domingo, 31 de maio de 2009

Últimas classificadas do MPBeco (final é hoje!)

A segunda e última eliminatória do Festival de Música do Beco da Lama (MPBeco) apresentou um nível de qualidade das músicas mais apurado do que na primeira seleção, há duas semanas. Pelo menos na opinião deste blogueiro e outros jurados convidados pelo Festival. Os arranjos, notadamente, vieram bem afinados e produzidos.

Por sorte o número de músicas foi aumentado de cinco para sete em decorrência do atraso causado pelo compositor pernambucano Silvério Pessoa, na primeira eliminatória. As duas horas de embromação provocou o remanejamento de algumas apresentações para ontem (30), aumentando o número de concorrentes e de selecionados.

Que se virem hoje os jurados da final. A briga é boa. De cá já tenho quatro preferidas. Uma da primeira eliminatória e três desta última.

E o dia promete ser bacana e arrastar outras centenas de pessoas à Praça Sete de Setembro, no Centro Histórico. Começa mais cedo, às 17h, com show da banda paraibana Cavalo Marinho. Os Grogs – os últimos e maiores vencedores do MPBeco – com formação original, depois da saída do baixista e compositor Moisés de Lima, fecham a noite.

Eis as sete músicas selecionadas desta segunda eliminatória, em ordem alfabética:

1. Daqui de Cima (Preto Bronx / JH Gofú)
Interpretação: Nordestenato

2. Ela Sim (Clara Pinheiro / Gabi Barbalho)
Interpretação: Clara e a Noite

3. Feliz Ano Inteiro (Jorge Negão)
Interpretação: Pangaio

4. Na Quina (Diogo Guanabara / Rodrigo Levino)
Interpretação: Camila Masiso

5. Pra Que Serve a Croácia (Carlos Bem / Romildo Soares)
Interpretação: Carlos Bem

6. São Jorges (Iggor Dantas / Marcelo Veni)
Interpretação: Iggor Dantas

7. Sentimentos (Gustavo Brant)
Interpretação: Cordas, Couros e Diafragma


Como da última seleção, a escolha também foi consensual. Em menor proporção em razão do número maior de músicas e também, acredito, da qualidade das apresentações.

De qualquer forma, três músicas receberam a votação de todos os cinco jurados. Outras três receberam quatro votos. E a última selecionada recebeu três.

Como na última vez, não houve empate e não precisou de discussão para escolha de nenhuma música.

Além das selecionadas, a canção Mãe Luíza Ontem, Hoje e Sempre também foi votada por dois jurados (como este blogueiro – minha única escolha que ficou de fora).

Recebeu um voto as canções Cegos no Precipício (de Antônio Carlos Spinelli), Não Vou Mais (de Jordan Luiz Santiago) e Maria da Conceição (de Nubilene Fernandes).

sábado, 30 de maio de 2009

De borboletas sob o Mercado

Roubei agora do Substantivo Plural de Tácito Costa as palavras indignadas do poeta Jairo Lima, proprietário do Papo Furado, no Mercado de Petrópolis. Parece brincadeira, mas é verdade. Sempre disse que enterraram um sapo naquele Mercado. Iniciativas interessantes, inteligentes já haviam sido feitas para recuperar o prestígio do espaço e nunca deram certo. Quando a coisa começa a andar por mérito dos próprios permissionários do Mercado, aparece uma borboleta recém-saída do casulo para atrapalhar.

Alguma explicação argumentada há que se ter. A desculpa de que falta permissão para som no local é chula. O próprio prefeito Carlos Eduardo Alves, por intermédio da Funcarte, promoveu eventos regulares ali, mesmo que mensais. Além do mais, justo o Mercado de Petrópolis? A Assem pertuba dezenas de famílias residentes no entorno da Casa e ninguém nunca fez nada. O gesto da prefeitura é de uma falta de bom senso tamanha que parece ciúme pela independência do projeto de elevar o Mercado a um pólo cultural sem ajuda do poder público.

