Agência AFP - Uns 200 partidários do governo de Cuba foram às ruas nesta terça-feira, para repudiar uma passeata de protesto no centro de Havana, realizada pelas chamadas Damas de Branco - um grupo formado por familiares de presos políticos; em meio a insultos, foi detido um homem não identificado.
"Fora (dissidentes)", "a rua é de Fidel (Castro)", gritavam manifestantes para as Damas de Branco, que realizavam seu segundo dia de protestos para marcar o sétimo aniversário das condenações a seus 75 familiares na primavera de 2003.
As mulheres assistiram à missa na igreja católica de São João de Letrão, pedindo depois, aos gritos, liberdade para seus maridos e filhos, em frente a sede da União de Jornalistas de Cuba (UPEC).
"Estamos aqui para lhes dizer que existimos e que há 53 homens nas prisões, alguns muito enfermos", disse a ativista Laura Pollán.
Na avenida 23, quando entregavam gladíolos rosas aos passantes, as mulheres foram alvo de agressões verbais.
Agentes da Segurança de Estado, vestidos à paisana, evitaram choques físicos durante a passeata e detiveram um homem que gritou palavras de ordem contra o Governo.
Até domingo, as Damas de Branco rezarão por seus familiares e realizarão reuniões e passeatas silenciosas "todos os dias, para que o mundo conheça nossa luta", disse Pollán.
"Nosso objetivo segue sendo a liberdade de todos os presos políticos" e "não vamos deixar de caminhar nem de protestar", acrescentou, após afirmar que 53 dos 75 "ainda estão na prisão".
Destacou que os eventos de quarta-feira serão dedicados à Fariñas, de 48 anos, que iniciou há 18 dias uma greve de fome pedindo a liberdade de 26 presos políticos que, segundo ele, estão em um delicado estado de saúde.
Fariñas, que foi internado na última quinta-feira em um hospital de Santa Clara (280 km de Havana) após sofrer um segundo desmaio, persiste em manter seu protesto até o fim, informou nesta segunda-feira sua porta-voz, Licet Zamora.
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