cultural para a arte potiguar? Bom, boa sorte! Vale a intenção...
No submundo das drogas
A pedidos coloco aqui a matéria publicada sábado no Diário de Natal. Mostra aí como passei meu natal. E pior: como passam centenas, milhares de indigentes invisíveis aos olhos do poder público ou da sociedade. As histórias e ameaças a este repórter falam por si:
O submundo das ruas esconde realidades distantes da estrutura familiar tradicional. O torpor causado pelo consumo de drogas é quase premissa para suportar a sobrevivência desumana. “Pra sobreviver da rua eu arrombo, vendo meu corpo, faço meus role (sic)”. A frase é de um morador de rua visivelmente drogado. Chegou a ameaçar o repórter e a fotógrafa. Perambulava pelo Centro da Cidade na noite de natal quando um grupo de jovens da igreja se aproximou para doar alimentos e vestimentas. A reação foi semelhante à maioria dos pedintes: pedir dinheiro ou reclamar da pouca doação.
O grupo de jovens é coordenado pelo monsenhor Agnelo Dantas, responsável pela paróquia de Nossa Senhora da Apresentação (antiga catedral). Há 12 anos consecutivos eles se juntam para realizar o Natal Solidário. Colhem doações durante um mês para distribuir na noite natalina entre moradores de rua. Saem a pé da antiga catedral e percorrem ruas do Centro, da Ribeira, Rocas e chegam até a comunidade do Maruim. Além de alimento, roupas e presentes, doam também uma mensagem solidária. E no percurso, encontram uma periferia invisível aos olhos do poder oficial e da maioria dos cidadãos.
Os jovens se reúnem após a missa realizada às 22h30. As doações ficam guardadas em compartimentos da igreja. Neste ano a arrecadação foi considerada boa. Só de pães foram 1.370, com ajuda de um panificador amigo do padre. Outros 70 pacotes de bolacha, refrigerante e roupas. Os brinquedos haviam sido doados a hospitais de caridade. E outra leva das doações foi distribuída entre flanelinhas no dia 21, em confraternização também tradicional da paróquia. As irmãs do Patronato, responsáveis pela catequese e assistência da comunidade do Passo da Pátria e Areado também receberam uma parte.
Antes de saírem, há uma reunião em frente ao altar da igreja. Um dos fundadores do Natal Solidário, o farmacêutico Tiago Vieira divide o grupo em dois. O primeiro percorre as ruas do Centro. O segundo, as Rocas e Ribeira. Os homens precisam estar em número equiparado porque “é muito perigoso”. Em seguida, o padre Dalmário de Melo ressalta o sentido da ação: “A solidariedade é filha da virtude chamada compaixão. Se não houver compaixão, vira assistencialismo, pena. E não fomos convidados por Deus para ter pena de ninguém, mas para tomar para si a dor do outro. Isso é compaixão”.
O irmão do padre Dalmário, o estudante de Direito, Tiago de Melo tem opinião diferente das demais: “A fome tem pressa, como disse Martin Luther King. Mas porque não fazemos isso por um período longo? As pessoas não passam fome apenas no natal. Dessa maneira, incentivamos uma cultura de acomodação. Se não oferecer capacitação, só há dois caminhos para essa gente: ou vira marginal ou pedinte. O poder público e a sociedade precisam promover a inclusão intelectual, institucionalizar essas pessoas para que possam ganhar o seu sustento”, opinou.
São quase 1h quando os dois grupos ganham as ruas. O da Ribeira segue a pé com a retaguarda de um automóvel para levar as doações. O do Centro leva tudo em um carrinho de supermercado e um desses carrinhos usados por catadores de lixo, mais o auxílio de uma bicicleta com duas cestas acopladas. Os pontos mais críticos são a Praça Cívica, a Rua João Pessoa, no Centro e a comunidade do Maruim. Todos os anos há uma contabilidade de pessoas assistidas. Nos 12 anos da ação, o número caiu, segundo Tiago Vieira. Quando o grupo volta são quase 4h. A cada ano, cerca de 300 pessoas são recepcionadas pelo Natal Solidário.
No final, todos ganham
Monsenhor Agnelo foi enfático durante o sermão: “O Natal Solidário doa para colher em troca”. Esse é o pensamento geral dos jovens da Pastoral da Juventude, responsável pela ação. “É exatamente nesta ocasião que Deus se revela no sentido do natal. Na verdade, nós recebemos o presente. Vemos cenas que marcam o nosso coração. Olhares que nos penetram e que partilham a vida conosco. É impossível olhar no rosto destas pessoas e ficar indiferente à felicidade que brilha em seus olhos”, afirmou a estudante Thaísa Rafaella, de 21 anos. Muitos participantes levam a namorada ou parentes juntos. Outros preferem a companhia do gesto solidário ao da família. O sentimento em comum é um só: a satisfação.
João é nome fictício. Podia ser João Ninguém da Silva. Tanto faz. Ele é invisível à sociedade. Tem 32 anos. Vive na rua há “muitos”. Tem aparência boa, roupa limpa e olhos e linguajar tomados pela droga. “João” confessou que sobrevive de arrombamentos e da venda do corpo. Quando o grupo ofereceu roupas e alimento, ele preferiu dinheiro. “Mermão (sic), estou há três dias aqui na rua. Não tenho onde dormir, me arruma aí 80 centavos”. Padre Dalmário sugeriu ele procurar a comunidade Shalon, em Petrópolis. João achou perda de tempo. Depois, ameaçou quebrar a máquina da fotógrafa.
A família de João mora no Vale Dourado, Zona Norte. “Prefiro a rua porque sou viciado”. Segundo ele, já passou por Maceió, Rio de Janeiro e Recife. “Voltei porque lá a barra é mais pesada”. Em Natal, João “se vira”. Com o dinheiro conseguido nos roubos e na prostituição, até dorme em pousadas às vezes, compra roupa de grife. “Você ta vendo a aparência boa aqui, mas tu num sabe o que eu passo não”. E em seguida, ameaça o repórter: “Agora é xeque-mate. Ta ouvindo não? É xeque-mate, barão. Dispara que é melhor pra você”.
“Queria uma clínica com religiosidade”
O presente de natal do morador de rua David Lopes da Silva foi uma surra de cacetete logo cedo. Pastoradores de casas do entorno da Praça Pedro Velho (Cívica) têm esse costume vez ou outra. “Nem polícia bate na gente; só eles. Acordamos debaixo de porrada sem saber o porquê”, reclama. David, 24 anos, foi o único ali a conversar com a reportagem. João, outro morador, só falava em troca de dinheiro para fumar “baseado”, e também ameaçou a equipe após a fotógrafa registrar o ambiente em que vivem há anos.
David mora na Praça Cívica há 8 anos. Segundo ele, foi expulso de casa devido às drogas. “Não tenho coragem de voltar porque roubo tudo e vendo para comprar droga”. A família mora na Zona Norte. “Vive bem. Todos trabalham. Devem estar curtindo a ceia de natal”, diz. A dormida é rente ao Ginásio Djalma Maranhão. O café da manhã ele consegue pedindo de casa em casa. Segundo David, um restaurante próximo oferece almoço gratuito por volta das 15h. O banheiro do supermercado mais próximo, distante cerca de 200 metros, ou terrenos baldios é usado para as necessidades íntimas.
Ao contrário de outros moradores que reclamaram dinheiro em vez de alimento ou queria sempre mais diante do carrinho repleto de doações, David agradeceu o panetone, a camisa e pediu “uma clínica com religiosidade”: “Queria um curso, um trabalho para poder fazer uma família e ser atualizado com o mundo. E também uma clínica com religiosidade, com pessoa pra olhar pra você e dizer que você está transformado, porque sou dependente químico, como todos aqui. Mas ninguém olha pela gente”.
O submundo das ruas esconde realidades distantes da estrutura familiar tradicional. O torpor causado pelo consumo de drogas é quase premissa para suportar a sobrevivência desumana. “Pra sobreviver da rua eu arrombo, vendo meu corpo, faço meus role (sic)”. A frase é de um morador de rua visivelmente drogado. Chegou a ameaçar o repórter e a fotógrafa. Perambulava pelo Centro da Cidade na noite de natal quando um grupo de jovens da igreja se aproximou para doar alimentos e vestimentas. A reação foi semelhante à maioria dos pedintes: pedir dinheiro ou reclamar da pouca doação.
O grupo de jovens é coordenado pelo monsenhor Agnelo Dantas, responsável pela paróquia de Nossa Senhora da Apresentação (antiga catedral). Há 12 anos consecutivos eles se juntam para realizar o Natal Solidário. Colhem doações durante um mês para distribuir na noite natalina entre moradores de rua. Saem a pé da antiga catedral e percorrem ruas do Centro, da Ribeira, Rocas e chegam até a comunidade do Maruim. Além de alimento, roupas e presentes, doam também uma mensagem solidária. E no percurso, encontram uma periferia invisível aos olhos do poder oficial e da maioria dos cidadãos.
Os jovens se reúnem após a missa realizada às 22h30. As doações ficam guardadas em compartimentos da igreja. Neste ano a arrecadação foi considerada boa. Só de pães foram 1.370, com ajuda de um panificador amigo do padre. Outros 70 pacotes de bolacha, refrigerante e roupas. Os brinquedos haviam sido doados a hospitais de caridade. E outra leva das doações foi distribuída entre flanelinhas no dia 21, em confraternização também tradicional da paróquia. As irmãs do Patronato, responsáveis pela catequese e assistência da comunidade do Passo da Pátria e Areado também receberam uma parte.
Antes de saírem, há uma reunião em frente ao altar da igreja. Um dos fundadores do Natal Solidário, o farmacêutico Tiago Vieira divide o grupo em dois. O primeiro percorre as ruas do Centro. O segundo, as Rocas e Ribeira. Os homens precisam estar em número equiparado porque “é muito perigoso”. Em seguida, o padre Dalmário de Melo ressalta o sentido da ação: “A solidariedade é filha da virtude chamada compaixão. Se não houver compaixão, vira assistencialismo, pena. E não fomos convidados por Deus para ter pena de ninguém, mas para tomar para si a dor do outro. Isso é compaixão”.
O irmão do padre Dalmário, o estudante de Direito, Tiago de Melo tem opinião diferente das demais: “A fome tem pressa, como disse Martin Luther King. Mas porque não fazemos isso por um período longo? As pessoas não passam fome apenas no natal. Dessa maneira, incentivamos uma cultura de acomodação. Se não oferecer capacitação, só há dois caminhos para essa gente: ou vira marginal ou pedinte. O poder público e a sociedade precisam promover a inclusão intelectual, institucionalizar essas pessoas para que possam ganhar o seu sustento”, opinou.
São quase 1h quando os dois grupos ganham as ruas. O da Ribeira segue a pé com a retaguarda de um automóvel para levar as doações. O do Centro leva tudo em um carrinho de supermercado e um desses carrinhos usados por catadores de lixo, mais o auxílio de uma bicicleta com duas cestas acopladas. Os pontos mais críticos são a Praça Cívica, a Rua João Pessoa, no Centro e a comunidade do Maruim. Todos os anos há uma contabilidade de pessoas assistidas. Nos 12 anos da ação, o número caiu, segundo Tiago Vieira. Quando o grupo volta são quase 4h. A cada ano, cerca de 300 pessoas são recepcionadas pelo Natal Solidário.
No final, todos ganham
Monsenhor Agnelo foi enfático durante o sermão: “O Natal Solidário doa para colher em troca”. Esse é o pensamento geral dos jovens da Pastoral da Juventude, responsável pela ação. “É exatamente nesta ocasião que Deus se revela no sentido do natal. Na verdade, nós recebemos o presente. Vemos cenas que marcam o nosso coração. Olhares que nos penetram e que partilham a vida conosco. É impossível olhar no rosto destas pessoas e ficar indiferente à felicidade que brilha em seus olhos”, afirmou a estudante Thaísa Rafaella, de 21 anos. Muitos participantes levam a namorada ou parentes juntos. Outros preferem a companhia do gesto solidário ao da família. O sentimento em comum é um só: a satisfação.
João é nome fictício. Podia ser João Ninguém da Silva. Tanto faz. Ele é invisível à sociedade. Tem 32 anos. Vive na rua há “muitos”. Tem aparência boa, roupa limpa e olhos e linguajar tomados pela droga. “João” confessou que sobrevive de arrombamentos e da venda do corpo. Quando o grupo ofereceu roupas e alimento, ele preferiu dinheiro. “Mermão (sic), estou há três dias aqui na rua. Não tenho onde dormir, me arruma aí 80 centavos”. Padre Dalmário sugeriu ele procurar a comunidade Shalon, em Petrópolis. João achou perda de tempo. Depois, ameaçou quebrar a máquina da fotógrafa.
A família de João mora no Vale Dourado, Zona Norte. “Prefiro a rua porque sou viciado”. Segundo ele, já passou por Maceió, Rio de Janeiro e Recife. “Voltei porque lá a barra é mais pesada”. Em Natal, João “se vira”. Com o dinheiro conseguido nos roubos e na prostituição, até dorme em pousadas às vezes, compra roupa de grife. “Você ta vendo a aparência boa aqui, mas tu num sabe o que eu passo não”. E em seguida, ameaça o repórter: “Agora é xeque-mate. Ta ouvindo não? É xeque-mate, barão. Dispara que é melhor pra você”.
“Queria uma clínica com religiosidade”
O presente de natal do morador de rua David Lopes da Silva foi uma surra de cacetete logo cedo. Pastoradores de casas do entorno da Praça Pedro Velho (Cívica) têm esse costume vez ou outra. “Nem polícia bate na gente; só eles. Acordamos debaixo de porrada sem saber o porquê”, reclama. David, 24 anos, foi o único ali a conversar com a reportagem. João, outro morador, só falava em troca de dinheiro para fumar “baseado”, e também ameaçou a equipe após a fotógrafa registrar o ambiente em que vivem há anos.
