Assisti ontem ao filme Angel, na sessão de arte do Cinemark. Não estranhem, estou de férias e as tardes são de praxe tediosas. Esperava um filme razoável, pouca gente no cinema e muito barulho. De fato ocorreu tudo isso.
Embora razoável, Angel é aquele filme bem cuidado ao extremo. Enxuto como um livro de García Márquez. Muito belo também em diálogos. Nem tanto pela estória, que aí, sim, é bem razoável. Mas pelas encenações, cenários e interpretações primorosas.
E o roteiro, amigo leitor, no todo se resume ao que tanto já escrevi por aqui: viver é melhor que sonhar. Não vou me estender. Os dois ou três que acompanham este espaço empoeirado sabem do que falo. O filme exibe uma versão bacana e bem montada para retratar isso.
O filme funciona como uma espécie de conto. A atmosfera gira em torno do vislumbre quase ensandecido, lunático da protagonista – uma jovem escritora. Embora essa loucura seja mais escancarada na protagonista, o espectador mais atento percebe nos personagens as mesmas frustrações e solidões, de forma camuflada.
O filme é adaptação de um romance de Elizabeth Taylor. Fiquei curioso para ver outros trabalhos do diretor francês François Ozon. Gosto quando se percebe fácil a mão do diretor em cada cena. Um deles, Swimming Pool, é muito bem recomendado.
Vale uma ida ao Cinemark. A sessão começa às 15h, por apenas R$ 4 (inteira).
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