Fátima Bernardes: Agora, esse segundo turno, ele está radicalizado. Uma mistura entre religião e política que normalmente não costuma dar certo em lugar nenhum. A sua campanha tem explorado posições do PT e da candidata do partido, por exemplo, em relação ao aborto. Essa mistura, política e religião, não deveria ser evitada?
Fátima Bernardes: Mas candidato, sua campanha tem falado, mostrado
insistentemente imagens de missas, de cultos religiosos, questões como essas do aborto, até mesmo a união civil entre homossexuais. Elas não deveriam receber um tratamento de políticas públicas e não uma abordagem do ponto de vista da religião? Isso não contribui para um retrocesso no debate político?
Fátima Bernardes: Mas é um retrocesso quanto a isso?
Wiiliam Bonner: Candidato, na sua propaganda eleitoral o senhor tem mostrado obras grandes que o senhor realizou como governador em São Paulo: Rodoanel, a ampliação da Marginal do Tietê. Essas obras foram tocadas em parte, ou totalmente, pela Dersa, que é a empresa estadual que cuida disso. Quando o senhor era governador, o diretor da Dersa era Paulo de Souza, também conhecido como Paulo Preto. Por alguns. Paulo Preto foi acusado de ter arrecadado ilegalmente dinheiro para a campanha do PSDB e de ter ficado com esse dinheiro para ele. O PSDB e o senhor já negaram essa afirmação, disseram que não houve essa arrecadação. Mas o fato é que antes de os senhores negarem isso, Paulo Preto, ao jornal Folha de S.Paulo, disse o seguinte: "Não se abandona um líder ferido na estrada". O que ele quis dizer com isso?
William Bonner: Mas eu tenho de observar o seguinte. Primeiro, Paulo de Souza tinha um cargo estratégico no seu governo, era um cargo importante, de grandes obras, e teve uma filha dele, inclusive, contratada pelo senhor tanto na Prefeitura de São Paulo quanto no governo do estado em cargo de confiança. Quer dizer: essa relação sua com parentes, também de alguma maneira não configura aí um nepotismo dentro do governo?
Serjão, uma pergunta que não quer calar. Você tornou público o voto nulo no primeiro turno. Até agora não declarou nada. Mudou de opinião? Marcos Lima
ResponderExcluir