quarta-feira, 31 de março de 2010

Reforma na galeria do Centro de Turismo

O Centro de Turismo de Natal inicia a restauração de sua pintura, de cara nova, mostrando o amarelo ouro original e histórico do prédio tombado pelo patrimônio nacional. Vale uma visita à Galeria de Arte Antiga do marchant Antônio Marques. Há muita preciosidade por ali. Confesso que me falta melhor ciência a respeito de preços de obras de arte. Mas achei cara as peças. Por outro lado, há a garantia de qualidade, e algumas vezes, de raridade. Muitos dos nossos melhores nomes das artes plásticas, em suas várias vertentes, têm seus trabalhos à venda na Galeria. Vale pelo menos uma visita.

Esmeralda valiosa

Notícia bacana. Soube agora há pouco que o livro Esmeralda: Crime no Santuário do Lima, do escritor François Silvestre, esgotou e é o mais vendido na Livraria Siciliano. O tempos de culto à superficialidade dos códigos da vinci, da busca insana pelos livros de auto-ajuda ou de lançamentos literários aos montes e tão pomposos, a notícia soa como alento. A procura pelo livro de François provoca questionamentos. Primeiro, se vale a pena entregar 30 ou 40% da venda do livro à livraria, na noite de lançamento. Se é preciso a festança literária para alavancar a venda do livro ou criar mídia espontânea. E se há realmente prestígio à literatura potiguar e não fingimento intelectual tão notório nos lançamentos literários.

Tuitando com Marcelo Veni

marceloveni Da série tem coisa que só acontece comigo: O cheque d pagamento de show apresentado no carnaval, q recebi da empresa Ilumiar não tinha fundo.

Até!

Amigos, vou uma quinta-feira e volto um domingo! Até!

Som da Mata silencia

Projeto cultural realizado nas tardes de domingo no Parque das Dunas chega ao fim por falta de verba

A família natalense fica órfã neste domingo de um dos poucos projetos culturais duradouros e de sucesso patrocinados pelo Governo do Estado. Entre altos e baixos, o Som da Mata seguiu firme nos últimos anos como um dos sobreviventes de uma leva de projetos gratuitos e voltados ao lazer e à arte realizados nos fins de semana. Extintos o Domingo na Praça, o Ribeira das Artes e o Domingo Melhor, chega a vez do Som da Mata encerrar suas atividades por tempo indeterminado devido à falta de verba.

O projeto teve início em 2 de julho de 2006 e desde então se tornou um dos mais populares e prestigiados de Natal. A lotação das cadeiras postadas em frente ao palco do Anfiteatro Pau-Brasil é comum nas edições semanais do projeto. O ingresso simbólico de um real e o clima aprazível do Parque das Dunas se unem à música instrumental executada ao vivo pelos melhores músicos do Estado como atrações para criança, jovens e idosos.

O Som da Mata é promovido mediante parceria entre a empresa do produtor cultural Marcos Sá de Paula e o Governo do Estado, através do Idema. Segundo comunicado emitido pelo produto à assessoria do Governo, o contrato de seis meses, referente a 52 apresentações artísticas (26 de música instrumental e 26 de teatro voltado ao público infanto-juvenil) foi cumprido sem metade do repasse prometido.

“Nos últimos três meses, referentes ao aditamento de 52 apresentações artísticas (contrato nº 030/2009), não foi feito nenhum repasse dos valores acordados, estando, portanto, 26 grupos de artistas entre músicos e atores, sem receberem os seus cachês, além da equipe técnica necessária à realização do programa”, escreveu o produto no comunicado que será divulgado na imprensa, segundo prometeu o próprio.

O fim do Som do Mata leva consigo outro projeto prestigiado, sobretudo, pela criançada. É o Bosque em Cena. Também realizado aos domingos, o projeto propõe encenações teatrais e musicais como forma de levar mensagens de conscientização ambiental e sócio-educativas por meio da arte. O Bosque em Cena – palco garantido para muitos grupos teatrais voltados ao público infantil – também cobra o valor simbólico de um real e é realizado nas manhãs de domingo.

O projeto
O Som da Mata representa a valorização da música instrumental potiguar. O Rio Grande do Norte guarda alguns dos melhores instrumentistas do país e tem no palco do Anfiteatro Pau Brasil o único espaço fora dos shoppings ou do trabalho coadjuvante junto a outras bandas. Pelo palco do projeto – com capacidade para 300 pessoas sentadas e mais 500 no entorno –passaram nomes como Carlos Zens, Antônio de Pádua, Jubileu Filho, Manoca Barreto, Danilo Guanais, Eduardo Tauffic, Diogo Guanabara, e muitos outros, na diversidade de estilos musicais característica do projeto.

O projeto foi inaugurado com este propósito de ceder espaço ao músico profissional instrumentista até então restrito aos shoppings, sem a atenção e foco merecidos, e também de ocupar o então recém-inaugurado Anfiteatro Pau Brasil, em ampla reforma patrocinada pelo Governo do Estado no Parque das Dunas, em 2006. Entre shows lotados e paralisações provocadas pela burocracia e desprestígio governamental – na última passou um ano parado, voltando em outubro de 2009 –, foram cerca de 200 edições realizadas em quatro anos.

Previsão de volta
A expectativa da administração do Parque das Dunas é de que o Som da Mata volte dentro de um mês. Segundo eles, foi solicitado pedido de renovação antecipada do projeto em janeiro, já prevendo o fim do contrato em março, para que em abril ele fosse continuado sem interrupção. “Infelizmente houve demora na tramitação e o processo ainda será licitado. Se tudo correr bem, acredito que dentro de um mês o projeto possa voltar”, estimou Rafael Macedo, adjunto na administração do Parque.

Quanto aos três meses de pagamento atrasado aos artistas, o setor financeiro do Idema informou que o processo foi encaminhado à Conselho de Desenvolvimento do Estado (CDE) em 24 de março e espera retorno.

terça-feira, 30 de março de 2010

Oliver Stone filme documentário sobre Chávez


O cineasta americano Oliver Stone virá ao Brasil em maio para lançar o documentário South of the Border (Ao Sul da Fronteira). O longa tem como fundamento a exaltação ao regime político instaurado pelo presidente Hugo Chávez, na Venezuela. A informação é do jornalista Ancelmo Góis, em sua coluna publicada em O Globo, ontem.

Oliver Stone é diretor renomado e autor de filmes polêmicos. Dirigiu, entre outros, JFK – A Pergunta que não quer calar. Nixon, a respeito do ex-presidente americano. Platoon, onde abordou os horrores da Guerra do Vietnã. Também o prestigiado Assassinos por Natureza. E mais recentemente, As Torres Gêmeas, filme recheado de patriotismo.

Stone apresentou South of the border no Festival de Veneza, em 2009, e provocou polêmica. Em entrevista a O Globo, em fevereiro, defendeu seu ponto de vista: "Ele foi feito no espírito de flagrar a cobertura hipócrita que a mídia americana deu a Chávez, chamando-o de ditador. A América Latina hoje tem um time de governantes, Lula entre eles, que se preocupam em ouvir quem passa fome", disse.

Mentes brilhantes

Quais métodos os psicólogos contemporâneos usam para identificar crianças superdotadas? Como ocorre o desenvolvimento emocional desses pequenos? Veja o que existe de novo nesse campo e o que dizem os pesquisadores sobre os famosos testes de QI

AQUI.

Estirado no estirâncio


Carito lança experimentações poético-sonoras em DVD e CD e fala dos novos tempos da música e dos Poetas Elétricos

Estirâncio é aquela faixa de terra deixada pela maré quando seca, usada pelos românticos para rasgar a carne da areia com rabiscos amorosos. É lugar de sombras de guarda-sóis, de descanso e lazer, sem sombra de dúvidas. Mas na poemúsica, “estirado no estirâncio” é, na verdade, o título do último CD do Poetas Elétricos e do mais novo clipe da banda, comandada pelo irrequieto poeta musical Carito. A nova fase do Poetas Elétricos – agora sem a terceira voz do plural – vem também acompanhada de CD e DVD só de músicas inéditas previsto ainda para este ano.

Carito e seu Sancho Pança, o químico-guitarrista responsável pelos ácidos eletrônicos e misturas de liquidificador, Edu Gómez começaram a compor músicas inéditas para confecção de um novo tecido musical: um DVD chamado Breves Incandescências – um trabalho curto e denso. “Pensamos em uma retrospectiva da nossa carreira, usar velhas sobras, mas decidimos pelas novas sombras, meio intimista, elemento fogo, com mais guitarras e poemas curtos”, brinca Carito. E a forma de difusão midiática do novo trabalho sinaliza novos tempos...

Antes, o poeta explica o formato do DVD: “Vamos filmar um show sem platéia. Acrescentar imagens extras, externas, agregando o conceito de videoclipe ao formato do filme-show, gerando certa ambiguidade - uma viagem que gera outras. E nos Extras do DVD colocaremos outros videoclipes específicos, de poemúsicas de CDs anteriores - como o videoclipe Palavreando (dirigido por Mário Ivo, vencedor do Curta Mada 2006), o videoclipe Maria Elétrica (animação feita por Joanisa Prates & Cia.), e esse agora que acabei de dirigir: o videoclipe Estirado no Estirâncio”.

Com Carito

Contrabandeando pensamentos
“Nessa minha trajetória artístico-musical, eu vim de duas bandas de rock: Fluidos (início dos anos 80) e Modus Vivendi (meados dos anos 80 a final dos anos 90). Sempre foram casamentos artísticos, de altos e baixos. Muita gente, muita necessidade de conciliar, alguém tem que ceder, alguém tem que exceder, e por aí vai, não vai, foi, não foi. Foi bom enquanto durou. Fizemos história. Acabou. Sumi. Não fui embora para Pasárgada, mas fui para Ponta do Mel pensando que eu era Rimbaud indo pra África, contrabandeando pensamentos”.

Poetas elétricos em ebulição
”Quando pintou a síndrome da abstinência artística, eu e Edu Gomez resolvemos resgatar um projeto perdido, que tínhamos paralelo ao Modus Vivendi, onde misturávamos de forma experimental música e poesia nas sobras das madrugadas e recitais alternativos. E foi desse resgate que surgiu Os Poetas Elétricos. O lance é que no princípio... no princípio era o verbo, oral, sexo oral, não pensávamos que íamos fazer amor com o público de maneira visceral de novo, leia-se palco”.

Artistas da contemporaneidade
”Minha alma sempre cheirou a palco, mas shows dão trabalho, dependem de muita coisa. E nós dois, dinossauros reinventados, queríamos dar vazão à poluição artística noturna, mas queríamos simplificar. Não necessariamente fazer coisas simples. Queríamos apenas gravar. Já que os tempos eram outros. Chegar aos outros pelo disco, pela internet. Afinal, o mundo tinha se tornado virtual. Antes a dificuldade de gravar era enorme, e nós apenas nos apresentávamos, muito. Com os novos tempos, vieram novos estúdios, novas linguagens que a nossa sede de pós-modernidade sempre quis saciar. Somos artistas da contemporaneidade”.

Sem a terceira pessoa do plural
”Queríamos ser só dupla, só ser, ser sós, processo fechado, isolamento, sem mais ninguém para dar satisfação, para a gente fazer o que der na cabeça, e dar no pé quando quiser. Os shows aconteceram por acaso, até porque queríamos transcender ao rock, ao estigma de banda de rock. Então, não sabíamos nem como apresentar em palco a nossa invencionice digital, nem estávamos tão preocupados com isso. E os shows, os convidados, as participações espaciais, surgiram de forma espontânea, como Michelle, que se tornou a terceira pessoa do plural. Ela e Edu acabaram se casando e agora se separaram, vida e arte, amor e dor”.

