segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Por Gustavo de Castro

"Ela não chorava lágrimas, mas pedras de sal. E aquelas pedras foram caindo ao chão fazendo o barulho que faz a dor-de-mundo quando bate no peito. Os goles da angústia, o marulhar arrepiante da desgraça, sonavam nela qual fole de cego na estrada.

Quando o homem sofre, disse ela, Deus sorri e gargalha!"

(Do livro Poemas Vis)

Do blogueiro: Recebi hoje o livro do jornalista Gustavo de Castro, editado pela sua Casa das Musas. A publicação é dividida em duas partes. A primeira, de onde extraí o texto acima, mescla a poesia à prosa de maneira fluente. E esse caldo, assim, grossinho e bem temperado, é coisa para poucos. A segunda, intitulada Estanhos, é o poema propriamente dito. Preferi a primeira, embora o talento do poeta-jornalista perfume todo o livro. Deixo alguns pedaços da carne abaixo para degustação alheia:

Gosto de matemática
Não sei se é
algo nos rtmos
numes vazios
decimais
em mim.

Só sei que gosto de mate
com chocolate. Mate com
leite. Mate com máquinas.

Matemática. Ninguém é
capaz de entender tua
dez serventia.

Pra que serve um zero
à esquerda
igual
a mim?

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