Os amantes da boa música, da simplicidade, da cultura mais genuína e do convívio saudável e longe dos conglomerados logísticos clichês ou dos projetos patrocinados pelo erário público esperam uma reviravolta no caso. Como a ação partiu de fiscais da Semsur, acho que seria uma boa hora de a Funcarte aproveitar o momento e oferecer uma programação cultural para o Mercado. Será melhor para a populaça e para a imagem tão bem arquitetada e planejada pela prefeitura. Abaixo, as palavras de Jairo Lima:



MICARLA DE SOUZA QUER FECHAR O MERCADO DE PETRÓPOLIS

"Hoje,a Prefeitura, de forma arbitrária e autoritária, mandou 3 fiscais da SEMURB proibir a realização do tradicional forro pé de serra das sextas-feiras, na hora do início deste evento que já faz parte do calendário cultural da cidade há mais de quatro anos. O pior é que nenhum evento que envolva sonorização pode ser, a partir de agora, realizado no mercado. Esta é a resposta da Prefeitura ao grande sucesso que foi o lançamento dos novos boxes no dia 20 passado.

O Mercado de Petrópolis, graças a insensibilidade dos novos donos do poder, fica, assim, inviável como espaço cultural.

Apelamos a toda a imprensa séria e comprometida desta cidade para que nos ajudem a impedir este crime covarde contra a cultura e a sobrevivência de várias famílias que hoje amargaram um grande prejuízo financeiro e moral.

Micarla destrói o que não construiu. O Mercado de Petrópolis existe graças ao trabalho dos seus permissionários.

A revolta deles e dos frequentadores foi impressionante. Hoje a prefeita foi vaiada por centenas de pessoas, o que, para uma liderença populista, representa uma considerável perda de votos e de credibilidade junto à população".

(Jairo Lima)

sexta-feira, 29 de maio de 2009

MPBeco até sob granizo neste fim de semana

Se a chuva cair será água sagrada a abençoar as almas libertárias do Centro Histórico da Cidade. A segunda e última eliminatória do Festival de Música do Beco da Lama (MPBeco) será realizada amanhã, debaixo de chuva, sol ou pedregulhos. A organização do evento decidiu ainda que a final - que aconteceria nesta data e precisou ser adiada semana passada - será domingo, na mesma Praça Sete de Setembro, Cidade Alta, ao lado do Palácio da Cultura.

A partir das 18h, o suingue regueiro de Sueldo Soaress dá as boas vindas ao público. A apresentãção das 14 músicas em disputa virão em seguida. Cinco jurados escolherão sete canções que se juntarão às cinco selecionadas na primeira eliminatória. A noite fecha com a moça mais vagal que há. Simona Talma - a primeira vencedora do Festival, ao lado de Khrystal - mostra seu mais novo Cd, puxado para um blues arrastado e docemente melancólico. A finalíssima ocorre amanhã, com show da banda Os Grogs - últimos vencedores do Festival.

Uma atração a mais é a Feira Da Lama Mix, com expositores oferecendo ao público roupas transadas, tatuagens, artes plásticas, bijuterias e acessórios. Quem levar sua máquina fotográfica pode participar também do concurso MPBeco em Foco, em parceria com a Associação Potiguar de Fotografia, que vai premiar o melhor clique sobre o evento com R$ 1 mil. Para quem mora no interior do estado ou não pode sair de casa para curtir a festa, os três dias de festival terão transmissão ao vivo pela TV Assembleia.

Só lembrando que o público também terá vez na votação final, com a eleição do voto popular para a melhor canção.

Bistrôs e projetos culturais

Os bairros filhos da nobreza de Palumbo – Tirol e Petrópolis – têm se enchido de bistrôs e creperias muito charmosas. Arquitetura convidativa, ambientes aconchegantes, gastronomia saborosíssima e preços salgadíssimos. O que é esperado pelo que oferecem.