Dom Quixote e Sancho Pança
“Eu e Edu Gomez somos parceiros desde 1987, quando começamos a compor juntos, durante muitos anos na banda Modus Vivendi, depois n'Os Poetas Elétricos. Sentimos um grande prazer em criar juntos, temos uma química forte, uma máquina de criação azeitada, aceitada e acertada, uma sede de criar, uma sede do novo, uma sede de novo, pois ela se renova, sempre. Marcamos dia e hora para compor, e funciona. Há muito tempo é assim. Segunda às 19 horas. Começamos do nada e no final da noite, na madrugada temos um ou mais trabalhos criados, e é isso que nos excita, muito - sempre essa possibilidade do fazer artístico, do fazer também enquanto refazer. A dificuldade maior é abandonar a obra. Até que chega um momento onde a criatura toma vida própria, independente do criador. E só nos resta começar tudo de novo. Procuramos transformar vida e arte, arte em vida. Numa época em que parece pecado ter alguma pretensão. Não conseguimos fazer sem essa pretensão - a pretensão da chama, o fogo da criação! Não sobrevivemos da arte, mas não conseguimos viver sem ela”.

Novos verbos
”Somos experimentais, estamos sempre sujeitos a novos verbos, a mudar de estilo e estalo, mais subjetivos que objetivos, experimentando também diversas formas/formatos de apresentação. Quase um parto, sempre. E todo mundo ocupado, fazendo por doação, como nós que não sobrevivemos de música, mas não conseguimos viver sem ela. Aos 46 do segundo tempo, meu amigo, é porque continuo ainda muito a fim”.

Arquiteto da (des)construção
“Para mim todas essas linguagens estão interligadas. A arquitetura, a poesia, a música, o cinema, o video, o teatro, a performance... A construção no espaço, diálogos e respirações, jogos de palavras, de formas, de volumes, cores, preto & branco, luz e sombra, o movimento de câmara, o movimento da palavra, ritmo, modulação, planos e contraplanos, pontos e contrapontos, protagonistas e coadjuvantes, e coisas que ainda não têm nome, coisas inventadas, palavras inventadas, a palavra-imagem, o som do silêncio... e "sentir que o resumo é de cada um". Qual a meta? A metalinguagem, por exemplo. O que me interessa é a multilinguagem, a pluralidade, a experimentação, correr o risco. Agora vamos brincar com fogo, nos queimar de criação”.

A realidade do vazio
Meu primeiro projeto de arquitetura quando formado foi o projeto de uma aula da saudade. Minha turma me convidou para ser o orador e na aula da saudade eu disse: esse é o meu primeiro projeto de arquitetura - o projeto da aula da saudade! Assim sinto tudo, de uma forma mais ampla, acreditando no vazio féril de Beckett: "nada é mais real do que nada". No império do chão e no criançamento da palavra de Manoel de Barros. Na aventura e liberdade do olhar de Antonioni, na poética do espaço de Bachelard: "o sonho é mais forte do que a experiência".

Autorais em terra de covers
”Trabalhar a experimentação autoral numa cidade onde predomina músicas de mau gosto e onde bares ditam a coverização excessiva... Ainda assim, acho que temos, vou provoca-usar, a palavra: sucesso! Se fazemos um show para uma pessoa e ela curte e nós também, isso pode ser considerado um sucesso aos envolvidos. Não defendemos olas aos poucos, mas se muitos não vão aos shows, não podemos obrigar as pessoas, nem vamos ficar amargos com isso, não faz bem pra saúde”.

Novos projetos
“Nesse ano resolvemos dar um tempo dos palcos. Estamos dedicados ao trabalho que será registrado em CD e DVD (Prêmio Núbia Laffayet). E eu, particularmente, estou também me concentrando em organizar um livro de poesias para o próximo ano, fazendo um novo blog, e me envolvendo também com direção, roteiro e produção de vídeo”.

* Matéria publicada hoje no Diário de Natal (aqui, com uns adendos)
* Foto de Giovanni Sérgio

É o fim

Calma, amigos. Faltam ainda dois anos para 2012. O mundo sofre apenas de ataques epiléticos. Por enquanto, é apenas e tão somente o meu fim. Aos poucos mais chegados, também nada de preocupação. Pelo contrário, apenas alegria: deixo hoje a equipe da assessoria de Comunicação do Governo do Estado, a qual me consumiu muito estresse e tempo. Ao contrário do costumeiro comentário do dever cumprido e da satisfação com o meu trabalho, dessa vez confesso ter realizado um trabalho, como se diz no popular, mea-boca. Unir a rotina "pesada" de um jornal diário - ainda mais com uma equipe ínfima de cultura (editor e repórter) - a uma assessoria do porte do Governo do Estado é trabalho hercúleo, somado ainda à editoração de uma revista mensal e às atualizações deste blog.

Por outro lado, afirmo convicto: fiz o que podia. Deixei alguns insatisfeitos. Paciência. A compreensão é qualidade de poucos. Na maioria dos dias saí do Diário de Natal direto à assessoria, sem almoço nem energia para muita coisa. E no mesmo dia, viajava noite adentro para o interior, voltando perto ou na madrugada, para novo ringue no dia seguinte. Estresse, falsidade, bons amigos e colegas, aprendizado, incompreensão e gratidão. É o que levo em um ano e três meses de trabalho na Governadoria. Há um trabalho bacana feito ali. Registre-se o compromisso de Rubens Lemos e Cledivânia. E a paciência dos repórteres, fotógrafos e motoristas com o ritmo acelerado de trabalho e o atraso de proventos e diárias. E concluo: dentro ou fora do Governo, mantenho minha postura imparcial e crítica.

OBS: Neste mês de abril este eterno repórter tira merecidas férias também do Diário de Natal. Justo quando novidades bombásticas apareceram. Uma delas sai na edição de amanhã do jornal. E um comentário ácido na última coluna antes das férias, publicada aos domingos. A volta das férias, também vem novidade. Esperem. De qualquer forma, estou por aqui, diariamente. Tardes livres, agora. E a procura de novo emprego.

segunda-feira, 29 de março de 2010

De François Silvestre sobre Oswaldo Lamartine

De François Silvestre,
em comentário da matéria abaixo sobre Oswaldo Lamartine.

"Oswaldo é daqueles que a gente se obriga a beijar as mãos, os olhos e o chão do seu pisar. Quem pensa que a nossa literatura é apenas o esgoto,farta-se da água limpa de Oswaldo. Ele não é segundo de nada. É primeiro de tudo. Gavião pace, pairando feito condor sobra as cabeças do sertão. Rodilha de cascavel, antídoto de pinhão. Com seu olhar de grota rindo das teorias dos feitores de textos de quem se envergonha de ser daqui. Oswaldo não tinha saudade de Dublin. É o Sertão das letras que sente saudade dele. O resto...".

Tuitando com Marcelo Veni

MarceloVeni A FJA finalmente definiu um critério para selecionar os shows locais do projeto seis e meia, até então restrito ao gosto e relações pessoais. Critério em parte, pois parece mais uma mea culpa com os músicos selecionados no Edital Nubia Lafayette e que vem se arrastando. Dos males o menor, dos 40 selecionados no Edital 16 foram escolhidos e estão confirmados para se apresentarem no Seis e Meis deste ano. Um dos selecionados é o cantor e o compositor Romildo Soares que volta ao projeto Seis e Meia na primeira semana de agosto deste ano. Só não sei qual foi o critério escolhido pela FJA para definirem os 16 artistas do edital Núbia Lafayette para os shows no Seis e Meia.

4 anos de um sertão cultural


Há exatos quatro anos, Oswaldo Lamartine atirava no peito e matava um pedaço importante da cultura potiguar

"Essa página bem poderia estar empoeirada ou melada de um barro molhado que moldou a personalidade de um sertanejo nato. Numa hipótese mais utópica, essa página poderia voar solta e perdida entre os chãos arenosos do Seridó potiguar; lá para as bandas de Serra Negra do Norte, onde nasceu um doutor com diploma de sertão, chamado Oswaldo Lamartine". Estas foram as frases iniciais da última matéria publicada neste Diário de Natal com Oswaldo Lamartine, meses antes de atirar em seu desgosto e ter matado 88 anos de sertão, há exatos quatro anos. Foi sua última entrevista publicada na imprensa.

Há projetos em curso para confecção de livros a respeito do sertanista e da obra de Oswaldo Lamartine - escritor elogiado por José Lins do Rego, Gilberto Freire e considerado por muitos o segundo maior intelectual potiguar, atrás daquele que talvez seja o primeiro do país: Cascudo. O editor da Editora Sebo Vermelho, Abimael Silva tem o projeto da reedição do livro Conservação de Alimentos no Sertão do Seridó, prometido para o fim de 2009.Segundo Abimael Silva, Lamartine deixou o material e instruções de como desejaria ver a capa. O sebista-editor disse ainda que está em processo um livro-coletânea de textos alusivos à figura de Oswaldo Lamartine publicados na imprensa.

Antes do fatídico 29 de março de 2006, Oswaldo Lamartine havia aberto as portas de seu flat, situado em Petrópolis, para receber o repórter. Em papo informal de despedida, confessou: "Rapaz, só estou esperando a morte, que não chega; a caetana". Mas a lucidez do escritor impressionava. Talvez por isso enxergasse uma modernidade indesejada, destruída pelo progresso infame.

Passaram-se alguns meses após aquele encontro. Sua fonoaudióloga cobrava nova visita com o argumento infalível do pedido de Lamartine para novo encontro, mesmo que sem entrevista, apenas para conversar, impossibilitada pela pressa cotidiana.

A única visita feita é de surpresa, numa quarta-feira à tarde. Iniciava-se o segundo tempo do jogo de futebol da seleção brasileira contra a Noruega, pela Copa do Mundo. A enfermeira que o acompanha diariamente, durante as manhãs e tardes aponta o quarto onde está o escritor. Nem bem aponta, Oswaldo grita um "pode entrar" contido. É que há três anos havia sido operado e naquele momento sofria dificuldades de deglutição e de fala. Os pigarros foram constantes.

O escritor vestia roupas leves. Após um aperto de mão firme que contrariou o aparente corpo magro e debilitado em função da doença, ele se desculpou por receber o repórter daquela maneira: "um lixo hospitalar". Pareceu contrariado pela impossibilidade de proporcionar a recepção característica dos sertanejos.

Após pouco mais de 30 minutos de entrevista, a última pergunta foi uma sentença descrente: "Sei que a pergunta é complexa. Mas o que é o sertão para o senhor?". E a resposta veio espaçada: "Ô meu filho... (longa pausa). É um mundo que se foi".

Oswaldo Lamartine morreu de tristeza, de saudade de sua Acauã; de seu sertão. Fez lembrar outro potiguar ilustre: Djalma Maranhão. Ambos morreram exilados. O eterno prefeito morreu de saudades de Natal, exilado no Uruguai pela ditadura militar.

