São pouquíssimos os intelectuais deste Rio Grande de Poti a postarem em blogues. Quando há, pouco se dedicam. Pelo menos a escreverem suas obras ou textos mais primorosos. Pois eis que um dos grandes avisa que lança o seu na primeira semana de agosto.
E a julgar pelo conhecimento cultural e político de Franklin Jorge, os temas serão os mais variados e aprofundados possíveis. A princípio a idéia é postar enquetes e publicações de séries de matérias sobre temas específicos.
Segundo o escritor e jornalista, o blogue antecede um projeto ainda maior de um site. Em um dos dois, tenho certeza, o autor publicará dezenas de livros seus já escritos, prontinhos, e sem patrocínio para publicação. Uma riqueza imensa e gratuita ao leitor.
Passarei a dica a Franklin do site do jornalista Tácito Costa e sua recente idéia de montar uma estante literária com obras de autores locais gratuitas ao leitor. Idéia genial que julgo um precedente a uma evolução ainda longínqua de transferência de obras para internet.
Sem outros meios para viabilizar sua obra, Franklin avisa: “Vou me dedicar exclusivamente à internet”. A mídia a qual o próprio escritor foi um dos pioneiros no Estado, quando publicou, em 2000, a revista eletrônica Navegos.com.
sexta-feira, 30 de maio de 2008
Exposição Desejo em Nalva Café
Exposição Desejo é uma novidade para quem conhece o trabalho de Andrea Ebert. Nesta exposição o espectador verá novas formas de olhar e sentir. Andrea trabalhou com caixas coloridas de acrílico, vinil e vidro. Brinca com cores e limites, contextos lúdicos e formas simples. Parece um trabalho bacana.
O nome “Desejo” instiga a pensar o que esta palavra significa. Formas de corpos desenham paredes e caixas flutuam no espaço. Objetos de vidro fazem o olhar confundir o que é real e o que é desejo. Para conferir é só passar no espaço Nalva Melo Café Salão, na Ribeira, um lugar mais que perfeito para esta instalação.
Andrea é paulistana, mora há 12 anos em Natal, consciente de como a cidade afetou o trabalho que faz hoje em dia, principalmente no sentido de torná-lo mais colorido. “A luz do Nordeste é muito mais intensa e isto faz bastante diferença”, lembra Andrea.
As ilustrações de Andrea são feitas de vários materiais: de papel especial para aquarela a papel de embalagens, tintas, caneta esferográfica e uso de passamanarias e tecidos usados em colagens.
Gosta de afirmar que ultrapassou o eixo Rio-São Paulo, e que não importa mais o lugar onde vive “meu trabalho pertence ao do mundo”.
O nome “Desejo” instiga a pensar o que esta palavra significa. Formas de corpos desenham paredes e caixas flutuam no espaço. Objetos de vidro fazem o olhar confundir o que é real e o que é desejo. Para conferir é só passar no espaço Nalva Melo Café Salão, na Ribeira, um lugar mais que perfeito para esta instalação.
Andrea é paulistana, mora há 12 anos em Natal, consciente de como a cidade afetou o trabalho que faz hoje em dia, principalmente no sentido de torná-lo mais colorido. “A luz do Nordeste é muito mais intensa e isto faz bastante diferença”, lembra Andrea.
As ilustrações de Andrea são feitas de vários materiais: de papel especial para aquarela a papel de embalagens, tintas, caneta esferográfica e uso de passamanarias e tecidos usados em colagens.
Gosta de afirmar que ultrapassou o eixo Rio-São Paulo, e que não importa mais o lugar onde vive “meu trabalho pertence ao do mundo”.
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Festival DoSol recebe patrocínio
O 5 º Festival DoSol tem data marcada para acontecer: dias 1 e 2 de novembro. Os últimos eventos foram realizados no mês de agosto. Devido à mudança de datas do MADA para o mesmo mês, Mr Foca resolveu transferir também os dias do Festival.
A boa notícia é que a edição deste ano conseguiu entrar no edital do Oi Futuro, um dos mais difíceis do país. Um prêmio e tanto para o produtor que tem procurado levantar a cena roqueira que anda meio apagada.
Além da Oi Futuro, o evento conta ainda com apoio da Diginet, Sol e Trama Virtual. Segundo Anderson Foca, o montante dos patrocínios não permite aventuras muito ousadas, mas vai propiciar uma edição novamente bastante honesta e desta vez sem risco de prejuízo.
“Estamos aprontando uma programação bacana e uma ação inédita dentro dos festivais mas isso é assunto para quando tiver mais próximo de novembro”, disse.
Na edição passada foram 46 bandas de vários estados, em mais de 24h de rock em três dias. Tudo sem patrocínio público ou privado. Lógico que deu prejuízo. Mas o produtor encarou como investimento.
Vida longa ao Festival!
A boa notícia é que a edição deste ano conseguiu entrar no edital do Oi Futuro, um dos mais difíceis do país. Um prêmio e tanto para o produtor que tem procurado levantar a cena roqueira que anda meio apagada.
Além da Oi Futuro, o evento conta ainda com apoio da Diginet, Sol e Trama Virtual. Segundo Anderson Foca, o montante dos patrocínios não permite aventuras muito ousadas, mas vai propiciar uma edição novamente bastante honesta e desta vez sem risco de prejuízo.
“Estamos aprontando uma programação bacana e uma ação inédita dentro dos festivais mas isso é assunto para quando tiver mais próximo de novembro”, disse.
Na edição passada foram 46 bandas de vários estados, em mais de 24h de rock em três dias. Tudo sem patrocínio público ou privado. Lógico que deu prejuízo. Mas o produtor encarou como investimento.
Vida longa ao Festival!
quarta-feira, 28 de maio de 2008
Onça em pele de puta
Com o sugestivo nome de O Sonho da Onça é Ter um Casaco de Pele de Puta, o artista português João Pedro Vale traz hoje para a Galeria Leme, em São Paulo, peles de animais imaginários. Quase todas criadas com guardanapos de papel pintado.
Essa exposição abre a velha questão sobre do que é feita a arte contemporânea. Dias atrás um “artista plástico” pendurou um cachorro na parede de uma galeria até morrer para fazer arte. Só se for aquelas de menino-moleque.
O título de abertura da exposição do portuga é bacana, engraçadinha e até instigante. Mas não vi muita coisa nas fotos da obra na internet. Acho que a coisa está se nivelando por baixo. Não bastasse a música e o cinema...
Liberdade de criação está se confundindo com libertinagem. Acho que falta uma escola bacana nestes tempos confusos para estabelecer pelo menos um parâmetro de qualidade e direção a essa galera.
Essa exposição abre a velha questão sobre do que é feita a arte contemporânea. Dias atrás um “artista plástico” pendurou um cachorro na parede de uma galeria até morrer para fazer arte. Só se for aquelas de menino-moleque.
O título de abertura da exposição do portuga é bacana, engraçadinha e até instigante. Mas não vi muita coisa nas fotos da obra na internet. Acho que a coisa está se nivelando por baixo. Não bastasse a música e o cinema...
Liberdade de criação está se confundindo com libertinagem. Acho que falta uma escola bacana nestes tempos confusos para estabelecer pelo menos um parâmetro de qualidade e direção a essa galera.
terça-feira, 27 de maio de 2008
Em viagem pelo tempo
Passo olhos de binóculo pelo espaço do tempo. Passado, presente, futuro – tijolos do castelo das eras. O pretérito, sempre fugidio, alimenta de saudades a alma, mesmo quando de lembranças tão próximas. Parece antítese ao presente na poesia de Drummond. O passado tem também a mania dos fatos. Em sua película, raras são as hipóteses. Há até quem diga: “O passado não passa!”. É que recordações são sempre vivas no porão da memória, amigo leitor. E o presente é uma rotina quase sempre indigesta.
O presente é morador indesejado do cotidiano. O vizinho inconveniente do passado. A realidade alicerçada das recordações e memórias. Não precisa a depressão para sentir o peso da realidade. O presente tem mesmo a cara da vida, da dor. É a possibilidade da ilusão. A oportunidade da pergunta. O presente é a materialização da escolha: bancário ou cigano. Mas a poesia do agora é escrita, necessariamente de mel ou cicuta. Não há alternativa. É coisa do destino. Ora, a morte é a sombra do presente.
O futuro tem a face do infinito. São as linhas tortas de Deus, mas tem também projeto próprio. Por vezes se apresenta tardiamente de muletas e bengalas, em despedida repentina do presente. O futuro é o outono quando se é inverno. É o destino quando tudo são planos. É o concreto dos sonhos fracassados. O futuro é um segredo desvendado. O resultado da dádiva divina e a frustração do fim. São os milhares de anos do amanhã ou o minuto seguinte.
Difícil não é escrutar as molduras do tempo ou caminhar a estrada do presente, amigo leitor. Nem mesmo olhar as marcas abraçadas pelo passado. Vislumbrar um destino seja ele qual for ou pintar de cores alegres e simples esse quadro de tempos é o verdadeiro segredo da vida. Ou será ilusória a idéia de que madrugada e alvorecer são distintos? Quem surgiu primeiro: o antes, o agora ou o depois? Viver o segundo é pisar em qual espaço de tempo?
Certeza tenho apenas a de que o tempo, alheio e surdo aos chamados de socorro, não espera por nada. Então, como viver? Carpe Diem? Não. Aproveitar o momento talvez seja pouco. A vida é pra valer, como dizia Vinícius. E é bom lembrar: as nostalgias também elevam o espírito. São tristezas gostosas de curtir. Quem sabe, então, fazer de um dia a vida inteira? Arriscado. Há também que se planejar o futuro. De hoje e amanhã. Tantas interrogações...
Esquecer o tempo. O compasso da vida. É isso. Viver na inércia dos ventos. Ou no impulso dos desejos. Flutuar sobre nuvens no planeta dos sonhos... São muitas as opções. Mas parecem tão longes... Vamos replicar, então, o lema do Teatro Mágico: “De ontem em diante serei o que sou no instante agora”. E pronto! Mas, quem é você agora?
Por hoje sou o comandante de um saveiro reluzente. Ainda de poita recolhida. De amarras soltas e velas içadas, em preparo para a grande e última pescaria. Velejo ciente dos arrecifes e nevoeiros. Do perigo iminente oculto no mar. Sequer invejo navios mercantes, de rotas tão previstas. Eles transportam cargas pesadas demais para a leveza da vida.
E por hoje, só por hoje quero velejar sem naufrágio repentino. No descansar do último arrebol quero largar a âncora ao mar, recolher meus tresmalhos e varas e degustar peixes fresquinhos entulhados nos samburás. Rodeado da brisa e da tranqüilidade proporcionada pelo esforço dos anos.
