O número de jornalistas presentes na noite de ontem ao Sindicato surpreendeu a diretoria e abre boas perspectivas de mobilização à categoria. Compareceram 19 pessoas, incluindo cinco diretores. Se é muito para o histórico das campanhas salarias encampadas pelo Sindjorn, é pouquíssimo para tentarmos conquistas mais concretas e substanciais este ano.
Dos 14 jornalisstas presentes, 11 foram de dois veículos de comunicação. Ou seja: falta liderança e mobilização na maioria das redações. Ainda assim, traçamos estratégias interessantes e deveremos, nos próxmios dias, "engrossar o caldo" com participação de estudantes e outros colegas. Mas o engajamento das redações de jornais e TVs ainda é o mais importante.
Conclamo todos a vestirem preto ou colocarem a fitinha preta distribuída pelo Sindjorn ontem durante esses próximos dias. E mais do que isso, a acompanharem nossos atos. A próxima Assembleia está marcada para 4 de novembro (quinta-feira), às 19h30. Esperamos muito mais gente e ações mais firmes a partir da data, para coibir a palhaçada apresentada pelo empresariado na primeira negociação.
Contraproposta
Em duas horas e meia de Assembleia, entre ações agendadas e praticadas nos próximos dias, a diretoria procurou mostrar a contra-proposta atroz apresentada pelo empresariado. Se a campanha não ganhar força e essa proposta é aprovada, praticamente todos os direitos sociais conquistados cairão por terra.
Eles simplesmente rasgaram a pauta dos anos anteriores e criaram uma nova este ano - fato inédito nas últimas campanhas salariais da categoria. Normalmente a negociação se pautava pela estrutura já montada e alteração em cláusulas chaves. Este ano eles jogaram sujo. E repito: jornalistas perderão o piso, folgas, horas extras e outras garantias.
Os 3,5% oferecidos (R$ 31,50) de reajuste apresentados por eles é o mínimo da pauta. Eles praticamente copiaram os direitos básicos do trabalhador contidos na CLT e jogaram nesta nova pauta. A multa pelo descumprimento dos direitos do trabalhador, que seria de 10 salários mínimos, eles propuseram R$ 20. Piada? Será aprovada se você, coleguinha, nada fizer.
Outro exemplo, das dezenas de novas cláusulas arquitetadas pelos patrões, é a proposta de uma única folga em um domingo ao mês para você, jornalista-amigo-fudido como eu. Entendeu bem? Trabalho nos sábados e três domingos ao mês. Deu para perceber, por cima, a dimensão do que precisamos enfrentar?
Mobilização
Os motivos para esta contra-proposta tacanha é pura e simplesmente a desmobilização histórica da categoria. O delegado da DRT informou que só se conquistam garantias com pressão. Deu o exemplo do setor de transportes: por mais dificuldade enfrentada pelas empresas, os trabalhadores param e conquistam novos direitos e reajustes porque são unidos.
No dia da negociação, quando o Sindjorn saiu da sala haviam mais de 100 trabalhadores da construção civil em apoio ao sindicato da categoria, para a próxima discussão. Nós não levamos 5 pessoas à sala e ninguém esteve do lado de fora. Esta Assembleia de ontem nos animou e agora vamos pra frente ou eu mudo de cidade e profissão.
O abuso é maior do que eu pensava...
ResponderExcluirSérgio, não tô trabalhando mas apoio qualquer mobilização e ato de vocês. Tá na hora do palhaço sair do picadeiro e assistir ao espetáculo da platéia.
ResponderExcluir