Mas a grande novidade são os projetos musicais que cada bistrô tem abraçado. O Belle de Jour, por exemplo, reabre agora na mesma Campos Sales após um mês de reforma com a estréia do projeto musical de Simonal Talma e Cris Botarelli: o Jazz Walk.

Pena mesmo são os preços quase inacessíveis para um jornalista juntando grana para projetos pessoais mais urgentes. Mas fica a dica pra quem pode. Tem ainda o Sobradinho, o Douce France, o Dolce Vita. O La Boheme até tentei ir semana retrasada, mas os ares e preços becodalamenses me chamaram mais alto.

A partir de 3 de junho, o Belle de Jour começa em tom de jazz. O bistrô passará a ter o auxílio luxuoso da produtora cultural Camila Pedrassoli – produtora da Rosa de Pedra e do Festival Rock na Rua – na gerência e nos inventivos projetos culturais.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Feira de Música seleciona cinco bandas natalenses

Romildo Soares é quem manda a lista de bandas pré-selecionadas para a Feira de Música, a ser realizada no Ceará.

São bandas do Brasil inteiro. De Natal, foram escolhidas as bandas Tricor, Os Poetas Elétricos, Rosa de Pedra, Caninga Trio e Octeto de Saxofones da EMUF.

A Feira de Música é talvez o maior evento de música independente do Ceará. Já vai com umas nove edições.

Vamos torcer para as bandas natalenses. O palco da Feira de Música é de boa visibilidade nacional, como nosso Mada.

Cultura, gelo e limão

"A indústria cultural, sob o impacto das novas tecnologias, busca hoje acima de tudo a sobrevivência. Os profetas do apocalipse aproveitam para avisar que o fim está próximo: começará pelo CD, passará pelos jornais, chegará ao livro e ao cinema, arrastando também a TV e as rádios. A lógica é que a internet e as novas formas de distribuição dos produtos culturais vão eliminar as antigas "embalagens", e mudar para sempre a nossa forma de consumir músicas, filmes, narrativas, arte. Sobreviverá, na indústria, quem conseguir se antecipar às tendências e descobrir formas de se financiar a criação cultural neste novo contexto."
(Marta Barcellos)

Texto completo em
http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=2801

Poetas Elétricos hoje

hoje, de novo, de velho, temporal e atemporal, chuva e sol, raposa e rouxinol, noite alta, céu risonho, nesse quinta, sinta, mixtura impura, auto lá, autoral, citações e excitações, alphonsus de guimaraens, michael jackson, stones, belchior, poesia de repente, poesia de vagar, poesia com crato, vídeo abstrato, júlio castro, mia couto, gabriel souto, na pista, arnaldo baptista, pra dançar, e viajar no maiakovski, para ser franco, bem walter franco, floyd explica, o que vier a gente muda, nós no budda!

É a música elecrônica dos Poetas Elétricos, no Budda Pub, às 22 horas.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Verbo Solto

Antes pudesse ler com a mesma voracidade com que me chegam livros. O jeito é empilhar na estante, presentear ou folhear por cima.

Um desses livros esquecidos é o do poeta Ronne Grey, chamado Verbo Solto, lançado de forma independente. Lembro que no Dia da Poesia esse livro me foi entregue. Na correria do dia, não pude publicar nada a respeito.

Agora está aqui, estendido. E se poesia boa é aquela que desperta algum tipo de sentimento em você, o Verbo Solto do cara é pouco convencional e de boa qualidade. Poesia mal comportada, como classificou o poeta Cefas Carvalho na orelha. Foge do agrado das poesias românticas. É coisa escrachada, como nas palavras abaixo:

Ejaculação

Sob que máscara
Aparecerá esse palhaço?

Em riso, engoliu o próprio
Vômito.
Sufocando, gritou:
Poeta que pariu!

Versos ejaculam.
O óbvio não.
Poesia delira, delira...


No desfecho do livro, alguns poetas convidados. Entre eles, João Gualberto:

Gorjeios

Só o sábio sabiá compreende
Os meus gorjeios, "oh, amor, me aqueça".
Venho ao solar do amor, você acende
A luz de uma ilusão em nossas cabeças.