David mora na Praça Cívica há 8 anos. Segundo ele, foi expulso de casa devido às drogas. “Não tenho coragem de voltar porque roubo tudo e vendo para comprar droga”. A família mora na Zona Norte. “Vive bem. Todos trabalham. Devem estar curtindo a ceia de natal”, diz. A dormida é rente ao Ginásio Djalma Maranhão. O café da manhã ele consegue pedindo de casa em casa. Segundo David, um restaurante próximo oferece almoço gratuito por volta das 15h. O banheiro do supermercado mais próximo, distante cerca de 200 metros, ou terrenos baldios é usado para as necessidades íntimas.
Ao contrário de outros moradores que reclamaram dinheiro em vez de alimento ou queria sempre mais diante do carrinho repleto de doações, David agradeceu o panetone, a camisa e pediu “uma clínica com religiosidade”: “Queria um curso, um trabalho para poder fazer uma família e ser atualizado com o mundo. E também uma clínica com religiosidade, com pessoa pra olhar pra você e dizer que você está transformado, porque sou dependente químico, como todos aqui. Mas ninguém olha pela gente”.
Reveillon de Natal - programação
A partir das 21h do dia 31 de dezembro, vários shows dos mais diversos estilos musicais - a maioria sem futuro - estarão acontecendo da praia da Redinha à Ponta Negra. Além das atrações artísticas, os tradicionais shows pirotécnicos farão parte da grande festa que brindará a chegada do novo ano.
Na praia de Ponta Negra, as atrações terão início às 21h30 com as apresentações do cantor Beto Barbosa, Sergynho e Banda Pimenta Nativa e o forró da banda Deixe de Brincadeira (sério mesmo, o nome é esse? eu é quem pergunto!).
Na Redinha a programação terá início às 21h com o Grupo Swingue no Sangue, Grafith e Papel Gomes. E ainda reclamam de bala perdida...
Já na Praia do Meio, a programação acontecerá em dois pontos: na estátua de Iemanjá e na quadra de esportes de Brasília Teimosa. Em frente à estátua de Iemanjá irão se apresentar, a partir das 21h, o cantor Duquinha e logo em seguida o performático Isaque Galvão. Pedrinho Mendes, Valéria Oliveira, Lane Cardoso e Cavaleiros do Forró serão as atrações da quadra de esportes de Brasília Teimosa, com as apresentações previstas para iniciar a partir das 21h.
PROGRAMAÇÃO
PONTA NEGRA
- Local: Orla de Ponta Negra.
- Data: 31.12.09
- Horário: 21h00 às 03h30
- Atrações:
* 21h30 às 23h00 - Beto Barbosa
* 23h30 às 01h30 - Sergynho e a Banda Pimenta Nativa
* 02h00 às 03h30 - Deixe de Brincadeira
REDINHA
- Local: Praia da Redinha
- Data: 31.12.09
- Horário: 21h00 às 03h00
- Atrações:
* 21h00 às 22h30 - Grupo Swingue no Sangue
* 23h00 às 01h00 - Grafith
* 01h30 às 03h00 - Papel Gomes
ESTÁTUA DE IEMANJÁ (PRAIA DO MEIO 1)
- Local: Em frente à estátua de Iemanjá
- Data: 31.12.09
- Horário: 21h00 às 03h30
- Atrações:
* 21h30 às 23h00 - Duquinha
* 23h30 às 01h30 - Isaque Galvão
QUADRA DE ESPORTE DE BRASÍLIA TEIMOSA (PRAIA DO MEIO 2)
- Local: Quadra de Esporte de BT
- Data: 31.12.09
- Horário: 21h00 às 03h30
- Atrações: Pedrinho Mendes, Valéria Oliveira, Lane Cardoso e Cavaleiros do Forró
Na praia de Ponta Negra, as atrações terão início às 21h30 com as apresentações do cantor Beto Barbosa, Sergynho e Banda Pimenta Nativa e o forró da banda Deixe de Brincadeira (sério mesmo, o nome é esse? eu é quem pergunto!).
Na Redinha a programação terá início às 21h com o Grupo Swingue no Sangue, Grafith e Papel Gomes. E ainda reclamam de bala perdida...
Já na Praia do Meio, a programação acontecerá em dois pontos: na estátua de Iemanjá e na quadra de esportes de Brasília Teimosa. Em frente à estátua de Iemanjá irão se apresentar, a partir das 21h, o cantor Duquinha e logo em seguida o performático Isaque Galvão. Pedrinho Mendes, Valéria Oliveira, Lane Cardoso e Cavaleiros do Forró serão as atrações da quadra de esportes de Brasília Teimosa, com as apresentações previstas para iniciar a partir das 21h.
PROGRAMAÇÃO
PONTA NEGRA
- Local: Orla de Ponta Negra.
- Data: 31.12.09
- Horário: 21h00 às 03h30
- Atrações:
* 21h30 às 23h00 - Beto Barbosa
* 23h30 às 01h30 - Sergynho e a Banda Pimenta Nativa
* 02h00 às 03h30 - Deixe de Brincadeira
REDINHA
- Local: Praia da Redinha
- Data: 31.12.09
- Horário: 21h00 às 03h00
- Atrações:
* 21h00 às 22h30 - Grupo Swingue no Sangue
* 23h00 às 01h00 - Grafith
* 01h30 às 03h00 - Papel Gomes
ESTÁTUA DE IEMANJÁ (PRAIA DO MEIO 1)
- Local: Em frente à estátua de Iemanjá
- Data: 31.12.09
- Horário: 21h00 às 03h30
- Atrações:
* 21h30 às 23h00 - Duquinha
* 23h30 às 01h30 - Isaque Galvão
QUADRA DE ESPORTE DE BRASÍLIA TEIMOSA (PRAIA DO MEIO 2)
- Local: Quadra de Esporte de BT
- Data: 31.12.09
- Horário: 21h00 às 03h30
- Atrações: Pedrinho Mendes, Valéria Oliveira, Lane Cardoso e Cavaleiros do Forró
Show de Khrystal cancelado
Motivado pela bonita luta dos que fazem o AUTO DE NATAL patrocinado pelo Governo do Estado, e empolgado pela presença deles no último show de Khrystal no Praia Shopping Musical no último sábado, anunciei que Khrystal e sua banda iriam se apresentar sem ônus nenhum no encerramento do Auto nesta terça-feira. Caindo na realidade, fui ver as condições de Sonorização do evento, e a estrutura que está lá só contempla a parte teatral do Evento. Sendo Assim, cancelo o que disse e a apresentação fica para outra oportunidade. O GOVERNO DO ESTADO NÃO TEM CULPA, A FUNDAÇÃO JOSE AUGUSTO IDEM, e a culpa é toda minha que sou um empolgado sem futuro.
Grato
Zé Dias
Grato
Zé Dias
Troféu Grande Ponto
Galera amiga, o jornalista, fotógrafo e cabra porreta, Alex Gurgel publicou em seu blog a tradicional premiação da cultura potiguar: o Troféu Grande Ponto, com os melhores do ano em cada área cultural. Todas as listas geral divergências. É natural. Mas reafirmo: são sempre oportunas. Na minha opinião, as escolhas mais equivocadas foram a de poeta e escritora. Não pela qualidade dos nomes publicados, mas pela excelência de nomes mais relevantes neste ano. Na área da poesia, por exemplo, Diva Cunha e Marize Castro produziram duas pérolas da literatura potiguar. Idem Nei Leandro, François Silvestre, Tarcísio Gurgel (que eu li) na prosa. Muita lembrança bacana, como o bar Lá na Carioca, mestre Elpídio, o Gardênia's Day... E de cá reforço o parabéns à jornalista Michelle Ferret, competentíssima, escolhida a melhor jornalista do ano. Vão lá, o link está aí ao lado: Grande Ponto.
De Iberê e Crispiniano
Ninguém se engane. A tal reforma do secretariado promovida pelo hoje vice-governador Iberê Ferreira de Souza não chegará ao prédio da Fundação José Gugu. As áreas de Segurança e Saúde – talvez as mais criticadas – são as mais ameaçadas. A Cultura, embora também inflamada pelas críticas, tem o elmo protetor do PT. São palavras de Crispiniano Neto, diretor geral da instituição: “Com Iberê eu fico. Tenho relacionamento muito bom com ele. No momento que eu quis sair, ele pediu pra eu ficar”.
domingo, 27 de dezembro de 2009
Agradecimentos
Para que a “pantera” da ingratidão não acompanhe minha sombra como “companheira inseparável”, como poetizou Augusto dos Anjos nos célebres “Versos Íntimos”, dedico esta última coluna do ano a alguns agradecimentos, oportunos ao período. Poderiam ser muitos, incabíveis no espaço. Escolhi poucos. Aqueles de favores e elogios descompromissados, mais verdadeiros:
Começo pelo mestre Deífilo Gurgel, sempre solícito e gentil às dúvidas deste eterno aprendiz das tradições populares e responsável por alguns dos momentos mágicos vividos na profissão-repórter: o encontro com Dona Militana e a viagem a Canguaretama em busca dos grupos de Fandango e Chegança, tudo estampado nas capas deste Diário de Natal, foram mágicos.
Lembro também do então presidente da Funcarte, César Revoredo ao confiar a editoria da nova revista cultural da Capitania a este colunista. Ao amigo Tácito Costa pelos elogios no prestigiado site Substantivo Plural – extensivo a Jairo Lima e Laurence Bittencourt.
Outros nomes a serem lembrados: Rubens Lemos Filho, Edgar Dantas, François Silvestre, Dácio Galvão, Chico Guedes, Nicolau Frederico e Afonso Laurentino, Estes, por gestos e posturas aparentemente pequenos, mas enormes dados o egoísmo, a desconfiança e a falta de gentilezas das esquinas do tempo-hoje. E claro, aos leitores que enviam e-mails, comentam nas ruas e bares, o meu obrigado.
O último agradecimento vai ao meu editor e amigo Moisés de Lima, apesar dos cortes e pesares. Reconheço também a confiança e o respeito mútuo entre chefe e dedicado subordinado. E cabe a ele mutilar ou não mais este último parágrafo. Fica o recado. Até 2010!
* Esse texto saiu publicado em minha coluna deste domingo, no Diário de Natal. E aproveito aqui para me redimir de um esquecimento grave. De todos os nomes citados, o principal seria o de Luiz Antônio Porpino, o Marechal Porpa. Nunca irei esquecer o que ele fez e se dispôs a fazer por mim, sobretudo quando da morte de meu pai. Na coluna da próxima semana corrigo essa falha.
Começo pelo mestre Deífilo Gurgel, sempre solícito e gentil às dúvidas deste eterno aprendiz das tradições populares e responsável por alguns dos momentos mágicos vividos na profissão-repórter: o encontro com Dona Militana e a viagem a Canguaretama em busca dos grupos de Fandango e Chegança, tudo estampado nas capas deste Diário de Natal, foram mágicos.
Lembro também do então presidente da Funcarte, César Revoredo ao confiar a editoria da nova revista cultural da Capitania a este colunista. Ao amigo Tácito Costa pelos elogios no prestigiado site Substantivo Plural – extensivo a Jairo Lima e Laurence Bittencourt.
Outros nomes a serem lembrados: Rubens Lemos Filho, Edgar Dantas, François Silvestre, Dácio Galvão, Chico Guedes, Nicolau Frederico e Afonso Laurentino, Estes, por gestos e posturas aparentemente pequenos, mas enormes dados o egoísmo, a desconfiança e a falta de gentilezas das esquinas do tempo-hoje. E claro, aos leitores que enviam e-mails, comentam nas ruas e bares, o meu obrigado.
O último agradecimento vai ao meu editor e amigo Moisés de Lima, apesar dos cortes e pesares. Reconheço também a confiança e o respeito mútuo entre chefe e dedicado subordinado. E cabe a ele mutilar ou não mais este último parágrafo. Fica o recado. Até 2010!
* Esse texto saiu publicado em minha coluna deste domingo, no Diário de Natal. E aproveito aqui para me redimir de um esquecimento grave. De todos os nomes citados, o principal seria o de Luiz Antônio Porpino, o Marechal Porpa. Nunca irei esquecer o que ele fez e se dispôs a fazer por mim, sobretudo quando da morte de meu pai. Na coluna da próxima semana corrigo essa falha.
sábado, 26 de dezembro de 2009
Pe Fábio explica cachê durante show
Durante o show em comemoração aos 410 anos da cidade e aos centenário da Diocese de Natal ocorrido sexta-feira no Machadão, padre Fábio de Melo pediu licença para explicar ao público natalense a polêmica veiculada pela imprensa potiguar de que seu cachê teria sido no valor de R$ 221 mil.
“No dia de ontem, fui surpreendido com a notícia publicada na internet, de maneira maldosa, de que meu cachê era de mais de R$ 200 mil. Fui professor de hermenêutica e sei que toda frase pede contexto e por isso gostaria de explicar a vocês algo de bastidor”, declarou o padre.
Fábio de Melo explicou que o show em Natal estava “costurado com mais três eventos no Nordeste”. “Fazer show no NE realmente é caro, especialmente em uma data como o natal, na qual não podemos tirar nossos profissionais de casa sem pagar dobrado a eles. Além disso, não poderíamos contar com vôos comerciais porque tínhamos compromissos em Taubaté (SP) na manhã de hoje, por isso a necessidade de um jato, que custa cerca de R$ 90 mil. Infelizmente, os eventos em João Pessoa (PB), Fortaleza (CE) e em uma cidade do interior foram cancelados. Liguei para ela na quinta-feira, me dispus a cancelar o evento e a vir apenas para participar da celebração para estar com o povo de Natal, mas a prefeita Micarla de Sousa não quis ferir o compromisso. Esta situação não depende de nos. Tenho consciência e faço questão de dizer que não recebi R$ 200 mil”, enfatizou.
“Gostaria de dizer para Natal, para igreja de Dom Matias, padres e bispos presentes que nós nos comprometemos a, dentro de uma temporada de shows no NE que faremos em breve, a vir novamente a Natal, cantar de graça. Fazemos questão de escolhe uma obra que mereça esta doação, esta graça”, afirmou.
