segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Quadrinhos reúnem memórias da 2ª Guerra


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Conflitos armados não são um tema estranho aos quadrinhos. O gênero ganhou força com na segunda metade da década de 1940, quando os leitores perderam o interesse pelos super-heróis fantasiados. De personagens fictícios ao relato quase jornalístico de conflitos reais, é grande o número de lançamentos de HQs de guerras nas últimas seis décadas.

O que diferencia A Guerra de Alan – As Memórias do Soldado Alan Ingram Cope (Zarabatana Books, 336 páginas, R$ 49) dos demais é que a história não se prende exclusivamente aos conflitos armados, e sim às lembranças reais de um jovem americano convocado para lutar na Segunda Guerra.

A graphic novel mostra a fase de alistamento e treinamento de Alan Cope em bases militares norte-americanas, a vida na caserna, os combates nos últimos meses da guerra na França e Alemanha e a retomada de sua vida, primeiro na América e depois na Europa, no pós-guerra.

A adaptação das lembranças de Cope para HQ são executadas com maestria e sensibilidade pelo desenhista Emmanuel Guibert e, embora os acontecimentos se passem durante um dos momentos mais terríveis da história do século XX, o soldado mantém um estreito contato com as artes (literatura, poesia e música) e com os amigos que vai conquistando pelo caminho.

O relato destas experiências, pessoais e muitas vezes comoventes, foi feito pelo próprio Cope a Guibert depois que os dois se conheceram casualmente na ilha francesa de Ré em 1994, onde Cope vivia sua aposentadoria. As histórias foram publicadas originalmente em capítulos na revista Lapin, da editora francesa de quadrinhos independentes L’Association antes de virarem este livro. Cope faleceu em agosto de 1999, a poucos meses do lançamento da primeira edição de A Guerra de Alan.

A obra fez parte da seleção oficial do festival francês de Angoulême 2010, concorrendo ao prêmio de melhor publicação. Também foi indicada ao Prêmio Eisner de 2009, dos Estados Unidos, como melhor trabalho baseado em acontecimento real, melhor álbum gráfico (publicação nova), melhor edição norte-americana de material estrangeiro e melhor roteirista/artista.

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