Amanhã, somente naquele amanhã inesperado meu coração pertencerá às marés. Nesse momento saberei viver o ontem como o instante agora. E nesse dia, apenas nesse dia, meu coração não mais navegará nos mares da vida. Ele será o próprio mar.
O presente é morador indesejado do cotidiano. O vizinho inconveniente do passado. A realidade alicerçada das recordações e memórias. Não precisa a depressão para sentir o peso da realidade. O presente tem mesmo a cara da vida, da dor. É a possibilidade da ilusão. A oportunidade da pergunta. O presente é a materialização da escolha: bancário ou cigano. Mas a poesia do agora é escrita, necessariamente de mel ou cicuta. Não há alternativa. É coisa do destino. Ora, a morte é a sombra do presente.
O futuro tem a face do infinito. São as linhas tortas de Deus, mas tem também projeto próprio. Por vezes se apresenta tardiamente de muletas e bengalas, em despedida repentina do presente. O futuro é o outono quando se é inverno. É o destino quando tudo são planos. É o concreto dos sonhos fracassados. O futuro é um segredo desvendado. O resultado da dádiva divina e a frustração do fim. São os milhares de anos do amanhã ou o minuto seguinte.
Difícil não é escrutar as molduras do tempo ou caminhar a estrada do presente, amigo leitor. Nem mesmo olhar as marcas abraçadas pelo passado. Vislumbrar um destino seja ele qual for ou pintar de cores alegres e simples esse quadro de tempos é o verdadeiro segredo da vida. Ou será ilusória a idéia de que madrugada e alvorecer são distintos? Quem surgiu primeiro: o antes, o agora ou o depois? Viver o segundo é pisar em qual espaço de tempo?
Certeza tenho apenas a de que o tempo, alheio e surdo aos chamados de socorro, não espera por nada. Então, como viver? Carpe Diem? Não. Aproveitar o momento talvez seja pouco. A vida é pra valer, como dizia Vinícius. E é bom lembrar: as nostalgias também elevam o espírito. São tristezas gostosas de curtir. Quem sabe, então, fazer de um dia a vida inteira? Arriscado. Há também que se planejar o futuro. De hoje e amanhã. Tantas interrogações...
Esquecer o tempo. O compasso da vida. É isso. Viver na inércia dos ventos. Ou no impulso dos desejos. Flutuar sobre nuvens no planeta dos sonhos... São muitas as opções. Mas parecem tão longes... Vamos replicar, então, o lema do Teatro Mágico: “De ontem em diante serei o que sou no instante agora”. E pronto! Mas, quem é você agora?
Por hoje sou o comandante de um saveiro reluzente. Ainda de poita recolhida. De amarras soltas e velas içadas, em preparo para a grande e última pescaria. Velejo ciente dos arrecifes e nevoeiros. Do perigo iminente oculto no mar. Sequer invejo navios mercantes, de rotas tão previstas. Eles transportam cargas pesadas demais para a leveza da vida.
E por hoje, só por hoje quero velejar sem naufrágio repentino. No descansar do último arrebol quero largar a âncora ao mar, recolher meus tresmalhos e varas e degustar peixes fresquinhos entulhados nos samburás. Rodeado da brisa e da tranqüilidade proporcionada pelo esforço dos anos.
Amanhã, somente naquele amanhã inesperado meu coração pertencerá às marés. Nesse momento saberei viver o ontem como o instante agora. E nesse dia, apenas nesse dia, meu coração não mais navegará nos mares da vida. Ele será o próprio mar.
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Estante literária em blog
O blog Substantivo Plural abre um novo precedente literário nesta província de poucas novidades. O jornalista Tácito Costa expôs uma estante literária com livros de acesso gratuito pela Internet. Os autores são predominantemente locais. Uma forma fantástica e moderna de dar visibilidade ao trabalho.
Quatro livros já figuram na estante. Alguns deles inéditos, como a preciosidade da obra do jornalista Carlos de Souza, intitulada Palimpsesto. São mais de 200 páginas de muito bom gosto. Li umas vinte. A capa é sensacional, produzida por Everton Dantas. Não sei se é o mesmo jornalista que também colocou seu livro de poesia na estante, A Vida é Grátis, creio que também inédito.
Nelson Patriota expôs a biografia da nossa rouxinol potiguar, Glorinha Oliveira: o livro A Estrela Conta (2003). O Nobel escritor português José Saramago pediu licença a Tácito (rs) e também colaborou com a obra A Ilha Desconhecida.
A iniciativa é uma alternativa bacana quando os preços de livros estão um absurdo e até os sebos já comercializam preços equivalentes às livrarias. Muito em breve o jornalista Alex de Souza também publica um livro de contos (salvo engano), de 30 páginas no Substantivo (link ao lado).
Encontrei Alex na última eliminatória do MPBeco e senti firmeza quando ele disse que não vai mais publicar livro. Quem sabe a mania não pega por aqui. A cidade ainda é província. As notícias rodam como um tufão. E o blog é muito prestigiado e acessado: uma ótima vitrine, principalmente aos iniciantes na arte da escriba.
Claro, é quase impossível a idéia replicar a ponto da pirataria, como é visto com os DVDs. Seria uma alternativa barata e logo haveria pressão para as editorias baixarem os preços dos livros. Melhor nem eu me estender nesse aspecto. A discussão é bem diferente se comparado com a indústria fonográfica e posso ser mais uma vez mal interpretado.
Verdade é que o mundo migra mesmo para a Internet. Tenho medo do fim do jornal, do livro. Acho mais romântica a leitura em papel. Mas a realidade parece caminhar sempre para um destino mais chato, frio. Prefiro as flores do jardim à natureza morta. Bom, sei que nunca vou dispensar um livro em tarde de chuva, mas por força da necessidade, quem sabe não publico um livro virtual ou preparo um chá para tomar em frente ao computador?
Quatro livros já figuram na estante. Alguns deles inéditos, como a preciosidade da obra do jornalista Carlos de Souza, intitulada Palimpsesto. São mais de 200 páginas de muito bom gosto. Li umas vinte. A capa é sensacional, produzida por Everton Dantas. Não sei se é o mesmo jornalista que também colocou seu livro de poesia na estante, A Vida é Grátis, creio que também inédito.
Nelson Patriota expôs a biografia da nossa rouxinol potiguar, Glorinha Oliveira: o livro A Estrela Conta (2003). O Nobel escritor português José Saramago pediu licença a Tácito (rs) e também colaborou com a obra A Ilha Desconhecida.
A iniciativa é uma alternativa bacana quando os preços de livros estão um absurdo e até os sebos já comercializam preços equivalentes às livrarias. Muito em breve o jornalista Alex de Souza também publica um livro de contos (salvo engano), de 30 páginas no Substantivo (link ao lado).
Encontrei Alex na última eliminatória do MPBeco e senti firmeza quando ele disse que não vai mais publicar livro. Quem sabe a mania não pega por aqui. A cidade ainda é província. As notícias rodam como um tufão. E o blog é muito prestigiado e acessado: uma ótima vitrine, principalmente aos iniciantes na arte da escriba.
Claro, é quase impossível a idéia replicar a ponto da pirataria, como é visto com os DVDs. Seria uma alternativa barata e logo haveria pressão para as editorias baixarem os preços dos livros. Melhor nem eu me estender nesse aspecto. A discussão é bem diferente se comparado com a indústria fonográfica e posso ser mais uma vez mal interpretado.
Verdade é que o mundo migra mesmo para a Internet. Tenho medo do fim do jornal, do livro. Acho mais romântica a leitura em papel. Mas a realidade parece caminhar sempre para um destino mais chato, frio. Prefiro as flores do jardim à natureza morta. Bom, sei que nunca vou dispensar um livro em tarde de chuva, mas por força da necessidade, quem sabe não publico um livro virtual ou preparo um chá para tomar em frente ao computador?
A boca maldita de Caetano
Caetano Veloso tem mais valia cantando mesmo. Quando abre a boca gera polêmica. E normalmente falando besteira. A última foi em entrevista publicada hoje na Folha. O tropicalista defendeu seu amigo, o ministro Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) – vejam só quem – , que avaliava o governo Lula como o mais corrupto da história devido ao mensalão e depois assumiu um cargo no Planalto.
O cantor lembrou que o ministro é tido como antipático com os jornalistas. Questionado por que o ministro é folclorizado, Caetano respondeu, com a velha mania do contraditório:
“Porque todas as pessoas que tentam coisas importantes para o Brasil sofrem com essa inércia de o Brasil ter sido desimportante, uma espécie de salvo-conduto para cada um cada um se mostrar irresponsável na sua área. As pessoas ficam com medo de assumir responsabilidade. Isso é inconsciente, mas é verdade. Brasileiro adora dizer que o Brasil não presta, que a língua portuguesa é uma porcaria, que todo mundo escreve errado e ninguém reclama. Tudo aqui é desrespeitado. Tudo que aponte para um negócio que crie responsabilidade”.
E o pior ainda estava por vir. Indagado sobre a possibilidade de a sucessão de Lula caminhar para a disputa entre a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), o cantor também criticou a esquerda paulista:
“Dilma pelo menos não é de São Paulo, não é da USP. Serra não é propriamente USP, mas essa esquerda paulista já encheu, já deu o que tinha de dar. E é o que Lula é também”.
Talvez ele espere a volta de Celso Pita ou Quércia, ou não.
O cantor lembrou que o ministro é tido como antipático com os jornalistas. Questionado por que o ministro é folclorizado, Caetano respondeu, com a velha mania do contraditório:
“Porque todas as pessoas que tentam coisas importantes para o Brasil sofrem com essa inércia de o Brasil ter sido desimportante, uma espécie de salvo-conduto para cada um cada um se mostrar irresponsável na sua área. As pessoas ficam com medo de assumir responsabilidade. Isso é inconsciente, mas é verdade. Brasileiro adora dizer que o Brasil não presta, que a língua portuguesa é uma porcaria, que todo mundo escreve errado e ninguém reclama. Tudo aqui é desrespeitado. Tudo que aponte para um negócio que crie responsabilidade”.
E o pior ainda estava por vir. Indagado sobre a possibilidade de a sucessão de Lula caminhar para a disputa entre a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), o cantor também criticou a esquerda paulista:
“Dilma pelo menos não é de São Paulo, não é da USP. Serra não é propriamente USP, mas essa esquerda paulista já encheu, já deu o que tinha de dar. E é o que Lula é também”.
Talvez ele espere a volta de Celso Pita ou Quércia, ou não.
sexta-feira, 23 de maio de 2008
Da falta de tempo e assunto
Peço desculpas ao amigo leitor pela falta de crônicas neste espaço. A pressa tem me tirado o tempo e o ócio necessário de algumas horas para sentar e escrever. Mesmo as banalidades do cotidiano merecem boa escrita e melhor atenção. É a maneira de se tornarem nobres ou pelo menos conhecidas.