Padre Fábio continuou a falar com as pessoas que lotaram o Machadão sobre o uso do dinheiro público. “Gostaria de pedir desculpas pela notícia maldosa. Não vou mentir, o custo foi este mesmo, mas pelas razões que explicamos. Quero voltar aqui para devolver cada centavo pago por este show, pois para nós o principal motivo de estarmos aqui foi a alegria de atender ao pedido da prefeita que disse que o povo de Natal estava esperando. Eles querem colocar o caráter da gente em notícia curta. Não deixe que façam isso com você. Queria vir à Natal e sair com o coração tranqüilo”, ressaltou o padre.
Parceria com a Arquidiocese
A programação do aniversário da capital potiguar foi organizada em parceria com a Arquidiocese de Natal. E, de acordo com o padre Carlos Sávio, secretário geral do centenário da Diocese e assessor nacional do setor da juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), “o show do padre Fábio de Melo traz para nós um convite a refletirmos acerca da importância desta data que deve ser comemorada com o que há de mais bonito, pois o aniversariante é Jesus Cristo, princípio e fim de todas as coisas. Precisamos compreender que esta data deve ser vista com muito entusiasmo. Quero agradecer à Prefeitura de Natal, em nome da comissão, por atender à todas as solicitações que a Igreja tem feito. Todo esforço feito por nós, a Igreja e a Prefeitura, é extremamente válido, pois Jesus Cristo merece muito mais, tendo em vista que ele deu a vida por nós”, declarou padre Carlos Sávio.
A celebração
Os portões do Machadão foram abertos às 15 horas e desde então o público, que contribuiu para a celebração natalina com a doação de 1 kg de alimento não perecível, não parou de chegar, até o encerramento da festa, às 23h30. Os alimentos arrecadados serão utilizados nas ações de solidariedade realizadas pela Arquidiocese de Natal.
Tuitando com Pe Fábio de Melo
pefabiodemelo Este foi um ano de muitas mudanças na minha vida. Perdi o controle de muita coisa. Quero fazer deste Natal um tempo de recomeço.
Vai começar a Festa
Natal assiste o último dos três grandes autos natalinos na noite de hoje. A Festa do Menino Deus é um musical campal. Reúne ópera, danças populares, teatro, circo e dança clássica. Uma verdadeira seleção de nomes compõe o material humano responsável pelo espetáculo. Os chãos históricos da Ribeira receberão a estrutura do show, em frente ao Teatro Alberto Maranhão. A partir das 19h, 80 artistas potiguares, entre bailarinos, dançarinos de quadrilhas estilizadas, atores, cantores líricos e artistas circenses sobem ao palco para contar a história do Menino Deus sob o manto das tradições potiguares.
A Festa do Menino Deus conta a história do nascimento do Menino Jesus a partir das margens do Rio Potengi. Habitantes das redondezas sofrem com as dificuldades do cotidiano. Maria, estéril, lavadeira do Potengi, faz promessa à Nossa Senhora da Apresentação, padroeira da cidade do Natal: se conseguir engravidar, contará a história de Jesus até os fins dos seus dias. Maria engravida. Nossa.Senhora da Apresentação aparece e Maria e seu marido encenam A Festa do Menino Deus com os brincantes do Boi de Reis. Muita dança e cantos em louvor ao Deus nascido.
Nos dois anos anteriores de realização do Auto, foi considerado pela crítica como o espetáculo mais bonito encenado em Natal. Este ano, recebeu cortes de aproximados 20%no orçamento do espetáculo. Para manter a qualidade da apresentação, os coordenadores decidiram eliminar a estrutura de camarote, economizar nos fogos de artifício e reduzir de cinco para quatro dias de show. O Auto começa hoje e prossegue até terça-feira, sempre às 19h e no Largo Dom Bosco, na Ribeira. O acesso ao público é gratuito para assistir um dos grandes encontros das artes cênicas do Estado.
A Festa do Menino Deus tem direção geral de João Marcelino, texto do dramaturgo Racine Santos e a música de Danilo Guanais. A coreógrafa Wanie Rose Medeiros assina toda a composição coreográfica. O cenário leva a assinatura do arquiteto Haroldo Maranhão. Ivonete Albano é responsável pela produção executiva. A direção de imagens é de Wilberto Amaral. Ao todo, são 150 artistas envolvidos: costureiras, aderecistas, contra-regras, engenheiro de som, diretores de vídeo, iluminador, sonoplastas, camareiras, cantores, maquiadores...
O processo de escolha dos participantes difere dos demais autos natalinos, onde é promovido teste de audição. Segundo o diretor geral, João Marcelino, cada participante foi escolhido a dedo, sem pré-seleção por intermédio de testes. “Trabalhamos no meio e conhecemos o trabalho de cada um. Então, convidamos as pessoas certas para cada personagem”. Os artistas são todos potiguares, vindos de diferentes municípios do Estado: Acari, Mossoró, Macaíba, Santa Cruz, etc. “Durante seis meses (de ensaios e preparação do espetáculo) alimentamos sonhos”, disse o diretor.
Este será o terceiro ano consecutivo de apresentação do evento, sempre com direção geral de João Marcelino e texto de Racine Santos. A primeira edição foi realizada no Palácio da Cultura (Cidade Alta). No ano passado, foi transferido ao Anfiteatro do Campus. Este ano migrou para a Ribeira. A Festa do Menino Deus é a continuação do auto natalino Presente de Natal, encenado por dez anos e idealizado pela diretora Diana Fontes. O Presente de Natal foi desmembrado do Governo do Estado e será realizado este ano na Praça de Mirassol, ainda patrocinado pelo executivo estadual e sob a chancela de Diana Fontes.
Um Presente de Natal vai à Zona Norte
O espetáculo Um Presente de Natal encerrou temporada de três dias de apresentação na Praça da Árvore, no conjunto Mirassol e transfere a mesma estrutura de palco e logística à Zona Norte para mais dois dias de encenação. Os shows começam hoje na Praça Iapssara Aguiar, no conjunto Santa Catarina (próximo ao Nordestão). O Auto é o mais tradicional da cidade. Durante 11 anos ininterruptos encantou o público com apresentações no Palácio da Cultura (Cidade Alta) e as famosas tiradas cênicas nas janelas da fachada do prédio histórico.
Um Presente de Natal esteve parado nos últimos dois anos. Foi resgatado este ano pela parceria entre Governo do Estado e Prefeitura do Natal. A idéia inicial da diretora geral, Diana Fontes, era a de promover espetáculos mambembes, itinerantes entre bairros da periferia de Natal. O orçamento estimado para tal seria de R$ 195 mil. Diante dos R$ 80 mil captados pelas leis de incentivo cultural, o espetáculo ficou estático em Mirassol durante três dias e agora migra para a Zona Norte para mais duas apresentações.
A Festa do Menino Deus
Quando: de hoje à terça-feira
Hora: sempre às 19h
Local: Largo Dom Bosco, Ribeira (em frente ao TAM)
Acesso gratuito
Um Presente de Natal
Quando: hoje e amanhã
Hora: sempre às 20h
Local: Praça Iapssara Aguiar, Santa Catarina (próximo ao Nordestão)
Acesso gratuito
* Matéria publicada hoje no Diário de Natal
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Imbecil o produtor de Bibi Ferreira
Um completo imbecil o produtor da atriz Bibi Ferreira, chamado Nilson Raman. Na coletiva concedida na noite de ontem, antes do show, ele expulsou os jornalistas presentes após uma pergunta corriqueira e oportuna. A competente repórter do Diário de Natal, Erta Souza perguntou tão somente se a atriz cogitava encerrar sua carreira após aquele show. Essa possibilidade correu os ouvidos de Natal. Eu mesmo coloquei a informação no lide da minha matéria (é só ler mais abaixo). Ora, Bibi Ferreira conta longos e bem vividos 87 anos. Já afirmou, em 2003 e ao próprio DN, que encerraria a carreira no ano seguinte. A pergunta não só é despida de qualquer grosseria quanto necessária, oportuna. O produtor provavelmente é uma bicha afetada com remorso de perder a boquinha em produzir a atriz. A repórter chegou aos prantos à redação. Um absurdo.
Padre recebe maior cachê da história do RN
Parabéns à prefeitura municipal: conseguiu quebrar o recorde de maior absurdo da história do show business potiguar. Pagar R$ 221 mil ao padre Fábio de Melo é rasgar o bolso do contribuinte. Foi pra isso o pedido de empréstimo de R$ 300 milhões: para gastar em atrações a peso de ouro em troca de votos e popularidade a partir de ações popularescas? Sou muito mais o padre Zezinho, que faz show terça-feira no Papódromo. Lembro da contratação de um show de Leonardo na Praia dos Artistas que também gerou críticas da mídia. À época, o cantor no auge, custou R$ 200 mil. A prefeita superou as expectativas mais pessimistas. Em nome de Deus (ou da Rosa?), livrai-nos do mal!
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Roque Santeiro no cinema em 2010
O filme de longa metragem Roque Santeiro - releitura do sucesso homônimo da teledramaturgia brasileira - iniciou a captação de patrocínio. A expectativa da produção é dar início às filmagens entre os meses de março e maio de 2010. O elenco será formado por Fernanda Torres, que viverá a Viúva Porcina, Antônio Fagundes como Sinhozinho Malta, Lázaro Ramos interpretará Roque Santeiro e Chico Anísio encarna o Cego Jeremias. A direção é de Daniel Filho e roteiro de Aguinaldo Silva. O projeto consiste em fazer uma releitura da obra e transportá-la para os tempos atuais. O filme é uma iniciativa da Globo Filmes e Lereby Produções. Não deve vir nada perto do que foi a novela - clássico de Dias Gomes.
As Testemunhas
Neste sábado, o drama As Testemunhas (2007), de André Téchine, entra em cartaz no Cine Cult. Permanece em cartaz no Cinemark do Midway até 31 de dezembro e no ingrato horáro das 14h. O filme se passa em 1984 e deve ser uma suruba só. O médico de meia-idade Adrien (Michel Blanc) conhece durante uma viagem de verão o jovem Manu (Johan Libéreau), por quem desenvolve uma paixão platônica. No mesmo local, eles conhecem o casal formado pela escritora Sarah (Emmanuelle Béart) e o policial Mehdi (Sami Bouajila). No verão seguinte, após a chegada da Aids dentro da comunidade homossexual parisiense, eles se reencontram na mesma cidade. E aí, tchan, tchan, tchan, tchan...
Salão de Artes Visuais da Cidade do Natal
Encerra na próxima quarta-feira as inscrições para o 13º Salão de Artes Visuais da Cidade do Natal. Nesta edição o salão homenageia o artista potiguar Rossini Perez e irá selecionar 18 artistas nas categorias: Desenho, Escultura, Intervenção Urbana, Fotografia, Gravura, Instalação, Poesia Visual, Objeto, Performance, Pintura, Vídeo Arte e Arte Digital. Os artistas selecionados receberão cada um a premiação no valor de R$ 1.350,00 e pela primeira vez haverá uma premiação para a realização de dois ensaios teóricos no valor de R$ 1.000,00, cada.
Nietzsche por R$ 2
Sintomático? Acho que não...
Por Fabio Victor
da Folha de S.Paulo
Na plataforma de embarque da estação do metrô Consolação, Márcia de Freitas primeiro comprou, por R$ 3, uma edição de contos de Machado de Assis. Cavoucou a carteira, achou uns trocados e resolveu levar também "A Volta ao Mundo em 80 Dias", de Julio Verne, também a R$ 3. Aí a máquina travou.
O livro caiu em pé, impedindo a abertura da tampa de coleta. Para se queixar depois, Marta anotou telefone e e-mail da empresa 24x7 Cultural, que opera o serviço, e embarcou só com o Machado.
A máquina de vender livros da Consolação é uma das 16 espalhadas por sete estações do metrô paulistano - há também uma na estação Carioca, no Rio.
Começaram a funcionar em 2003 e, segundo a operadora, acabam de alcançar a soma de 1 milhão de livros vendidos.
De clássicos nacionais a autoajuda; de obras técnicas (manuais de Excel e matemática) a compêndios sobre pensadores; de livros infantis a policiais, oferecem uma miscelânea.
E, como de quase tudo se vende, compra-se de quase tudo, inclusive muito Nietzsche. O filósofo alemão é o autor com mais títulos à venda, 19, que seduziram 36 mil compradores desde 2004. "Assim Falava Zaratustra" e "Humano, Demasiado Humano" são os best-sellers nietzschianos, 9.000 exemplares de cada um no período.
Obras de domínio público, como as de Nietzsche e Arthur Conan Doyle, criador de Sherlock Holmes --e autor mais vendido no metrô--, compõem boa parte da oferta, o que ajuda a baixar o preço. Outro facilitador são as edições simples, de papel barato e pequenos formatos. Custam de R$ 2 a R$ 10 --a maioria entre R$ 3 e R$ 5.
Márcia, a do livro preso, tem 27 anos, mora em Itaquaquecetuba (Grande São Paulo), estuda letras numa faculdade na Barra Funda e trabalha num restaurante na região da avenida Paulista. Passa três horas por dia dentro de algum transporte público. "Comprei pelo preço e pela rapidez, porque não tenho tempo de parar numa livraria. Mas tenho tempo de sobra pra ler no metrô, no trem e no ônibus", explica.
O dono da 24x7, o médico Fabio Bueno Netto, 50, pensou mesmo em explorar a agilidade de um serviço expresso, ao importar máquinas projetadas para vender salgadinhos e adaptá-las para livros.
Cada equipamento comporta 280 volumes. Segundo Netto, são vendidos cerca de 500 por dia --15 mil/mês, 180 mil/ano.
Num mercado de 211 milhões de livros por ano (dados da Fipe de 2008), é pouco. Mas às vezes as máquinas alcançam façanhas, como a venda de 3.300 exemplares de "Dom Casmurro", de Machado de Assis, em dez dias, em novembro --o livro estava na lista dos vestibulares da Fuvest, da Unicamp e da PUC-SP. Um potencial best-seller tem, no mercado tradicional, tiragem inicial de 10 mil exemplares, às vezes menos.
A 24x7 compra os livros de mais de 60 editoras. O escritório-depósito da empresa é abarrotado de livros. Netto, um sujeito alto e de fala mansa, que jura que falhas das máquinas como a vivida por Márcia são raras, parece não se afetar com a bagunça. Ele conta que pede a ajuda da secretária para selecionar as obras que compra.
