Vi algumas "retuitadas" ao meu comentário de que os jornalistas potiguares haviam alcançado o vergonhoso posto de pior piso salarial do país. Alguns perguntaram de onde partira a informação. Bom, ouvi hoje da boca da presidente do Sindjorn, Nelly Maia.
E fui procurar agora no site da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) algo a respeito. O site está muito confuso. E desconfio que os valores estejam desatualizados. O nosso piso, até onde eu saiba, é R$ 900. Lá está R$ 850, e a referência é a TV Cabugi, nem mesmo InterTVCabugi. De toda forma, seja R$ 900 ou R$ 850, os números publicados lá comprovam o triste dado.
Três pontos são passíveis de discussão. O piso do Rio de Janeiro aponta valor inferior, mas não especifica quanto é pago na capital. Ainda assim, o piso inferior é equivalente ao daqui e pago a repórter "5 horas". Não explica se as "5 horas" são trabalhadas apenas em dias úteis, portanto, de 25 horas semanais.
A nossa carga horária é de 30 horas na semana. Dividido por cinco dias úteis, são 6 horas. Isso na teoria, claro. Raro o dia em que o repórter cumpre "apenas" as 5 horas (mais um plantão mensal). E mesmo assim, sabemos que, embora o piso no Rio de Janeiro também esteja baixíssimo, eles pagam bem acima do piso. Já aqui, quando muito, ultrapassa R$ 100.
O segundo ponto são os estados onde sequer há definição salarial. Nem sei se a situação é pior do que aqui. Acredito que a livre negociação resulte em melhores salários, mesmo sem a garantia do piso. Na Paraíba, por exemplo - estado vizinho e mais pobre - sei que é melhor. E em Pernambuco, onde também é indefinido, os jornalistas recebem dos melhores salários do país.
E o terceiro, que não estão computadas aí as gratificações, auxílios alimentação e transporte ou demais "agrados" que porventura haja em algum Estado. Aqui, como sabemos, não temos absolutamente nada.
Um dado relevante são as especificações de pisos conforme a atividade do jornalista. No caso do Ceará, por exemplo, há pisos diferenciados para jornais impressos, rádios, televisões e assessoria de imprensa.
Seguem os números para suas devidas conclusões:
Acre
R$ 1.484,00
Alagoas
R$ 2.060,00
Amapá
indefinido
Amazonas
indefinido
Bahia
indefinido
Ceará
R$ 1.293,00 (jornais e revistas)
R$ 1.519,48 (rádio e televisão)
R$ 2.259,14 (assessoria de imprensa)
Distrito Federal
R$ 1.653,00 (mídia impressa)
R$ 1.415,00 (mídia eletrônica)
Espírito Santo
R$ 1.155,76 (TV's e jornais)
R$ 982,40 (rádios)
Rio de Janeiro
Municípios com mais de 300 mil habitantes
Repórter 5 horas R$ 860,00
Repórter 7 horas R$ 1.308,00
Goiás
R$ 1.284,00
Londrina
R$ 2.049,11
Mato Grosso
indefinido
Mato Grosso do Sul
indefinido
Minas Gerais
R$ 1.422,09 (jornais e revistas)
R$ 1.200,00 (rádio)
R$ 1.300,00 (TVs e produtoras)
OBS: para jornada de 5 horas semanais
Pará
R$ 1.416,68
Paraíba
indefinido
Paraná
R$ 2.049,11
Pernambuco
indefinido
Piauí
R$ 1.035,00 + 2% de anuênio
Rio Grande do Norte
R$ 850,00 (TV Cabugi)
Rio Grande do Sul
R$ 1.385,61
Rondônia
R$ 1.024,63
Roraima
indefinido
Santa Catarina
R$ 1.200,45
São Paulo
R$ 2.932,77 (jornais e revistas)
R$ 1.351,23 (rádio e televisão)
R$ 1.968,50 (assessoria de imprensa)
OBS: jornada de 5 horas de trabalho
Sergipe
R$ 954,80
Tocantins
R$ 1.226,77
Vamos trabalhar para mudar isso aí...
ResponderExcluirTá foda!
ResponderExcluirAmigo, como está a batalha por melhores salários? Estou me formando em jornalismo aqui em São Paulo e gostaria de me mudar para Natal, mas tenho ainda poucas informações sobre o dia a dia do jornalista potiguar. Quanto um jornalista recém-formado ganha por aí? Abraços! Filipe Costa
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