Você acena, mechama, apareça.
Apareço, sua ausência surpreende.
Dedilho o chorinho "Não me esqueça".
Quem esquece o amor, o amor ofende.

Ai, breves ollhares você me lança
Ai, corpóreos pudores da nudez
Ai, as lágrimas da desesperança.

Palavra e poesia, envellhecidas,
A colher versos e a salvar de vez
O sonho de amor em nossas vidas.

Matemática artístico-construtivista

Se os números matemáticos aterrorizam estudantes pela rigidez formal dos cálculos, eles estabelecem diálogos tão poéticos quanto a literatura. É nas artes plásticas onde as cores ganham vida, a música recebe forma e a arte constroi a linguagem dialética. No estilo construtivista do carioca Dolino, as nuances da arte moderna estão evidentes. O caráter universal da obra deste artista viajado e pintado pelas cores do mundo está em evidência a partir de hoje na Galeria de Artes da Funcarte, com a exposição O Mágico Aprendiz.

Dolino faz parte da terceira geração de modernistas. É da genealogia artística de mestres das artes como o ítalo-brasileiro Alfredo Volpi, Rubens Valentin e Eduardo Sued. A experiência conquistada nos últimos 25 anos em diversos países onde morou, pintou e expôs está reunida em 22 telas de alta proporção, instaladas na Galeria da Funcarte durante um mês. O estilo de Dolino se confunde com obras de artistas internacionais. A identidade brasileira está na forma desinibidora da exposição das cores, aclimatada à alma tropicalista tupiniquim.

Hoje, ás 19h, Dolino proferirá palestra no auditório da Funcarte. O tema - O processo de criação - abre espaço para o carioca de 64 anos unir a poética criativa da arte do fazer, do músico erudito Stravinsky. O artista visual falou sobre sua obra e a influência construtivista na entrevista abaixo.

Diário do Tempo - Seu trabalho se locupleta com outros construtivistas nacionais, mas ressalta um estilo próprio, mais universal. Onde você suga essa percepção?
Dolino - A arte brasileira é muito ampla. Meu trabalho é mais sintonizado com artistas como Alfredo Volpi. Volpi parte de raízes populares e impõe a sofisticação formal; de festas populares e parte para algo completamente abstrato, internacional: parte do regional para o universal. E esta é a grande lição do qual procuro me filiar. O Eduardo Sued parte de linguagem matemática, universal, sem o sabor nacional. Ela pode ser vista em qualquer lugar do mundo porque é despossúida da natureza local. Estou mais perto disso, até pela vida que levo. Passei muito tempo longe do Brasil. Então é natural que eu converse com o público com uma liguagem mais universal. Minha pintura, salvo pelas cores, do ponto de vista formal poderia ser feita por artistas de fora. O que me caracteriza talvez seja a cor. Estrangeiros talvez não tenham a intimidade com as cores tropicais.

E quais as cores do Brasil?
As cores do Brasil são as mesmas de qualquer lugar do mundo. Mas o artista brasileiro não tem o pudor de usar o vermelho escancarado. O europeu usa o cinza em conjunto com o vermelho para não causar tanto impacto, tanto pudor.

Sua obra traduz rigor, principalmente porque está amparada na matemática construtivista. O que o senhor acha da pintura abstrata ou da chamada arte contemporânea?
Respeito duas grandes divisões: a arte figurativa e a abstrata. São o Norte e Sul no campo das artes. Estou na abstrata, que está subdividida em arte abstrata formal ou informal. Estou na formal. Mas seja qual tipo de arte for não basta expressar apenas o gesto informal ou a emoção; não é suficiente. É preciso rigor. E quem cobra isso não sou eu. Desde o Renascimento italiano, nas obras de Rafael, Michelângelo, por trás daquela paisagem, daquela Madona, há rigor formal, uma estrutura matemática visível. Embora eu seja artista abstrato, procuro seguir o mesmo cânone. Você pode gostar ou não da minha obra, mas não pode descartar uma exibição matemática, harmônica nas telas. É o mesmo rigor que o músico emprega na música. A sinfonia é uma composição abstrata, mas segue ritmo, melodia e harmonia. O próprio Eduardo Sued diz que a tela tem um som. É um exemplo simbólico, mas é real.