"O critério é de exclusão: não ponho pornografia, violência pura, política partidária nem livros doutrinários. A partir daí vejo qualidade de edição e os títulos que podem contribuir para conscientizar a população."
O Metrô, que saúda a iniciativa do empresário, cobra R$ 700 por mês por m2 (que comporta uma ou duas máquinas) pela autorização de uso, baseada num regulamento para exploração das áreas destinadas a comércio e serviços.
René, o Bom
A estação da Sé, por onde circulam diariamente 750 mil pessoas, concentra o maior número de máquinas: sete. Logo após a catraca, há duas, separadas por poucos metros.
O funcionário público René Barreto, 45, parou numa, escrutinou sem sucesso e foi até a outra, onde tampouco tinha o que buscava: a edição de bolso de "Jeremias, o Bom", o generoso personagem de Ziraldo. "Sempre levo para presentear amigos. Já comprei uns 12 nas máquinas", diz ele, que fica em média meia hora por dia no metrô. "A vantagem [do serviço] é mostrar às pessoas que elas podem comprar livro barato. Três reais é dinheiro de pinga."
Por Fabio Victor
da Folha de S.Paulo
Na plataforma de embarque da estação do metrô Consolação, Márcia de Freitas primeiro comprou, por R$ 3, uma edição de contos de Machado de Assis. Cavoucou a carteira, achou uns trocados e resolveu levar também "A Volta ao Mundo em 80 Dias", de Julio Verne, também a R$ 3. Aí a máquina travou.
O livro caiu em pé, impedindo a abertura da tampa de coleta. Para se queixar depois, Marta anotou telefone e e-mail da empresa 24x7 Cultural, que opera o serviço, e embarcou só com o Machado.
A máquina de vender livros da Consolação é uma das 16 espalhadas por sete estações do metrô paulistano - há também uma na estação Carioca, no Rio.
Começaram a funcionar em 2003 e, segundo a operadora, acabam de alcançar a soma de 1 milhão de livros vendidos.
De clássicos nacionais a autoajuda; de obras técnicas (manuais de Excel e matemática) a compêndios sobre pensadores; de livros infantis a policiais, oferecem uma miscelânea.
E, como de quase tudo se vende, compra-se de quase tudo, inclusive muito Nietzsche. O filósofo alemão é o autor com mais títulos à venda, 19, que seduziram 36 mil compradores desde 2004. "Assim Falava Zaratustra" e "Humano, Demasiado Humano" são os best-sellers nietzschianos, 9.000 exemplares de cada um no período.
Obras de domínio público, como as de Nietzsche e Arthur Conan Doyle, criador de Sherlock Holmes --e autor mais vendido no metrô--, compõem boa parte da oferta, o que ajuda a baixar o preço. Outro facilitador são as edições simples, de papel barato e pequenos formatos. Custam de R$ 2 a R$ 10 --a maioria entre R$ 3 e R$ 5.
Márcia, a do livro preso, tem 27 anos, mora em Itaquaquecetuba (Grande São Paulo), estuda letras numa faculdade na Barra Funda e trabalha num restaurante na região da avenida Paulista. Passa três horas por dia dentro de algum transporte público. "Comprei pelo preço e pela rapidez, porque não tenho tempo de parar numa livraria. Mas tenho tempo de sobra pra ler no metrô, no trem e no ônibus", explica.
O dono da 24x7, o médico Fabio Bueno Netto, 50, pensou mesmo em explorar a agilidade de um serviço expresso, ao importar máquinas projetadas para vender salgadinhos e adaptá-las para livros.
Cada equipamento comporta 280 volumes. Segundo Netto, são vendidos cerca de 500 por dia --15 mil/mês, 180 mil/ano.
Num mercado de 211 milhões de livros por ano (dados da Fipe de 2008), é pouco. Mas às vezes as máquinas alcançam façanhas, como a venda de 3.300 exemplares de "Dom Casmurro", de Machado de Assis, em dez dias, em novembro --o livro estava na lista dos vestibulares da Fuvest, da Unicamp e da PUC-SP. Um potencial best-seller tem, no mercado tradicional, tiragem inicial de 10 mil exemplares, às vezes menos.
A 24x7 compra os livros de mais de 60 editoras. O escritório-depósito da empresa é abarrotado de livros. Netto, um sujeito alto e de fala mansa, que jura que falhas das máquinas como a vivida por Márcia são raras, parece não se afetar com a bagunça. Ele conta que pede a ajuda da secretária para selecionar as obras que compra.
"O critério é de exclusão: não ponho pornografia, violência pura, política partidária nem livros doutrinários. A partir daí vejo qualidade de edição e os títulos que podem contribuir para conscientizar a população."
O Metrô, que saúda a iniciativa do empresário, cobra R$ 700 por mês por m2 (que comporta uma ou duas máquinas) pela autorização de uso, baseada num regulamento para exploração das áreas destinadas a comércio e serviços.
René, o Bom
A estação da Sé, por onde circulam diariamente 750 mil pessoas, concentra o maior número de máquinas: sete. Logo após a catraca, há duas, separadas por poucos metros.
O funcionário público René Barreto, 45, parou numa, escrutinou sem sucesso e foi até a outra, onde tampouco tinha o que buscava: a edição de bolso de "Jeremias, o Bom", o generoso personagem de Ziraldo. "Sempre levo para presentear amigos. Já comprei uns 12 nas máquinas", diz ele, que fica em média meia hora por dia no metrô. "A vantagem [do serviço] é mostrar às pessoas que elas podem comprar livro barato. Três reais é dinheiro de pinga."
Tuitando com Fernando Mineiro
mineiropt As emendas, que deveriam ser publicadas antes da votação, até hoje não apareceram. Desrespeito e indiferença da própria Assembléia.
Do blogueiro: Ainda estou pasmo com tanta falta de transparência e cobertura da mídia. Pode ser exagero, mas um episódio deste poderia abrir algumas gavetas secretas da Assembleia Legislativa, que se posa de eficiente e íntegra.
Do blogueiro: Ainda estou pasmo com tanta falta de transparência e cobertura da mídia. Pode ser exagero, mas um episódio deste poderia abrir algumas gavetas secretas da Assembleia Legislativa, que se posa de eficiente e íntegra.
La vie com Bibi Ferreira
A diva do teatro e dos palcos brasileiros pode encerrar trajetória de quase 70 anos hoje em Natal
A relação de Bibi Ferreira com Natal é contemporânea à carreira profissional de quase 70 anos de palco. Desde o início da década de 40, quando estreou profissionalmente no teatro, a então adolescente Abigail Izquierdo Ferreira visitava a capital potiguar acompanhada do pai, o ator Procópio Ferreira. Hoje, ela volta acompanhada da Orquestra Sinfônica de Natal para uma apresentação histórica à cidade e, talvez, ao Brasil. O tradicional show em que interpreta a diva francesa Edith Piaf há 26 anos pode marcar o fim da relação da atriz, compositora e intérprete com os palcos.
O nome de Bibi Ferreira foi o único a merecer aplausos calorosos durante apresentação da programação do Natal em Natal. A atriz, nome de teatro municipal em São Paulo será a atração musical do Auto de Natal de hoje. A apresentação será no Anfiteatro do Campus, por volta das 21h30, logo após o encerramento da última encenação do Auto em 2010. No mesmo palco estarão os 53 músicos da Banda Sinfônica da Cidade do Natal. O caminho à perfeita sintonia melódica será facilitado pela experiência de Bibi no palco do Anfiteatro da UFRN e outras vezes acompanhada por orquestrações musicais.
Por três anos seguidos, entre 2000 e 2002, Bibi Ferreira esteve em Natal para shows musicais. Em 2000, a cidade ouviu pela primeira vez o show Bibi Canta e Conta Piaf. No ano seguinte, Bibi Vive Amália. O show realizado em 2002 funcionou como espécie de ensaio para a apresentação de hoje. Bibi recebeu os arranjos da Orquestra Sinfônica de Natal e do Madrigal da UFRN no mesmo Anfiteatro de hoje para um show de resgate de peças musicais que acompanharam sua carreira musical de então 45 anos, iniciada após uma trajetória consolidada como atriz e diretora de musicais.
Na época, disse em entrevista ao Diário de Natal: “É difícil cantar acompanhada de Sinfônica”, revelando que a montagem inédita seria um presente dado à cidade que a acolheu por tantas vezes. Ainda durante a conversa com o repórter José Soares Jr, Bibi afirmou que em fevereiro do ano seguinte, aos 80 anos, encerraria seu “ciclo”, após ser tem do samba-enredo da escola de samba carioca Viradouro, no carnaval do Rio de Janeiro. “Este show é a finalização de um compromisso com as grandes turnês”, disse em entrevista coletiva naquele 2002.
Bibi Ferreira voltaria a Natal outras vezes. O carinho pela cidade se deve, em parte, ao pai: “Durante a ditadura, uma peça dele, que foi proibida em todo o país, foi exibida aqui e ele nunca esqueceu disso”, revelou ao Diário de Natal. E disse ainda, em vislumbre equivocado e apagado pelo tempo: “Se ainda tiver voz em 2003 eu não encerro a minha carreira de cantora, não. Acho que talvez encerre em 2004, quando faremos o espetáculo ‘O retorno da múmia’”, encerrou aos risos a entrevista.
Naquele show de 2002, Bibi foi ela mesma, foi um pouco do cancioneiro brasileiro, como ressaltou na entrevista. No show de hoje, será a voz de Edith Piaf. É assim desde 1983. No repertório, clássicos imortalizados pela cantora francesa como: La Foule; La Goualante du Pavre Jean; La Vie en Rose; Non, Je Ne Regrette Rien; e Hymne a L´Amou. E mais do que a interpretação dos clássicos franceses, o público verá os 87 anos de carreira daquela que se diz mais atriz do que cantora, mas sustenta a voz e interpretação de uma das grandes figuras imortais da música mundial.
Banda Sinfônica da Cidade do Natal
A Banda Sinfônica da Cidade do Natal foi fundada em 1982. Atualmente, é coordenada pelo Núcleo de Música da Fundação Capitania das Artes - Funcarte e tem como finalidade apresentar mensalmente concertos educativos, oficiais e populares, divulgando a música erudita e popular de todos os povos. O maestro é o professor José Roberto Silva, natalense e bacharel em Música pela Universidade Federal da Paraíba. Foi músico fundador da Orquestra Filarmônica Norte Nordeste, participou de cursos de regência e composição com os maestros Eleazar de Carvalho, Ailton Escobar, Isaac Karabichevisk, Marlos Nobre, dentre outros. Também é maestro da Orquestra Sanfônica Potiguar.
Auto de Natal / Bibi Ferreira
Onde: Anfiteatro da UFRN
Data e hora: Hoje, encenação do Auto, às 20h30, e show musical em seguida
Acesso gratuito
* Matéria publicada hoje no Diário de Natal
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
2009: enfim, um ano musical
Por Diogo Salles, em Digestivo Cultural
Dois mil e nove, que surpresa. Um ano estranho em diversos aspectos, curioso em outros, mas particularmente interessante na música ― mais especificamente no rock. Depois de dez anos da mais absoluta letargia musical (vide a lista dos discos mais "importantes" da década), uma lufada de ar fresco, enfim. Claro que nem todos os fatos que marcaram o ano na música foram assim tão positivos. Michael Jackson, por exemplo, trouxe sentimentos dúbios. A morte foi trágica, mas revigorou o astro que definhava em praça pública, trazendo-o de volta para os holofotes e redimindo-o através de seu inquestionável legado musical.
Foi nesse último ano da década que observamos algumas bandas retomando suas carreiras com trabalhos que, se não arrancaram suspiros dos fãs e da crítica, fizeram jus às suas discografias. Caso do Living Colour, com seu The chair in the doorway. E do Pearl Jam, que lançou Backspacer. Fugindo cada vez mais da sonoridade de Ten (1991), eles apostaram numa abordagem mais direta, crua, flertando com o punk rock. Não é nada brilhante (e nem se pretende assim), mas só constata aquilo que todos já sabiam: o único sobrevivente do movimento grunge soube envelhecer de maneira digna. Já o U2 fugiu dos clichês que o cercaram nos últimos discos e decidiu ousar com No line on the horizon, remontando alguns climas que Brian Eno trouxera em The unforgettable fire (1984). É o trabalho mais ambicioso que o U2 fez em anos. Se musicalmente No line triunfou, comercialmente, é um fracasso (para os padrões do U2). A ambição pode ter custado caro à banda (por enquanto), mas é algo que a megalomania da turnê 360º promete recompensar.
Entre os artistas solo, Ben Harper resolveu encostar seu violão e chamar a banda Relentless7 para gravar um disco elétrico, com influências calcadas no rock e no blues. Assim nasceu White lies for dark times. Ponto para ele: conseguiu marcar posição em ambas as frentes. Já Sting, depois de fazer a turnê de despedida com o The Police (dessa vez foi pra valer), volta a mais um de seus momentos introspectivos com If on a winter's night. Ambientado no rigoroso inverno inglês, o CD traz uma orientação jazzística ― o que cria uma atmosfera gélida e o distancia ainda mais do país do carnaval. Com isso, Sting confunde seus críticos e joga o álbum naquelas categorias indecifráveis (alguém falou "world music"?). Fugindo dos seus tradicionais agudos, ele encontra outras regiões e tons para trabalhar a sua voz e os destaques vão para "Soul cake" e "Christmas at sea". Como o próprio Sting destacou, If on a winter's night soa como uma reflexão para um artista pop batendo as portas de seus 60 anos. Num momento em que vemos muitos artistas de outrora sobrevivendo grotescamente como "celebridades", essa reflexão vem em boa hora.
