Três imagens simbolizam o Natal em Natal deste ano: o sol maconheiro, os protestos dos artistas dos autos natalinos e os sorrisos das crianças durante o desfile temático. É a minha opinião. Valeu mais a experimentação: texto do Auto de Natal modificado, a criação do Desfile de Natal, a nova decoração e a parceria entre Prefeitura, Governo do Estado e iniciativa privada.
Foram feitos bons testes de prestígio. Houve alguma ousadia. Mas acredito em resultado negativo sob o ponto de vista custo-benefício. Quase R$ 10 milhões empregados. O valor é o dobro do investimento do ano anterior para resultados mais tímidos e insatisfação mais robusta. E o argumento do espaço na mídia nacional é falho: também foi conseguido em anos anteriores.
A trapalhada de pagamentos de cachês aos artistas do Auto de Natal e A Festa do Menino Deus mostra o descaso com a cultura. O auto Um Presente de Natal – o de menor investimento – foi o mais elogiado. Melhor seria diminuir o número de autos natalinos e dividir o investimento em espetáculos mais aprimorados, com pagamentos em dia e montados em outras regiões da cidade.
O desfile temático em Petrópolis foi a única promoção assemelhada ao Natal Luz de Gramado. Ainda assim, parece ter agradado mais às crianças, estupefatas com alegorias meio surreais – modelo adotado também na decoração infantilizada. Para fechar a programação, um show milionário do vaidoso padre Fábio de Mello.
Para completar, um reveillon regado ao bom e velho pão e circo. Mas ainda assim acredito em boas intenções, nos duendes e papais noéis espalhados nos canteiros da cidade. 2010 há de ser melhor.
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