por Paulo Jorge Dumaresq
em Nariz de Defunto
Uma atriz grega de nariz aquilino é quase tão irreal quanto a feia tenista russa que namora garotas.
Há sombras na morte do mito.
Tudo é paisagem, passagem que não se cobra.
Na minha solidão vermicular vejo o modo como todos passam
ou permanecem na vitrina das lojas de inconveniências.
Não sei se isso é um poema.
Foi a necessidade que o fez falo para amenizar o sofrimento de velhas senhoras carentes de sexo anal/anão.
Enquanto a madame desfalece sob o corpo do garotão sarado, ouço uma canção de Sinatra no táxi do motorista viciado em heroína.
Essa cena não faz parte de um filme de Jarmusch.
Sem Sinatra e heroína, talvez sim.
Não acreditem nos poemas.
Escritos por míopes desfiguram a real idade de mitos e urbes.
Peço-lhes que só creiam nos poetas encantadores de serpentes.
Menos nos traficantes de armas estilo Rimbaud.
Aqueles podem acabar com um carcinoma no joelho.
E eu com a pecha de mau poeta ressentido.
Ou não poeta.
Não poíesis.
aqui
Você é poeta sim, Dumaresq. E quem quiser que apareça pra me dizer o contrário.Abraços.
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