Mas a grande novidade de 2009 foi o levante das chamadas "superbandas". Começando pelo Chickenfoot que, como já descrevi aqui, lavou a alma dos entusiastas do classic rock (ok, admito: sou um deles). E agora, mais para o fim do ano, com o Them Crooked Vultures, banda formada por John Paul Jones (Led Zeppelin) no baixo e teclados, Dave Grohl (Foo Fighters) na bateria e Josh Homme (Queens of the Stone Age) na guitarra e vocais. Com Josh Homme no front, o som ganha contornos de Queens of the Stone Age em alguns momentos, mas fica claro que é John Paul Jones o mentor intelectual da coisa toda. "No one loves me & neighter do i" abre o CD com cara de Led Zeppelin, mas envereda para outros caminhos, procurando fugir da mítica banda setentista. Já "Elephants" inicia com um riff matador e uma levada funky, dando início a uma caótica sequência de quebras de tempo, mas se perde no meio do caminho, se alongando em refrões arrastados e desperdiçando o riff e o groove proposto no início. Fica claro que ainda é uma banda em formação, experimentando dinâmicas diferentes ao seu som ― e tateando uma linguagem própria. Mas o resultado é promissor.
A discussão sobre as "superbandas", contudo, não se refere só ao material trazido nos CDs. Entra no território dos negócios e da indústria da música, que, queiram ou não, continua em mutação. Essas novas bandas apostaram na autodivulgação e na força da internet para "acontecer" de verdade. E aconteceram. Não para o mainstream, mas para o público que procura novidades na música e a consome como arte ― e não como papel higiênico (o trocadilho me escapou). Através de newsletters, perfis no Twitter, lançando vídeos e teasers em seus sites ou em canais oficiais no YouTube, os "seguidores" puderam acompanhar tudo sobre as bandas e saber detalhes das gravações e outras curiosidades ― sem jornalistas, sem assessorias, sem intermediários. E o que antes era considerado "pirataria" pelas gravadoras, agora é incentivado por essas bandas, que permitem fãs gravarem e distribuírem bootlegs dos shows pela internet. Nada como ver uma banda decidindo o que quer fazer, artistica e comercialmente, sem se submeter às idiossincrassias de quem não pensa em outra coisa a não ser vender, vender.
Claro que nem tudo no rock andou nessa direção. Na contramão, o Kiss lançou Sonic boom, um amontoado de clichês que tenta ― sem sucesso ― remontar a atmosfera (e a indústria) dos anos 70. Destoando do restante do repertório, "Modern day delilah" é um lampejo, mas não salva o conjunto da obra, que é mesmo uma bomba. Além de serem tempos que não voltam mais, revela aquilo que o Kiss Army reluta em reconhecer: a banda se tornou um pastiche de rock setentista e vive de arrancar dinheiro dos fãs. E Gene $immons (que eu já tinha classificado como "Tio Patinhas roqueiro", mas que agora está mais para "Suzana Vieira do rock'n'roll"), além de investir pesado em seu marketing sexual e de protagonizar cenas patéticas em seus reality shows, fica como um emblemático exemplo de quem não soube envelhecer com dignidade.
Tanto o Chickenfoot quanto o Crooked Vultures acertaram não só na autodivulgação, mas também no método de gravação dos álbuns. Indo contra toda a pressa, a preguiça e a presunção da "indústria do hype" (patrocinada por indies e emos), eles não economizaram em tempo de ensaios e na produção caprichada, lapidando suas obras à exaustão. A concepção foi feita à moda antiga ― a divulgação é que apostou no novo e indicou outros caminhos, rejuvenescendo conceitos e paradigmas para a decadente indústria fonográfica. Os amantes do bom e velho (ou seria novo?) rock'n'roll voltaram a sorrir, mas a discussão não está totalmente fechada. Se os integrantes das "superbandas" já eram todos consagrados (muito antes delas existirem), o que os neófitos no ramo podem esperar? De qualquer maneira, o exemplo está dado e deve ser seguido.
Alice in Chains: acorrentados a Layne Staley
Entre todos os lançamentos do ano no rock, a volta do Alice in Chains certamente foi um dos destaques. O projeto tinha tudo para colocá-los entre a turma dos necrófilos e se tornar mais um projeto caça-níqueis de uma banda natimorta, mas o guitarrista Jerry Cantrell soube comandar a volta de maneira vigorosa e surpreendente, sem perder todos os atributos que a banda sempre teve.
Formado em 1987, o Alice in Chains logo se juntou à cena underground de Seattle, que explodiria nos início dos anos 90. O álbum de estréia, Facelift (1990) trazia um som pesado e a urgência de romper com o metal festivo (e caricato) dos anos 80. Trazendo um dos maiores hits logo de cara ("Man in the box"), já era perceptível como funcionava a química da banda. A guitarra distorcida, virtuosa e cheia de climas e texturas de Cantrell combinava perfeitamente com os vocais urrados e as letras depressivas de Layne Staley.
Desde o início, Staley já expunha uma personalidade perturbada e autodestrutiva, mas seu sofrimento começou bem antes disso. Aos sete anos, a separação de seus pais e os rumores de que seu pai tinha morrido serviram de gatilho para uma vida cheia de batalhas contra si mesmo. Na adolescência considerou que, se fosse parte de uma banda famosa, poderia reencontrar seu pai. Felizmente, sua banda ficou famosa ― e, infelizmente, ele reencontrou seu pai... Ali ele descobriria a origem de toda a sua dor: seu pai fora expulso de casa por ser viciado em heroína ― droga que causava repulsa em Layne Staley, e da qual ele próprio já era prisioneiro. Ao ver o pai, Staley viu sua autoimagem através de um espelho estilhaçado. Todo aquele ódio a si mesmo estava finalmente explicado.
Depois do multiplatinado Dirt (1992) e do EP Jar of Flies (1994), as turnês rarearam e o vício de Staley era cada vez mais evidente. Numa de suas últimas aparições, no disco Unplugged (1996), Staley já apresentava uma aparência cadavérica. Após isso, decidiu se autoexilar em seu condomínio e sucumbiu de vez às drogas, rastejando para uma morte lenta de dolorosa, até ser fulminado por uma dose letal de "speadball" (combinação de heroína e cocaína) em 5 de abril de 2002 ― exatos oito anos depois de Kurt Cobain.
Com a morte de Layne Staley, os membros remanescentes decidiram não continuar com o Alice in Chains. Jerry Cantrell, que já tinha lançado um álbum solo em 1998 (o ótimo Boggy Depot), dedicou seu álbum seguinte (Degradation Trip) ao amigo, lançado dois meses após sua morte. Quando a banda finalmente decide voltar, em 2006, fica claro que tudo dependia exclusivamente de Jerry Cantrell para funcionar ― ele seria para o Alice in Chains mais ou menos o que Mark Knopfler fora para o Dire Straits. Nos anos derradeiros da banda, ainda nos anos 90, Staley já tinha lhe passando o bastão. Era hora de pegá-lo e seguir adiante.
Assim, com William DuVall dividindo os vocais com o guitarrista, o álbum Black gives way to blue trouxe o nome Alice in Chains de volta à vida. "All secrets known" abre o tracklist trazendo todas as credenciais da banda, seguida pelo single "Check my brain". Em "Last of my kind", William DuVall tem mais liberdade para impor seu estilo vocal (que se assemelha ao de seu antecessor). O peso titânico de "A looking in view" mostra um Jerry Cantrell em grande forma, com refrão inspirado, notas graves e um timbre mortífero. "Lesson learned" e "Take her out" soam como um pós-grunge e a faixa-título, que encerra o CD, traz participação especial de Elton John.
Se Staley já não estava mais lá para participar do processo criativo, sua alma está por todo o disco. "Your decision" é o melhor exemplo disso e ainda remonta o lado acústico da banda, que dialoga com o elétrico. Se em Degradation Trip Cantrell não teve tempo de refletir sobre a morte do amigo, Black gives way to blue fica como um digno obituário de Layne Staley, mostrando que sua tragédia pôde ser finalmente digerida. E, coincidência ou não, esse clima de velório se encaixou perfeitamente no som do Alice in Chains.
Leno é a pedida de hoje no Auto de Natal
No Auto de Natal de hoje, muito melhor que o Cordel do Fogo Encantado e aquele batuque alto que esconde a voz do vocalista Lirinha, já complicada de se ouvir sob o silêncio de uma tumba, é o show do potiguar roqueiro Leno. A partir das 19h, antes da encenação. Os pernambucanos batuqueiros ficam para depois. E amanhã é a vez da diva do teatro Bibi Ferreira - muito mais atriz do que cantora, como ela mesmo afirma. Mas Bibi interpretará os clássicos de Edith Piaf. Um show imperdível, já apresentado há tempos, é verdade. Para quem ainda não viu, será no Anfiteatro do Campus da UFRN.
Contos sobre vampiros
Aos interessados: A editora Planeta acaba de conquistar os direitos de publicação da coletânea Immortal: love stories with bite. Organizada por P.C. Cast, autora da série bestseller House of Night, a coleção de contos reúne oito dos mais populares autores que escrevem sobre vampiros e o mundo das trevas dos dias de hoje. Nancy Holder, de Buffy, é uma das autoras de Immortal, que vendeu 60 mil exemplares nos Estados Unidos apenas na primeira semana.
Recital em voz e violão
A jovem musicista Emille Dantas se despe das vestes roqueiras enquanto integrante da banda VnV e encarna a soprano, ao lado do violonista Heleno Rodrigues para um recital de voz e violão. A apresentação será às 18h30 de hoje, na Escola de Música da UFRN. A entrada é franca. A noite é composta de canções de compositores como John Dowland, Beethoven e Debussy. "Escolhi músicas bem acessíveis ao público", comenta Emille Dantas.
A soprano começou os estudos de canto no Curso Básico da Escola de Música da UFRN no ano de 2002. Teve participação como coralista e solista no Madrigal da UFRN, sob a regência de André Muniz, e, também foi coralista do coro alemão "Kantorei St. Marien". Hoje a cantora vem se dedicando ao estudo da Música Antiga. Emille também atua na música popular junto à banda VnV.
Recital Voz e Violão
Quem: soprano Emille Dantas e violonista Heleno Rodrigues
Data e hora: Hoje, às 18h30
Onde: Escola de Música da UFRN
Entrada franca
A soprano começou os estudos de canto no Curso Básico da Escola de Música da UFRN no ano de 2002. Teve participação como coralista e solista no Madrigal da UFRN, sob a regência de André Muniz, e, também foi coralista do coro alemão "Kantorei St. Marien". Hoje a cantora vem se dedicando ao estudo da Música Antiga. Emille também atua na música popular junto à banda VnV.
Recital Voz e Violão
Quem: soprano Emille Dantas e violonista Heleno Rodrigues
Data e hora: Hoje, às 18h30
Onde: Escola de Música da UFRN
Entrada franca
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Fim de ano: alegria e depressão
Li essa matéria e achei interessante. Recebi de um instituto de psiquiatria paulista:
O final do ano nem sempre é um período de alegria para muitas pessoas. Poucos imaginam, mas é muito comum aumentar os casos de depressão ou agravamento da doença nessa época. Isso porque, a reunião de família torna-se cenário para lembrar e sofrer novamente pela morte de uma pessoa querida, as luzes de Natal lembram as dificuldades vividas na infância, a chegada do último dia do ano lembra os planos estabelecidos e não cumpridos. Situações negativas passam a ser revividas com intensidade.
“Não existem dados de pesquisa consistentes, mas as alegações mais presentes na prática clínica estão relacionadas às situações que causaram sofrimento. Além disso, essa é uma fase do ano em que as pessoas se cobram mais e se questionam por não terem alcançado um objetivo, por exemplo. Toda essa ansiedade e cobrança gera estresse contribuindo para o agravamento do quadro depressivo ou até mesmo o surgimento da doença em pessoas geneticamente predispostas. Por isso, pode-se dizer que esses episódios têm duas causas: psicológica e ambiental”, comenta o psiquiatra professor da Unifesp, Dr. Acioly Lacerda.
O psiquiatra ainda explica que não existe uma forma direta de intervir nos estressores, mas que algumas medidas podem ser consideradas preventivas. “Um caminho pode ser a reestruturação cognitiva, ou seja, ajudar o paciente mudar a maneira de pensar e lidar com adversidades presentes e passadas. Além disso, é comum adiar um processo de retirada de medicação nesta época, caso o paciente já tenha um histórico de recaída no final de ano”, diz.
O tratamento da depressão costuma combinar a psicoterapia e medicamentos, que evoluíram bastante nos últimos anos. Atualmente, existem aqueles que combatem ao mesmo tempo os sintomas emocionais e físicos da depressão, como fadiga, alteração de peso e sono, dores de cabeça, nas costas e no pescoço, entre outras. É o caso da duloxetina, uma moderna opção medicamentosa que tem dupla ação, aumentando e balanceando os níveis de serotonina e noradrenalina no cérebro, neurotransmissores responsáveis pelo aparecimento dos sintomas.
Sobre a depressão
A causa da doença ainda é desconhecida, mas uma das teorias mais aceitas é que a depressão é consequência de uma disfunção no sistema nervoso central, que diminui e desequilibra as concentrações de dois neurotransmissores (a serotonina e a noradrenalina). Estes neurotransmissores são responsáveis pelo aparecimento dos sintomas físicos e emocionais da depressão.
Apesar do difícil diagnóstico e da gravidade da doença, existem tratamentos eficazes atualmente. Os mais comuns envolvem psicoterapia e medicamentos e, para que haja o desaparecimento completo dos sintomas, é preciso que seja aplicado um tratamento completo. Um dos mais recentes antidepressivos, a duloxetina, tem dupla ação, aumentando e balanceando os níveis de serotonina e noradrenalina no cérebro. Por isso, atua sobre os sintomas emocionais (tristeza, ansiedade, humor depressivo, perda do interesse, ideação suicida) e físicos (fadiga, perda de energia, alteração de peso e sono, dores de cabeça, nas costas, no pescoço, entre outras) da doença, proporcionando significativa melhora na qualidade de vida do paciente. A duloxetina, um medicamento dos laboratórios Boehringer Ingelheim e Eli Lilly, foi estudada até o momento em mais de 6.000 adultos com depressão e é comercializada em mais de 40 países, entre os quais Brasil, Estados Unidos, México, Reino Unido, Alemanha e África do Sul.
É importante ressaltar, porém, que não se deve usar nenhum medicamento sem prescrição e rigoroso acompanhamento médico. Os pacientes com depressão devem também ser encorajados a modificar seus hábitos diários: realizar atividades físicas regulares, manter um período satisfatório de sono diário, ter uma boa alimentação e evitar o uso de substâncias como anorexígenos, álcool e tabaco.