Em um aspecto os dois se distinguiram. Djalma teve um enterro à altura de sua importância. Milhares de pessoas cercaram o Cemitério do Alecrim em uma das cerimônias fúnebres mais populares da história de Natal. O velório ou enterro de Oswaldo Lamartine foi ao seu jeito: simples, discreto, longe da relevância que foi como intelectual, como escritor, etnólogo, sertanista, pesquisador; como homem simples.

Lamartine soube enxergar alguns segredos da vida. Daqueles mais segredáveis, reservados aos de sabedoria, não aos de conhecimento. Coisa para quem soube vencer as forças inexoráveis do progresso e não se deixou tragar pela atmosfera invisível e nervosa da metrópole.

* Matéria publicada hoje no Diário de Natal

domingo, 28 de março de 2010

Comentário de Thiago Lopes

Thiago Lopes, deu algum troço aqui que seu comentário, a respeito da matéria abaixo, foi apagado. Ou não apareceu ainda. Realmente desconheço o acervo da Planeta Video. Conheço de outras e de longe a Videolaser é a mais recheada de filmes de arte. Vou até atrás da sua dica, fica mais perto da minha casa. Quanto à falta de referência ao Sétima Arte, foi proposital. Não quis - até por falta de espaço do jornal - dar mídia à pirataria. Decisão minha, mesmo.

E só um adendo à matéria: aproveitei a ida às locadoras e aluguei três filmes: Fargo (dos Irmãos Coen), Em Paris (recomendadíssimo), e O Céu de Suely. Este último, veio sem a opção de retirar a legenda, sem os extras e, pasme, sem o final. Depois a galera reclama. Se o diferencial das locadoras é o da qualidade do filme, ainda encontramos dessas. Fica difícil largar o preço, a comodidade e o risco dos DVDs piratas desse jeito.

Valeu!

A vitória da ilegalidade


Vídeolocadoras sucumbem frente à pirataria e enxergam nas novas tecnologias a saída para sobrevivência

Em seis anos o número de locadoras de vídeo caiu quase 95% em Natal. As oito sobreviventes do naufrágio da legalidade frente aos “piratex” nadam contra a maré e se agarram a outros serviços para manter o comércio. O cenário é claro: a ilegalidade venceu o comércio legal. O mercado da pirataria – travestido de informal ou problema social – forçou a falência de cerca de 130 videolocadoras na cidade na última década. E embora pareça tendência o crescimento dessa prática criminosa, o surgimento de tecnologias como o blue ray e o 3D prometem inviabilizar a cópia pirata e reacendem a esperança de velhos comerciantes do ramo.

A queda no faturamento nos últimos seis anos – desde que o advento do DVD surgiu e facilitou a cópia pirata dos filmes – se aproxima aos 60% nas principais videolocadoras da cidade. O número de funcionários foi reduzido em aproximadamente um terço. O valor do aluguel dos filmes está congelado há dez anos em quase todas elas. E a redução da freqüência de jovens acende a luz vermelha para o futuro. Diante do cenário pouco promissor, comerciantes adotam novos critérios na compra dos filmes, procuram novos serviços para atrair o cliente e esperam pacientemente mais dois ou três anos para a chegada do blue ray.

Pizzaria, mini-conveniência, lanchonete e comércio de eletrônicos e equipamentos de áudio e vídeo são algumas das alternativas encontradas pelos donos de videolocadoras para sobreviverem por mais tempo. Fátima Alves está à frente da Videolaser há 20 anos. A locadora detém o maior acervo de filmes de arte da cidade – gênero pouco explorado pelo mercado pirata. Ainda assim, a queda no faturamento se aproxima dos 70% nos últimos seis anos. Fátima demitiu seis funcionários e mantém quatro. Diz que o momento é de selecionar os filmes a serem comprados para evitar prejuízo em compra equivocada, de pouca demanda.

“O preço de um filme lançado no mercado gira em torno de 120 reais. O que eu e muitos estão fazendo é esperar 45 dias para comprar pela metade”, confessa Fátima. No outro lado do ringue, a vantagem da prática criminosa em comercializar o filme muitas vezes antes do lançamento nos cinemas. “E ainda seleciono mais o filme que compro. Hoje vou mais pelo diretor, pelo ator para saciar o pedido dos clientes. Esses filmes de temporada o cidadão encontra mais fácil na pirataria”. Fátima lamenta que mesmo os filmes de arte (em maioria, europeus) tenham registrado queda na procura. Mas junto com o segmento de filmes eróticos, manteve boa demanda.

Fátima culpa a “péssima” fiscalização e a falta de tempo das pessoas pela baixa na loja. “Natal talvez tenha a pior fiscalização do país. Turistas e clientes da loja reclamam que a pessoa é quase forçada a comprar porque em cada esquina tem oferta de DVD pirata e ninguém faz nada”. A comerciante lembra a iniciativa da prefeitura em fechar o comércio pirata no camelódromo da Cidade Alta, quase vizinho à sede da prefeitura. “Intimaram, depois concederam prazo, reaprazaram e desistiram. Estão lá do mesmo jeito. Uma cliente minha, francesa, fica impressionada com o volume da pirataria em Natal. E com o comércio ilegal ao lado, muitos deixam de freqüentar a locadora”.

A nova era do blue ray
“Quando comecei, em 1984, o aluguel do filme em VHS equivalia ao valor da entrada dos cinemas Rio Grande e Nordeste. A entrada para o cinema hoje vale 12 reais e o aluguel do filme gira entre dois e cinco reais. Aluguel de DVD não dá mais lucro. Se eu continuasse apenas com isso já teria fechado”, lamenta Ronaldo Miranda, dono da Canal Um. Desde o início Ronaldo vislumbrou o crescimento da pirataria e mergulhou no rio calmo do comércio dos equipamentos de áudio e vídeo para compensar as primeiras quedas de lucro com a pirataria em VHS. E já pensando à frente, já começou o aluguel de filmes em blue ray, adequados em televisões com alta definição ou full HD.

A estimativa de Ronaldo é de que em menos de dois anos o blue ray mine a cópia pirata de filmes. “A mídia (o disco virgem, com capacidade de 25 GB, enquanto o DVD tem capacidade para 4.6 GB) do blue ray custa entre 28 e 35 reais. Se for de dupla camada são 285 reais. É inviável para a cópia pirata. Eles precisariam de uns três anos para chegar a um preço comercial. Mas nesse tempo, já terá surgido a tecnologia em 3D (disco com capacidade para 500 GB), que será impossível a reprodução. E o cinema já se iniciou nesse mercado. Filmes em 3D representarão a nova era da indústria do cinema”, opina Ronaldo.

A própria evolução tecnológica das televisões também representa importante arma contra a pirataria. “A imagem de um DVD pirata em uma TV de alta definição ficará péssima, pior do que já é. Se for a TV com LED, pior ainda. Fica uma imagem lavada porque a tecnologia só aceita imagem de alta definição para preencher os espaços”. Mesmo com a promessa de uma volta das cinzas, Ronaldo afirma que o aluguel de filmes deixou para sempre de ser negócio promissor, como foi no início. “Mesmo com o fim da pirataria, há também o download gratuito na internet, embora o tempo para baixar um filme em blue ray dure em média seis dias e com qualidade abaixo do esperado”. E conclui: “Acredito que o tempo das videolocadoras passou. Vivemos novos tempos”.

Do encontro literário

1º Encontro de Escritores de Língua Portuguesa. Esse é o nome definitivo do novo encontro literário patrocinado pela prefeitura de Natal. O formato será de menor proporção e de cunho mais acadêmico, se comparado ao então Encontro Natalense de Escritores (ENE). Os shows musicais foram suspensos neste novo evento. No máximo, uma apresentação mais intimista, para encerrar a programação.

Ainda segundo o presidente da Funcarte, Rodrigues Neto, a ideia é restringir os debates a um público mais intelectualizado, mesmo que jovem. A parceria com a UFRN deve atrair alunos dos cursos de Letras e Artes.

Na última quinta-feira esteve reunida na Funcarte uma espécie de curadoria do evento - colaboradores que opinaram na elaboração do novo formato. Entre eles, os jornalistas Vicente Serejo e Alex Medeiros. Um comitê oficial ainda será formado. E deve ser pautado pela diversidade: produtores culturais, jornalistas mais experientes e mais jovens, artistas... Uma das confirmações é a produtora Cida Campello.

A União das Cidades e Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) é parceira da Prefeitura na confecção do encontro e enviou a ideia do novo formato. Rodrigues Neto disse que as definições discutidas sexta serão encaminhadas à prefeita Micarla de Sousa amanhã (segunda-feira).

O presidente da Funcarte disse ainda que no fim do ano, dentro da programação do Natal em Natal, será promovido novo encontro literário, mais popular, aos moldes do ENE e com outro nome. Ainda assim, de menor proporção e em formato mais parecido a uma bienal.

Críticas? Nenhuma, por enquanto. Bastam as precipitações da meteorologia.

* Publicado na versão impressa do Diário do Tempo, no Diário de Natal deste domingo

Tuitando com Serguei

Sergueirock “Eu nunca chuto o pau da barraca. Prefiro me esfregar nele até que surjam verdades cósmicas. Love and peace forever!”

Os milhões do cinema nacional

O orçamento do filme de Chico Xavier é de R$ 11 milhões - próximo aos R$ 17 milhões da super produção do longa que conta a história de Lula. O co-produtor do filme, Eduardo Girão, veio a Natal e afirmou que o filme pretende inaugurar nova era no cinema nacional e desbancar a exploração da violência e do erotismo com mensagens de amor. Disse ainda que está em curso a produção do filme Nosso Lar (produção da Focus Filmes), baseado na história de livro psicografado pelo líder espírita. Orçamento: R$ 20 milhões. Será o mais caro da história do cinema nacional. E segundo Girão, virão outros.

Orson Welles em 3D

Uma rara gravação na qual o cineasta Orson Welles (1915-1985) narra um conto de Natal vai ser transformado em filme 3D pela produtora Drac Studios. O título do longa deve ser Christmas Tails. Parece tão contraditório transportar o autor de Cidadão Kane, dos filmes em preto e branco para o mundo moderno da tecnologia 3D. Sinais dos tempos. Fato é que a nova tecnologia vem pra ficar e salvar a pátria do mercado de videolocadoras. Mais tarde coloco matéria a respeito da falência em massa deste mercado decorrente da pirataria.

sábado, 27 de março de 2010

Interdição do Sandoval Wanderley


Ainda neste Dia Internacional do Teatro, assistimos mais um ano do "teatrinho" fechado. Difícil emitir opinião contrária à interdição do Sandoval Wanderley quando o motivo é a segurança do público. Por outro lado, acredito nas palavras do diretor Castelo Casado. Castelo tem uma vida no teatro e nas artes. Tem responsabilidade. Conhece o ramo e nunca iria abrir um estabelecimento pondo em risco a segurança de ninguém. Idealista, doou equipamento de som e luz, como já fez com o TAM, tudo para ver a arte renascer. Em troca, recebeu a insensatez.

O Corpo de Bombeiros poderia estabelecer prazos para o que classificou de adequações. Não havia perigo iminente. Nenhum teto prestes a cair ou saídas de emergência fechadas. As rampas são as mesmas de quando o teatro funcionava. Aliás, praticamente todos os problemas são os mesmos, segundo contou Casado, e eu acredito. Um deles, por exemplo, uma proteção na arquibancada para o caso de alguém ter infarto, cair e piorar a situação. Só temos a lamentar. Como disse Casado, "muita gente desejou isso". Não sei a quem ele se refere. Mas nem duvido. Essa tal seara - a da cultura - é repleta de gente invejosa.

