Quando Júlio Lima montou show de despedida de Natal levou ao Aeroporto Augusto Severo apenas o talento e o peso de mais de 400 composições na bagagem. A viagem ao Rio Grande mais rico foi longa. Mas valeu a pena. Nos pampas gaúchos o multi-instrumentista já ganha reconhecimento. Em menos de um mês foi convidado a tocar suas composições em pubs locais, montou banda e integra o terceiro posto em um ranking nacional organizado por um site de promoção musical de grande alcance midiático.
São novos tempos para Júlio Lima: um filho da Cidade do Sol onde o sol não nasce pra todos. Um artista com história escrita no livro do rock potiguar desde a década de 80. E se a Linda baby de Pedrinho Mendes atesta que em Natal "ninguém se dá muito mal", é de se convir: nem muito bem. Cascudo já lembrava na frase notória: "Natal não consagra, nem desconsagra ninguém". E para sair da inércia do nem 8 nem 80; do sucesso morno e provinciano, Júlio se arriscou e o resultado em menos de um mês é ele quem diz:
"Por aqui as coisas andam bem. Finalmente montei banda e já ensaio o autoral essa semana. Aqui tem muito espaço para tocar e divulgar o trabalho. Só na cidade baixa - que lembra a Ribeira - tem mais ou menos 56 bares numa rua só, com uma puta diversificação musical". E para a sorte de Júlio, a predominância da cena musical é o rock. "Meu disco ficou bem com essa roupagem e tem tudo para colar aqui, principalmente pela receptividade ao meu som que tem crescido a cada dia".
A maior empolgação do músico e sinal de reconhecimento é o terceiro posto conquistado em um ranking nacional no site Melody Box. Depois da indicação do colega Caio Padilha e do sucesso de outro quase potiguar - Letto - no mesmo site, Júlio inscreveu suas músicas e bastaram apenas três dias para vir o resultado. Mesmo sem campanha ou propaganda na mídia, a subida foi tão rápida que o site bloqueou o nome do potiguar por suspeita de perfil falso. Esclarecida a identidade, Júlio voltou já em segundo lugar.
"O interessante é que nesse site todos ganham. Quem ouve o som dos artistas junta pontos e pode trocar por vários prêmios. E os artistas ganham chances de sair na coletânea nacional do site, concorre a shows grandes, entrevistas, etc. Enfim, o Melody Box é o futuro", comemora. De início Júlio inscreveu o disco Há Sempre Música inteiro. Depois, retirou algumas canções e deixou a faixa-título (a grande vencedora da 4ª edição do Festival MPBeco), Sem razão, e Saia de Zion, que tem feito sucesso por lá.
Persistência
A meta é se manter nas primeiras posições para integrar a próxima coletânea e demais bônus oferecidos pelo site. O compositor carioca radicado em Natal e agora no Sul, Letto, participou da primeira coletânea, recebeu R$ 500 pelo fonograma e foi inserido no esquema de divulgação com várias cópias do disco para distribuição, entre outras vantagens. Os próprios produtores do site enviaram material de Letto para 1,5 mil formadores de opinião e olheiros da música.
Talentos descobertos
Entre os membros da curadoria da coletânea estava o produtor Rafael Ramos, da Deckdisco, que descobriu talentos como Pitty, Mamonas Assassinas e Natiruts. "Só tem fera. E se todo potiguar acessar só para ouvir a gente, ganha prêmios e nós também. É uma chance para a música poti ser catapultada para o Brasil. Funciona mesmo. Já recebi elogios de várias partes do Brasil, principalmente do Sul", ressalta Júlio. O endereço é www.melodybox.com.br/juliolimarn Além de Júlio, Letto e Caio Padilha, estão por lá os potiguares do Arrelia e Pedubreu.
* Matéria publicada hoje no Diário de Natal (AQUI)
COMO SEMPRE. UM BOM TEXTO, ALÉM DE INFORMATIVO.POSTADO NO BLOG DELIVERY, ASSIM COMO TANTOS OUTROS TEXTOS DE SUA AUTORIA. PARABÉNS. A SABER: http://www.projocarsi-jocarsi.blogspot.com/
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