A ligação da música com seu trabalho é muito íntima. Como se dá esse intercâmbio no processo criativo?
Ao estabelecer o desenho, a estrutura do quadro, obedeço os princípios rítmicos da composição. Posso ser mais veloz, mais acelerado, mais harmônico# Esse fenômeno musical também ocorre na pintura, na poesia. Tem que se ter rítmo. São princípios criativos canônicos. Não se pode fugir deles.

Falta esta rigidez à arte contemporânea?
Temos que esclarecer o que é arte comtemporânea: é tudo o que se faz hoje. Sua matéria, por exemplo, é do meu tempo; é contemporânea. Então, tudo o que está sendo feito hoje é contemporâneo. Eu sou seu contemporâneo. Isso não quer dizer que eu precise colocar uma mesa em cima da outra e chamar de arte para ser classificado como contemporâneo. Como dizia Vinícius de Moraes: "Meu tempo é quando".

Afunilando mais a discussão, as instalações formam hoje a polêmica maior sobre os limites do fazer artístico. Como definir o que é arte?
A instalação não é um fenômeno contemporâneo. Ela sempre houve. Quando Leonardo pintava um grande quadro e apresentava em Florença, montava uma verdadeira instalação para apresentar aquela obra. Instalação é qualquer manifestação para apresentar um certo discurso, linguagem, emoção. Você compõe uma música de carnaval e um bloco faz toda aquela performance para cantar na rua. É uma instalação musical. Agora, tem instalações inquietantes. Mexe com seu paladar, com a sensibilidade. A polêmica é ou deveria ser: a arte emociona ou não. Se não te diz nada, não está lhe emocionando, então não é arte pra você. A verdadeira polêmica é essa. A arte é o fenomeno da emoção. Se você faz uma poesia hermética que ninguém entende não é poesia. Não é arte.

Partindo desse pressuposto, a poesia moderna está mais próxima da arte do que a poesia concreta, menos palatável ou mais hermética?
Primeiro: a poesia talvez seja o fenômeno artístico mais complexo que existe. A arte, mesmo sendo feita por um analfabeto, vai sempre exibir, além da sensibilidade natural, uma certa informação, um certo traquejo. E o espectador tem que ter uma abertura intelectual para se chegar àquilo. A poesia concreta não é mais difícil ou mais fácil. Apenas é preciso ter o olhar treinado pra abstrair aquilo.

Preá só em junho

A nova edição da revista Preá deverá sair lá pro meio de junho, o que a torna trimestral, e não bimestral como havia planejado o diretor geral da Fundação José Gugu, Crispiniano Neto.

A editora da revista, a jornalista Mary Land Brito, adiantou que o conteúdo da revista está pronto e já foi entregue à gráfica de Maceió, responsável pela tiragem. Mary Land reclamou da burocracia da necessidade de oito dias para aprovação e mais oito para liberação.

O município contemplado nesta revista será Goianinha. Acredito que venha um bom material de lá. Aquela região é muito rica, sobretudo de grupos folclóricos.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Verba para Pontos de Cultura é liberada

Foi sancionado pela governadora Wilma de Faria um crédito especial de pouco mais de R$ 3 milhões para a Fundação José Gugu. Está no DOE.

Dessa grana, R$ 2 milhões são do Governo Federal, que estavam guardadinhos a espera da liberação para contemplar os 53 Pontos de Cultura deste Rio Grande.

Do milhão restante, R$ 800 mil é a contrapartida do Governo do Estado para o Programa.