De paixões de Cristo

Comentário de Valdecy Alves:

Sem dúvida que sempre que seguimos um blog ou somos seguidos, formamos uma verdadeira teia, capaz de ter um alcance quantitativo e qualitativo para matérias formativas e informativas, que mídia alguma consegue ter. POR ISSO PARABÉNS PELO BLOG.

Doutra feita, CONVIDO VOCÊ, seus seguidores e quem você segue, para lerem matéria sobre o espetáculo SAGRADO E PROFANO, que ocorrerá na cidade de Senador Pompeu, interior do Ceará, no pequeno Distrito de Engenheiro José Lopes. Experiência artística que mobiliza toda a população, que além de encenar a Paixão de Cristo ainda tem os caretas, que há cerca de 70 anos, saem pelas ruas. Experiência artística, social, política, folclórica, econômica..... que merece ser relatada, imitada e, sendo possível, vista e visitada ao vivo. Boa leitura em:

www.valdecyalves.blogspot.com

Do blogueiro: Me surpreendi com o número de montagens teatrais de "paixões de cristo" em Natal este ano. A mais simpática me pareceu ser a de uma companhia teatral de São Gonçalo do Amarante, que todos os anos encena a Paixão de Cristo em um descampado na Zona Norte. Mas, sei lá, vejo essas encenações com gana de profissionalização, de investimentos para se tornar a Paixão de Cristo de Jerusalém. E não acho que esta é a vocação da cidade. Natal merece algo mais original. Enfim...

No picadeiro, a cultura popular


Projeto cultural inicia hoje uma série de programações culturais gratuitas para toda a família

Alguém lembra das saudosas tardes de lazer e cultura do Domingo na Praça? Elas estão de volta a partir de hoje e pelos próximos oito meses. Com alguns diferenciais. Agora o evento será realizado no sábado e de forma itinerante. Na estreia, o velho palco do Anfiteatro do Campus da UFRN. O mesmo chão libertário dos 10 anos do Domingo na Praça, agora recebe o Projeto Picadeiro – iniciativa da Cabo Telecom com parceria da Mapa Realizações e viabilizado pela Lei Estadual de Incentivo a Cultura Câmara Cascudo.

Serão oito edições, sempre no último sábado de cada mês, das 16h às 19h30. Será realizado em praças e espaços públicos. A data de estreia do Projeto Picadeiro é proposital. Hoje é comemorado o Dia do Circo. E nada melhor que levar a arte circense – itinerante – ao público de todas as idades e regiões de Natal. O projeto chegará a outros bairros como Ponta Negra, Cidade Satélite, Petrópolis/Tirol, Neópolis, Nova Parnamirim. A próxima edição seguirá para Zona Norte. O roteiro dos próximos eventos ainda será definido.

O Projeto Picadeiro será montado em uma estrutura de tendas e palco. A estimativa dos organizadores é de reunir mil pessoas por edição. “Este projeto irá preencher de maneira sistemática e planejada uma carência implícita na população: valorizar o que é seu, o que traz a sua real identidade com o objetivo de transformar alguns olhares e valorizar a identidade cultural dos potiguares. Um bom motivo para sair de casa, fazer uma atividade, acompanhar um filho, conhecer o que temos de melhor ou um pouco de nós mesmos”, opina a produtora artística do projeto, Tatiane Fernandes.

“Quando fomos apresentados a este projeto tivemos uma grande surpresa, pois já existia um sonho, há muitos anos, de promover atividades a partir de uma arena cultural itinerante na cidade. É um desejo nosso incentivar a integração de toda a família em um mesmo ambiente com diversas atividades saudáveis e o Picadeiro oferece tudo isso. Em 2010, Natal ganha mais uma atração cultural que vai marcar a história dos bairros na cidade”, comemora o diretor geral da Cabo Telecom, Aldo Silva.

Programação para todas as idades
O mundo do circo está no consciente coletivo de cada um de nós como um espaço mágico, que remete à emoção e o encantamento. É para viver este ambiente que o Picadeiro pensou cuidadosamente numa programação que contemple atrações e diversão para toda a família, de forma simultânea. Das 16h às 17h estão programadas oficinas lúdicas com malabares, perna-de-pau, bonecos, mágica e origami voltadas ao público infanto-juvenil com faixa etária de 5 a 14 anos. Estas atividades também absorvendo a participação de pessoas com mais idade.

No mesmo horário, numa tenda de mais de seis metros quadrados, serão realizadas atividades artísticas com foco na qualidade de vida para um público acima de 30 anos. Alongamento, pintura, escultura com arte reciclada e muitas outras estão programadas. O Projeto irá disponibilizar informações sobre estas atividades para aqueles que tiverem interesse em aprofundar ou tornar mais cotidiana a prática das atividades culturais praticadas no espaço.

Das 17h às 17h30 haverá espaço às vertentes poéticas, da poesia concreta ao cordel. Nestes trinta minutos antes dos shows o projeto apresenta ainda atividades como Teatro de Bonecos, esquetes teatrais e dança.

A cada edição, haverá uma apresentação de espetáculos musicais não inéditos. De acordo com a produtora Tatiane Fernandes um dos shows programado será realizado pelos idealizadores do projeto Tem Gato Na Tuba. “Eles apresentam uma releitura de clássicos da música infantil brasileira. Este show atende ao público infantil com canções dos desenhos contemporâneos a exemplo de Ben 10, mas especialmente às pessoas que viveram a época do Balão Mágico”, complementa. O show está confirmado para as 17h30.

E para fechar a programação, o encerramento trará o flautista, compositor e cantor Carlinhos Zens. O show Fuxico Sonoro faz uma leitura de altíssima qualidade da linguagem popular. O músico é reconhecido como um dos melhores do Estado. A apresentação começa às 18h20.

Projeto Picadeiro (estreia)
Onde: Anfiteatro do Campus da UFRN
Data e horário: hoje, das 16h às 19h30
O que: oficinas lúdicas, atividades artísticas, teatro, poesia, dança e shows musicais
Contato: 9644-2674 / 3211.2846
Acesso gratuito

Segredos de Agatha Christie

Por Alicia García de Francisco

Torquay (Reino Unido), 27 mar (EFE).- "O Caso dos Dez Negrinhos" e a "Morte na Praia", dois dos romances mais famosos de Agatha Christie (1890-1976), poderiam ter um final diferente, como mostra um livro que analisa os 73 cadernos de rascunho da autora.

A complexa simplicidade dos romances de Christie é revelada através das dezenas de cadernos que a autora encheu com suas anotações, objeto de estudo do irlandês John Curran em "Agatha Christie's Secret Notebooks" ("Os cadernos secretos de Agatha Christie", em tradução livre), ainda não publicado em português.

Curran, especialista na obra de Agatha Christie, a escritora que mais vendeu livros no mundo - 2 bilhões de exemplares em 45 idiomas, segundo seu site oficial -, passou quatro anos analisando os rascunhos.

"Eu sabia da existência dos cadernos, mas nunca, nem em meus melhores sonhos, cheguei a pensar que acabaria lendo eles um dia e publicando um livro sobre eles", explicou Curran à Agência Efe em Torquay, cidade natal da escritora. Foi ali perto, na residência de verão dos Christie, que o especialista estudou os 73 cadernos conservados.

As anotações são "completamente caóticas". Às vezes a autora começava tratando de um livro e saltava para outro algumas páginas depois. E em alguns casos, ela retomava ideias inacabadas dez anos depois.

"No meio dos rascunhos, havia, por exemplo, listas de presentes", explica Curran. Segundo ele Christie era caótica e trabalhava ao mesmo tempo em várias histórias, o que lhe permitiu escrever 80 livros entre romances e relatos e uma dúzia de peças de teatro.

Com exceção de seis livros, todos os romances da escritora são abordados nos cadernos. O trabalho de Curran nos permite saber, por exemplo, que em "O Caso dos Dez Negrinhos" - o livro policial mais vendido de todos os tempos - a autora pensou, a princípio, em contar com oito personagens, depois 12 e finalmente os dez da história original.

E, segundo as anotações de Christie, qualquer um deles pode ser o assassino. No caso de "Os Cinco Porquinhos", desde o início a autora teve claro quem seriam os personagens, mas não quem seria a vítima ou o assassino. Já para "Morte na Praia" ela pensou em diversas alternativas para quem eram os assassinos e suas motivações.

O trabalho de Curran traz à tona uma série de detalhes que nos permitem conhecer a fundo o trabalho preparatório de uma escritora de tão grande destaque como Christie.

"A maioria dos leitores acham que ela começava a escrever os livros do começo ao fim e que em um mês já tinha uma romance pronto. Mas meu livro mostra a quantidade de trabalho que há por trás dessas histórias", explica Curran.

Christie "tinha ideias, mudava de opinião, voltava do final ao início, colocava um personagem como assassino e depois colocava outro. E às vezes parava tudo isso e começava de novo com uma ideia anterior, levando em conta cada possibilidade da trama".

Com este livro, o especialista acredita que os fãs de Christie terão uma ideia melhor de como ela realizou suas obras e de como elas são complexas.

"Muitos de seus livros foram construídos sobre premissas muito singelas. Alguém é assassinado, vítimas em ordem alfabética, alguém isola um grupo de pessoas em uma ilha e mata um por um".

Mas, segundo ele, "o fato de que pareçam tão simples para o leitor demonstra que há muito trabalho em sua criação". É a arte de uma autora que para Curran é "a melhor escritora de livros de detetives", um gênero que se caracteriza por um tipo de história na qual o leitor consegue as chaves para resolver o mistério.

"Ninguém nunca fez isso tão bem como Agatha Christie. Não considero que ela seja uma grande romancista de crimes, mas foi a melhor escritora de histórias de detetives da história".

Junto aos milhares de detalhes que encantarão os mais fanáticos, estão dois contos inéditos com Poirot como protagonista.

"A Captura de Cérbero" deveria ter sido publicado em 1947 dentro da série de contos conhecida como "Os trabalhos de Hércules", mas foi desprezado pela revista "The Strand". Segundo Curran, a revista o rejeitou provavelmente por tecer um retrato curioso de Adolph Hitler refletido em um personagem chamado Hertzlein.

É um relato que aborda uma transformação pacífica do ditador, muito diferente do segundo conto, "O Caso da Bola do Cão", um exemplo mais clássico do estilo de Christie, descoberto apenas em 2004.

sexta-feira, 26 de março de 2010

O preconceito homofóbico no BBB10


Recebi agora há pouco email do Grupo de Afirmação Homossexual Potiguar com o pedido: "Diga não ao preconceito vote pela permanência de Dicesar", assim mesmo, sem pontuação, direto ao ponto (errado). Aos ocupados, explico melhor. Dicesar é um dos "emparedados" do BBB10, homossexual assumido. O outro, é o lutador Dourado. Pergunto: onde está o preconceito? Chamar de preconceituoso quem não é homossexual? Se eu me desse ao trabalho e me juntasse a um terço ou metade da população brasileira - aquela, dita de 3º mundo, pobre, de um país desigual - e ligasse para votar em Dourado por achar esse Dicesar muito estressadinho, mal educado e falso, eu seria preconceituoso? E seu caminhasse pelas ruas escuras com a estampa 100% Branco, eu seria racista? Ô mundin...

