Por Régis Tadeu
Colunista do Yahoo
Minha falecida mãezinha – cujo doce espírito deve estar neste exato momento sentado ao meu lado, lendo estas mal traçadas linhas – sempre dizia que “o pior cego é aquele que não quer ver o que acontece ao seu redor”. Estas sábias palavras ecoam na minha cabeça depois de assistir a uma das mais patéticas atrações televisivas dos últimos tempos.
Certa vez, escrevi aqui mesmo no Yahoo! Brasil um texto chamado “Prêmios não servem para nada”, mas tenho que admitir que mudei de opinião depois de assistir às grotescas cenas ocorridas durante aquilo que deveria ser um dos maiores eventos da música brasileira – o Prêmio Multishow 2010 – que ocorreu na semana passada. A julgar por aquilo que vi ali, um prêmio também serve para envergonhar um País inteiro.
A começar por uma série de inacreditáveis falhas de organização, dignas de um show de quermesse de oitava categoria. “Patético” talvez seja o melhor adjetivo que posso encontrar para definir o evento, um verdadeiro antro de felicidade de plástico, exibicionismo canhestro, premiações absurdas e o que é pior: um retrato límpido e cristalino do que chamamos hoje de “juventude televisiva”.
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