Muito boa a entrevista do presidente da Capitania das Artes, Dácio Galvão concedida a Alex de Souza e Zenaide Castro, do semanário Nasemana. A parte que achei mais interessante foi acerca da possibilidade de criação do fundo municipal de cultura. Sempre quis perguntar isso e nunca tive oportunidade. Dácio confessou que faltou empenho da Funcarte, mas dividiu o ônus com o Conselho Municipal de Cultura, segundo ele, constituído de forma irregular quando assumiu. E aí vem a tal burocracia que tem emperrado o andamento das políticas públicas no Estado, principalmente com a cultura.
Dácio afirmou que passou onze meses para reformular a lei e “ajeitar” o Conselho. Até então ele não tinha uma assessoria jurídica. Há dois meses conseguiu assessores jurídicos que realmente constataram uma legislação capenga e ainda lutam para reformular a lei. “Não conseguimos porque a burocracia é muito grande”. Mas abaixo, o presidente da Funcarte repete, quando perguntado a respeito do aprendizado à frente da instituição: “Aprendi muito porque não tinha essa noção burocrática da administração. E é uma burocracia para você não vencer, para travar”.
Agora, todos sabem o quanto a Funcarte conseguiu (essa é a palavra mais apropriada) realizar nestes quatro anos. Não só obras representativas de uma gestão compromissada e atuante, como o Memorial de Natal ou o Museu Djalma Maranhão. Se faltou o fundo municipal de cultura, Natal ganhou um calendário cultural sólido, diversificado, além de espaços novos para a cultura, como o Centro Chico Miséria, na Zona Norte ou o Teatro Jesiel Figueiredo. Segundo a entrevista – eu nem sabia disso! – o Letras Natalenses publicou 16 livros! Isso tudo com toda a burocracia engendrada. A mesma que serve de desculpa para outros não fazerem nada.
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