Junho tiro férias. Talvez a inspiração resolva visitar-me novamente. Sinto falta também do mar de Santa Rita. Prometo uma ida, mesmo que rápida, neste fim de semana. De certo trarei novidades daquele pedaço espremido de praia. Já imagino a solidão das catraias nestes dias invernais.
No mais é um fim de semana caseiro de muito trabalho, filmes e livros. Aceito sugestões. Rodrigo Levino prometeu-me o empréstimo não consignado do livro O Demônio do Meio-Dia, de Andrew Solomon – um verdadeiro tratado sobre a depressão. Por hora, tenho relido Crime e Castigo, de Dostoievski.
Dia desses vi um filminho marromeno, mas que mexeu com meus brios: Resgate de um Campeão, com Samuel L. Jackson, em belíssima interpretação, e Josh Hartnett. O segundo encena o papel de um repórter esportivo desesperado por uma grande matéria. Ele descobre um sem-teto (Samuel) que se diz grande campeão de box do passado, conhecido como Bob. Na verdade, o cara era um boxeador bem menos conhecido, contemporâneo ao Bob.
O dito repórter escreve uma matéria sensacional sobre um boxeador campeão do mundo que vive às traças como morador de rua. A matéria sai publicada na capa das principais revistas americanas. Logo alguns descobrem a mentira. E a história é real! Senti-me na pele do sujeito e tive calafrios.
É isso. O leitor mais exigente e carente de assuntos de mais valia pode visitar outros blogs deste portal. Os de futebol estão com boa audiência. Indico o de Fernando Luís. Se não anda tão atualizado, os textos e temas são sempre gostosos de se ler. No mais é um mês de maio interminável, de protestos, futricas políticas e poucas novidades.
Junho tiro férias. Talvez a inspiração resolva visitar-me novamente. Sinto falta também do mar de Santa Rita. Prometo uma ida, mesmo que rápida, neste fim de semana. De certo trarei novidades daquele pedaço espremido de praia. Já imagino a solidão das catraias nestes dias invernais.
No mais é um fim de semana caseiro de muito trabalho, filmes e livros. Aceito sugestões. Rodrigo Levino prometeu-me o empréstimo não consignado do livro O Demônio do Meio-Dia, de Andrew Solomon – um verdadeiro tratado sobre a depressão. Por hora, tenho relido Crime e Castigo, de Dostoievski.
Dia desses vi um filminho marromeno, mas que mexeu com meus brios: Resgate de um Campeão, com Samuel L. Jackson, em belíssima interpretação, e Josh Hartnett. O segundo encena o papel de um repórter esportivo desesperado por uma grande matéria. Ele descobre um sem-teto (Samuel) que se diz grande campeão de box do passado, conhecido como Bob. Na verdade, o cara era um boxeador bem menos conhecido, contemporâneo ao Bob.
O dito repórter escreve uma matéria sensacional sobre um boxeador campeão do mundo que vive às traças como morador de rua. A matéria sai publicada na capa das principais revistas americanas. Logo alguns descobrem a mentira. E a história é real! Senti-me na pele do sujeito e tive calafrios.
É isso. O leitor mais exigente e carente de assuntos de mais valia pode visitar outros blogs deste portal. Os de futebol estão com boa audiência. Indico o de Fernando Luís. Se não anda tão atualizado, os textos e temas são sempre gostosos de se ler. No mais é um mês de maio interminável, de protestos, futricas políticas e poucas novidades.
Cineclube apresenta projeto Curumim
Notícia bacana. O Cineclube Natal apresenta amanhã a abertura do projeto Cine Curumim, a premiada animação japonesa "A Viagem de Chihiro", do diretor Hayao Miyazaki.. Será às nove horas. O projeto é idealizado em parceria com o SESC e visa a formação de um público infantil com apresentações mensais de filmes que possam, de alguma forma, contribuir para a formação cultural de crianças e adolescentes.
Para inaugurar a sessão, nada melhor do que a indubitável qualidade da animação de Hayao Miyazaki. Animador de alto gabarito, autor de desenhos memoráveis como Meu Vizinho Totoro e O Castelo Animado, Miyazaky é frequentemente citado como o Walt Disney japonês. A Viagem de Chihiro acabou por tornar-se seu longa animado mais conhecido, quebrando as barreiras culturais e sendo sucesso absoluto nos Estados Unidos, que acabou por popularizar o filme no resto do mundo.
Apesar de a história conter elementos tipicamente japoneses, consiste na imortal fábula da criança que se perde e luta para voltar ao lar, nos moldes de João e Maria e Alice no País das Maravilhas. Tal qual a menina Alice, Chihiro deve enfrentar uma série de obstáculos antes de voltar à segurança de sua casa.
Perdidos em uma viagem de mudança, Chihiro e seus pais acabam descobrindo uma misteriosa passagem que os leva até um mundo mágico. É lá que a jovem Chihiro precisará enfrentar uma jornada heróica para salvar seus pais, que foram transformados em porcos pela malvada feiticeira Yubaba. O filme acabou sendo o vencedor do Oscar de Melhor Filme de Animação.
A exibição do filme se dará no auditório do próprio SESC da Avenida Rio Branco. A entrada é franca. Vale a pena uma ida por lá também para conhecer outros projetos desenvolvidos pelo Cineclube, sempre uma alternativa de entretenimento com qualidade na cidade.
Para inaugurar a sessão, nada melhor do que a indubitável qualidade da animação de Hayao Miyazaki. Animador de alto gabarito, autor de desenhos memoráveis como Meu Vizinho Totoro e O Castelo Animado, Miyazaky é frequentemente citado como o Walt Disney japonês. A Viagem de Chihiro acabou por tornar-se seu longa animado mais conhecido, quebrando as barreiras culturais e sendo sucesso absoluto nos Estados Unidos, que acabou por popularizar o filme no resto do mundo.
Apesar de a história conter elementos tipicamente japoneses, consiste na imortal fábula da criança que se perde e luta para voltar ao lar, nos moldes de João e Maria e Alice no País das Maravilhas. Tal qual a menina Alice, Chihiro deve enfrentar uma série de obstáculos antes de voltar à segurança de sua casa.
Perdidos em uma viagem de mudança, Chihiro e seus pais acabam descobrindo uma misteriosa passagem que os leva até um mundo mágico. É lá que a jovem Chihiro precisará enfrentar uma jornada heróica para salvar seus pais, que foram transformados em porcos pela malvada feiticeira Yubaba. O filme acabou sendo o vencedor do Oscar de Melhor Filme de Animação.
A exibição do filme se dará no auditório do próprio SESC da Avenida Rio Branco. A entrada é franca. Vale a pena uma ida por lá também para conhecer outros projetos desenvolvidos pelo Cineclube, sempre uma alternativa de entretenimento com qualidade na cidade.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Notinhas!
ABIMAEL
O sebista e editor Abimael Silva prepara para essa semana o lançamento de uma edição fac-similar do livro Homens e fatos do Seridó antigo, escrito em 1959 pelo bispo dom Adelino Dantas, de Garanhuns. Segundo Abimael – e amparado na opinião do poeta processo Moacy Cirne - é o melhor e mais completo livro sobre o Seridó. A reprodução sai com 180 páginas e comercializado a R$ 30. Vale a pena cada vintém!
LIVRO
Outra novidade literária é o livro Dias estranhos, do jovem escriba Rodrigo Levino. Essa semana o livro chega da gráfica e tem lançamento previsto para o início de junho, aqui na terrinha, e no final do mesmo mês, em São Paulo. O livro é uma reunião de 30 crônicas. As temáticas giram em torno do cotidiano: estresse, pressa, rotina... Um retrato fiel desses dias cinzentos.
BOSSA NOVA
O jornalista Nicolau Frederico tem pesquisado e escrito vasto material sobre os 50 anos da Bossa Nova. Está tudo publicado em seu blog (http://www.nicolaufrederico.jor.br/). Tem entrevista com cantora do Pato Fu, Fernanda Takai e sobre o CD gravado em homenagem a Nara Leão, além de dezenas de links relacionados ao gênero musical. A revista Bravo já entrou em contato com Nicolau e pediu autorização para publicar parte do material na edição deste mês, também dedicada à Bossa Nova. O jornalista tenta também promover shows com os partícipes da época, como Menescal. Zé Dias bem que podia ajudar...
DOSOL
Aos que criticaram a escolha de Anderson Foca como vencedor do troféu O Poti, na categoria Produtor Cultural, meu recado. O selo do rapaz – DoSol – encampa num novo projeto: uma web rádio. A Rádio Dosol vai ter programação com música de bandas independentes, notícias e podcast. O acesso é via portal (link ao lado). Um banner foi colocado desde de ontem para ouvir a programação diária, no ar entre 9h às 12h e 19h às 22h.
FRANKLIN JORGE
Sem dinheiro para publicação de seus escritos e já com dezenas de livros prontos a espera de edição, o escritor Franklin Jorge vai optar por uma mídia mais democrática: um site. Ainda assim ele tem procurado captar recursos para bancar tudo. A coisa é difícil. E ele disse estar investindo em outros equipamentos para se tornar mais independente em seus negócios. Mas em breve o site estará no ar.
MPBECO
O que se tem ouvido sobre a nova edição do MPBeco é de superação às deficiências dos eventos anteriores, como sonorização e luz. Até a cerveja ficou mais barata, para deleite de quase todos. Os shows de Valéria Oliveira e da banda Rosa de Pedra, de abertura e encerramento no primeiro dia, também foram elogiados. Das críticas, a mesmice da manjada mistura de rock com regionalismo impregnada em várias músicas. E as expectativas frustradas da apresentação de Marcelus Bob e seu Grupo Escolar. Assim não dá pra ser um "possibilista".
O sebista e editor Abimael Silva prepara para essa semana o lançamento de uma edição fac-similar do livro Homens e fatos do Seridó antigo, escrito em 1959 pelo bispo dom Adelino Dantas, de Garanhuns. Segundo Abimael – e amparado na opinião do poeta processo Moacy Cirne - é o melhor e mais completo livro sobre o Seridó. A reprodução sai com 180 páginas e comercializado a R$ 30. Vale a pena cada vintém!
LIVRO
Outra novidade literária é o livro Dias estranhos, do jovem escriba Rodrigo Levino. Essa semana o livro chega da gráfica e tem lançamento previsto para o início de junho, aqui na terrinha, e no final do mesmo mês, em São Paulo. O livro é uma reunião de 30 crônicas. As temáticas giram em torno do cotidiano: estresse, pressa, rotina... Um retrato fiel desses dias cinzentos.