Os R$ 200 mil que sobraram é a verba destinada à Lei do Patrimônio Vivo, de autoria do deputado Fernando Mineiro.

A respeito da Lei, uma pequena correção: divulguei logo abaixo que, por causa da liberação da verba, a iniciativa de Mineiro havia "saído do papel". Não saiu. Um pedaço do papel ainda está na gaveta.

Segundo o deputado, as questões jurídicas e orçamentárias estão solucionadas. Ele acredita que próxima semana será baixado um edital pela FJG para só então serem escolhidos os contemplados.

Então, está valendo.

Patrimônio Vivo sai do papel

Com a volta do Diário Oficial às mãos e fiscalização do povo, fui dar a vasculhada rotineira e enxerguei o que meus olhos há muito queriam ver: a verba da Lei do Patrimônio Vivo, de autoria do deputado Fernando Mineiro foi liberada.

A Lei permite a entrega de uma espécie de pensão aos mestres e grupos do folclore potiguar. Salvo engano, os mestres recebem R$ 700 e os grupos, R$ 1,5 mil. Se o valor não for exatamente esse é bem próximo.

Uma comissão de folcloristas, da qual é integrante Deífilo Gurgel, escolhe os beneficiados. São R$ 200 mil a serem distribuídos. Em conversa de algumas semanas, Deífilo me disse que os grupos de Fandango e Chegança de Canguaretama seriam os primeiros contemplados.

Essa Lei é importantíssima para a manutenção dessa riqueza cultural. São notórias as dificuldades desta gente. A falta de instrução dos mestres também é uma tônica, o que dificulta muitas vezes o registro fiel do folguedo.

Durante a posse da nova diretoria da comissão norte-rio-grandense de Folclore, semana passada, Mineiro reclamava que chegava às raias do absurdo a demora para a Lei ser implementada. Pois chegou a vez.

Afirmo com segurança: esta foi a maior vitória conquistada pela cultura potiguar este ano, ou nos últimos!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Dez filmes que eu levaria para uma ilha deserta

O convite à lista do título é do poeta e jornalista Cefas Carvalho. Essas escolhas são sempre muito ponderadas e inevitavelmente geram discordâncias.

Lembro sempre do criterioso mestre Moacy e suas listas. Que mudam! Basta ver os últimos posts em seu blog paidégua por demais, o Balaio Vermelho.

Então, meu critério foi o da mera escolha aleatória, diversificada.

Se a ilha é deserta e não há sequer um Gatorate ou uma boneca inflável para entreter, nada melhor que filmes divertidos, que emocionem ou lhe prendam com olhos de Mantena à tela

Sem puxar pela predileção de diretores, tentei enumerar vários estilos: faroeste, épico, drama, romance, clássico, novo, e deu nisso aí:

1. Morte em Veneza (Visconti)
2. Viver (Kurosawa)
3. Lavoura Arcaica (Luis Fernando de Carvalho)
4. No Tempo das Diligências (John Ford)
5. O Anjo Exterminador (Buñel)
6. Terra em Transe (Glauber)
7. Cinema Paradiso (Tornatore)
8. Tróia (Wolfgang Petersen)
9. O Amor Nos Tempos de Cólera (Mike Newell)
10. Os Imperdoáveis (Clint Estwood)

Os Pescadores

O título é de um texto belíssimo do sertanista Eloy de Souza, que também sabia das coisas e causos do mar. Bate uma saudade medonha dos cenários da minha Santa Rita; dos tempos de ócio e leituras praianas. Saudade também das crônicas que escrevia e que o tempo danoso me separa.

Eis os primeiros parágrafos de Os Pescadores. O texto foi extraído de Leituras Potiguares, do professor Antônio Fagundes, reeditado pelo Sebo Vermelho este ano:

"Eu que só tenho na vida o orgulho de conhecer a minha terra, não podia desconhecer a existência ingrata dos nossos pescadores, a luta contínua que os faz rijos de corpo e rijos de caráter, solitários a quem as longas horas de monotonia, passadas entre o mar e o céu,, habituaram ao silêncio e à reflexão.