Chego já

Calma, amigo leitor. Chego já. Vou começar a quinta das seis matérias de hoje. Depois vou acompanhar a governadora na Feira de Artesanato. O check-in aponta previsão de pouso para as 23h, com período de turbulências e tempestades, principalmente nos textos e na saúde do piloto. Mas a viagem é sempre boa quando o destino é o esperado. Bom voyage.

Dia do Teatro será na Zona Norte

A programação cultural comemorativa ao dia mundial do teatro que seria comemorada no Sandoval Wanderley, foi relocada ao Centro Municipal de Artes Integradas (CMAI), na área de lazer do Panatis, Zona Norte. Será hoje, a partir das 14h. O evento mudou de local por orientação do Corpo de Bombeiro, após vistoria realizada no teatro na tarde desta quinta-feira.

A programação cultural contará com a apresentação do Ballet Municipal Professor Rosevelt Pimenta apresentará uma passagem do espetáculo Dom Quixote e a Associação Cultural do Bom Pastor fará uma apresentação especial em homenagem a Dona Militana.

Durante todo o dia o CMAI recebe também a quarta edição do projeto Sexta das Artes com apresentações musicais, dança, teatro, exposição de artes visuais, mostra de vídeos e uma oficina de animação. O projeto promove a convivência de diferentes linguagens artísticas num mesmo espaço valorizando a apresentação de artistas convidados e novos talentos.

Joana na Feira de Artesanato Potiguar

Sim, aquela cantora dita romântica de voz tão conhecida estará hoje em um palco passível de questionamentos. Joana é apenas uma das boas atrações musicais selecionadas para abrilhantar mais uma edição da Feira de Artesanato Potiguar. Nos últimos eventos, sempre no Presépio de Natal (alto da Candelária), a mesma fórmula: seleção musical qualificada e diversificada, exposição do melhor do nosso artesanato, espaço amplo e ventilado, razoável estacionamento e tudo gratuito (ou subsidiado pelo poder público). Resultado: pouca presença do público.

Descobrir qual o segredo para atrair o cidadão ao encontro da arte é tarefa hercúlea. Além dos 20 anos de carreira de Joana, durante os três dias do evento – que se estende até domingo – haverá ainda shows dos instrumentistas da Macaxeira Jazz, o samba refinado do Pagode Mesa 12, a voz suave de Mariângela Figueiredo e o revival dos clássicos da boa era musical com as Cantoras do Rádio. E muito mais. Tudo a partir das 17h. Não bastasse, ainda haverá apresentação de grupos folclóricos, oficinas de arte e desfile de moda artesanal.

A Feira abre ao público a partir das 16h. Na programação de hoje, a primeira atração é o grupo de pastoril de São Gonçalo do Amarante, às 17h30. Já às 18h, o forró pé-de-serra de Nildo, seguido pela apresentação do Boi de Reis de São Gonçalo e os shows de Mariângela e Joana. A previsão de encerramento da Feira é às 22h. Nos estandes, a representação da cultura genuína em artigos e peças do mais puro artesanato potiguar, confeccionados por mãos habilidosas e incentivadas pela aposta do Governo do Estado no artesanato como forma de inclusão social.

Feira de Artesanato Potiguar
Data: de hoje a domingo
Horário: a partir das 16h
Local: Presépio de Natal (alto de Candelária, vizinho ao ginásio DED)
Acesso gratuito

Programação
Hoje
16h - Abertura da Feira ao público
17h30 - Pastoril de São Gonçalo do Amarante
18h - Forró de Pé de Serra: Nildo do Forró
18h30 - Boi de Reis de São Gonçalo
19h30 - Mariângela Figueiredo
20h - Show Nacional: Joana

Amanhã
16h - Abertura da Feira ao público
17h - Quarteto de vozes de Cruzeta
17h30 - Alessandro Show
18h - Solenidade de abertura com espetáculo pirotécnico
20h - Orquestra Afrodite
20h40 - Grupo de Dança Cantinho da Vovó
21h - As Cantoras do Radio

Domingo
16h - Abertura da Feira ao público
17h - Forró Pé de Serra: Nildo do Forró
18h30 - Desfile de moda
19h - Banda Filarmônica de Cruzeta
20h - Banda de Pagode Mesa 12
21h - Show do Macaxeira Jazz

Atividades Paralelas
Desfile de Moda Artesanal promovido pela Emproturn (sábado)
Oficinas de artesanato do Sebrae (sexta, sábado e domingo)
Oficinas de artesanato da Casa do Zíper (sexta, sábado e domingo)
Espaço das Artes: Engenho das Cores (sexta, sábado e domingo)

quinta-feira, 25 de março de 2010

Ateus e liberais têm QI mais alto (?)


Valha meu Deus Todo Poderoso, segundo um estudo publicado pelo psicólogo evolucionista Satoshi Kanazawa da London School of Economics and Political Science – ateu e liberal, por sinal -, quanto maior o QI de uma pessoa, maiores as chances de ela não crer em Deus e de ser politicamente liberal.

De acordo com o autor, ateísmo e liberalismo são valores novos na história da evolução humana, que não fazem parte da nossa predisposição biológica – e que nossos ancestrais provavelmente não possuíam.

Por isso, pessoas de QI mais alto, acabam reconhecendo e assimilando mais facilmente os novos valores e comportamentos.

Mas o que dizem os dados?

Uma pesquisa feita pelo National Longitudinal Study of Adolescent Health mostra que adolescentes que se identificam como “muito liberais” têm um QI médio de 106, enquanto os que se auto-classificam como “muito conservadores” marcam 95 pontos na escala. Da mesma forma, os que se avaliaram como “nada religiosos” têm um QI médio de 103 pontos, enquanto os que se classificaram como “muito religiosos” têm um QI médio de 97 pontos.

Polêmico, hein?

(com informações da Super Interessante)

Blues na terra do Côco


Natal recebe hoje bluseiros nacionais e internacionais para a 2ª edição do Natal Blues Festival

Há quem defenda a música brasileira como uma das três mais ricas do mundo, junto com a cubana e a irlandesa. Muito mais pela originalidade do que pela influência. Ora, somos os donos da Bossa Nova, do Baião e do Samba, cada qual com incrementos rítmicos enraizados na cultura brazuca. E se a Jamaica tem o reggae e a Europa exporta as raízes da música clássica, vem dos Estados Unidos a fórmula mágica da música popular tocada no mundo inteiro. E o embrião dessa popularidade é o Blues – patriarca de uma árvore genealógica-musical iniciada no século 20 e formada a partir do Jazz e do Rock.

E Natal hoje vira meca desse gênero musical de origem afro-americana – a voz do negro oprimido e imortalizada no grito sonoro de Robert Johnson, Muddy Waters, do poeta blusístico Willie Dixon, o original B.B. King, ou na referência de John Lee Hoker. Estes dois últimos já sentiram a brisa natalense, a exemplo de Robert Cray e Buddy Guy. É que a capital potiguar respira ares americanos desde o abandono ao fim da 2ª Grande Guerra, quando a província assistiu quase metade da cidade se esvair pelo Atlântico, na ainda presente década de 40.

Pois hoje, o som das américas já com mais de um século de vida volta à cidade com a segunda edição do Natal Blues Festival. E sem muitas mudanças daqueles tempos de saudade. Na primeira edição do festival, em 2009, o público da Natal do Côco de Zambê, herdeiro de Chico Antônio e fã de Khrystal, compareceu em massa. Foram mais de 700 pessoas para assistir atrações internacionais, nacionais e locais. O evento – organizado pelo Clube do Blues – começa hoje e segue até sábado, sempre às 22h no Sgt. Peppers, filial de Ponta Negra.

Na versão 2010 do Festival, e para abrir o evento hoje, a presença de um dos maiores nomes do blues contemporâneo: o gaitista Mitch Kashmar, considerado um dos grandes cantores de blues da atualidade aliando criatividade e virtuosismo como poucos. Já dividiu o palco com grandes nomes do blues como John Lee Hooker, Big Joe Turner, Lowell Fullson e Stevie Ray Vaughan. A abertura da noite fica por conta da velha conhecida e mais fiel banda de blues da cidade: The Blue Mountain, parceira do projeto Clube do Blues desde a fundação, em 2007.

Amanhã, sobe ao palco o maior expoente do Blues brasileiro, Flávio Guimarães, integrante da maior banda de Blues do Brasil, o Blues Etílicos. Em mais de 20 anos de carreira, Flávio Guimarães – um virtuose da gaita diatônica – volta a Natal para o lançamento de seu mais novo CD: The Blues Folows Me – um tributo a Little Walter. Com 18 discos em sua biografia, Flávio já gravou com artistas dos mais variados estilos como Ed Motta, Titãs, Rita Lee, Gabriel o Pensador, Alceu Valença, entre outros. Foi ainda escolhido duas vezes por B.B. King para abrir seus shows no Brasil. Ainda na noite, o som do Jack Black.

No último dia do evento, sábado, o Festival apresenta três atrações. A primeira é o compositor e guitarrista argentino Danny Vincent, dos mais importantes nomes do Blues na América do Sul. Tem tocado nos mais relevantes festivais de blues já feitos na América Latina. Já compartilhou o palco com artistas como Robben Ford, Ronie Earl e Robert Cray. Na mesma noite as presenças do mineiro Ted McNeely. Líder da banda Yelow Cab, o veterano Ted McNeely, 53 anos, 35 de guitarra, junta-se aos paraibanos da Conexão Nordeste para a apresentação. Para encerrar o Festival, o som da banda local, Mad Dogs.

Aos quarentões, cinquentões e outros “ões”, saudosistas das trilhas sonoras dos filmes A Cor Púrpura, Caddilac Records e outros mais, ou àqueles novos filhos do velho patricarca da música popular mundial, bons sons cadenciados na baixa frequência, sem a pressa sempre inimiga da perfeição.

Natal Blues Festival
Quando: de hoje à sábado
Hora: sempre às 22h
Onde: Sgt. Peppers (Ponta Negra - Av. Roberto Freire, antigo Budda Pub)
Ingresso: senhas e mesas antecipadas na Pedrassoli Turismo (3082-8652)
Valor: R$ 20 (antecipado) e R$ 25 (na hora)
Contato: 9117-1757 / 9156-6008

Programação
Hoje
Mitch Kashmar (EUA)
The Blue Mountain (RN)
Amanhã
Flávio Guimarães (RJ)
Jack Black (RN)
Sábado
Danny Vincent (ARG)
Ted McNeely (MG) e Conexão Nordeste (PB)
Mad Dogs (RN)

* Matéria publicada hoje no Diário de Natal

É Proibido Fumar no Cinemak


A partir de amanhã até 1º de abril, o drama protagonizado por Glória Pires, É Proibido Fumar, será exibido no Cine Cult do Cinemark no Midway. Diariamente, sempre às 14h, o espectador assiste ao longa pagando R$ 7 e R$ 3,50 (meia). O filme de Anna Muylaert conta a história de Baby (Glória Pires) vive sozinha no apartamento que herdou da mãe. Ela dá aulas de violão para alguns alunos e vive em atrito com as irmãs. Quando o músico Max (Paulo Miklos) se muda para o apartamento vizinho, Baby vê nele a grande chance de voltar à vida. Para que o romance dê certo ela está disposta a enfrentar qualquer ameaça, inclusive seu vício compulsivo por fumar.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Músicos do Legião unidos no Altas Horas

O guitarrista Dado Villa-Lobos e o baterista Marcelo Bonfá, que integraram a banda Legião Urbana, vão se apresentar no "Altas Horas", da Globo, neste sábado. Será a primeira vez que os dois músicos se apresentarão juntos na televisão desde o fim da banda, em 1996. A apresentação será uma homenagem ao vocalista da banda, Renato Russo, que completaria 50 anos no dia em que o programa será exibido.

