Uma primavera de dias cinzentos. Assim vive o Beco da Lama nos últimos dias de preparação para o Gardênia’s Day, ou Festa das Flores. O clima é de homenagem a Gardênia, uma das figuras folclóricas mais representativas da Cidade Alta. A festa acontece sábado a partir das 17h, em frente ao Bar de Nazaré. Vai haver atrações musicais como Pedrinho Mendes, Tertuliano Aires e Edja Alves, além de exposição de fotografias, artes plásticas, oficina de pintura e exibição de curtas metragens. É a primeira edição do evento. E também a primeira intervenção de uma nova entidade criada naquelas adjacências com o intuito único de resgatar a alegria perdida nos últimos anos no Beco da Lama.
A Boêmios Amigos do Beco da Lama e Adjacências (Bamba) surgiu sem ata, estatuto ou intenção de rivalizar com a Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências (Samba), cujo atual presidente, Professor Ubiratan se afastou completamente de suas obrigações e deixou o velho Beco sem as tradicionais comemorações e festividades, como o festival de gastronomia Pratodomundo ou o Carnabeco. Como a próxima eleição do Samba é só em abril, Eduardo Alexandre, o Dunga, reuniu alguns amigos e fundaram o Bamba para retomar alguns projetos perdidos e manter algumas parcerias fundamentais para a realização dos eventos.
A coluna procurou o Professor Ubiratan por duas semanas e não conseguiu achá-lo. Ninguém sabe o paradeiro do atual presidente da Samba. Atualmente a Sociedade abriga mais de 300 sócios. A mesma quantidade de quando o professor Bira assumiu, há quase três anos. Como não há mensalidade ou qualquer cobrança de valores, a Samba vive de parcerias para promoção de seus eventos, como a Agência Cultural do Sebrae, a Capitania das Artes (que a próxima gestão se lembre disso!) ou a Fundação José Augusto.
Segundo Dunga, alguns projetos de revitalização do Centro Histórico – reivindicados pela Samba em gestões anteriores – também tramitam há um bom tempo na Semurb. Agora com a Bamba, Dunga e amigos como Alexandro Gurgel, Leonardo Sodré, Franklin Serrão, Antoniel Campos, Plínio Sanderson, Chagas Lourenço, Hugo Macedo e Paulo Eduardo pretendem acelerar o processo e também resgatar comemorações como o reveillon no Beco ou o Carnabeco. Segundo Dunga, o Beco lutava por resgatar os antigos carnavais de rua de Natal, interrompido pela atual gestão do Samba. Sem o Carnabeco, este ano a prefeitura promoveu shows de rock nas adjacências do Centro.
Como afirmou Dunga, o Samba precisa voltar a ditar o conceito dos eventos que promove. O único evento realizado pelo Beco este ano foi o MPBeco porque não pertence ao calendário de eventos do Samba. É uma iniciativa isolada de dos produtores Dorian Lima e Júlio César Pimenta. Um dos integrantes do Bamba, Plínio Sanderson pretende, ainda para novembro, realizar um Festival de Petiscos no Beco – uma mostra do que um dia foi o Festival de Gastronomia do Beco. Dunga lembra que o Bamba não é uma dissidência do Samba “são amantes do Beco que sentem falta do antigo e fraterno convívio que um dia foi e hoje não é mais. Longa vida para a Samba, é o que desejamos, vida repleta de muitas e vitoriosas realizações”.
Que a retomada da alma alegre e da freqüência ativa do Beco seja agora com a Festa em homenagem a Gardênia. A recomendação é que cada um leve flores e estejam todos com roupas coloridas para entrar no clima da festa – a festa das flores, da alegria e de novos tempos para o Beco.
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