BOSSA NOVA
O jornalista Nicolau Frederico tem pesquisado e escrito vasto material sobre os 50 anos da Bossa Nova. Está tudo publicado em seu blog (http://www.nicolaufrederico.jor.br/). Tem entrevista com cantora do Pato Fu, Fernanda Takai e sobre o CD gravado em homenagem a Nara Leão, além de dezenas de links relacionados ao gênero musical. A revista Bravo já entrou em contato com Nicolau e pediu autorização para publicar parte do material na edição deste mês, também dedicada à Bossa Nova. O jornalista tenta também promover shows com os partícipes da época, como Menescal. Zé Dias bem que podia ajudar...
DOSOL
Aos que criticaram a escolha de Anderson Foca como vencedor do troféu O Poti, na categoria Produtor Cultural, meu recado. O selo do rapaz – DoSol – encampa num novo projeto: uma web rádio. A Rádio Dosol vai ter programação com música de bandas independentes, notícias e podcast. O acesso é via portal (link ao lado). Um banner foi colocado desde de ontem para ouvir a programação diária, no ar entre 9h às 12h e 19h às 22h.
FRANKLIN JORGE
Sem dinheiro para publicação de seus escritos e já com dezenas de livros prontos a espera de edição, o escritor Franklin Jorge vai optar por uma mídia mais democrática: um site. Ainda assim ele tem procurado captar recursos para bancar tudo. A coisa é difícil. E ele disse estar investindo em outros equipamentos para se tornar mais independente em seus negócios. Mas em breve o site estará no ar.
MPBECO
O que se tem ouvido sobre a nova edição do MPBeco é de superação às deficiências dos eventos anteriores, como sonorização e luz. Até a cerveja ficou mais barata, para deleite de quase todos. Os shows de Valéria Oliveira e da banda Rosa de Pedra, de abertura e encerramento no primeiro dia, também foram elogiados. Das críticas, a mesmice da manjada mistura de rock com regionalismo impregnada em várias músicas. E as expectativas frustradas da apresentação de Marcelus Bob e seu Grupo Escolar. Assim não dá pra ser um "possibilista".
domingo, 18 de maio de 2008
De prêmios e premiados
É rara a entrega de premiações gerarem consenso. Quase sempre há questionamentos. Mas um fator é inegável: o reconhecimento do artista, como indicado ou premiado. E o Rio Grande de Poti tem assistido uma gama de artistas potiguares indicados a prêmios aclamados pela mídia nacional e local ou reconhecidos pelo trabalho realizado.
Roberta Sá e Marina Elali concorrem ao Prêmio Tim de Música. A primeira, na categoria Melhor Disco de MPB, com Que belo estranho dia pra se ter alegria. A segunda, como melhor cantora popular. Não bastasse, Khrystal recebe convite para participação no Programa Senhor Brasil, da Tv Cultura de São Paulo, comandado por Rolando Boldrin.
Khrystal embarca hoje para Sampa. Vai cantar duas músicas ao lado de Guinga. Sobre o músico – já com participação no CD Coisa de Preto, da Khystalina – o mestre Hermeto Paschoal disse: Caras como Guinga só nascem a cada 100 anos.
Aqui mesmo nesta terra que começa a contradizer Cascudo e consagrar os seus, o Diário de Natal concedeu 12 premiações na última quinta-feira. Diversas áreas da cultura contempladas. Burburinhos em conversas informais nos bares da cidade, comentários, especulações... São iniciativas que fazem a cultura e os artistas virarem notícia.
Gente como João da Rua venceu na categoria Literatura. Merecidíssimo, mesmo pela pouca biografia, como ele mesmo frisou. Outro destaque merecido foi o reconhecimento ao trabalho de Dionízio do Apodi, na categoria Teatro. Dionízio é o “maestro” do Pessoal do Tarará, grupo de teatro de rua. Acompanhei um dia de apresentação deles em uma comunidade de periferia em Mossoró. E posso atestar: é um trabalho abnegado. Para o próximo ano, largo a sugestão: o pessoal do Escambo, de Janduís.
Comentar da homenagem a Deífilo Gurgel é cair no óbvio. Posso dizer de minhas reclamações desde o primeiro prêmio do esquecimento ao folclorista. Naquela primeira solenidade, Deífilo havia escrito dois importantes livros do nosso folclore e o vencedor foi seu irmão, Tarcísio Gurgel, que recebeu meio sem graça o troféu e comentou, de forma elegante, da bobeira do DN com o irmão. Para o próximo ano, também largo outra dica à direção do jornal: a romanceira Dona Militana, descoberta pelo próprio Deífilo.
A escolha popular, como nas três edições anteriores, contemplou a música. Roberta Sá foi uma boa escolha. Só desconhecia tamanha popularidade. Imaginei um público mais seleto da cantora.
E entre premiados e homenageados, entre feras e feridos, valeu a noite de vivas à cultura potiguar. Soube também que a Fundação José Augusto organiza uma premiação às matérias jornalísticas relacionadas à cultura. Bravo. Ora, também somos gente!
Roberta Sá e Marina Elali concorrem ao Prêmio Tim de Música. A primeira, na categoria Melhor Disco de MPB, com Que belo estranho dia pra se ter alegria. A segunda, como melhor cantora popular. Não bastasse, Khrystal recebe convite para participação no Programa Senhor Brasil, da Tv Cultura de São Paulo, comandado por Rolando Boldrin.
Khrystal embarca hoje para Sampa. Vai cantar duas músicas ao lado de Guinga. Sobre o músico – já com participação no CD Coisa de Preto, da Khystalina – o mestre Hermeto Paschoal disse: Caras como Guinga só nascem a cada 100 anos.
Aqui mesmo nesta terra que começa a contradizer Cascudo e consagrar os seus, o Diário de Natal concedeu 12 premiações na última quinta-feira. Diversas áreas da cultura contempladas. Burburinhos em conversas informais nos bares da cidade, comentários, especulações... São iniciativas que fazem a cultura e os artistas virarem notícia.
Gente como João da Rua venceu na categoria Literatura. Merecidíssimo, mesmo pela pouca biografia, como ele mesmo frisou. Outro destaque merecido foi o reconhecimento ao trabalho de Dionízio do Apodi, na categoria Teatro. Dionízio é o “maestro” do Pessoal do Tarará, grupo de teatro de rua. Acompanhei um dia de apresentação deles em uma comunidade de periferia em Mossoró. E posso atestar: é um trabalho abnegado. Para o próximo ano, largo a sugestão: o pessoal do Escambo, de Janduís.
Comentar da homenagem a Deífilo Gurgel é cair no óbvio. Posso dizer de minhas reclamações desde o primeiro prêmio do esquecimento ao folclorista. Naquela primeira solenidade, Deífilo havia escrito dois importantes livros do nosso folclore e o vencedor foi seu irmão, Tarcísio Gurgel, que recebeu meio sem graça o troféu e comentou, de forma elegante, da bobeira do DN com o irmão. Para o próximo ano, também largo outra dica à direção do jornal: a romanceira Dona Militana, descoberta pelo próprio Deífilo.
A escolha popular, como nas três edições anteriores, contemplou a música. Roberta Sá foi uma boa escolha. Só desconhecia tamanha popularidade. Imaginei um público mais seleto da cantora.
E entre premiados e homenageados, entre feras e feridos, valeu a noite de vivas à cultura potiguar. Soube também que a Fundação José Augusto organiza uma premiação às matérias jornalísticas relacionadas à cultura. Bravo. Ora, também somos gente!
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Morre Wander Taffo
Saiu agora a pouco na Folha Online a triste notícia. O cara fez história no rock brasileiro:
O músico e guitarrista Wander Taffo morreu hoje pela manhã em casa, em São Paulo. Segundo familiares, Taffo morreu vítima de uma parada cardiorrespiratória e não tinha histórico de problemas de saúde. O músico faria 54 anos no sábado.
Considerado por publicações internacionais, como a "Guitar Player", um dos expoentes da guitarra no mundo, Taffo era hoje um dos sócios da EM&T (Escola de Música e Tecnologia).
No começo dos anos 80, Taffo estourou com a banda Rádio Táxi, que fez muito sucesso com a música "Eva". Ele também fez parte de grupos como Made in Brazil, Secos & Molhados, Joelho de Porco, Gang 90, além de ter tocado com nomes como Rita Lee e Roberto de Carvalho.
Sua primeira banda foi a banda Memphis, em 1973, quando tocava em bailes. O músico deixou a banda Rádio Táxi em 1986 para um trabalho solo. Chegou a receber o prêmio Sharp de Música na categoria "Revelação Pop Rock Masculino" por um solo gravado em Los Angeles, em 1989. No ano seguinte, Wander foi escolhido pela crítica como o melhor guitarrista do Brasil.
O músico também participava de projetos sociais, como a distribuição de agasalhos e alimentos para moradores de rua do centro de São Paulo. Taffo planejava a volta da banda Rádio Táxi para julho deste ano.
O músico e guitarrista Wander Taffo morreu hoje pela manhã em casa, em São Paulo. Segundo familiares, Taffo morreu vítima de uma parada cardiorrespiratória e não tinha histórico de problemas de saúde. O músico faria 54 anos no sábado.
Considerado por publicações internacionais, como a "Guitar Player", um dos expoentes da guitarra no mundo, Taffo era hoje um dos sócios da EM&T (Escola de Música e Tecnologia).
No começo dos anos 80, Taffo estourou com a banda Rádio Táxi, que fez muito sucesso com a música "Eva". Ele também fez parte de grupos como Made in Brazil, Secos & Molhados, Joelho de Porco, Gang 90, além de ter tocado com nomes como Rita Lee e Roberto de Carvalho.
Sua primeira banda foi a banda Memphis, em 1973, quando tocava em bailes. O músico deixou a banda Rádio Táxi em 1986 para um trabalho solo. Chegou a receber o prêmio Sharp de Música na categoria "Revelação Pop Rock Masculino" por um solo gravado em Los Angeles, em 1989. No ano seguinte, Wander foi escolhido pela crítica como o melhor guitarrista do Brasil.
O músico também participava de projetos sociais, como a distribuição de agasalhos e alimentos para moradores de rua do centro de São Paulo. Taffo planejava a volta da banda Rádio Táxi para julho deste ano.
terça-feira, 13 de maio de 2008
Cineclube - programação
Não fui mais a nenhuma sessão de cinema promovida pelo Cineclube desde o início do ano. Falha minha. Mas a impressão que tenho pelas notícias veiculadas na mídia é que a reunião idealizada pelos cineclubistas para discutir a ausência do público às sessões surtiu efeito.
Claro, a questão é mais complexa do que o argumento de que o programa é aquele do tipo bom e barato. Mas não deixa de ter seu peso. E seguindo essa premissa, segue abaixo a programação diversificada de aniversário promovida pelo Cineclube Natal:
Até sexta-feira o professor Máximo Barro promove curso gratuito “O cinema aprende a falar”, no Sesc da Rio Branco. Horário: 14h30 às 17h30. Vale a pena. O cara é uma sumidade nacional. Já o entrevistei em outra oportunidade.