Depois da tempestade vem a cerveja


Em tempos de pirataria, loja de CDs e DVDs vende cerveja e petiscos para complementar renda

A febre dos downloads gratuitos de músicas e geringonças eletrônicas em formado Mp3, Mp4, Iphone e outros filhos da modernidade têm seus dias contados. Basta lembrar o longo período de reinado dos vinis ou o fenômeno da tecnologia digital do CD. Este último, até pouco tempo, era a grande coqueluche dos inveterados fãs de música, seja ela qual fosse. Para o comerciante Ary Ramalho, há apenas oito anos a venda de CDs atingiu o auge. Hoje, amarga dias e mais dias de poeira nas prateleiras. São os filhos pobres de uma indústria fonográfica ainda perdida na era da democratização da música via internet ou mercado informal.

Ary abriu a loja Letras & Músicas em 1993, mais ou menos quando o advento do CD de música começava a se popularizar no mercado. Já no início vivenciou bom volume de vendas. Assistiu ao crescimento do mercado, dos lançamentos e reedições em novo formato digital, sem os charmosos ruídos dos “bolachões”, mais práticos e de fácil manuseio. O sistema da loja era o de troca e compra de CDs. E sempre se diferenciava pela quantidade razoável de raridades musicais e qualidade dos trabalhos comercializados. Foi assim que Ary conquistou um público fiel, amante da música.

Há mais de 20 anos na Rua Floriano Peixoto, em Petrópolis, Ary assiste outra realidade. A loja hoje mantém a clientela dos velhos tempos. Mas a pedida agora é outra. O comércio de CDs e DVDs permanece. Estão ali nas prateleiras e gôndolas da loja. Mais escondidos estão alguns vinis – reis por boas décadas, desde 1948 até os fins da década de 80. Por trás do balcão é onde está a maior novidade: geladeiras repletas de cervejas, refrigerantes e mais uma variedade de bebidas. Acima, uma prateleira com saquinhos de petiscos. É a alegria dos freqüentadores.

A velha loja de CDs raros é hoje muito mais uma confraria de habitues de gosto incomum. De quarta à sexta-feira, das 18h às 20h ou nos sábados a partir das 11h30, visitam a Letras & Músicas para papear a respeito de artes em geral, regado a cerveja e música, claro. São autônomos, profissionais liberais e poetas malditos e benditos. O local, de poucas cadeiras, facilita a mobilidade e o bate-papo. Na TV de 50 polegadas, alguma novidade em DVD é exibida. E ajuda a vender algumas unidades. “A venda de CD é inviável hoje em dia. A proporção é de 10 para 1, se comparado a 2002”, compara Ary.

O comerciante, formado em Estatística diz que mantém a venda de CDs e DVDs como complemento. “De rock e música clássica ainda se vende mais porque são clientes mais exigentes, que admiram o encarte do CD, o material gráfico. E no caso da música clássica, a própria internet, não buscou muito esse nicho de mercado”. Com a experiência de quase três décadas no mercado, Ary afirma ser insensatez remar contra a maré da evolução. “O CD é um produto em queda. É a evolução inevitável. Não há volta. A internet atingiu em cheio a indústria da música que nem teve como se defender”.

Para manter o negócio, Ary começou de forma despretenciosa a trazer algumas cervejas aos clientes que por ali gostavam de se encontrar para discutir música e outros assuntos. O negócio tomou corpo à proporção da queda na venda de CDS. E aos poucos se tornou a principal pedida da loja. Reformas foram feitas para adaptar a loja a um pequeno bar sem deixar de perder a essência de loja de CDs, mesmo sendo o tal produto em queda e amparado no aforismo “dançando conforme a música”. É Ary quem ironiza, sem dó: “O saudosista do CD vai ficar mesmo na saudade”.

* Matéria publicada hoje no Diário de Natal

Tuitando com Ailton Medeiros

blogdoailton Não esqueçam candidatos a Romeu e Juleita: O amor é quando começamos por nos enganar a nós próprios e acabamos por enganar a outra pessoa.

15 pólos de leitura no RN

O Instituto C&A lança hoje 15 pólos de leitura no Rio Grande do Norte. A organização e deu a partir das 70 escolas estaduais dos municípios de Natal e Parnamirim, que já integravam o programa Prazer em Ler, promovido pelo Instituto. Foram agregadas outras escolas municipais, por proximidade geográfica e adesão, o que deve duplicar o número de escolas atendidas pela iniciativa. “O papel da ONG não é universalizar uma ação, mas, através de parcerias, realizar ações localizadas e, a partir desta experiência, dizer se funciona e como funciona o que foi feito. Depois, cabe ao poder público absorver como política pública”, observa Cláudia Santa Rosa, coordenadora das ações de leitura do IDE.

Mais um livro na praça

Uma viagem às raízes de um longínqua e surpreendente história, que revela o contato entre os povos do continente americano com as nações do Oriente Médio. Essa é a proposta do livro “Viagens do Rei Salomão ao Rio Amazonas”, que a paraibana Lídice Canella lançará, hoje, às 19h, na Livraria Siciliano do Midway. A obra foi escrita após uma longa pesquisa de sete anos, que Lídice desenvolveu a partir do texto do pesquisador Vicomte Enrique Onffroy de Thoron, do início do século XIX, que enfatiza a vida e os feitos do sábio e grande Rei Salomão e seu arquiteto, abordando ainda aspectos dos povos atlantes, fenícios e hebreus.

Tuitando com Mário Ivo

mario_ivo jornalismo é sempre um bom negócio. sexo também.

terça-feira, 23 de março de 2010

Abertas as inscrições para o Prêmio Jabuti

Estão abertas as inscrições para o principal prêmio literário do País, o Jabuti, organizado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL). A láurea chega à 52ª edição, abrangendo 21 categorias. A participação é aberta a editores, escritores, autores independentes, tradutores, ilustradores, produtores gráficos e designers. As inscrições se encerram no dia 31 de maio. Mais informações pelo site www.premiojabuti.org.br

Os 100 líderes militares da história

A guerra é descrita por historiadores como a segunda ocupação favorita da humanidade. De Leônidas de Esparta - o herói condenado da batalha das Termópilas, em 480 a.C. - até Colin Powell, o estrategista da Guerra do Golfo, de 1990, os maiores líderes militares da história têm no livro Os 100 Maiores Líderes Militares da História, de Nigel Cawhorne, o seu perfil traçado e suas batalhas mais importantes analisadas. Alguns dos líderes militares selecionados: Aníbal, Júlio César, Otavio Augusto, Átila, Trajano, Carlos Magno, El Cid, Oliver Cromwell, Carlos Stuart, Napoleão Bonaparte, George Washington, Cavalo Doido, Paul von Hindenburg, Isoroku Yamamoto, Dwight D. Eisenhower e Mao Tsé-tung. Imagino que a guerreira Wilma de Faria esteja entre os 100.

Editora Difel
412 páginas
Preço: R$ 45,00

E o Prólogo da Esmeralda

Mais um comentário a respeito de Esmeralda. O prólogo é aquém do último livro, Remanso de Piracema. E não poderia ser diferente. Considero aquele prólogo dos grandes feitos da literatura potiguar.

Ainda assim, transcrevo abaixo o primeiro parágrafo e o último - uma citação de Netarino:

"O Santuário do Lima.

Aqui pontifica uma crença do povo. O resto é religiosidade e fé. E a fé do povo segura sua pobreza, sua angústia e seus atropelos. Umapena que os espertos saibam disso e dessa crença tirem proveito. Nossa Senhora não é só das causas impossíveis. É das causas possíveis também. Na fé da sua força, curam-se aleijões e cegueiras. Nos joelhos dos confessionários pensam-se as mazelas da alma. Muito antes do sofá da psicanálise. Quem crê faz fila de espera. Quem não acredita observa e aprende".

"Tudo acaba ou se transforma, porque nada suporta o angustiante peso da eternidade. Nem a solidão de Deus".

Das oferendas de François

Iniciei agora a leitura de Esmeralda - Crime no Santuário do Lima (Casa de Bakunin, 249 pág.), novo livro de François Silvestre.

O primeiro parágrafo é de uma tal Oferenda. Fiquei sem saber o que era. Preferi nem adiantar as páginas para identificar. Apenas li.

Elogiar o estilo linguístico de François beira a redundância. É um mestre no ofício. Mas já me vinha à cabeça as mesmas críticas - construtivas - do tal regionalismo presente em sua literatura.

Aliás, qual o defeito de uma obra de cunho regional? Nenhuma, na minha opinião. Muito depende do propósito do escritor. Enfim...

E eis que, ao terminar as cinco páginas iniciais, vi que era uma dedicatória. Claro, como não imaginei antes? E como nunca li nenhuma dedicatória longa, tão detalhada e humana, afirmo ser a melhor que já li.

A volta do Seis & Meia


Moraes Moreira e Coral Canto do Povo abrem versão 2010 de um dos maiores projetos musicais do país

Balançou, mas não caiu. O projeto Seis & Meia volta hoje ao palco do Teatro Alberto Maranhão com orçamento enxuto – R$ 450 mil para o ano inteiro – e número de atrações diminuídas de três para duas ao mês. Na abertura, o baiano Moraes Moreira e o resgate do Coral Canto do Povo – uma das maiores instituições musicais do Rio Grande do Norte, fundado em 1988 e há alguns anos longe dos palcos.

A redução do número de shows foi acordada entre o produtor do projeto, Willian Collier e o Governo do Estado. A definição do novo formato foi uma espécie de garantia de execução dos 25 shows programados até dezembro pelo projeto, em Natal e Mossoró. E também o aumento em 20% do pagamento de cachês aos artistas nacionais e locais – congelado há seis anos.

“Deixamos de trazer muitos artistas, a exemplo de Ivan Lins e Paulinho da Viola porque eles rejeitam a proposta de cachê oferecida. Há seis anos pagamos os mesmos R$ 6 mil (afora custos de passagem, hospedagem e de logística). É um valor abaixo do mercado”. Collier disse ainda que muitos aceitam a proposta em razão do circuito de shows que inclui ainda o Seis & Meia de Campina Grande e João Pessoa. São quatro dias ininterruptos de apresentações, de terça à sexta-feira. “Sair do Rio ou São Paulo para uma ou duas apresentações é inviável porque eles deixam de fechar outros dois ou três shows por lá”.

Neste ano, os shows em Natal serão realizados nas duas primeiras terças-feiras do mês. Em Mossoró, nas duas primeiras sextas-feiras. Segundo Collier, as próximas atrações nacionais convidadas pelo projeto serão a banda vocal mineira 14 Bis e a intérprete Leila Pinheiro. Os shows locais, pelo segundo ano consecutivo, serão selecionados pela Fundação José Augusto e receberão cachês de R$ 2 mil – “dos maiores pagos no Estado”.

O produtor ressalta que há a possibilidade da volta dos três shows ao mês a partir do segundo semestre. “Definimos em dois, a priori, para evitar o ocorrido no ano passado, quando o projeto precisou parar antes do tempo, em setembro, por falta de verba e dívida com músicos. Se houver liberação do Governo para novo dote orçamentário no segundo semestre, incrementamos com mais um show no mês”, ressaltou.

