sexta-feira, 11 de junho de 2010

Pregão cultural


Projetos culturais de domingo como o Som da Mata e Bosque em Cena já tem data pra começar

Os projetos culturais Som da Mata e Bosque em Cena serão retomados no domingo da próxima semana com mesmo formato. A garantia foi dada pelo novo gestor dos eventos, Amaury Júnior. A empresa do produtor venceu o pregão promovido pelo Idema quarta-feira e substituirá o criador e gestor dos projetos, Marcos Sá de Paula. Além da música instrumental e do teatro infantil aos domingos, o Parque das Dunas também receberá, aos sábados, o projeto Dançando nas Dunas, voltada ao segmento da dança.

É possível que o nome “Som da Mata” seja substituído. É que a patente do projeto pertence à empresa de Marcos Sá. Um encontro de Amaury e Marcos Sá foi marcado para hoje. O intuito é firmar parceria entre os dois produtores para gerir o Som da Mata. Amaury ficaria como responsável do projeto e Marcos como consultor e arrendatário da marca. De antemão, Amaury promete a mesma qualidade, estrutura e valores de cachê pago aos artistas do projeto, “com o nome Som da Mata ou não”.

“Tenho ainda a ideia de expandir o projeto, de repente com som instrumental e outra coisa. Mas tudo são idéias, projetos. Ainda preciso assinar o contrato e conversar com Marcos, com Cida (Campello, produtora cultural) para formarmos uma comissão e decidir tudo isso”. Amaury – notório produtor de espetáculos comerciais no Teatro Alberto Maranhão – também adiantou que pretende manter os mesmos grupos de teatro comumente chamados para apresentações no Bosque em Cena. “Muitos dos grupos foram indicações minhas a Marcos. É um projeto que abdica da necessidade de bilheteria pra sobreviver”, ressalta.

Os três projetos culturais objetos de contrato da licitação têm data para início na próxima semana, mesmo que haja interposição de recurso por parte de alguma das duas empresas perdedoras do processo. O outro concorrente foi o empresário Bruno Melo, dono da empresa Prática, responsável pela promoção de eventos esportivos, culturais, convenções, feiras, etc. O prazo para dar entrada com a contestação é segunda-feira. Marcos Sá já adiantou que não irá contestar. Bruno Melo avisou que irá decidir junto ao departamento jurídico de sua empresa a possibilidade.

Licitação x Orçamento
O valor inicial estipulado pelo Idema para promoção dos três projetos culturais, durante a abertura da licitação foi de R$ 484,5 mil. O pregão foi vencido pela empresa de Amaury com valor de R$ 297,5 mil – quase a metade do orçamento. “Ele baixou tanto o preço que fui obrigado a desistir. No meu entender é impossível repetir a qualidade dos projetos com esse valor”, lamentou. Marcos Sá venceu as últimas licitações por falta de concorrência. “Engraçado que o projeto está há 11 meses parado e ninguém apresentou proposta”, reclamou.

Marcos conta que as empresas apresentaram cerca de 60 lances até a definição do valor final. “A cada valor colocado por Amaury eu baixava um real pra ver se ele percebia que eu queria ficar com o projeto. Fui eu quem idealizou tudo, inclusive o projeto novo de dança. Coloquei o relógio para as pessoas se situarem do início dos shows; uma estruturazinha para abrigar os equipamentos de som, pra não ficar aquela coisa feia, solta; o banner é meu... Vamos ver como vai ficar. Vai depender da conversa que terei com ele”, disse Marcos.

O Som da Mata existe há quatro anos. O projeto foi inaugurado para ceder espaço ao músico profissional instrumentista, até então restrito aos shoppings Pelo palco do projeto – com capacidade para 300 pessoas sentadas e mais 500 no entorno – passaram nomes como Carlos Zens, Antônio de Pádua, Manoca Barreto, Danilo Guanais, Diogo Guanabara, e muitos outros. Entre shows lotados e paralisações provocadas pela burocracia e desprestígio governamental, foram cerca de 200 edições realizadas em quatro anos.

Qualidade x razão social
Marcos Sá adiantou que só firmará parceria com Amaury Júnior para o Som da Mata se houver a garantia de mesma qualidade logística e de cachês pagos aos músicos, o que ele considera uma possibilidade remota pelo valor definido na licitação. Segundo Marcos, o valor ideal para a boa qualidade do projeto seria de R$ 415 mil. “E por que ele (Marcos) não parou os lances quando ficou bem abaixo desses R$ 415 mil? É porque há condições de manter a qualidade com orçamento inferior a esse valor”, questiona Amaury.

Segundo o produtor, o preço desceu até o valor limite calculado previamente com o contador de sua empresa para a realização dos projetos em perfeitas condições. “Tenho certeza que manterei o mesmo nível de som, técnica, cachê, tudo. Quero repetir o trabalho de Marcos – o grande responsável pela ocupação do Parque das Dunas. Marcos é um grande produtor e amigo. A disputa foi profissional. Não há nada pessoal. Ao fim de 12 meses terei cumprido os 185 espetáculos e as 2 mil cópias do CD com os shows, proposto pelo contrato de licitação”, disse Amaury.

Bruno Melo estuda ingressar com recurso contra a “incompatibilidade do objeto da licitação com o contrato social” da empresa de Amaury e questionar a perda de qualidade do serviço oferecido, tomando como parâmetro o valor do orçamento. “A empresa dele é uma escola (situada na Zona Norte). Sequer você pode colocar na matéria que a empresa dele foi vencedora porque o processo ainda está em aberto. Ele apenas apresentou o menor preço”, sugere o empresário.

Amaury confirma a informação: “A escola é a atividade principal da empresa. Mas há outros itens, entre eles, produção de teatro, dança e eventos. Meu contador conversou antes com a comissão e perguntou se precisaria de alguma alteração, se estaria apta a participar. Quanto a isso estou tranqüilo. E quem conhece meu trabalho sabe que vou apresentar um bom trabalho”, concluiu.

* Matéria publicada hoje no Diário de Natal

Um comentário:

  1. Sinceramente eu acho que vai se acabar o Projeto.

    Esse Amaury, não tem nem 10% da credibilidade e gosto musical de Marcos Sá.

    Se eu fosse Marcos Sá, saia dessa barca furada que esse rapaz vai tentar realizar.

    Marcos leve seu Som da Mata pra outro local e continue seu projeto.

    Já não basta o que o Colunista Social não anda fazendo na Capitania das Artes, parece que ele também está cagando e andando pra tudo.

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