Também com Máximo Barro, e até quinta-feira, outro curso gratuito: “No tempo das diligências quadro a quadro”. Será na UnP da Nascimento de Castro, das 8h30 às 11h30.
Todos os dias e até sexta-feira a mostra de filmes “O cinema aprende a falar”, no Sesc do Rio Branco. A mostra será aberta ao público, a partir das 18h30.
Apenas nesta sexta-feira será encenado o esquete teatral “O cinema aprende a falar”, também no Sesc da Rio Branco e aberto ao público a partir das 17h30.
No sábado ocorre a 2ª Mostra Cineclubista de Curtas Potiguares (sem restrição de gênero, suporte ou ano de produção). O programa será no Teatro de Cultura Popular (anexo à Fundação José Augusto, no Tirol). A partir das 17h30.
Domingo o Cineclube reserva uma programação surpresa para a comemoração dos três anos de aniversário. Será também no TCP, em Tirol, a partir das 17h30.
É isso.
Claro, a questão é mais complexa do que o argumento de que o programa é aquele do tipo bom e barato. Mas não deixa de ter seu peso. E seguindo essa premissa, segue abaixo a programação diversificada de aniversário promovida pelo Cineclube Natal:
Até sexta-feira o professor Máximo Barro promove curso gratuito “O cinema aprende a falar”, no Sesc da Rio Branco. Horário: 14h30 às 17h30. Vale a pena. O cara é uma sumidade nacional. Já o entrevistei em outra oportunidade.
Também com Máximo Barro, e até quinta-feira, outro curso gratuito: “No tempo das diligências quadro a quadro”. Será na UnP da Nascimento de Castro, das 8h30 às 11h30.
Todos os dias e até sexta-feira a mostra de filmes “O cinema aprende a falar”, no Sesc do Rio Branco. A mostra será aberta ao público, a partir das 18h30.
Apenas nesta sexta-feira será encenado o esquete teatral “O cinema aprende a falar”, também no Sesc da Rio Branco e aberto ao público a partir das 17h30.
No sábado ocorre a 2ª Mostra Cineclubista de Curtas Potiguares (sem restrição de gênero, suporte ou ano de produção). O programa será no Teatro de Cultura Popular (anexo à Fundação José Augusto, no Tirol). A partir das 17h30.
Domingo o Cineclube reserva uma programação surpresa para a comemoração dos três anos de aniversário. Será também no TCP, em Tirol, a partir das 17h30.
É isso.
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Música, futebol e política
MATANZA
No programa Família MTV de ontem com o grupo roqueiro Matanza, os bastidores do show deles no Galpão 29 em Natal, com produção de Anderson Foca. Imagens do baixista China pichando os azulejos da parede do camarim com um monte de besteira. Aliás, percebeu-se um total descompasso entre os integrantes da banda. Parece que só o vocalista Jimmy tem miolo na cabeça. E ao contrário da aparência meio grounge, o cara é cheio da grana, não bebe há dois anos e gosta de passear com a sobrinha. Um coração sentimental por trás do jeito rude. Bacana o programa.
DO SOL
Falar em Anderson Foca, o site do selo e rockbar DoSol é dos mais atualizados da mídia roqueira potiguar. Em uma das notícias, Foca aborda a possibilidade de o Dosolrockbar fechar. Desde que se mudou para a Ribeira, o bar se sustenta com recursos próprios. Com mais de mil shows no currículo, o roqueiro tem o projeto de transformar o rock bar em um ponto de cultura do Minc. A idéia é instalar ali workshops, oficinas, etc. Só assim para captar recursos. O velho Crispa parece rejeitar rock. A prosa dele é a cultura popular. Visão radical, claro. O endereço do site é www.dosol.com.br
MÚSICA
A Rádio Universitária (88,9 FM) já não é exclusiva no espaço cedido aos artistas potiguares. A Rádio Cidade (94,3 FM) também tem apostado no que há de melhor na musicalidade potiguar. Artistas da terra como Khrystal, Roberta Sá, Romildo Soares, Luciane Antunes, Valéria Oliveira, entre outros, têm cadeira cativa no novo espaço musical da Rádio, denominado “A Cidade Toca a Cidade”. A programação com os intérpretes e compositores potiguares já está no ar. Para fazer parte da seleção, precisa ter o perfil light da Rádio Cidade e enviar um CD para a Avenida do Sol, 3310 – Candelária. Informações pelo telefone 3231-0094.
GIL
O jornalista Alexandro Gurgel conseguiu o feito de uma entrevista exclusiva com o ministro da Cultura, o tropicalista Gilberto Gil e publicou tudo em seu blog (www.grandeponto.blogspot.com). Vai saber como ele conseguiu. Fato é que o ministro desenvolveu bem suas palavras. Imagino que a entrevista de poucas perguntas tenha durado umas cinco horas, a julgar pelo gaguejar do nobre músico. Da cultura potiguar, Gil disse conhecer apenas o Trio Irakitan e Ademilde Fonseca – “a rainha do chorinho brasileiro”. Uma pena, tão pouco conhecimento dos nossos valores. As perguntas ademais foram sobre os Pontos de Cultura.
BLOGS
Parece que o segredo para audiência em blogs é descer o pau em alguém ou falar de futebol. Pode perceber, amigo leitor, a quantidade de visitas e comentários em blogs do estilo. Uma avaliação pode ser feita no portal DNOnline. Três novos blogs estrearam semana passada por lá para falar de futebol. Os autores são torcedores fanáticos e de boa escrita: Luciano Kleiber e Rubens Lemos Filho, para comentar do América e ABC, respectivamente. Além de Marcos Trindade e os números do futebol. Fábio Pacheco permanece com o Bola Dividia. Eu daqui, continuo com meu Diário do Tempo, a tecer banalidades cotidianas para dois ou três leitores...
AGRIPINO
Está impagável o texto do jornalista Tutty Vasques sobre o senador José Agripino Maia publicado no Estadão. Algumas passagens: “Ainda que o Aurélio o considere ‘verbete inexistente’, agripino, segundo o Houaiss, é adjetivo. Diz-se de parto ‘em que a criança apresenta primeiro as nádegas’. Nada a ver, pelo menos não no sentido figurativo, com a expressão "nascer com o bumbum virado pra lua". Agripino, em linguagem técnica de obstetra, não denota sorte na vida”. E mais: “Agripino, no sentido parlamentar da expressão, também é adjetivo de político que mete os pés pelas mãos”. E pergunta irônico, depois: “Está dando para entender melhor agora o que é Agripino?
”.
No programa Família MTV de ontem com o grupo roqueiro Matanza, os bastidores do show deles no Galpão 29 em Natal, com produção de Anderson Foca. Imagens do baixista China pichando os azulejos da parede do camarim com um monte de besteira. Aliás, percebeu-se um total descompasso entre os integrantes da banda. Parece que só o vocalista Jimmy tem miolo na cabeça. E ao contrário da aparência meio grounge, o cara é cheio da grana, não bebe há dois anos e gosta de passear com a sobrinha. Um coração sentimental por trás do jeito rude. Bacana o programa.
DO SOL
Falar em Anderson Foca, o site do selo e rockbar DoSol é dos mais atualizados da mídia roqueira potiguar. Em uma das notícias, Foca aborda a possibilidade de o Dosolrockbar fechar. Desde que se mudou para a Ribeira, o bar se sustenta com recursos próprios. Com mais de mil shows no currículo, o roqueiro tem o projeto de transformar o rock bar em um ponto de cultura do Minc. A idéia é instalar ali workshops, oficinas, etc. Só assim para captar recursos. O velho Crispa parece rejeitar rock. A prosa dele é a cultura popular. Visão radical, claro. O endereço do site é www.dosol.com.br
MÚSICA
A Rádio Universitária (88,9 FM) já não é exclusiva no espaço cedido aos artistas potiguares. A Rádio Cidade (94,3 FM) também tem apostado no que há de melhor na musicalidade potiguar. Artistas da terra como Khrystal, Roberta Sá, Romildo Soares, Luciane Antunes, Valéria Oliveira, entre outros, têm cadeira cativa no novo espaço musical da Rádio, denominado “A Cidade Toca a Cidade”. A programação com os intérpretes e compositores potiguares já está no ar. Para fazer parte da seleção, precisa ter o perfil light da Rádio Cidade e enviar um CD para a Avenida do Sol, 3310 – Candelária. Informações pelo telefone 3231-0094.
GIL
O jornalista Alexandro Gurgel conseguiu o feito de uma entrevista exclusiva com o ministro da Cultura, o tropicalista Gilberto Gil e publicou tudo em seu blog (www.grandeponto.blogspot.com). Vai saber como ele conseguiu. Fato é que o ministro desenvolveu bem suas palavras. Imagino que a entrevista de poucas perguntas tenha durado umas cinco horas, a julgar pelo gaguejar do nobre músico. Da cultura potiguar, Gil disse conhecer apenas o Trio Irakitan e Ademilde Fonseca – “a rainha do chorinho brasileiro”. Uma pena, tão pouco conhecimento dos nossos valores. As perguntas ademais foram sobre os Pontos de Cultura.
BLOGS
Parece que o segredo para audiência em blogs é descer o pau em alguém ou falar de futebol. Pode perceber, amigo leitor, a quantidade de visitas e comentários em blogs do estilo. Uma avaliação pode ser feita no portal DNOnline. Três novos blogs estrearam semana passada por lá para falar de futebol. Os autores são torcedores fanáticos e de boa escrita: Luciano Kleiber e Rubens Lemos Filho, para comentar do América e ABC, respectivamente. Além de Marcos Trindade e os números do futebol. Fábio Pacheco permanece com o Bola Dividia. Eu daqui, continuo com meu Diário do Tempo, a tecer banalidades cotidianas para dois ou três leitores...
AGRIPINO
Está impagável o texto do jornalista Tutty Vasques sobre o senador José Agripino Maia publicado no Estadão. Algumas passagens: “Ainda que o Aurélio o considere ‘verbete inexistente’, agripino, segundo o Houaiss, é adjetivo. Diz-se de parto ‘em que a criança apresenta primeiro as nádegas’. Nada a ver, pelo menos não no sentido figurativo, com a expressão "nascer com o bumbum virado pra lua". Agripino, em linguagem técnica de obstetra, não denota sorte na vida”. E mais: “Agripino, no sentido parlamentar da expressão, também é adjetivo de político que mete os pés pelas mãos”. E pergunta irônico, depois: “Está dando para entender melhor agora o que é Agripino?
”.
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Da nova Preá
Li praticamente toda a 19ª edição da Preá e uma particularidade é inegável: o projeto de arte da revista deu um salto substancial e necessário. Ficou moderna, de boa visualização. A nova gráfica também corrigiu os erros grosseiros de soltura de páginas das duas últimas edições, patrocinadas na gestão da professora Isaura Rosado.