O final do ano nem sempre é um período de alegria para muitas pessoas. Poucos imaginam, mas é muito comum aumentar os casos de depressão ou agravamento da doença nessa época. Isso porque, a reunião de família torna-se cenário para lembrar e sofrer novamente pela morte de uma pessoa querida, as luzes de Natal lembram as dificuldades vividas na infância, a chegada do último dia do ano lembra os planos estabelecidos e não cumpridos. Situações negativas passam a ser revividas com intensidade.
“Não existem dados de pesquisa consistentes, mas as alegações mais presentes na prática clínica estão relacionadas às situações que causaram sofrimento. Além disso, essa é uma fase do ano em que as pessoas se cobram mais e se questionam por não terem alcançado um objetivo, por exemplo. Toda essa ansiedade e cobrança gera estresse contribuindo para o agravamento do quadro depressivo ou até mesmo o surgimento da doença em pessoas geneticamente predispostas. Por isso, pode-se dizer que esses episódios têm duas causas: psicológica e ambiental”, comenta o psiquiatra professor da Unifesp, Dr. Acioly Lacerda.
O psiquiatra ainda explica que não existe uma forma direta de intervir nos estressores, mas que algumas medidas podem ser consideradas preventivas. “Um caminho pode ser a reestruturação cognitiva, ou seja, ajudar o paciente mudar a maneira de pensar e lidar com adversidades presentes e passadas. Além disso, é comum adiar um processo de retirada de medicação nesta época, caso o paciente já tenha um histórico de recaída no final de ano”, diz.
O tratamento da depressão costuma combinar a psicoterapia e medicamentos, que evoluíram bastante nos últimos anos. Atualmente, existem aqueles que combatem ao mesmo tempo os sintomas emocionais e físicos da depressão, como fadiga, alteração de peso e sono, dores de cabeça, nas costas e no pescoço, entre outras. É o caso da duloxetina, uma moderna opção medicamentosa que tem dupla ação, aumentando e balanceando os níveis de serotonina e noradrenalina no cérebro, neurotransmissores responsáveis pelo aparecimento dos sintomas.
Sobre a depressão
A causa da doença ainda é desconhecida, mas uma das teorias mais aceitas é que a depressão é consequência de uma disfunção no sistema nervoso central, que diminui e desequilibra as concentrações de dois neurotransmissores (a serotonina e a noradrenalina). Estes neurotransmissores são responsáveis pelo aparecimento dos sintomas físicos e emocionais da depressão.
Apesar do difícil diagnóstico e da gravidade da doença, existem tratamentos eficazes atualmente. Os mais comuns envolvem psicoterapia e medicamentos e, para que haja o desaparecimento completo dos sintomas, é preciso que seja aplicado um tratamento completo. Um dos mais recentes antidepressivos, a duloxetina, tem dupla ação, aumentando e balanceando os níveis de serotonina e noradrenalina no cérebro. Por isso, atua sobre os sintomas emocionais (tristeza, ansiedade, humor depressivo, perda do interesse, ideação suicida) e físicos (fadiga, perda de energia, alteração de peso e sono, dores de cabeça, nas costas, no pescoço, entre outras) da doença, proporcionando significativa melhora na qualidade de vida do paciente. A duloxetina, um medicamento dos laboratórios Boehringer Ingelheim e Eli Lilly, foi estudada até o momento em mais de 6.000 adultos com depressão e é comercializada em mais de 40 países, entre os quais Brasil, Estados Unidos, México, Reino Unido, Alemanha e África do Sul.
É importante ressaltar, porém, que não se deve usar nenhum medicamento sem prescrição e rigoroso acompanhamento médico. Os pacientes com depressão devem também ser encorajados a modificar seus hábitos diários: realizar atividades físicas regulares, manter um período satisfatório de sono diário, ter uma boa alimentação e evitar o uso de substâncias como anorexígenos, álcool e tabaco.
Um Presente de Natal duplicado
Notícia boa. Dessas que agradam gregos, troianos, atenienses, persas e babilônicos. O espetáculo Um Presente de Natal será apresentado na Zona Norte durante quatro dias seguidos - um verdadeiro presente à população daquela região e um reconhecimento aos artistas e produtores deste que é o auto natalino mais tradicional da cidade.
Inicialmente as apresentações seriam apenas nos dias 26 e 27. O Governo do Estado - que firmou parceria com a prefeitura na promoção do auto em Mirassol - entrou na jogada e comprou mais dois dias de espetáculo na Zona Norte, até então bancado apenas pela prefeitura.
Agora, de 26 a 29, às 19h, a Praça Iapssara Aguiar, no conjunto Santa Catarina (próxima ao Nordestão), receberá a mesma estrutura oferecida em Mirassol em quatro dias de apresentação. Parabéns a Diana Fontes, diretora geral do auto. Soube que o Governo patrocinou porque a governadora assistiu ao espetáculo e ficou emocionada.
Inicialmente as apresentações seriam apenas nos dias 26 e 27. O Governo do Estado - que firmou parceria com a prefeitura na promoção do auto em Mirassol - entrou na jogada e comprou mais dois dias de espetáculo na Zona Norte, até então bancado apenas pela prefeitura.
Agora, de 26 a 29, às 19h, a Praça Iapssara Aguiar, no conjunto Santa Catarina (próxima ao Nordestão), receberá a mesma estrutura oferecida em Mirassol em quatro dias de apresentação. Parabéns a Diana Fontes, diretora geral do auto. Soube que o Governo patrocinou porque a governadora assistiu ao espetáculo e ficou emocionada.
Em Assu é Joana
A cantora Joana será a principal atração da véspera do Natal em Assu. A apresentação do show de Joana, Natal da Família, ocorrerá à meia-noite da quinta-feira, 24, no Anfiteatro Prefeito Arcelino Costa Leitão, Praça São João. O anúncio foi feito pelo prefeito Ivan Júnior, após o espetáculo A Festa do Menino Jesus, realizada no centro da cidade, encenada por crianças e jovens dos programas PETI e ProJovem Adolescente.
Mitologias interioranas
O misticismo em torno de “causos” tornados lendas em cidades interioranas integra o hall de vertentes da tradição popular. É comum as estórias fantásticas – mitologias –repassadas entre as gerações. Mais das vezes faz parte da história cultural da cidade e estão incutidas na crença religiosa da região. É o caso da pequena Rodolfo Fernandes – cidade potiguar que beira a tromba do elefante. Moradores se valem da fé para nortear suas vidas. Só que a fé deles não se limita a Deus, Jesus e aos santos consagrados pela igreja católica. Lá, as preces se voltam especialmente para duas meninas que eles consideram santas – As Meninas das Covinhas.
A história das meninas é permeada por mistérios, fé e curas sem explicação. Mote para construção de um documentário elaborado por quatro estudantes de jornalismo da UFRN. O curta, com duração de 15 minutos, é o Trabalho de Conclusão de Curso de Túlio Dantas, Catarina Doolan e Lorena Gurgel, e será apresentado hoje, a partir das 9h30, no cinema Moviecom. “A história das Meninas das Covinhas é uma daquelas fantásticas histórias reais. Nos sentimos no dever de repassar uma narrativa tão bonita e rica”, explica Catarina Doolan. O documentário foi gravado com qualidade HD, totalmente digital.
Fé nas meninas santas
Duas crianças retirantes que morreram de fome e sede na seca de 1877: essa é a história das Meninas das Covinhas. Reza a lenda que elas foram enterradas onde hoje é a propriedade de Raimundo Honório Cavalcante Oliveira, conhecido como Bento Honório. Ele afirma ter encontrado em sua fazenda as covas nas quais as meninas foram enterradas, daí deriva o nome Meninas das Covinhas.
A história das Meninas das Covinhas se confunde com a de Bento Honório. Foi ele o responsável pela disseminação da fé nas meninas. Segundo conta, seu Bento teve uma doença grave e sem explicação médica. Ao lembrar da história das meninas santas contada por sua avó, decidiu se valer nas meninas para ser curado.
Ao ter sua prece atendida, ele paga sua promessa de construir uma igreja para elas. Até hoje, seu Bento Honório vive para cuidar da igreja feita em homenagem às Meninas das Covinhas. Ele também realiza todos os anos no dia 12 de outubro (data escolhida por ser dedicada às crianças) uma grande festa em homenagem às meninas, que atrai romeiros – desde ciganos a políticos – de várias cidades do estado e de outros estados.
Exibição do documentário Covinhas – Uma História de Fé
Onde: Moviecom. Av. Roberto Freire, Praia Shopping
Data e hora: Hoje, às 9h30
Altos e baixos do Auto
Espetáculo integra programação do Natal em Natal e será encenado no anfiteatro da UFRN de hoje até quarta-feira
Elementos que vão do tradicional ao contemporâneo. Novidade? Bom, essa é a mistura apresentada no Auto do Natal deste ano, intitulado Maria, José e o Menino Deus. De certo, as referências ao evangelho apócrifo de Tiago diferem da proposta apresentada em anos anteriores. Apócrifos são textos rejeitados pelo cânone bíblico. Uma espécie de escritos não-oficiais, no caso, da vida de Jesus Cristo. Nos últimos anos, o roteiro esteve baseado na história oficial da Bíblia mesclada à historiografia e cultura potiguar. O espetáculo será encenado de hoje à quarta-feira no anfiteatro da UFRN, a partir das 20h30.
O auto deste ano foi escrito pela dramaturga Clotilde Tavares com base no evangelho de Lucas. Também deixaria de fora a tradicional inserção de elementos regionais, embora estivesse calcado no livro canônico bíblico. O trabalho de Clotilde foi substituído – sem prévio aviso – pelo texto do jornalista Edson Soares. A direção do espetáculo será de Henrique Fontes. A estimativa é de uma hora de duração. No palco estará um elenco composto por 120 pessoas, entre atores, bailarinos e figurantes.
De acordo com Edson Soares, o evangelho escolhido como texto base revela detalhes sobre a infância de Maria, bem como a origem de diversas tradições católicas, como a estrela de natal. “O texto apócrifo não integra a Bíblia porque, dentre outros fatores, contém muitos elementos do folclore judaico da época, mas é revelador. Nele é narrada a história da infertilidade de Ana, mãe de Maria, e de sua promessa para alcançar a graça de engravidar e o momento no qual teve que pagá-la, entregando Maria aos cuidados dos sacerdotes do templo”, explicou o autor.
Edson Soares conta que o espetáculo é narrado pela mãe da família potiguar que, durante o espetáculo, comemora o natal com árvore, panetone e seus diversos elementos. “O filho começa a fazer alguns questionamentos acerca do natal e seus costumes e o Auto se desenvolve a partir do paralelo entre a família potiguar e a tradicional formada pelos pais de Maria, até que ela forme a sua com José, culminando com o nascimento de Jesus. Ou seja, a família é o tema central”. E completou: “Não há uma recriação da história até porque o nosso objetivo é contar o nascimento de Jesus e o que aconteceu depois. Escolhemos fatos inéditos da mesma história que está sendo redimensionada a partir de elementos dramáticos”, observou.
O diretor Henrique Fonte deu vida aos personagens em apenas 45 dias e garante a preença de elementos contemporâneos à história, como a critica ao consumismo durante o período natalino. “A nossa preocupação é transmitir emoção para o público, independente da idade, do sexo e da classe social. Não temos a presunção de que este seja o melhor Auto, o que tenha mais tecnologia ou o que seja mais vanguardista. Queremos levar as pessoas a refletir, somos artistas querendo passar uma boa mensagem sobre o que representa o natal, a importância do resgate da estrutura da família e dos valores humanos de uma maneira geral”, enfatizou o diretor.
A equipe técnica do espetáculo deste ano conta com mais de 50 integrantes, dentre eles Quitéria Kelly (assistente de direção), Valéria Oliveira e Luiz Gadelha (trilha sonora), Ana Cláudia Viana (coreografia), Tiago Vieira e Edson Silva (cenário e figurino), Gabriel Souto (arranjos), Ronaldo Costa (luz) e Rafael Bezno (projeções). Serão onze projetores. O máximo já utilizado anteriormente foi três. Foram confeccionados mais de 250 figurinos, além da montagem de um cenário nada convencional.
Shows musicais:Hoje – Zé Ramalho
Amanhã – Cordel do Fogo Encantado
Quarta-feira – Bibi Ferreira (acompanhada da Banda Sinfônica da Cidade do Natal) interpreta Edith Piaf
Horário: Após apresentação do Auto de Natal, com início às 20h30 e previsão de uma hora de duração.
Desgaste natalino
A novela de cancelamento e volta do auto natalino A Festa do Menino Deus serviu apenas para desgastar a imagem do Governo do Estado. Segundo informações oficiais, o espetáculo voltou com o orçamento de R$ 400 mil e o mesmo período de cinco apresentações: entre 26 e 30 de dezembro, ainda no Largo Dom Bosco, Ribeira. A redução de R$ 100 mil do projeto original será abatido de forma geral, com pequenos cortes de orçamento em cada parte do projeto, para que o todo não seja prejudicado. Muito mais uma enxugada nos custos do que um corte. Coisa que toda família de classe média faz em seu orçamento mensal. Enfim, tudo foi resolvido, mas a mancha na roupa do Governo vai ser difícil de tirar.
Tuitando com Petit das Virgens
PetitDasVirgens Fantástico ta dizendo q brasileiro de todas as faixas sociais rouba + d 10 bilhões de reais de lojas e supermercados por ano. Somos um pais de ladrões.
A grandeza do teatro beckettiano
Diretores Rubens Rusche e o cover de John Lennon, Gerald Thomas, falam sobre a importância da obra teatral de Samuel Beckett à Revista Cult. Rubens Rusche, diretor e produtor teatral. Realizou diversas encenações das obras de Beckett, entre elas Fim de Jogo, que lhe rendeu o prêmio APCA de melhor diretor em 1996. Gerald Thomas - diretor de teatro e ator - dirigiu Quatro vezes Beckett, All Strange Away, Compania, The Lost Ones, entre outras.
Por Jean-Chaler Mandou
CULT - Qual a importância de Beckett para a história do teatro?
