segunda-feira, 31 de maio de 2010

Ferreira Gullar vence Prêmio Camões


O poeta e dramaturgo Ferreira Gullar venceu a edição 2010 do Prêmio Luís de Camões, o mais importante prêmio literário da Comunidade de Países de Língua Portuguesa.

A escolha foi anunciada pela Ministra da Cultura de Portugal, Gabriela Canavilhas, e pela Comissão Julgadora do Prêmio, em cerimônia realizada no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.

O valor do Prêmio é de € 100 mil, quantia dividida entre os Governos do Brasil e de Portugal.

Aos 79 anos, Ferreira Gullar é o 22º a ganhar o Prêmio. Pelo segundo ano consecutivo, a poesia foi destacada pelo júri: no ano passado, o poeta cabo-verdiano Armènio Vieira foi o nome agraciado com o Camões, sendo o primeiro escritor de seu país a receber a honraria.

Instituído em 1988, pelos governos de Brasil e Portugal, o Prêmio Camões é concedido anualmente pela FBN e pelo Instituto Camões, com o objetivo de estreitar os laços culturais entre países lusófonos, premiando seus escritores mais representativos.

O Presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Muniz Sodré, destaca que Ferreira Gullar é um poeta de dimensão internacional: “Ele coloca a língua num patamar de alta superioridade, faz juz plenamente ao Prêmio Camões. Acho que todos nós, professores, escritores brasileiros, só temos a nos congratular com a escolha”, disse.

Poeta, crítico, dramaturgo
Prestes a completar 80 anos, Ferreira Gullar é um dos autores mais importantes da poesia brasileira. Nasceu José Ribamar Ferreira, no dia 10 de setembro de 1930, em São Luís, Maranhão. A luta corporal (1954); Dentro da noite veloz (1975); Poema sujo (1975); Na vertigem do dia (1980); Barulhos (1987); Muitas vozes (1999), entre ensaios, crônicas, poesias e obras para o teatro são alguns de seus principais trabalhos.

Em 2007, foi vencedor do Prêmio Jabuti. É também ganhador, pelo conjunto de sua obra, do Prêmio Machado de Assis, a maior honraria da Academia Brasileira de Letras.

Decisão a portas fechadas
A escolha de cada vencedor do Prêmio acontece a portas fechadas, durante apenas um dia do ano, sem a existência de concorrentes pré-definidos. O critério utilizado pelo júri é a representatividade do trabalho de cada escritor para a língua e cultura portuguesa. Somente após o consenso em torno de um nome por parte dos seis membros da Comissão, o vencedor é anunciado.

Os jurados Edla Van Steen e Antônio Carlos Secchin, do Brasil, e Inocência Luciano dos Santos Mata, de São Tomé e Príncipe, foram os indicados pelo Ministro da Cultura do Brasil, Juca Ferreira, para integrar a Comissão Julgadora. Luiz Carlos Patraquim, de Moçambique, Helena Buescu e José Carlos Seabra Pereira, portugueses, foram indicados pela Ministra da Cultura de Portugal. Inocência Mata e Luiz Carlos Patraquim são representantes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa – Palops.

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