O mais importante é que o conteúdo de alto nível da revista também permaneceu. Não achei mais diversificada em temáticas culturais, como havia me adiantado a nova editora da revista, a jornalista Mary Land Brito. E nem poderia. A Preá sempre abrangeu e foi aberta às diversas vertentes da cultura.
Se fosse opinar para um dos lados quanto ao assunto, até apontaria as edições anteriores. Essa nova cedeu muito espaço para gêneros literários. Foram dois contos (um excelente de Alex de Souza e outro de quatro páginas de Carlos Fialho), poesia de Thiago Barbalho e Plínio Sanderson, crônica de Vicente Serejo e Rubens Lemos Filho, artigo de Clauder Arcanjo (uma maravilha, também) e Deth Haak, Anchieta Fernandes e Rizolete Fernandes.
A entrevista foi feita pela editora Mary Land com o atual secretário da Identidade e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, o ator Sérgio Mamberti. A entrevista foi bem conduzida. Já fiz uma com Mamberti e sei da dificuldade: o cara fala muito e emendado.
As tradicionais matérias de mapeamento cultural dos municípios potiguares também sofreram mudanças. E para melhor. A idéia de publicar apenas um (em vez de dois municípios) por revista possibilita uma diagramação mais leve e espaçosa. A imagem de abertura de Angicos tomada em duas páginas ficou primorosa. A outra vantagem é que, como são mais trabalhosas, com a retirada de uma cidade a edição pode ser preparada com maior rapidez. E mais uma vez o nome deste blogueiro saiu com dois “L” no Vilar. Sem problema (rs).
Cuba foi evidenciada no ensaio fotográfico de Andréa Gurgel e como temática do filme Mariposa Blanca, em artigo escrito pelo cineasta responsável, Buca Dantas. Teatro e música também foram representados com excelentes textos de Cefas Carvalhos e o sempre bom Carlos Gurgel. João Batista de Moraes Neto escreveu ainda sobre Caetano Veloso. Achei meio despropositado esse espaço. Outra coisa bacana, diferente, foi a matéria sobre cartões postais, de José Correia Torres Neto.
Duas matérias claramente institucionais foram muito pertinentes. A Fundação José Augusto merecia até um espaço bem maior para contar sua história de 45 anos. Achei tímido o texto pequeno do sociólogo Tarcísio Rosas. “Queimou cartucho”, como se diz. Mesmo a outra matéria escrita por Josimey Costa sobre a discussão da TV Universitária ficou mais completa.
As considerações e comentários do editor eram publicados na última página. Agora foram substituídos por quadrinhos de Emanoel Amaral. Não sei se será mantida a idéia. Mary Land também fez seu texto, impresso na segunda página. E não se pode exigir da nova editora a mesma bagagem cultural do antigo editor da revista, o tarimbado Tácito Costa. As avaliações que o jornalista teciam eram mais embasadas.
Feio foram as palavras do diretor geral Crispiniano Neto na primeira página. Posso estar enganado, mas senti pontas de ironia no texto quanto à demora da revista. Jogar a culpa em gestões anteriores ou na burocracia é o pior dos erros. Certo seria reconhecer a incompetência ou falta de criatividade para driblar percalços. Ou faltou vontade?
Alguns trechos: “No fojo da burocracia e do descuido, caiu a Preá há muitos meses. E ficou enganchada no balseiro da força do não fazer que impera no serviço público”. Crispiniano disse que o início de nova licitação foi a culpa pela demora de quase um ano e meio. Ele usou do eufemismo “muitos meses”.
E mais: “Limpo o meio de campo, tínhamos que retomar, mas não por cima de paus e pedras. Uma preá como a nossa, com o conceito que granjeou, não pode ser pegada a dente de cachorro”. Na minha modesta interpretação, o velho Crispa depreciou a qualidade das edições anteriores. Ao final do texto, ele conclui: “Tinha uma pedra no meio do caminho, usamo-la para edificar. Tinha um limão? Por que não fazer uma limonada?”. Ironia pura!
E ainda mentiu sobre o “esfacelamento” da equipe da revista: “Já tinha acontecido a saída de Gustavo Porpino, que passou num concurso da Embrapa, e por último, a saída do editor Tácito Costa, que por força de outros compromissos se afastou da editoria”. Até onde sei, Tácito lutou pela revista até cansar. E a saída do esforçado e competente Gustavo foi sumariamente substituída, sem deixar buracos.
Enfim, o que se esperava era a continuidade em bom estilo. As expectativas foram atendidas. Pelo menos as minhas e de quem tenho conversado a respeito. Se o Crispa parar de falar besteira, se concentrar em seu talento e honestidade, e seguir o que disse no texto – aumentar a tiragem, distribuir em escolas e bancas e torná-la bimestral – continuarei também a apostar na atual gestão da FJA. Parece que a coisa começou a andar agora...
O mais importante é que o conteúdo de alto nível da revista também permaneceu. Não achei mais diversificada em temáticas culturais, como havia me adiantado a nova editora da revista, a jornalista Mary Land Brito. E nem poderia. A Preá sempre abrangeu e foi aberta às diversas vertentes da cultura.
Se fosse opinar para um dos lados quanto ao assunto, até apontaria as edições anteriores. Essa nova cedeu muito espaço para gêneros literários. Foram dois contos (um excelente de Alex de Souza e outro de quatro páginas de Carlos Fialho), poesia de Thiago Barbalho e Plínio Sanderson, crônica de Vicente Serejo e Rubens Lemos Filho, artigo de Clauder Arcanjo (uma maravilha, também) e Deth Haak, Anchieta Fernandes e Rizolete Fernandes.
A entrevista foi feita pela editora Mary Land com o atual secretário da Identidade e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, o ator Sérgio Mamberti. A entrevista foi bem conduzida. Já fiz uma com Mamberti e sei da dificuldade: o cara fala muito e emendado.
As tradicionais matérias de mapeamento cultural dos municípios potiguares também sofreram mudanças. E para melhor. A idéia de publicar apenas um (em vez de dois municípios) por revista possibilita uma diagramação mais leve e espaçosa. A imagem de abertura de Angicos tomada em duas páginas ficou primorosa. A outra vantagem é que, como são mais trabalhosas, com a retirada de uma cidade a edição pode ser preparada com maior rapidez. E mais uma vez o nome deste blogueiro saiu com dois “L” no Vilar. Sem problema (rs).
Cuba foi evidenciada no ensaio fotográfico de Andréa Gurgel e como temática do filme Mariposa Blanca, em artigo escrito pelo cineasta responsável, Buca Dantas. Teatro e música também foram representados com excelentes textos de Cefas Carvalhos e o sempre bom Carlos Gurgel. João Batista de Moraes Neto escreveu ainda sobre Caetano Veloso. Achei meio despropositado esse espaço. Outra coisa bacana, diferente, foi a matéria sobre cartões postais, de José Correia Torres Neto.
Duas matérias claramente institucionais foram muito pertinentes. A Fundação José Augusto merecia até um espaço bem maior para contar sua história de 45 anos. Achei tímido o texto pequeno do sociólogo Tarcísio Rosas. “Queimou cartucho”, como se diz. Mesmo a outra matéria escrita por Josimey Costa sobre a discussão da TV Universitária ficou mais completa.
As considerações e comentários do editor eram publicados na última página. Agora foram substituídos por quadrinhos de Emanoel Amaral. Não sei se será mantida a idéia. Mary Land também fez seu texto, impresso na segunda página. E não se pode exigir da nova editora a mesma bagagem cultural do antigo editor da revista, o tarimbado Tácito Costa. As avaliações que o jornalista teciam eram mais embasadas.
Feio foram as palavras do diretor geral Crispiniano Neto na primeira página. Posso estar enganado, mas senti pontas de ironia no texto quanto à demora da revista. Jogar a culpa em gestões anteriores ou na burocracia é o pior dos erros. Certo seria reconhecer a incompetência ou falta de criatividade para driblar percalços. Ou faltou vontade?
Alguns trechos: “No fojo da burocracia e do descuido, caiu a Preá há muitos meses. E ficou enganchada no balseiro da força do não fazer que impera no serviço público”. Crispiniano disse que o início de nova licitação foi a culpa pela demora de quase um ano e meio. Ele usou do eufemismo “muitos meses”.
E mais: “Limpo o meio de campo, tínhamos que retomar, mas não por cima de paus e pedras. Uma preá como a nossa, com o conceito que granjeou, não pode ser pegada a dente de cachorro”. Na minha modesta interpretação, o velho Crispa depreciou a qualidade das edições anteriores. Ao final do texto, ele conclui: “Tinha uma pedra no meio do caminho, usamo-la para edificar. Tinha um limão? Por que não fazer uma limonada?”. Ironia pura!
E ainda mentiu sobre o “esfacelamento” da equipe da revista: “Já tinha acontecido a saída de Gustavo Porpino, que passou num concurso da Embrapa, e por último, a saída do editor Tácito Costa, que por força de outros compromissos se afastou da editoria”. Até onde sei, Tácito lutou pela revista até cansar. E a saída do esforçado e competente Gustavo foi sumariamente substituída, sem deixar buracos.
Enfim, o que se esperava era a continuidade em bom estilo. As expectativas foram atendidas. Pelo menos as minhas e de quem tenho conversado a respeito. Se o Crispa parar de falar besteira, se concentrar em seu talento e honestidade, e seguir o que disse no texto – aumentar a tiragem, distribuir em escolas e bancas e torná-la bimestral – continuarei também a apostar na atual gestão da FJA. Parece que a coisa começou a andar agora...
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Dia do artista plástico
Pode ser desinformação minha, mas o Dia do Artista Plástico é hoje e a movimentação da categoria ainda é tímida. Lembro do ano passado uma programação, um alvoroço mais vasta com instalações espalhadas em vários espaços da cidade.
A prefeitura prepara um dia de mostras. A partir das 10h, haverá a comunicação Arte urgente e a Perfomance, por Dácio Bicudo, de São Paulo. Ainda na galeria da Capitania das Artes estará a Mostra Coletiva chamada Interativos e não-contemplativos.
O interessante é que a curadoria é de Plínio Sanderson, antigo desafeto do presidente da Funcarte, Dácio Galvão. O mundo dá voltas. Às 19h30, haverá homenagem póstuma ao artista plástico e professor Thomé Filgueira, com curadoria de Ricardo Veriano. E na seqüência, acontece o Coquetel de Congraçamento.
A Associação dos Artistas Plásticos Potiguares (AAPP) celebra a data com uma exposição coletiva na Pinacoteca do Estado – Palácio Potengi, a partir das 18 horas e fica em exposição até o dia 23 de maio. A AAPP tem procurado alavancar a categoria com promoção de bons eventos e cursos aos iniciantes nas artes plásticas. Mas falta articulação.
