As chacotas, acusações e discussões de representantes das duas chapas concorrentes à nova presidência da Samba antecederam o dia de votação, com início nesta sexta-feira a partir das 10h (apuração começa às 18h).
Não participei das outras eleições. Conheço apenas por histórias. Mas não precisa curso no Senac para apostar num dia agitadíssimo por lá. A quista de ontem à noite, os ânimos podem se alterar além do limite.
Eu ainda procuro uma razão para disputa tão acirrada, quando a coisa sempre foi resolvida de forma consensual ou, pelo menos, sem tanta intriga. O ambiente está tenso. Que haja a boca de urna, mesmo entre concorrentes numa mesma mesa, mas sem agressões pessoais, em respeito à própria aura boêmia e convidativa do lugar.
Achei duas hipóteses para tal acirramento: a primeira é a chance de o projeto Pratodomundo receber a verba de R$ 180 mil do Ponto de Cultura. Ora, dinheiro na mão nem sempre é vendaval. Embora essa grana dificilmente caia naqueles chãos. Meu povo, suplente é suplente, principalmente quando a direção da fundação cultural é do PT (acho que entenderam o que quis dizer).
A segunda: a vontade real de propor mudanças no Beco da Lama. Mas, se assim fosse, estariam todos na mesma mesa, discutindo propostas, conversando sobre futebol e demais assuntos de mesa de bar. Como antigamente. A temperatura não estaria aos 40 graus.
Em outras épocas não era assim. E disso posso comentar. Bebo minha cerveja por ali quando a barba de Romildo era rala (rs). São alguns poucos anos. Nada comparável aos que bradam décadas de freqüência, como se valesse status ou hierarquias de importância.
Quando o preconceito e a alma de gueto fugirem dali, acredito que as pessoas se sentirão mais à vontade de pisarem naquelas adjacências. O antro é libertário. É pra isso que a Samba precisa acordar. Não existe nós do Beco. Somos todos. Ou quem quiser.
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