Caetano Veloso tem mais valia cantando mesmo. Quando abre a boca gera polêmica. E normalmente falando besteira. A última foi em entrevista publicada hoje na Folha. O tropicalista defendeu seu amigo, o ministro Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) – vejam só quem – , que avaliava o governo Lula como o mais corrupto da história devido ao mensalão e depois assumiu um cargo no Planalto.
O cantor lembrou que o ministro é tido como antipático com os jornalistas. Questionado por que o ministro é folclorizado, Caetano respondeu, com a velha mania do contraditório:
“Porque todas as pessoas que tentam coisas importantes para o Brasil sofrem com essa inércia de o Brasil ter sido desimportante, uma espécie de salvo-conduto para cada um cada um se mostrar irresponsável na sua área. As pessoas ficam com medo de assumir responsabilidade. Isso é inconsciente, mas é verdade. Brasileiro adora dizer que o Brasil não presta, que a língua portuguesa é uma porcaria, que todo mundo escreve errado e ninguém reclama. Tudo aqui é desrespeitado. Tudo que aponte para um negócio que crie responsabilidade”.
E o pior ainda estava por vir. Indagado sobre a possibilidade de a sucessão de Lula caminhar para a disputa entre a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), o cantor também criticou a esquerda paulista:
“Dilma pelo menos não é de São Paulo, não é da USP. Serra não é propriamente USP, mas essa esquerda paulista já encheu, já deu o que tinha de dar. E é o que Lula é também”.
Talvez ele espere a volta de Celso Pita ou Quércia, ou não.
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