Não li o artigo semanal escrito pelos artistas plásticos Jean Sartief e Sânzia Pinheiro na TN. Talvez eles informassem alguma exposição adicional. Vicente Vitoriano pode comentar algo na coluna que sai amanhã no DN. Espero que sim. As artes plásticas do estado precisam aparecer, dar um salto, como tem ocorrido com outras vertentes da cultura. Talento existe. Falta é organização!
A prefeitura prepara um dia de mostras. A partir das 10h, haverá a comunicação Arte urgente e a Perfomance, por Dácio Bicudo, de São Paulo. Ainda na galeria da Capitania das Artes estará a Mostra Coletiva chamada Interativos e não-contemplativos.
O interessante é que a curadoria é de Plínio Sanderson, antigo desafeto do presidente da Funcarte, Dácio Galvão. O mundo dá voltas. Às 19h30, haverá homenagem póstuma ao artista plástico e professor Thomé Filgueira, com curadoria de Ricardo Veriano. E na seqüência, acontece o Coquetel de Congraçamento.
A Associação dos Artistas Plásticos Potiguares (AAPP) celebra a data com uma exposição coletiva na Pinacoteca do Estado – Palácio Potengi, a partir das 18 horas e fica em exposição até o dia 23 de maio. A AAPP tem procurado alavancar a categoria com promoção de bons eventos e cursos aos iniciantes nas artes plásticas. Mas falta articulação.
Não li o artigo semanal escrito pelos artistas plásticos Jean Sartief e Sânzia Pinheiro na TN. Talvez eles informassem alguma exposição adicional. Vicente Vitoriano pode comentar algo na coluna que sai amanhã no DN. Espero que sim. As artes plásticas do estado precisam aparecer, dar um salto, como tem ocorrido com outras vertentes da cultura. Talento existe. Falta é organização!
quarta-feira, 7 de maio de 2008
Notinhas, notinhas!
PREÁ
“Andar com fé eu vou, que a fé num costuma faiá”. Demorou pacas, mas está sendo lançada agora e em grande estilo na Casa da Indústria, a 19º edição da revista Preá, cujo município contemplado com o mapeamento cultural é Angicos (Ceará-Mirim e São Rafael vêm na seqüência). Na oportunidade, o ministro tropicalista de fala gaga, mansa e difícil, Gilberto Gil, assinará um acordo de cooperação do Programa Mais Cultura. A apresentação musical fica para a molecada boa do Meirinhos do Forró.
MARINA
A Marina morena pintou em matéria de uma página da revista Sucesso!, especializada em música. É uma revista de textos comportados. Nada parecido com a Bizz ou coisa do gênero, mas traz boas matérias. O título do texto da moça é “Sempre nas paradas”. Com uma chamada escrita assim: “Destaque da trilha internacional de Duas Caras, cantora estoura em todo o Brasil versão em inglês para clássico do baião Xote das Meninas – em levadas romântica e remixada”. Boa, para Marina que é neta de um dos compositores da música, Zé Dantas. Ela avisa que o DVD gravado no Teatro Rival Petrobras deve sair no segundo semestre. E mais: Marina Elali ainda aparece em foto chamativa e cheia de decotes na contracapa. É mole?
MÚSICA
Ainda na revista Sucesso! – cuja capa traz o grupo forrozeiro Fala Mansa – destaque para os novos discos de dois monstros sagrados da MPB: Ney Matogrosso e Milton Nascimento. Também um novo projeto de DVD de Oswaldo Montenegro, e pasmem: um novo CD do Sepultura agora com a formação original, após algumas rusgas curadas. Chama-se Inflikted. O eterno aprendiz do mestre do poetinha, Toquinho também prepara novo CD com músicas inéditas, em parceria com o escritor chileno Antonio Skármeta, autor de O Carteiro e o Poeta (um filme mágico!). Além deles, Adriana Calcanhoto também vem com novo álbum, intitulado Maré, após seis anos na geladeira. E pegue lançamento de CD. O Skank é outro com a novidade. Chega!
KHRYSTAL
Imperdível! Começo a nota com essa chamada ridícula mesmo porque realmente vale. Após cumprir agenda de lançamento do CD Coisa de Preto em João Pessoa e Campina Grande, nos últimos dois dias, Khrystal aporta neste sábado às 16hs na nova coqueluche da Ribeira: o bar Buraco da Catita. Fica escondido na Rua Câmara Cascudo, paralela à Duque de Caxias e próximo à Tavares de Lira, na Ribeira. Sexta-feira passada estive por lá, após uma abertura de trabalhos no Bardalos. Mas não posso tecer comentários a respeito. Vale lembrar que a banda Canteiros do Samba acompanha Khrystal. Imperdível!
BOBEIRA
Parece que só quem percebeu a presença em Natal do jornalista do Estadão, Daniel Piza foi Tácito Costa. Ele publicou as impressões do paulista em seu blog Substantivo Plural, as quais reescrevo: “Estou em Natal, aonde vim para fazer uma reportagem, e me impressiono com as mudanças da cidade. São mais de 800 mil habitantes; prédios sobem a todo momento e as avenidas largas são cheias de shoppings e restaurantes; dizem que Beckham, Banderas e Pelé já têm apartamentos aqui. Embora não seja alta temporada, o calor continua forte e as praias com muitos turistas. O trabalho do Instituto de Neurociência prossegue, agora a passos mais largos. Há a intenção de fazer uma zona de exportação, com foco em TI, ao estilo do Porto Digital de Recife, perto de onde está sendo construído o novo aeroporto. Natal se desenvolve rapidamente. Nos últimos dez anos, para melhor ou para pior, o Brasil mudou muito”.
“Andar com fé eu vou, que a fé num costuma faiá”. Demorou pacas, mas está sendo lançada agora e em grande estilo na Casa da Indústria, a 19º edição da revista Preá, cujo município contemplado com o mapeamento cultural é Angicos (Ceará-Mirim e São Rafael vêm na seqüência). Na oportunidade, o ministro tropicalista de fala gaga, mansa e difícil, Gilberto Gil, assinará um acordo de cooperação do Programa Mais Cultura. A apresentação musical fica para a molecada boa do Meirinhos do Forró.
MARINA
A Marina morena pintou em matéria de uma página da revista Sucesso!, especializada em música. É uma revista de textos comportados. Nada parecido com a Bizz ou coisa do gênero, mas traz boas matérias. O título do texto da moça é “Sempre nas paradas”. Com uma chamada escrita assim: “Destaque da trilha internacional de Duas Caras, cantora estoura em todo o Brasil versão em inglês para clássico do baião Xote das Meninas – em levadas romântica e remixada”. Boa, para Marina que é neta de um dos compositores da música, Zé Dantas. Ela avisa que o DVD gravado no Teatro Rival Petrobras deve sair no segundo semestre. E mais: Marina Elali ainda aparece em foto chamativa e cheia de decotes na contracapa. É mole?
MÚSICA
Ainda na revista Sucesso! – cuja capa traz o grupo forrozeiro Fala Mansa – destaque para os novos discos de dois monstros sagrados da MPB: Ney Matogrosso e Milton Nascimento. Também um novo projeto de DVD de Oswaldo Montenegro, e pasmem: um novo CD do Sepultura agora com a formação original, após algumas rusgas curadas. Chama-se Inflikted. O eterno aprendiz do mestre do poetinha, Toquinho também prepara novo CD com músicas inéditas, em parceria com o escritor chileno Antonio Skármeta, autor de O Carteiro e o Poeta (um filme mágico!). Além deles, Adriana Calcanhoto também vem com novo álbum, intitulado Maré, após seis anos na geladeira. E pegue lançamento de CD. O Skank é outro com a novidade. Chega!
KHRYSTAL
Imperdível! Começo a nota com essa chamada ridícula mesmo porque realmente vale. Após cumprir agenda de lançamento do CD Coisa de Preto em João Pessoa e Campina Grande, nos últimos dois dias, Khrystal aporta neste sábado às 16hs na nova coqueluche da Ribeira: o bar Buraco da Catita. Fica escondido na Rua Câmara Cascudo, paralela à Duque de Caxias e próximo à Tavares de Lira, na Ribeira. Sexta-feira passada estive por lá, após uma abertura de trabalhos no Bardalos. Mas não posso tecer comentários a respeito. Vale lembrar que a banda Canteiros do Samba acompanha Khrystal. Imperdível!
BOBEIRA
Parece que só quem percebeu a presença em Natal do jornalista do Estadão, Daniel Piza foi Tácito Costa. Ele publicou as impressões do paulista em seu blog Substantivo Plural, as quais reescrevo: “Estou em Natal, aonde vim para fazer uma reportagem, e me impressiono com as mudanças da cidade. São mais de 800 mil habitantes; prédios sobem a todo momento e as avenidas largas são cheias de shoppings e restaurantes; dizem que Beckham, Banderas e Pelé já têm apartamentos aqui. Embora não seja alta temporada, o calor continua forte e as praias com muitos turistas. O trabalho do Instituto de Neurociência prossegue, agora a passos mais largos. Há a intenção de fazer uma zona de exportação, com foco em TI, ao estilo do Porto Digital de Recife, perto de onde está sendo construído o novo aeroporto. Natal se desenvolve rapidamente. Nos últimos dez anos, para melhor ou para pior, o Brasil mudou muito”.
terça-feira, 6 de maio de 2008
Nova edição da Brouhaha
Desde ontem tenho em mãos a edição nº 11 da Brouhaha – revista editada pela Capitania das Artes. Só hoje tive tempo dar uma boa folheada. Há mudanças significativas, como a saída do diretor de arte Afonso Martins. O substituto, Breno Xavier, manteve a linha ousada da revista. A outra mudança foi na assistência de direção, com a jornalista Patrícia Britto no lugar de Yuri Borges.
A foto de capa é sobre do Liceu das Artes. Comentei em texto passado da boa idéia do editor da revista, Moisés de Lima, em ampliar o assunto, já que os jornais publicaram mais o factual. E a repórter Luana Batista (do qual desconheço) fez uma matéria completa, embora um pouco quadrada, achei. Mas as informações estão todas ali e escritas de forma imparcial sobre um assunto polêmico.
A entrevista em pingue-pongue foi com o cineasta Buca Dantas. Também muito bem conduzida por Patrícia Britto. Ao contrário de outras que já li da revista, extensas por demais. Já a matéria seguinte, quase institucional, sobre o 11º Salão de Artes Visuais, poderia provocar mais a polêmica das obras contemporâneas expostas em Natal. O assunto é pertinente quando se aproxima do 8 de maio – Dia do Artista Plástico.