Collier também produz o projeto na Paraíba. Segundo ele, os shows são sempre mais lotados. E justifica: “Lá ainda é novidade. Aqui o projeto completa 15 anos. É o mais longevo e diria que o maior projeto musical do país. Qualquer atração que chamarmos vem pela segunda vez, no mínimo. Os que não vêm é pelo cachê reduzido. Já são 2 mil shows realizados. É uma vitória para a realidade local e nacional, dito pelos próprios artistas”.

Outro fator positivo do projeto enaltecido por Collier é o intercâmbio entre músicos potiguares e paraibanos. O produtor disse ter levado como atração nacional ao Seis & Meia vizinho Khrystal, Valéria Oliveira, Galvão Filho, Diogo Guanabara e Glorinha Oliveira.

Para este ano, o produtor disse que manterá este ano a mescla de atrações consagradas pelo público e revelações da música brasileira. “É um modo de proporcionar oportunidade ao público em assistir esses artistas. Se não for ali, ele não vê em outro canto. Ano passado, por exemplo, trouxemos Lia de Itamaracá (cirandeira), Ceumar (mineira, revelação da MPB)...”.

Moraes Moreira
O cantor sobe ao palco hoje para interpretar sucessos como Preta Pretinha, Mistério do Planeta, Brasil Pandeiro e A Menina Dança, todos incluídos em seu mais recente CD/DVD A História dos Novos Baianos e Outros Versos, além de homenagens a ícones da música nordestina, como Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. Neste ano, Morais Moreira seguirá em turnê com o show do DVD, gravado em junho de 2008, na feira de São Cristóvão, no Rio. O projeto é baseado em um livro autobiográfico do compositor que comemora seus 40 anos de carreira. O material foi escrito em forma de literatura de cordel e tem notas explicativas de letras dos Novos Baianos.

Canto do Povo
Coral Canto do Povo é um dos mais importantes corais do Nordeste, pondo em relevância para a cultura norte-rio-grandense. Criado pelo Governo do Estado em abril de 1988, o coral é administrado pela Fundação José Augusto e tem como um dos pontos altos de sua história ter representado o Brasil na França, na Alemanha e na Itália em 1995, por indicação da Confederação Brasileira de Coros. Depois de dois anos inativo, o coral retornou no ano de 2007 para uma série de concertos. O repertório do Coral inclui uma mistura de músicas sacras, populares, regionais, folclóricas e natalinas.

Projeto Seis & Meia
Quem: Moraes Moreira e Coral Canto do Povo
Preço: R$ 20 e R$ 10 (meia)
- Natal
Local: Teatro Alberto Maranhão
Quando: Hoje
Contato: 3222-3669
* Professores da rede municipal de ensino de Natal tem direito à meia entrada
- Mossoró
Local: Teatro Municipal Dix-Huit Rosado
Quando: Excepcionalmente amanhã
Contato: 3315-5046
* Atração local indefinida até a tarde de ontem

- Matéria publicada hoje no Diário de Natal

Disco póstumo de Renato Russo nessa semana


Neste sábado, celebrando os 50 anos que Renato Russo faria, será lançado o disco "Renato Russo: Duetos".

O álbum foi idealizado por Marcelo Fróes e conta com 15 faixas do vocalista da Legião Urbana ao lado de outros cantores, entre eles Dorival Caymmi, Herbert Vianna e Leila Pinheiro.

Uma das canções do álbum é "Like a Lover", dueto póstumo com Fernanda Takai que é uma versão em inglês para a música "O Cantador", composta por Dori Caymmi e Nelson Motta e gravada por Sergio Mendes nos anos 60.

(Da redação do Uol)

segunda-feira, 22 de março de 2010

Biografia de Freddie Mercury no mercado


Além de uma figura carismática, Freddie Mercury marcou os anos 1970 com sua voz e estilo irreverente. Considerado um dos maiores cantores de todos os tempos, deixou uma legião de fãs ao morrer em 1991, vítima de AIDS. Em Freddie Mercury, que a Editora Planeta publica no Brasil, o francês Selim Rauer narra a trajetória deste músico britânico, marcada por muitas polêmicas e que deixou um legado eterno.

“Bohemian Rhapsody”, “We Are The Champions”, “We Will Rock You”, “The Show Must Go On”. Estas canções que marcaram uma geração remetem à voz inesquecível de Freddie Mercury. Estrela extravagante e enigmática, famoso por suas performances inesquecíveis, o líder do Queen influenciou fãs ao redor do mundo e transformou a música pop. Uma lenda que ficou eternizada com o choque de sua morte prematura, aos 45 anos.

Após anos de pesquisa e longas entrevistas com a família, Selim Rauer vai além do mito para revelar os defeitos e segredos deste homem. Nascido Farrokh Bulsara, criado perto de Bombaim, ninguém poderia dizer que se tornaria um dos mais famosos cantores da Grã-Bretanha no século XX. Uma biografia intimista e inesperada, que vai agradar a todos os admiradores.

O autor: Selim Rauer nasceu em Paris, em 1978. É escritor, diretor e mantém o blog “Vie Exploratrice” no site do jornal francês Le Monde.

Freddie Mercury
Selim Rauer
BIOGRAFIA
16x23 cm, 320 pp. | R$ 49,90

Novos projetos pintando por aí

MÚSICA ERUDITA
Nem só de picadeiro vive a cultura natalense. Outro projeto promete vir à baila na cidade. Ainda sem nome, mas com formato definido. O foco é a música erudita. A cantora lírica Alzenir acompanhada de um octeto de violoncelos irão se apresentar em igrejas e mosteiros da cidade e de interiores do Estado. A produtora Cida Campello também busca patrocínio para elaboração de um CD a partir das apresentações e repertório composto por composições de músicos potiguares, a exemplo de Tico da Costa.

MÚSICA ERUDITA 2
Cida também está próxima de fechar parceria com o Solar Bela Vista para apresentação quinzenal de pequenos concertos de música erudita, com início já em abril e em algum dia útil da semana. Para inaugurar o novo projeto, já foram convidados músicos de renome internacional: o pianista Rogério Tutti e o solista Fábio Presgrave, ambos professores de música da UFRN e currículo reconhecido em países da Europa e no EUA. O ingresso ao Solar será mediante convite e pagamento em simbólicas doações sociais.

* Notas publicadas na coluna impressa do Diário do Tempo, domingo, no DN

ECAD: de quem é a culpa?


Distribuição dos direitos autorais depende da fiscalização e da iniciativa do compositor

Dorgival Dantas é exceção em meio a dezenas de compositores potiguares. O autor da canção Você não vale nada mas eu gosto de você alcançou o posto de oitavo maior arrecadador de direitos autorais do país em 2009. A trilha sonora da conturbada relação de Norminha e Abel, na novela global rendeu milhares de reais no bolso do compositor. Ficasse preso entre as muralhas do Rio Grande do Norte, Dorgival amargaria a situação de dezenas de compositores potiguares sem um único real conquistado pelas suas músicas executadas em rádios, bares, casas de show e eventos públicos como Carnaval e São João.

O Diário de Natal publicou semana passada a reclamação unânime de compositores e produtores potiguares: a fiscalização do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição de Direitos Autorais (ECAD) é ineficaz no Rio Grande do Norte. Cobra taxas negociadas junto a produtores e donos de casas de divertimento sem repasse aos músicos. Foram ouvidas oito fontes. Na mesma semana, a assessoria do ECAD, com sede no Rio de Janeiro, enviou esclarecimentos – como os 40% de inadimplência das rádios natalenses com o ECAD – e adiantou o projeto de implantação de um escritório da instituição em Natal (a sucursal instalada aqui é subordinada a Recife).

Outras sete fontes, entre músicos e produtores, foram ouvidas pela reportagem para reforçar a opinião da categoria nesta nova matéria. Os relatos foram os mesmos, com um componente fundamental: o relaxamento dos próprios compositores e donos das casas de show em enviar o repertório ao ECAD para que os valores sejam repassados. Por outro lado, compositores afirmam que a responsabilidade pela arrecadação do repertório é dos fiscais do ECAD. “Se eles visitam as casas de show para cobrar a taxa devida, porque não cobram o repertório? Por que o desinteresse?”, pergunta o compositor Babal, autor de mais de 180 músicas gravadas em disco, algumas delas tocadas durante décadas no carnaval de Natal, sem nenhum retorno financeiro da parte do ECAD.

Mirabô Dantas é dos compositores mais bem sucedidos do Estado. Tem música gravada por Fagner e Elba Ramalho. Dirigiu o Sindicato dos Músicos do Rio de Janeiro por cinco anos, entre as décadas de 70 e 80. Ele questiona: “A arrecadação se dá em todo o país. Mas a distribuição recai apenas nos grandes centros”. Questionado a respeito se ele envia seu repertório ao escritório, Mirabô é enfático: “Por que eu tenho que enviar e outros não? Que critério é esse?”, indaga.

A compositora e intérprete Valéria Oliveira ressalta a importância da comunicação com a Associação: “Sou filiada à ASSIM e recebo anualmente quantias diferenciadas da associação sobre a veiculação de músicas minhas em rádios do Brasil e, creio eu, do exterior. É importante informar a Associação sobre novos shows, rádios que veiculam o trabalho, cds de carreira gravados e participações em cds de terceiros. Sem esse contato fica difícil a Associação trabalhar pelo artista”. E completa: “Já em Natal a situação do compositor é complicada. Nunca recebi nada de direitos autorais provenientes daqui”.

Ainda segundo Valéria, falta cuidado maior dos produtores de shows e estabelecimentos que tocam música em informar ao ECAD o que está sendo executado, e compromisso do ECAD em repassar os valores devidos aos compositores. “No Japão e na Suiça tive que apresentar a lista das músicas do show em questão. Sinal que existe mecanismo de arrecadação dos direitos autorais por lá e os produtores seguem a lei à risca”, opinou.

ECAD
Segundo dados da assessoria do ECAD, consta no banco de dados da instituição um total de 1.035 usuários de música cadastrados no Rio Grande do Norte, sendo 716 em Natal, tais como bares, restaurantes, casas de diversão, hotéis, rádios, entre outros. Do total de 110 rádios, 15 são de Natal, sendo 40% delas inadimplentes com o pagamento do direito autoral, o que reflete significativo prejuízo aos artistas que possuem suas músicas tocadas em tais emissoras, já que o repasse só é feito mediante o pagamento. A assessoria ressalta ainda que “encontra-se em fase de providências finais a inauguração de outras três novas unidades, dentre elas, uma em Natal, no bairro de Lagoa Nova”.

Segundo o gerente executivo de distribuição do ECAD, Mario Sérgio, os critérios de arrecadação adotados têm base em padrões internacionais e variam conforme especificações: rádios, shows e músicas ao vivo. Esta última abrange apresentações em bares, churrascarias e similares. O gerente lembra que para qualquer situação o repasse é efetuado se o compositor estiver associado a uma das dez associações que administram o ECAD. “É importante que seu repertório esteja cadastrado e atualizado para que a instituição tome conhecimento das novas composições e efetue o repasse devido”.

