quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Entrevista - Valéria Oliveira
A compositora e intérprete Valéria Oliveira se reinventa a cada novo trabalho. Mesmo quando a moda remete à nostalgia. É que os velhos bolachões voltam à tona pouco a pouco. E Valéria - sempre vanguarda desde os shows no Boca da Noite, na década de 80 - aproveita o embalo recente e lança o álbum No AR também em vinil. É a onda cult dos bolachões. E Valéria Oliveira sabe surfar na crista da onda quando o assunto é promoção, talento e novidade.
Entrevista - Valéria Oliveira
O excesso de novidades eletrônicas e tecnológicas têm provocado um revival às mídias mais antigas, a exemplo do vinil?
Talvez esse seja um dos motivos, mas acredito que existam outros que motivaram alguns artistas a apostar no bolachão. Muitos nunca deixaram de curtir o vinil. É o meu caso. Tenho uma paixão por vinil e curto o ritual de escutar, escolher e trocar o lado A, o lado B e tal. Além disso, o vinil registra com fidelidade o som que é tocado, sem compressões, sem perder praticamente nada da naturalidade da execução. Outra coisa, decisiva para que apostássemos no vinil, foi perceber, durante nossa viagem aos Estados Unidos para participar do Festival SXSW, que a tendência da volta do vinil está ganhando força. Vimos uma oportunidade de estar no ar com um diferencial competitivo ao novo trabalho.
Como está a procura pelo vinil No Ar nesse início de divulgação?
Estou muito animada. Esta semana, quando soube do vinil No AR, a Tratore, maior distribuidora de discos de artistas independentes do Brasil, nos procurou para distribuir o vinil nas principais lojas de São Paulo. No pacote, distribuirá para todo o Brasil e também no exterior, o cd NO AR além de comercializar as faixas on line. Na verdade, fizemos uma tiragem limitada do vinil com propósito principalmente promocional para nossa turnê que acontecerá a partir de maio. Agora vamos administrar os resultados que surgirem.
Há projeto de captação de recursos junto à Lei Djalma Maranhão para iniciar turnê em Natal, São Paulo e Rio de Janeiro. Como estão os preparativos? Soube que tem sido montada assessoria de imprensa em Sampa...
Pois é, pretendemos iniciar em maio assim que tivermos os recursos assegurados via a Lei Djalma Maranhão. No entanto, já iniciamos os preparativos com força total. Estamos conversando com o artista plástico Ítalo Trindade sobre a possibilidade em tê-lo assinando o cenário do show NO AR. Contratamos a empresa Ponto & Vírgula de São Paulo, especializada em assessoria de imprensa, para divulgar o nosso trabalho. Pretendemos iniciar a turnê com uma parcela da mídia especializada e parte do público já tendo escutado o disco NO AR. Por meio da Tratore, pretendemos em breve ter nosso disco à venda em todo o Brasil. Na próxima semana, viajamos para São Paulo para fazer novos contatos e alguns acertos para o show. Paralelamente, estamos contatando as empresas de Natal em busca de patrocínio. É bom lembrar que as empresas que apóiam projetos pela Djalma Maranhão repassam simplesmente 20% de seu ISS sem precisar entrar com nenhum valor de recursos próprios. À propósito, os empresários que queiram apoiar o nosso trabalho e a música do RN podem nos contatar pelo email producao@valeriaoliveira.mus.br
No myspace você disponibilizou, por tempo limitado, uma música do vinil para download. Alguns colocam o CD inteiro. Outros não colocam nada, são contra. Qual sua opinião sobre o livre acesso à música na internet?
Na verdade, o remix de Romance à Francesa que só tem na versão em vinil está para download sem prazo limitado e desejamos que os internautas baixem, toquem e dancem à vontade.Com relação às outras músicas que estão em cd e em vinil, temos, desde o lançamento, disponibilizado, a cada quinzena, duas novas músicas. Até o presente, já disponibilizamos o cd inteiro em doses homeopáticas. Queremos manter contato permanente com nosso público e por isso apresentamos as novidades permanentemente, inclusive algumas músicas gravadas, na mesma ocasião de NO AR, mas que não entraram no disco. O nome do disco NO AR não foi à toa. Minha música não quer calar. Cada um pode escolher como quer se aproximar dela. Seja por meio do o vinil, do videoclipe, dos downloads gratuitos (para isso tem que ficar ligado nas musicas que estarão disponíveis em cada quinzena), do cd físico, da compra digital faixa a faixa, que estamos programando com a Tratore, enfim... gosto desse conjunto de ações.
* Matéria publicada hoje no Diário de Natal
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