Por Leandro Cunha
no portal Na Boca do Mundo
“Os patrões pensam que os jornalistas são cachorros sarnentos. Essa proposta foi humilhante e vergonhosa”. Foi assim que a presidente do Sindicato dos Jornalistas (Sindjorn), Nelly Carlos, avaliou o término da reunião entre o sindicato da categoria e empresários de mídia do Estado do Rio Grande do Norte na manhã desta terça-feira (26), na Delegacia Regional do Trabalho (DRT).
Pelo motivo dos jornalistas do estado terem o menor piso salarial do país (R$ 900,00), o Sindjorn elaborou 45 cláusulas de reivindicações nas quais três são principais: aumento do piso em 66,6%, o que elevaria o salário para R$ 1.500; auxílio alimentação de R$ 220,00 e a volta do delegado de redação, que faria a intermediação entre sindicato e empresas. Porem, os donos dos veículos apresentaram uma contra-proposta que eleva o salário em apenas 3,5%, ou seja, um aumento salarial de R$ 31,50.
Segundo dados apresentados pelo Sindjorn, os meios impressos brasileiros vêm apresentando crescimento de vendas (7% nacional-4% Nordeste), ao contrário da tendência mundial. A proposta de 3,5% também é menor que a inflação mostrada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
Para o diretor administrativo do jornal Tribuna do Norte, Ricardo Alves, o aumento não significa rentabilidade. “A questão não é salarial, nós temos custos e obrigações sociais”, disse. Idéia que colabora a advogada dos representantes dos jornais e revistas, Adriana Galvão. “Queríamos dar uma ênfase geral e não apenas salarial. Nossa proposta é de retirar o piso, pois acompanhamos várias convenções no Brasil e vimos que cada empresa é livre para negociar o valor que quiser com seu empregado”.
Já Nelly Carlos, esse tipo de proposta é um retrocesso para categoria e que o sindicato não vai sossegar. “Trinta reais não paga nem o lanche dos patrões, eles deveriam ter vergonha do que estão oferecendo”, disparou.
Uma nova rodada de negociação entre as partes está marcada para o dia dez de novembro (quarta-feira).
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