Rubens Rusche - A partir de 1953, com a encenação de Esperando Godot em Paris, com direção de Roger Blin, tem-se o nascimento de um tipo de teatro radicalmente novo, o surgimento de uma nova escrita cênica. Isso se torna mais evidente com as encenações de Fim de Jogo, em 1957; A Última Gravação, em 1959; e Oh, que Belos Dias, em 1961.
Percebe-se aí uma constante, e cada vez mais radical, redução das dimensões espaciais do drama e de seus elementos básicos, ao lado de uma ruptura com a estrutura linear da ação, que passa a ser moldada de forma circular. O uso do palco vazio ou de aposentos sem mobília aponta para um retorno consciente ao teatro como teatro, em que cada gesto e palavra tornam-se agora importantes, com referências aqui e ali ao próprio palco, à plateia e aos elementos internos de uma peça. Nenhuma tentativa é feita no sentido de criar uma ilusão da realidade: a peça não é mais sobre alguma coisa, mas sim a própria coisa, um mundo que reflete a si mesmo.
CULT - Beckett foi um inovador, mas como ele se apropria da tradição em sua obra? Como dialoga com os cânones da dramaturgia?
Rusche - Essa relação se dá, nas primeiras obras, em forma de paródia, de modo irônico. Há de fato uma ruptura, a fundação de um novo tipo de teatro, cujos princípios teóricos Beckett vai buscar na revolução das artes plásticas. É importante ressaltar que Beckett se inscreve na história da dramaturgia ocidental questionando suas regras e transformando-as de modo a empregá-las a serviço de sua própria poética cênica.
A noção clássica de "progressão" dramática é assim assumida não mais pela história, pela intriga, mas sim por uma evolução física, musical, rítmica. Beckett retoma e prolonga um trabalho de demolição, iniciado no fim do século 19 e radicalizado nos anos que antecederam a Segunda Guerra Mundial, em particular por Pirandello; um trabalho de destruição, em forma de paródia, das estruturas dramáticas, apontando para o fato de que não se pode mais fazer tea-tro segundo a antiga lei. Assim, a ação - elemento fundamental da dramaturgia clássica, com sua evolução, seu tempo linear que permite a emergência de conflitos e a resolução deles num desenlace - torna-se impossível.
CULT - A plateia tem de ter uma iniciação ao universo beckettiano antes de assistir às peças?
Rusche - Há um equívoco, entre tantos outros, que se costuma cometer com Beckett. Esse equívoco consiste em querer fazer dele um filósofo, reduzindo-o a uma metafísica do absurdo, do nada, defensor do mais pessimista existencialismo, tornando-o, assim, inacessível a um espectador/leitor não iniciado. As dificuldades que suas obras apresentam radicam, essencialmente, em sua originalidade formal, no fato de não poderem ser classificadas ou incluídas com facilidade dentro de um sistema, teoria ou movimento literário, exigindo do leitor/espectador uma concentração especial, uma aproximação aberta, sem preconceitos.
Beckett é, acima de tudo, um escritor, um grande poeta que se dirige muito mais aos nossos corações do que à nossa inteligência. Não é, como muitos afirmam, um autor intelectual, difícil, obscuro. O maior exemplo da simplicidade e da clareza de sua obra foi proporcionado pelos prisioneiros da penitenciária de San Quentin, na Califórnia, que nunca haviam pisado em um teatro e ficaram imediatamente impressionados e transtornados diante de uma encenação de Esperando Godot. Aqueles prisioneiros sabiam o que é a espera. Para eles, a espera não era algo metafísico, e sim uma coisa cotidiana, familiar.
CULT - Quais os principais desafios enfrentados por diretores e atores ao trabalhar com a obra beckettiana?
Rusche - Muitos atores famosos recusaram-se a trabalhar com textos de Beckett, enquanto outros têm-se dedicado de modo quase religioso a interpretar seus diversos personagens. Ocorre que se trata de um tipo de teatro que exige uma entrega total do ator. O ego precisa ser deixado de lado. E esse é o primeiro obstáculo, numa época de busca da fama pela fama. É importante que o diretor, ao escolher o ator/atriz, já tenha certa intuição do personagem e da peça, talvez até mesmo do estilo de representação.
É preciso, então, que ele trabalhe arduamente sobre o físico do ator, sobre sua história pessoal, sobre seu ser mais íntimo, no sentido de extrair organicamente dele a interpretação de sua partitura, de modo que essa interpretação não venha a se perder em inúteis e gratuitos formalismos. Diretor e intérprete nunca devem esquecer o aspecto "musical" da escrita beckettiana, que tem como base a primazia do ritmo, a importância das sonoridades e dos silêncios, a repetição dos temas, os leitmotiv, bem como a noção primordial de ruptura, as mudanças de tons e tempos. A escrita cênica de Beckett constitui-se numa verdadeira partitura, mas, sem dúvida, não há uma única maneira de decifrá-la e executá-la; as possibilidades são infinitas.
Com Gerald Thomas
CULT - Qual a importância de Beckett para a modernidade?
Gerald Thomas - Beckett é o mais importante dramaturgo do século 20. Não há ninguém que chegue perto. É um tremendo erro categorizá-lo de "teatro do absurdo" (como fez Martin Esslin). Não há ninguém que tenha criado uma marca própria, com personagens, linguagens e estilos próprios, como Beckett.
CULT - Quais as principais dificuldades de encenar Beckett?
Gerald - Na verdade, não há nada mais fácil. Beckett reduziu a linguagem ao essencial, tão essencial que todos os níveis do corpo entendem. Ele escreve sobre as nossas perplexidades, mas as coloca na boca de palhaços e insere esses palhaços em situações de estresse e limite. Então, se alguém acha isso difícil, recomendo que não saia mais da frente da televisão.
CULT - O crítico norte-americano Harold Bloom acredita que Fim de Jogo é a obra-prima de Beckett. Na sua opinião, que obra aglutina as principais marcas da dramaturgia beckettiana?
Gerald - Fim de Jogo, sem dúvida, é uma delas, mas não troco Esperando Godot por nada. Porém, é na prosa adaptada para o palco que me encontrei como encenador. Textos como All Strange Away, Compania, The Lost Ones são aqueles que chamamos de "extremamente" beckettianos, pois uma voz narrativa nos conduz, e "essa voz, de costas, sozinha, no escuro" é puro Beckett. É o homem e seu tamanho mínimo diante de tudo, diante da história, diante de Deus, diante da imensidão do universo escuro.
CULT - Que lembranças pessoais você guarda de Samuel Beckett?
Gerald - Um ser humano tão frágil e engraçado quanto seu monólogo Rockaby (Cadeira de Balanço). Já velho e capaz de lidar com as mãos artríticas e com a dificuldade de atravessar o Boulevard Saint-Jacques, ele ainda tinha aquele "comentariozinho" irônico a respeito de si mesmo e de sua própria condição, assim como em Godot: "A bota. Não entra. Não sei se ela diminuiu durante a noite ou se foi o pé que cresceu".
Por Jean-Chaler Mandou
CULT - Qual a importância de Beckett para a história do teatro?
Rubens Rusche - A partir de 1953, com a encenação de Esperando Godot em Paris, com direção de Roger Blin, tem-se o nascimento de um tipo de teatro radicalmente novo, o surgimento de uma nova escrita cênica. Isso se torna mais evidente com as encenações de Fim de Jogo, em 1957; A Última Gravação, em 1959; e Oh, que Belos Dias, em 1961.
Percebe-se aí uma constante, e cada vez mais radical, redução das dimensões espaciais do drama e de seus elementos básicos, ao lado de uma ruptura com a estrutura linear da ação, que passa a ser moldada de forma circular. O uso do palco vazio ou de aposentos sem mobília aponta para um retorno consciente ao teatro como teatro, em que cada gesto e palavra tornam-se agora importantes, com referências aqui e ali ao próprio palco, à plateia e aos elementos internos de uma peça. Nenhuma tentativa é feita no sentido de criar uma ilusão da realidade: a peça não é mais sobre alguma coisa, mas sim a própria coisa, um mundo que reflete a si mesmo.
CULT - Beckett foi um inovador, mas como ele se apropria da tradição em sua obra? Como dialoga com os cânones da dramaturgia?
Rusche - Essa relação se dá, nas primeiras obras, em forma de paródia, de modo irônico. Há de fato uma ruptura, a fundação de um novo tipo de teatro, cujos princípios teóricos Beckett vai buscar na revolução das artes plásticas. É importante ressaltar que Beckett se inscreve na história da dramaturgia ocidental questionando suas regras e transformando-as de modo a empregá-las a serviço de sua própria poética cênica.
A noção clássica de "progressão" dramática é assim assumida não mais pela história, pela intriga, mas sim por uma evolução física, musical, rítmica. Beckett retoma e prolonga um trabalho de demolição, iniciado no fim do século 19 e radicalizado nos anos que antecederam a Segunda Guerra Mundial, em particular por Pirandello; um trabalho de destruição, em forma de paródia, das estruturas dramáticas, apontando para o fato de que não se pode mais fazer tea-tro segundo a antiga lei. Assim, a ação - elemento fundamental da dramaturgia clássica, com sua evolução, seu tempo linear que permite a emergência de conflitos e a resolução deles num desenlace - torna-se impossível.
CULT - A plateia tem de ter uma iniciação ao universo beckettiano antes de assistir às peças?
Rusche - Há um equívoco, entre tantos outros, que se costuma cometer com Beckett. Esse equívoco consiste em querer fazer dele um filósofo, reduzindo-o a uma metafísica do absurdo, do nada, defensor do mais pessimista existencialismo, tornando-o, assim, inacessível a um espectador/leitor não iniciado. As dificuldades que suas obras apresentam radicam, essencialmente, em sua originalidade formal, no fato de não poderem ser classificadas ou incluídas com facilidade dentro de um sistema, teoria ou movimento literário, exigindo do leitor/espectador uma concentração especial, uma aproximação aberta, sem preconceitos.
Beckett é, acima de tudo, um escritor, um grande poeta que se dirige muito mais aos nossos corações do que à nossa inteligência. Não é, como muitos afirmam, um autor intelectual, difícil, obscuro. O maior exemplo da simplicidade e da clareza de sua obra foi proporcionado pelos prisioneiros da penitenciária de San Quentin, na Califórnia, que nunca haviam pisado em um teatro e ficaram imediatamente impressionados e transtornados diante de uma encenação de Esperando Godot. Aqueles prisioneiros sabiam o que é a espera. Para eles, a espera não era algo metafísico, e sim uma coisa cotidiana, familiar.
CULT - Quais os principais desafios enfrentados por diretores e atores ao trabalhar com a obra beckettiana?
Rusche - Muitos atores famosos recusaram-se a trabalhar com textos de Beckett, enquanto outros têm-se dedicado de modo quase religioso a interpretar seus diversos personagens. Ocorre que se trata de um tipo de teatro que exige uma entrega total do ator. O ego precisa ser deixado de lado. E esse é o primeiro obstáculo, numa época de busca da fama pela fama. É importante que o diretor, ao escolher o ator/atriz, já tenha certa intuição do personagem e da peça, talvez até mesmo do estilo de representação.
É preciso, então, que ele trabalhe arduamente sobre o físico do ator, sobre sua história pessoal, sobre seu ser mais íntimo, no sentido de extrair organicamente dele a interpretação de sua partitura, de modo que essa interpretação não venha a se perder em inúteis e gratuitos formalismos. Diretor e intérprete nunca devem esquecer o aspecto "musical" da escrita beckettiana, que tem como base a primazia do ritmo, a importância das sonoridades e dos silêncios, a repetição dos temas, os leitmotiv, bem como a noção primordial de ruptura, as mudanças de tons e tempos. A escrita cênica de Beckett constitui-se numa verdadeira partitura, mas, sem dúvida, não há uma única maneira de decifrá-la e executá-la; as possibilidades são infinitas.
Com Gerald Thomas
CULT - Qual a importância de Beckett para a modernidade?
Gerald Thomas - Beckett é o mais importante dramaturgo do século 20. Não há ninguém que chegue perto. É um tremendo erro categorizá-lo de "teatro do absurdo" (como fez Martin Esslin). Não há ninguém que tenha criado uma marca própria, com personagens, linguagens e estilos próprios, como Beckett.
CULT - Quais as principais dificuldades de encenar Beckett?
Gerald - Na verdade, não há nada mais fácil. Beckett reduziu a linguagem ao essencial, tão essencial que todos os níveis do corpo entendem. Ele escreve sobre as nossas perplexidades, mas as coloca na boca de palhaços e insere esses palhaços em situações de estresse e limite. Então, se alguém acha isso difícil, recomendo que não saia mais da frente da televisão.
CULT - O crítico norte-americano Harold Bloom acredita que Fim de Jogo é a obra-prima de Beckett. Na sua opinião, que obra aglutina as principais marcas da dramaturgia beckettiana?
Gerald - Fim de Jogo, sem dúvida, é uma delas, mas não troco Esperando Godot por nada. Porém, é na prosa adaptada para o palco que me encontrei como encenador. Textos como All Strange Away, Compania, The Lost Ones são aqueles que chamamos de "extremamente" beckettianos, pois uma voz narrativa nos conduz, e "essa voz, de costas, sozinha, no escuro" é puro Beckett. É o homem e seu tamanho mínimo diante de tudo, diante da história, diante de Deus, diante da imensidão do universo escuro.
CULT - Que lembranças pessoais você guarda de Samuel Beckett?
Gerald - Um ser humano tão frágil e engraçado quanto seu monólogo Rockaby (Cadeira de Balanço). Já velho e capaz de lidar com as mãos artríticas e com a dificuldade de atravessar o Boulevard Saint-Jacques, ele ainda tinha aquele "comentariozinho" irônico a respeito de si mesmo e de sua própria condição, assim como em Godot: "A bota. Não entra. Não sei se ela diminuiu durante a noite ou se foi o pé que cresceu".