Repasse especificado
Mario Sérgio ressalta que é de responsabilidade do promotor do evento pagar o ECAD e informar o roteiro das músicas executadas no caso de promoção de show. “Está previsto em lei”. Questionado se o fiscal responsável pela visita ao local para cobrança da taxa do ECAD não poderia colher o roteiro do show, Mário afirmou que “muitas vezes o promotor do evento não tem as informações naquele momento. Nada mais fiel que as gravações, mas infelizmente não temos a estrutura para cobrir todos os shows realizados no país e precisamos do envio do roteiro. Ainda assim, em 2009 repassamos R$ 60 milhões em 40 mil shows gravados”.

A arrecadação e distribuição no caso das músicas ao vivo são diferentes. “Para o músico, a apresentação em um bar ou restaurante é um show. De fato é. Mas para nós esses estabelecimentos são enquadrados como usuários de música. O pagamento ao ECAD é mensal. O critério leva em conta a área sonorizada e a fiscalização é mediante amostragem”. Mario Sérgio explica que a cada trimestre são realizadas gravações em diversas localizações que compõem a amostra que serve à distribuição dos valores. “Se a música é muito regional, pode ficar de fora. Então, nem sempre uma música tocada em restaurante ou similar vai receber porque não entra na amostragem”.

Segundo Mario Sérgio, a distribuição é repassada conforme o montante arrecadado e o número de músicas gravadas na amostragem. “Se eu recolho R$ 100 de um estabelecimento e há um único compositor autor das dez músicas executadas, ele vai receber os R$ 100. Se ele for parceiro de outro compositor em uma música, irá receber R$ 95, porque R$ 5 é do parceiro”. O executivo ressalta que mesmo que a música não esteja cadastrada no sistema único usado pelas associações, a informação é retida. “Então, contatamos as associações para que realizem uma busca do autor. Até que seja encontrado, o valor fica retido por cinco anos até o pagamento corrigido monetariamente ao compositor, caso ele seja encontrado”.

Nas rádios também é utilizado o critério da amostragem estatística. Leva em conta a potência de seus transmissores, a região sócio-econômica e o nível populacional do local onde a rádio está situada. Essa amostra é composta por 200 mil execuções por trimestre em rádios adimplentes de todo o Brasil, inclusive as do interior. As músicas que compõem essa amostragem são captadas em gravações realizadas pelas próprias unidades; em gravações realizadas por uma empresa terceirizada e também em planilhas de programação musical enviadas pelas próprias rádios (em especial as do interior).

Regras para recebimento de direitos autorais
1) Ser filiado a uma das 10 associações que compõem o Ecad;
2) Ter o repertório cadastrado e atualizado na sua associação;
3) Ter a música executada e captada pelo Ecad;
4) O usuário onde a música foi executada deve pagar direitos autorais ao Ecad;
5) A emissora de rádio onde a música tocou deve enviar as planilhas com sua programação musical ao Ecad;
6) No caso de shows, o organizador deve enviar o roteiro com as músicas tocadas durante o evento.
(Fonte: ECAD)

* Matéria publicada domingo no Diário de Natal

Oficina de contação de histórias

Acontece hoje e amanhã a Oficina de Contação de histórias "Contando histórias e atando laços", que será ministrada pelo ator Rodrigo Bico, no auditório da Livraria Siciliano do Midway Mall. São oferecidas 25 vagas, disponíveis a professores, voluntários, pais e responsáveis. Os interessados podem fazer a inscrição gratuita na sede da Casa Durval Paiva, no Barro Vermelho. A oficina tem o patrocínio do Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Contato: 4006-1600.

300 volta ao cinema em versão 3D


Por Edu Almeida

Boas novas para os fãs de 300, filme de 2006 dirigido por Zack Snyder e que foi inspirado nos quadrinhos de mesmo nome de Frank Miller.

Primeiro, o diretor confirmou ao site Coming Soon que o longa vai voltar em versão 3D às telas. "Eu vi uns dez minutos [do filme] em que eles [a Warner] fizeram em 3D. Não o vi inteiro mas eles estão falando em transformá-lo todo em 3D".

E ainda tem mais. Snyder contou que um novo longa deverá mesmo ser feito (como contamos aqui há uns meses) com uma história que se passa antes da produção original e que deve ser focada em Xerxes, personagem de Rodrigo Santoro no original. "Estou esperando Frank (Miller) para a sequência de 300 e há mesmo uma grande chance de fazermos juntos. Ele está trabalhando duro e deve me apresentar alguma coisa em breve. Na verdade, nos próximos meses", disse Snyder.

O diretor revelou ainda que houve uma grande discussão sobre como fazer uma continuação de 300. "Eu não disse a Frank o que ele deveria escrever da primeira vez e não vou dizer a ele o que escrever agora. Vou pegar, adaptar e escrever um roteiro, mas quero que ele faça o que quiser. Estou muito confiante de que será ótimo".

A nova aventura que Frank Miller está criando deve sair primeiro em quadrinhos e, depois disso, virar um filme. Segundo o que Miller contou ao jornal Los Angeles Times em dezembro, a história se chamará Xerxes e acontece dez anos antes do que se vê em 300.

Não há data de lançamento definida ainda.

A televisão na era digital

Sinal da televisão digital chega hoje ao Rio Grande do Norte e marca nova fase da história da comunicação no Estado

O estado potiguar ingressa hoje nos novos caminhos da televisão na era digital. A partir das 19h, o Rio Grande do Norte assistirá o primeiro sinal da futura revolução comunicativa no mundo – o primeiro passo para o chamado ambiente de convergência digital ou uma nova era da comunicação. No ar há mais de oitenta anos, a televisão revolucionou o mundo e ajudou a interligar continentes. A telinha influenciou comportamentos, marcou décadas e hoje é o meio informativo com maior penetração e importância no planeta. Mas como será a televisão na era digital?

Muito além de um mero avanço técnico das telecomunicações, a era digital é representativa de uma nova cultura contemporânea. É o que dizem especialistas no assunto. O gerente de Marketing da InterTVCabugi, Michel Martins Leal afirma que o momento é de início da convergência digital ou um primeiro passo para que em 2010 ou 2011 haja uma plataforma de interação entre TV, internet e usuário. “O telespectador poderá acessar menus na tela da televisão para tecer comentários acerca da programação ou acessar páginas da internet relacionadas ao tema assistido”.

Segundo Michel, a TV Digital chega com muitas vantagens e proporcionará ao telespectador uma experiência mais rica ao assistir televisão. “O aumento na qualidade de imagem e de som vai proporcionar categoria de cinema”. Outra vantagem também vislumbra as perspectivas do futuro: além da qualidade de imagem e som, a mobilidade fará da simples TV um marco na história da comunicação. Em qualquer lugar que você esteja com um aparelho apropriado, você poderá assistir à televisão como se estivesse em casa.

E o custo para ingressar no “novo mundo” digital já caiu bastante. Pelo menos mais de 50% desde que foi criada, há três anos. Segundo Michel Leal, uma televisão de 42 polegadas com a nova tecnologia digital passou de R$ 3 mil para R$ 1,2 mil. No entanto, ele ressalta que para aderir à TV digital ou à imagem de alta definição é preciso apenas a compra de um conversor, ao custo médio de R$ 300, adaptável a qualquer televisão. “A diferença na qualidade da imagem e de som é grande. Basta imaginar assistir a toda a programação da TV como se fosse uma imagem de DVD”, compara.

“Quando lancei a TV Digital em Curitiba, os televisores em alta-definição eram caríssimos. Hoje já é possível comprar uma TV de alta-definição pela metade do preço. Nossa principal ação será como público telespectador, e é um grande desafio explicar todos os benefícios da TV Digital. Nossa grande vantagem será este momento de Copa do Mundo. Os telespectadores tendem a trocar seus televisores em momento de Copa. Acredito que temos um cenário favorável para este lançamento”, destaca.

O equipamento para instalação já pode ser encontrado em praticamente todas as lojas de eletro-eletrônico. A instalação também é simples. “Normalmente há um cabo de antena plugado na TV. O conversor fica entre eles dois”. Michel frisa que o sinal da TV digital é gratuito e para captá-lo, basta utilizar uma antena de UHF e adquirir o conversor de sinal digital externo, o chamado set-top-box ou decodificador digital. Atualmente, já estão disponíveis no mercado televisores com o conversor embutido (DTV), bastando apenas utilizar a antena de UHF.

A inauguração do sinal da televisão digital contará com cerimônia para convidados na sede da InterTVCabugi, com presença do ministro da Comunicação, Hélio Costa. Um espaço especial será montado para exposição dos dispositivos que recebem o sinal digital, tudo para que os convidados possam tirar dúvidas em relação aos equipamentos. Televisores de alta definição serão espalhados pelo ambiente, transmitindo num primeiro momento barras coloridas. Depois da cerimônia, quando o ministro apertar o famoso “botão”, todas as TV´s acenderão a programação com a primeira transmissão digital no Rio Grande do Norte.

* Matéria publicada hoje no Diário de Natal

domingo, 21 de março de 2010

O show de Serguei


Imaginei o Sancho Music Bar lotado de roqueiros, entre jovens e os saudosos das décadas de 60 e 70. Outros pela curiosidade em assistir aquela figura andrógena movido pela energia de viver.

Nada disso aconteceu. Natal é uma cidade estranha. A primeira visita do Divino do Rock à cidade, boa cobertura da mídia e praticamente ninguém compareceu ao show. Nem mesmo o público costumeiro do pub.

Me senti até culpado pela expectativa criada. Disse a Serguei, na quinta-feira, que o show do Velhas Virgens tinha atraído mil pessoas ao local. Ele ficou todo ouriçado. Até demonstrou isso nas entrevistas seguintes à mídia potiguar.

Quando entrei no Sancho, já depois do horário marcado para o show, às 23h, encontrei o salão vazio e um som sensacional da banda anfitriã, Jack Black. O vocalista e o guitarrista com jeito de bancário são excelentes. Minha mãe até comentou: "Já valeu a vinda".

A banda Pandemonium, que acompanha Serguei, veio em seguida. De tão pouca gente, o vocalista pediu às duas ou três pessoas que estavam no piso superior para descer. E se juntaram ao produtor, aos amigos do cantor, aos convidados e formaram lá um círculo de gente para recepcionar Serguei. Gente bem vestida, longe dos bichos-grilos que imaginei.

Serguei surge. Fala algo que não entendi bem por causa da voz confuda - a mesma que ouvi ao telefone na quinta - e porque eu tinha bebido pacas já. Mas foi algo como um agradecimento às poucas pessoas que compareceram, e tal.

E foram essas poucas que sentaram ao chão para homenagear Freddie Mercury, com Loves of my life. É quase um ritual nos shows de Serguei. Achei meio ridículo com tão pouca gente. Mas a interpretação do roqueiro ficou muito legal.

Aliás, Serguei é um show-man. A performance foi curtíssima. Acredito que umas seis músicas, apenas: ainda Summertime, Satisfaction, With a little help from my friends e Yestrday, à capela. É o que lembro.

Nas minhas lembranças, a imagem de um idoso de 77 anos mais jovem que muitos de 20 anos. Um cara que viveu a vida que quis e consegue trasnsportar o espírito hippie do Paz e Amor à modernidade confusa do século 21.

E não parava quieto. O círculo formado parecia pequeno. Rodava o braço igual ao Pete Townsend, andava quase correndo com aqueles micropassos de Mick Jagger, subia e descia do palco, uma figuraça, de uma voz ainda potente e bonita.

Um show memorável, diria histórico nesta única passagem do Divino do Rock por Natal. Assistido por alguns sortudos como se fosse show privê. Noite mágica, inesquecível para este velho de 32 anos.