Por Haroldo Mota
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Caros amigos,
Semana passada, fiquei impressionado com a irracionalidade e a atitude com que tratamos nossos companheiros vivos deste planeta. Principalmente os grandes responsáveis por absolver em parte os 8 bilhões de toneladas de carbono promotor das mudanças climáticas, que despejamos anualmente na atmosfera.
Quatro árvores foram cortadas, na praia da Pipa, rua situada em Ponta Negra, defronte uma loja. Uma tamarineira, uma tulipa tropical e uma algarobeira já foram totalmente sacrificadas, restando um oiti que teve seus galhos totalmente cortados.
Segundo as pessoas contratadas, para realizar o serviço, usando motoserra e machado, alegaram que o proprietário do imóvel, recebeu autorização da Semsur, o que acho improvável, já que as árvores encontravam-se em perfeito estado de conservação.
Em todo o caso, foi pessoalmente nesta segunda-feira, 30 de agosto, esclarecer o caso na referida Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, para entender melhor este incidente.
Quais foram os motivos que levaram esse proprietário a tomar essa medida tão violenta? Segundo um morador da rua, as árvores estavam no passeio público há mais de 25 anos.
Com uma cópia da autorização do “Parecer Técnico de nº 377/2010, da SEMSUR, fiquei espantado e indignado sobre um dos problemas constatados: “raízes com afloramento danificando a calçada, meio-fio, leito viário, redes subterrâneas e estrutura do imóvel” e da conclusão e sugestão de procedimento: “posicionamos favoravelmente a retirada das três plantas = Tamarindo, Algaroba e Tulipa com substituição por espécies nativas em local adequado...” e no item dois da Autorização para Remoção de Árvore nº 377/2010 segue o seguinte texto: que se proceda ao plantio de três espécime nativo adaptado ao local.
O que podemos concluir sobre este caso?
Primeiro - podemos citar os benefícios que elas proporcionavam a sociedade: absorção de carbono, anteriormente comentado; conforto térmico; produção de frutos; floração para embelezar a paisagem; abrigos para animais e fornecimento de alimentação para abelhas, aves e animais.
Segundo – Em momento algum, foi mencionado o volume ou credito que estas árvores absorvem carbono.
Terceiro – Quanto tempo levará as novas árvores para realizar o trabalho que as anteriores prestavam.
Quarto – Contestamos o laudo técnico, sobre o afloramento das raízes, em momento algum elas estavam danificando a calçada, o meio-fio ou leito viário.
Quinto – Que valores e exemplos estamos deixando para os nossos filhos? O desmatamento é uma importante causa do aquecimento global. A proteção das árvores deveria se tornar uma prioridade absoluta quando levamos em conta o aquecimento global.
Sexto – Concluimos que as árvores simplesmente foram abatidas porque não são brasileiras ou melhor dizendo nativas. O oiti, foi poupado porque ele É brasileiro. O que importa? Se são africanas, brasileiras ou paraguaias.... Elas são...
O tamarindo é originaria das savanas da África tropical da família das leguminosas. Chegou ao Brasil, trazido pelos portugueses no início do século 17. O tamarindeiro é capaz de produzir durante 200 anos e pode chegar aos 30 metros de altura.
A tulipa tropical, é uma árvore africana nativa do Quênia e da Uganda, é uma espécie com crescimento considerado, na floração, possui um lindo conjunto de flores.
O oiti é uma árvore nativa do Brasil e mais comum no Nordeste. Por ser muito resistente é usada amplamente no paisagismo urbano.
A algarobeira, foi introduzida no Brasil em 1942, especialmente no nordeste, na Estação Agrícola de Serra Talhada/PE, com semente originarias dos Andes do Peru.
Sem mais...
Atenciosamente,
Haroldo Mota
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