De Mallu Magalhães
Há uma implicância na mídia especializada com o trabalho musical de Mallu Magalhães. A adolescente de 17 anos coleciona fãs à proporção das críticas. Acho o trabalho da moça interessante, diferente e, mais do que tudo, autêntico. O jornalista Marcelo Costa, editor do Scream & Yell, disse: “Mallu transpira honestidade, mas estamos falando de música, não de empréstimo de dinheiro”. Talvez seja. Mas levemos em conta o dinheiro que gastamos na compra do CD. Ela precisa amadurecer? Precisa. Mariana Aydar, também. Enfim, tem CD novo da moça na praça. Ouça e tire suas próprias conclusões.
Um Presente ao Natal em Natal
As duas maiores apostas da prefeitura para a programação do Natal em Natal começam hoje e amanhã. A primeira é o Desfile Temático Estrela do Sol (início hoje, às 20h, na Praça Pedro Velho, Petrópolis). A segunda, o Auto de Natal (início amanhã, às 20h, no Anfiteatro do Campus da UFRN).
Com a última das três apresentações marcada para as 19h de hoje (domingo) está o auto Um Presente de Natal. Projeto de menor orçamento, menos divulgado e diria até que, subestimado. Mesmo tendo a prova de qualidade exibida durante dez anos no Palácio de Cultura como o auto natalino do Governo do Estado.
O projeto hoje pertence à diretora geral do espetáculo, Diana Fontes. O auto continua visceral. Prima pela força do elenco, da mensagem aconchegante à alma. Duvido que as outras duas apostas do Natal em Natal superem o espetáculo hoje finalizado na Praça de Mirassol, às 19h.
A proposta inicial do auto era percorrer bairros de Natal. Já pensou bairros periféricos assistindo duas carretas de caminhões se abrindo em palcos para o início de um espetáculo comovente, no melhor estilo mambembe? Isso, sim, é democratização da arte.
Para isso, o custo foi estimado em R$ 195 mil. Infelizmente, Diana conseguiu apenas R$ 80 e ficou estático e sem a infraestrutura desejada. Isso ninguém informa, ninguém explica. A verba é patrocinada pela prefeitura e governo por intermédio das leis de incentivo cultural.
Menos mal, a prefeitura ainda comprou mais duas apresentações por R$ 11 mil mais a infraestrutura completa. Serão encenadas na Praça Iapsara Aguiar, no conjunto Santa Catarina, Zona Norte, no próximo sábado e domingo.
A governadora Wilma de Faria ligou para Diana Fontes há 20 dias querendo comprar três dias de espetáculo por R$ 100 mil. O Presente de Natal seria patrocinado exclusivamente pelo governo e voltaria ao Palácio da Cultura, de onde nunca deveria ter saído. Infelizmente não houve tempo. Este “Presente de Natal” ao natalense fica para o próximo ano, esperamos todos.
* Texto publicado, em parte, na minha coluna do Diário de Natal deste domingo
Com a última das três apresentações marcada para as 19h de hoje (domingo) está o auto Um Presente de Natal. Projeto de menor orçamento, menos divulgado e diria até que, subestimado. Mesmo tendo a prova de qualidade exibida durante dez anos no Palácio de Cultura como o auto natalino do Governo do Estado.
O projeto hoje pertence à diretora geral do espetáculo, Diana Fontes. O auto continua visceral. Prima pela força do elenco, da mensagem aconchegante à alma. Duvido que as outras duas apostas do Natal em Natal superem o espetáculo hoje finalizado na Praça de Mirassol, às 19h.
A proposta inicial do auto era percorrer bairros de Natal. Já pensou bairros periféricos assistindo duas carretas de caminhões se abrindo em palcos para o início de um espetáculo comovente, no melhor estilo mambembe? Isso, sim, é democratização da arte.
Para isso, o custo foi estimado em R$ 195 mil. Infelizmente, Diana conseguiu apenas R$ 80 e ficou estático e sem a infraestrutura desejada. Isso ninguém informa, ninguém explica. A verba é patrocinada pela prefeitura e governo por intermédio das leis de incentivo cultural.
Menos mal, a prefeitura ainda comprou mais duas apresentações por R$ 11 mil mais a infraestrutura completa. Serão encenadas na Praça Iapsara Aguiar, no conjunto Santa Catarina, Zona Norte, no próximo sábado e domingo.
A governadora Wilma de Faria ligou para Diana Fontes há 20 dias querendo comprar três dias de espetáculo por R$ 100 mil. O Presente de Natal seria patrocinado exclusivamente pelo governo e voltaria ao Palácio da Cultura, de onde nunca deveria ter saído. Infelizmente não houve tempo. Este “Presente de Natal” ao natalense fica para o próximo ano, esperamos todos.
* Texto publicado, em parte, na minha coluna do Diário de Natal deste domingo
Ao Jomar Morais
É tanta mensagem de felicitação natalina em meu e-mail. Gente que nunca vi na vida, empresas que sequer sabia que existiam, enfim. Uma das mensagens eu destaco abaixo. Não apenas pelo conteúdo interessante de escrita, diferente dos comuns, mas porque é do colega jornalista Jomar Morais, a quem devo favores. Jomar tem um dos currículos mais robustos deste Rio Grande. Quando nem pensava em cursar jornalismo tomei conhecimento do seu site Planeta Jota e pedi espaço entre colunistas para publicação das minhas crônicas. Ele pediu para eu enviar algumas e em poucos dias lá estava eu no seleto time de articulistas do site. Nunca tive contato pessoal, mas nutro admiração pelos escritos e pela pessoa que parece ser. Reproduzo abaixo a mensagem enviada e retribuo as felicitações. Grande abraço, Jomar!
Amigo,
na paz da noite mais simbólica, eu te agradeço por seres isto: amigo.
Mergulho fundo nesse mistério de contrastes a que chamamos vida e me encontro na gratidão. Vem! Minha alegria também te pertence. Ajudaste-me a construí-la com a tua presença e solidariedade e com a compaixão do teu silêncio.
Brilha uma voz na noite, e nela ouço o coro generoso dos que estendem a mão. Eis o milagre da amizade.
Amigo,
na paz da noite mais simbólica, eu te agradeço por seres isto: amigo.
Mergulho fundo nesse mistério de contrastes a que chamamos vida e me encontro na gratidão. Vem! Minha alegria também te pertence. Ajudaste-me a construí-la com a tua presença e solidariedade e com a compaixão do teu silêncio.
Brilha uma voz na noite, e nela ouço o coro generoso dos que estendem a mão. Eis o milagre da amizade.
domingo, 20 de dezembro de 2009
Khrystal e o Diário de Pernambuco
O Diario de Pernambuco de ontem (sábado), tem uma grande matéria com o filme de ALCEU, citando o fim das gravações externas, e uma foto de KHRYSTAL ilustrando o texto. É bem verdade, que ela não é citada, por ser desconhecida e observando de longe, deve ser aquele tipo de jornalista de CADERNO CULTURAL que adora escrever matéria em cima de REALESE, sem procurar se aprofundar no que esta escrevendo.
Indo pega-la no AEROPORTO, e retornando no carro para NATAL, os olhos dela brilham de felicidade e a estrada segue, ficando eu ansioso para saber as novidades. KHRYSTAL não é de falar muito, ficando pior a situação, se for para falar dela. Forço a barra e ela afirma que não esperava que o resultado fosse tão bom, afirmação comprovada pelo excedente de participações dela no filme, onde antes, seriam cinco sessões de gravação e neste final de semana, com o crescimento do personagem, ela já ia com quase 12 dias de trabalho, ficando de voltar em MARÇO, para cenas de estúdio.
Incoviniente que sou, forço a barra e pergunto a ela sobre o que ela acha que ALCEU esta achando. QUANTA REDUNDÂNCIA. Ela contida, afirma que a coisa que mais a constrange é ter que responder a equipe técnica, que aquele é seu primeiro filme, e olhe que na matéria do Diario de Pernambuco, a equipe é citada como de primeiro time do cinema nacional. Insisto no abestalhamento e pergunto sobre o que O DIRETOR E ROTEIRISTA ALCEU VALENÇA TÁ ACHANDO DELA? Responde KHRYSTAL: MEU FILHO ACHO QUE TÁ GOSTANDO, ontem mesmo após um cena em que eu TOCO FOGO NO CIRCO DO MEU MARIDO, POR ELE TER ME TRAIDO, após o fim da cena, ele puxou as palmas e em alto e bom som afirmou na frente de todos: ESTA KHRYSTAL É FODA, afirmando ela ficar timida, pois é na frente de toda a equipe do filme.
Com vários amigos pessoais no SET, um primo de Alceu pela manhã, horário que KHRYSTAL não funciona bem, faz a mesma pergunta da EQUIPE TÉCNICA, e fica surpreso com a resposta de ser A LUNETA DO TEMPO o seu primeiro filme. Avessa a dá canja, KHRYSTAL é fuzilada com a pergunta de que se é verdade que ela canta bem como ALCEU AFIRMA? Khrystal dá uma encarada nele e o cara visualiza no SET um violão abandonado, levando KHRYSTAL que não tinha tocado nenhuma vez nas filmagens a pegar a viola e sacar O COCO DO M de Jacinto Silva e na SOMBRA DO JUAZEIRO DE ELINO JULIÃO. O Cabra ficou de bobeira, ratificou a afirmação de ALCEU e ela encarando ele diz: TÁ AQUI A MULHER QUE NÃO GOSTA DE DÁ CANJA, MAS VOCE PROVOCOU?
Toma um gole de Café e seguindo para o SET de filmagens, cruza com LULA QUEIROGA, compositor de primeira e que alimenta LENINE com várias canções, sendo KHRYSTAL sua fã de carteirinha. LULA é pego de supetão com KHRYSTAL estendendo-lhe a mão, dizendo-se ser fã dele e humildimente, afirma ser KHRYSTAL do RN. Lula generoso que só ele, a cumprimenta e diz que SILVERIO PESSOA E ALCEU VALENÇA, fala maravilhas dela. KHRYSTAL agradece e segue seu caminho. Um dia o BRASIL vai saber quem é KHRYSTAL e o Jornalista Júlio Cavani ira entrevistar a menina que nunca tinha feito um filme na vida e é elogiada por ALCEU e sua EQUIPE.
Passo na cigarreira de BEZERRINHA no Centro da cidade, compro o DIARIO DE PERNAMBUCO, mostro a materia a ela, ela fita o Jornal e entra em Casa, afirmando o de sempre quando viajar para CANTAR ou FILMAR: É BOM IR PARA O MUNDO FAZER O QUE GOSTA, MAS É MUITO MELHOR VOLTAR PARA CASA E FICAR PERTO DOS MEUS. Humildemente, me incluo entre os dela.
Grato
Zé Dias
Indo pega-la no AEROPORTO, e retornando no carro para NATAL, os olhos dela brilham de felicidade e a estrada segue, ficando eu ansioso para saber as novidades. KHRYSTAL não é de falar muito, ficando pior a situação, se for para falar dela. Forço a barra e ela afirma que não esperava que o resultado fosse tão bom, afirmação comprovada pelo excedente de participações dela no filme, onde antes, seriam cinco sessões de gravação e neste final de semana, com o crescimento do personagem, ela já ia com quase 12 dias de trabalho, ficando de voltar em MARÇO, para cenas de estúdio.
Incoviniente que sou, forço a barra e pergunto a ela sobre o que ela acha que ALCEU esta achando. QUANTA REDUNDÂNCIA. Ela contida, afirma que a coisa que mais a constrange é ter que responder a equipe técnica, que aquele é seu primeiro filme, e olhe que na matéria do Diario de Pernambuco, a equipe é citada como de primeiro time do cinema nacional. Insisto no abestalhamento e pergunto sobre o que O DIRETOR E ROTEIRISTA ALCEU VALENÇA TÁ ACHANDO DELA? Responde KHRYSTAL: MEU FILHO ACHO QUE TÁ GOSTANDO, ontem mesmo após um cena em que eu TOCO FOGO NO CIRCO DO MEU MARIDO, POR ELE TER ME TRAIDO, após o fim da cena, ele puxou as palmas e em alto e bom som afirmou na frente de todos: ESTA KHRYSTAL É FODA, afirmando ela ficar timida, pois é na frente de toda a equipe do filme.
Com vários amigos pessoais no SET, um primo de Alceu pela manhã, horário que KHRYSTAL não funciona bem, faz a mesma pergunta da EQUIPE TÉCNICA, e fica surpreso com a resposta de ser A LUNETA DO TEMPO o seu primeiro filme. Avessa a dá canja, KHRYSTAL é fuzilada com a pergunta de que se é verdade que ela canta bem como ALCEU AFIRMA? Khrystal dá uma encarada nele e o cara visualiza no SET um violão abandonado, levando KHRYSTAL que não tinha tocado nenhuma vez nas filmagens a pegar a viola e sacar O COCO DO M de Jacinto Silva e na SOMBRA DO JUAZEIRO DE ELINO JULIÃO. O Cabra ficou de bobeira, ratificou a afirmação de ALCEU e ela encarando ele diz: TÁ AQUI A MULHER QUE NÃO GOSTA DE DÁ CANJA, MAS VOCE PROVOCOU?
Toma um gole de Café e seguindo para o SET de filmagens, cruza com LULA QUEIROGA, compositor de primeira e que alimenta LENINE com várias canções, sendo KHRYSTAL sua fã de carteirinha. LULA é pego de supetão com KHRYSTAL estendendo-lhe a mão, dizendo-se ser fã dele e humildimente, afirma ser KHRYSTAL do RN. Lula generoso que só ele, a cumprimenta e diz que SILVERIO PESSOA E ALCEU VALENÇA, fala maravilhas dela. KHRYSTAL agradece e segue seu caminho. Um dia o BRASIL vai saber quem é KHRYSTAL e o Jornalista Júlio Cavani ira entrevistar a menina que nunca tinha feito um filme na vida e é elogiada por ALCEU e sua EQUIPE.
Passo na cigarreira de BEZERRINHA no Centro da cidade, compro o DIARIO DE PERNAMBUCO, mostro a materia a ela, ela fita o Jornal e entra em Casa, afirmando o de sempre quando viajar para CANTAR ou FILMAR: É BOM IR PARA O MUNDO FAZER O QUE GOSTA, MAS É MUITO MELHOR VOLTAR PARA CASA E FICAR PERTO DOS MEUS. Humildemente, me incluo entre os dela.
Grato
Zé Dias