Senti mesmo a marca da revista na matéria sobre E-Zine Disruptores, capitaneado pelos jornalistas Alexandre Honório e Alex de Souza. Matéria bacana, leve e meio escrota. O repórter Dimétrius Ferreira soube captar o “espírito da coisa” e falou o que tinha de falar. A foto montada é que os nobres jornalistas devem se lastimar! (rs). Quem quiser visitar o site – e vale a pena – o endereço é www.disruptores.com.br
Sempre gostei das matérias abusadas e até meio arrogantes de Jóis Alberto. Desta não foi diferente. O título da nova é “Por onde anda a literatura potiguar?”. São sempre assuntos em que o jornalista demonstrar dominar. E fala com propriedade e grau de parcialidade. Confesso que prefiro assim. Só achei depreciativo o título. Nem mesmo a matéria reclama tanto da ausência da literatura potiguar, embora apenas o trabalho do selo Jovens Escribas tenha sido citado. Há muita coisa por aí.
Outra matéria que achei muito bacana foi o resgate da história do Zepelim em Natal, escrita por Rodrigo Hammer. A revista traz ainda de proveitoso, entrevista com o cineclubista Hermano Figueiredo, um conto fantástico de Patrício Jr, poesia de Daniel Minchoni, matéria de Paulo Augusto sobre o teatro de rua e um ensaio sobre a poesia de Currais Novos.
O lançamento oficial da revista é hoje às 18h, no Mercado de Petrópolis. Bacana a idéia do lugar. O Mercado precisa de movimentação, propaganda e cultura. Vão haver apresentações teatrais e musicais. E a outra boa notícia é o lançamento da nova revista Preá para amanhã, por volta das 12h, na Casa da Indústria. Como falei anteriormente, as duas revistas culturais mais prestigiadas do estado saem quase que concomitantes. Vida longa para elas!
A foto de capa é sobre do Liceu das Artes. Comentei em texto passado da boa idéia do editor da revista, Moisés de Lima, em ampliar o assunto, já que os jornais publicaram mais o factual. E a repórter Luana Batista (do qual desconheço) fez uma matéria completa, embora um pouco quadrada, achei. Mas as informações estão todas ali e escritas de forma imparcial sobre um assunto polêmico.
A entrevista em pingue-pongue foi com o cineasta Buca Dantas. Também muito bem conduzida por Patrícia Britto. Ao contrário de outras que já li da revista, extensas por demais. Já a matéria seguinte, quase institucional, sobre o 11º Salão de Artes Visuais, poderia provocar mais a polêmica das obras contemporâneas expostas em Natal. O assunto é pertinente quando se aproxima do 8 de maio – Dia do Artista Plástico.
Senti mesmo a marca da revista na matéria sobre E-Zine Disruptores, capitaneado pelos jornalistas Alexandre Honório e Alex de Souza. Matéria bacana, leve e meio escrota. O repórter Dimétrius Ferreira soube captar o “espírito da coisa” e falou o que tinha de falar. A foto montada é que os nobres jornalistas devem se lastimar! (rs). Quem quiser visitar o site – e vale a pena – o endereço é www.disruptores.com.br
Sempre gostei das matérias abusadas e até meio arrogantes de Jóis Alberto. Desta não foi diferente. O título da nova é “Por onde anda a literatura potiguar?”. São sempre assuntos em que o jornalista demonstrar dominar. E fala com propriedade e grau de parcialidade. Confesso que prefiro assim. Só achei depreciativo o título. Nem mesmo a matéria reclama tanto da ausência da literatura potiguar, embora apenas o trabalho do selo Jovens Escribas tenha sido citado. Há muita coisa por aí.
Outra matéria que achei muito bacana foi o resgate da história do Zepelim em Natal, escrita por Rodrigo Hammer. A revista traz ainda de proveitoso, entrevista com o cineclubista Hermano Figueiredo, um conto fantástico de Patrício Jr, poesia de Daniel Minchoni, matéria de Paulo Augusto sobre o teatro de rua e um ensaio sobre a poesia de Currais Novos.
O lançamento oficial da revista é hoje às 18h, no Mercado de Petrópolis. Bacana a idéia do lugar. O Mercado precisa de movimentação, propaganda e cultura. Vão haver apresentações teatrais e musicais. E a outra boa notícia é o lançamento da nova revista Preá para amanhã, por volta das 12h, na Casa da Indústria. Como falei anteriormente, as duas revistas culturais mais prestigiadas do estado saem quase que concomitantes. Vida longa para elas!
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Roberta Sá em Natal
A novidade da província pacata é o regresso da premiada potiguar/carioca Roberta Sá. Agorinha mesmo o Hotel Vila do Mar deve estar cercado de fãs da cantora. Se a música da moça não segue o estilo popular ou popularesco, ela tem conquistado um público fiel na terrinha.
Jornalistas também foram convidados. A hora marcada foi às 15h. Quero ler amanhã o que ela tem a dizer sobre o novo disco e a carreira. Recentemente foi premiada como melhor cantora de um prêmio promovido pela Petrobras. E não é pouca a simpatia dos críticos cariocas pela namoradinha de Pedro Luís.
Quem me perguntou sobre os horários e lugar da recepção de Roberta Sá hoje foi o compositor Romildo Soares. Faz um tempo publiquei nota na coluna de cultura do DN com a frase de Roberta Sá reclamando que nunca recebeu música dos compositores potiguares. Na nota eu alertei: “Alô, Romildo Soares!”.
Arrisco a opinião de que Romildo é o melhor fazedor de músicas da terra de Poti. Merece melhor atenção e reconhecimento fora do estado, e nada melhor que uma Roberta Sá como ponte. Mesmo que a intérprete – que também arrisca uma ou outra composição – ainda falte emplacar um grande hit.
O show de Roberta Sá será quarta-feira, no TAM. O preço está salgado: R$ 50 mangos a senha inteira e R$ 25 para estudante. No mesmo dia, Khrystal estará na capital paraibana lançando seu CD Coisa de Preto e Ronaldo Fenômeno estará de testa enrugada por comprar gato por lebre e receber de volta o sensacionalismo do jornalimo podre praticado hoje no Brasil.
Jornalistas também foram convidados. A hora marcada foi às 15h. Quero ler amanhã o que ela tem a dizer sobre o novo disco e a carreira. Recentemente foi premiada como melhor cantora de um prêmio promovido pela Petrobras. E não é pouca a simpatia dos críticos cariocas pela namoradinha de Pedro Luís.
Quem me perguntou sobre os horários e lugar da recepção de Roberta Sá hoje foi o compositor Romildo Soares. Faz um tempo publiquei nota na coluna de cultura do DN com a frase de Roberta Sá reclamando que nunca recebeu música dos compositores potiguares. Na nota eu alertei: “Alô, Romildo Soares!”.
Arrisco a opinião de que Romildo é o melhor fazedor de músicas da terra de Poti. Merece melhor atenção e reconhecimento fora do estado, e nada melhor que uma Roberta Sá como ponte. Mesmo que a intérprete – que também arrisca uma ou outra composição – ainda falte emplacar um grande hit.
O show de Roberta Sá será quarta-feira, no TAM. O preço está salgado: R$ 50 mangos a senha inteira e R$ 25 para estudante. No mesmo dia, Khrystal estará na capital paraibana lançando seu CD Coisa de Preto e Ronaldo Fenômeno estará de testa enrugada por comprar gato por lebre e receber de volta o sensacionalismo do jornalimo podre praticado hoje no Brasil.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
No cais do porto...
Os instantes no cais são de eterna espera. É como nas esquinas de Paris, onde os destinos do mundo se encontram. Mas no cais do porto, é a saudade quem fica. É o mar que descansa. É a melancolia que habita.
O cais é a âncora do mar. O suplício do adeus. E a vida, amigo leitor, só é vivida se houver separações. O cais do porto é fim e começo. E no meio permanecem as solidões e as saudades. Saudades de pedra, diria Pessoa.
O cais é de partida, tão cheia de adeus. É de inverno, tão cheio de cinzas. É recanto de nostalgias, tão cheias de dor. O cais guarda o instinto de destino. E a aura dos acenos mais tímidos. Das palavras mais caídas.
Do cais, os sussurros de náufragos estão à escuta. Os ventos, gelados como a saudade, mesmo adormecidos, são mais livres, posto que esquecidos.
Daquela paisagem triste de esquina marítima, esperanças renascem para corroer recordações pelos tempos de nunca mais. É ali o cemitério das lembranças mais coloridas. Do cais se inspira cinza e se sopra angústia.
A noite nas docas é de mistérios luminosos. De apitos de trombetas. São navios em regresso para mais um descanso. Na paisagem bucólica, o poeta mira o tédio das embarcações: vontade de nunca deixar de ser poeta...
“Todo grande amor só é grande se for triste”. O poetinha tem razão. E o cais é também moldura de paixões perdidas, perfumadas pela dor da partida. É quadro de olhares ausentes, mendigos. De pensamentos ateus. De uma vida tão sem gosto, preenchida de vazios.
A alma do cais do porto é a mesma da mulher do velho pescador em partida para o mar. Angústia. Incerteza. Esperança. Saudade. Há quem aspire um perfume de desesperança e afirme convicto: no cais é onde se tem a certeza da inexistência de um grande amor.
O cais é a âncora do mar. O suplício do adeus. E a vida, amigo leitor, só é vivida se houver separações. O cais do porto é fim e começo. E no meio permanecem as solidões e as saudades. Saudades de pedra, diria Pessoa.
O cais é de partida, tão cheia de adeus. É de inverno, tão cheio de cinzas. É recanto de nostalgias, tão cheias de dor. O cais guarda o instinto de destino. E a aura dos acenos mais tímidos. Das palavras mais caídas.
Do cais, os sussurros de náufragos estão à escuta. Os ventos, gelados como a saudade, mesmo adormecidos, são mais livres, posto que esquecidos.
Daquela paisagem triste de esquina marítima, esperanças renascem para corroer recordações pelos tempos de nunca mais. É ali o cemitério das lembranças mais coloridas. Do cais se inspira cinza e se sopra angústia.
A noite nas docas é de mistérios luminosos. De apitos de trombetas. São navios em regresso para mais um descanso. Na paisagem bucólica, o poeta mira o tédio das embarcações: vontade de nunca deixar de ser poeta...
“Todo grande amor só é grande se for triste”. O poetinha tem razão. E o cais é também moldura de paixões perdidas, perfumadas pela dor da partida. É quadro de olhares ausentes, mendigos. De pensamentos ateus. De uma vida tão sem gosto, preenchida de vazios.
A alma do cais do porto é a mesma da mulher do velho pescador em partida para o mar. Angústia. Incerteza. Esperança. Saudade. Há quem aspire um perfume de desesperança e afirme convicto: no cais é onde se tem a certeza da inexistência de um grande amor.