sexta-feira, 24 de abril de 2009

Poeta mal pago (?)

Um dos maiores expoentes da contracultura potiguar e integrante do seleto time de poetas fundadores do Poema Processo, Falves Silva, reclama há oito meses o pagamento de uma palestra ministrada por ele dentro da programação inaugural do projeto Acervo em Movimento, promovido pela Fundação José Gugu. A entrega do cachê de apenas R$ 300 tem sido protelada há meses. Segundo o poeta/artista visual a insistência do pagamento junto ao Centro de Documentação Eloy de Souza (Cedoc) – vinculado à Fundação – foram todas seguidas de desculpas.

A outra versão, dada pelo setor financeiro da Fundação José Augusto, diz que o dinheiro foi pago em março a Francisco Silva, o Falves. Exatamente a quantia de R$ 252, descontados a porcentagem de ISS. Difícil saber de quem é a verdade. Falves Silva procurou o jornal indignado, no início do expediente. Disse ainda que recebeu adiantado um cachê de R$ 800 por uma palestra semelhante ministrada em seminário realizado em João Pessoa. Embora a quantia seja quase simbólica para tanto alarde, Falves avisa que o “desrespeito” atinge o artista de forma geral, independente de valores de cachês.

O projeto ao qual Falves Silva participou objetivava a divulgação do patrimônio das artes visuais do Estado nas redes públicas de ensino e o desenvolvimento de material didático cujo conteúdo mobilizaria o acervo da Pinacoteca. Seminários e oficinas foram oferecidos. Falves foi palestrante junto com os também artistas visuais Ítalo Trindade e João Vianei para discutir a arte contemporânea. “Pesquisei, estudei a palestra, queimei pestana para não receber nada. E olhe que é uma mixaria. Mas reclamo em nome da dignidade do artista potiguar de um modo geral”.

Falves Silva reclama da burocracia impregnada na FJA até para darem desculpas. “Tenho que falar com mais de uma pessoa para, ao final, darem a mesma resposta”. Segundo ele, esta mesma burocracia é a responsável pelo entrave no pagamento. “Esse projeto foi patrocinado em convênio com o Ministério da Cultura, a Unesco e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid). Esse dinheiro chega antecipado. Não tem como atrasar”. Falves desconhece se outros artistas participantes do projeto receberam seus cachês.

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