Faz alguns dias troquei rápidas palavras com o diretor-geral da Fundação José Augusto, Crispiniano Neto. A ocasião não podia ser melhor: após umas cervejas geladas lá no Bardalos – o bar do produtor Lula Belmont, lá no Centro. Minha primeira e, na verdade, única pergunta, foi sobre a continuidade da revista Preá. Emborquei algumas cervejas a mais para digerir a resposta...
Crispiniano relutou em definir data para o lançamento da edição n° 19 da revista. No final, e com alguma insistência dos jornalistas boêmios (eu e Rafael Duarte), ele deixou escapar que antes de abril a revista sai. E também ficou claro que a equipe – que inclusive deixou pronta esta próxima edição – será modificada. Adiantou ainda que deseja a Preá com edições mensais em vez de bimestrais.
Opino sobre as três novidades como alguém que foi estagiário, repórter e editor assistente da revista. Edições mensais é inviável para manter a qualidade da Preá. Um dos diferenciais da revista – um balanço cultural de dois municípios do Estado – publicados a cada edição precisa de tempo e cuidado para ser escrito. A edição, outras reportagens e escolha de textos também é coisa complicada para curto espaço de tempo.
A mudança da linha editorial da revista também é uma furada. Ninguém substituirá a bagagem e a dedicação do jornalista Tácito Costa à frente da equipe. Tácito foi exonerado do cargo de assessor da Fundação e quebrou-se também o vínculo com a revista. Se Crispiniano quer enxugar custos, que adote o critério de pagar repórteres por página, como faz a editoria da Brouhaha, mas mantenha pelo menos o editor da revista.
Uma revista como a Preá – unanimidade no meio cultural e um projeto de sucesso com projeção fora do estado – não pode esperar mais de um ano para uma próxima edição. Uma prova do prestígio conseguido pela revista foram as exibições de suas capas nas propagandas eleitorais da governadora Wilma de Faria. Mas, infelizmente, desde o fim da gestão de François Silvestre – idealizador da revista – a Preá tem sido cada vez mais renegada.
Enquanto François criou e manteve a regularidade da revista por quase três anos, com 16 edições, sua substituta, a professora Isaura Rosado, conseguiu a proeza de publicar duas revistas em um período de um ano e meio à frente da FJA. E com a mudança de gráfica – idéia dela – a qualidade caiu vertiginosamente. Mais de um ano de gestão e Crispiniano – que já foi personagem de longa entrevista da Preá – sequer publicou a edição que já está pronta. Se o galo já não canta, vamos esperar a Preá sair do cativeiro.
Geraldo Anízio de Caicó
ResponderExcluirBem, eu não sabia qua a Revista Preá estava fora das bancas! Fico envergonhado com tal notícia."Eu não sou nada, nem quero ser nada"mas pelo amor de Deus não a deixe ficar esquecida. Onde estão as autoridades cujo papel é fomentar a cultura potiguar? Acorda Cipriano e os jornalistas que fazem essa orgulhosa revista.Fiquei lisongeado no dia que saiu Louvação a Natal de minha autoria.sQue pena, tomara que apareça um filho de Deus, também potiguar que queira ressuscitar da cerca de pedras, a Preá tão cobiçada.