O mar e o céu, eis os seus elementos. Na imensidade de um e de outro, mal desponta a estrela d'alva e os olhos buscam ansiosos a decifração do destino de mais um dia de trabalho. Uma nuvem presága que se levante no horizonte ou uma ondulação da vaga pronunciadora de tempestade ou de pescaria infeliz, e ei-los a se benzerem em intenção do Senhor Bom Jesus dos Navegantes, que os encoraja a não retrocederem do caminho que os conduz à jangada amiga, já repousada dos labores da véspera, e agora sobre os rolos a acenar o convite para nova luta".

domingo, 24 de maio de 2009

Casa da Ribeira às escuras

O e-mail do diretor artístico da Casa da Ribeira, o ator Henrique Fontesque, reproduzido pelo jornalista Daniel Dantas no Substantivo Plural de Tácito Costa é bem o retrato do descaso com a nossa cultura; uma ironia sem graça, na verdade.

A Casa da Ribeira é hoje uma das instituições mais sortidas em eventos, iniciativas e produções culturais de sucesso na cidade. Das mais antigas, também. E pasmem: patrocinada pela Cosern, a Casa teve sua luz elétrica cortada esta semana.

O resto quem diz é o próprio Henrique:

"De forma mais prática, o que isso gera é a impossibilidade de oportunidades educativas na Casa até quarta ou quinta da semana que vem, assim como ensaios ou outras atividades no espaço da Casa. Provavelmente afetará um show muito bonito que estava previsto para acontecer dia 28 - Khrystal, que iria comemorar seu aniversário com a gente, mas sem energia elétrica não podemos fazer muita coisa".

Uma lástima!

sábado, 23 de maio de 2009

Linha de Passe

Finalmente assisti o aclamado Linha de Passe. O último filme do genial Walter Salles tinha me chamado a atenção ao papar praticamente todos o troféu do Grande Prêmio Brasil - o Oscar do cinema brasileiro, quando Ensaio Sobre a Cegueira, do igualmente genial Fernando Meirelles, também concorria.

Achei os dois filmes estupendos e acredito que a divisão dos prêmios seria mais justa. Em ambos se vê a marca do diretor em cada cena. É uma coisa que valorizo e está presente nos diretores mais geniais do cinema. Exemplos básicos são Kubrick e Hitchcock.

São filmes densos, de temáticas demasiado reflexivas e extremamente bem feitos. Difícil a comparação. Ainda assim, ficaria com Ensaio Sobre a Cegueira. Menos pela qualidade técnica, mas pela abordagem mais universal da essência humana.

A sessão de cinema iniciada sexta, quando tirei licença do trampo pela sinusite que me acompanha desde a semana passada, incluiu ainda o clássico do western italiano Jango (o original, de Sérgio Corbucci), o bom documentário de Mandela, e Che, de Steven Sondenberg. Esse último, aconselho outros dois para retratar a vida do revolucionário das estampas de camisa: Fidel (esqueci o nome do diretor) e Diário de Motocicleta, do próprio Walter Salles.

Está no gatilho ali o nacional Querô, de Carlos Cortez, e o candidato a melhor filme estrangeiro Luz Silenciosa, que venceu o prêmio do júri no Festival de Cannes de 2007. O diretor desse longa, Carlos Reygadas, já emplacou outros dois em Cannes.

Se houve sugestões de bons filmes, a casa recebe, principalmente velhos westerns que estou começando a ingerir em doses homeopáticas.

Novo programa cultural na TV

Estréia hoje (23), às 19h30, o programa Rec nos Bastidores - uma produção conjunta entre a Em Cena Filmes e a SimTV, e voltada para a cobertura dos bastidores, segundo o release, das principais produções culturais de Natal.

Resta saber quais serão as "principais produções culturais de Natal" a serem exibidas. Bom não esquecer a cultura marginal, as pequenas produções que também podem ser "principais", as micro iniciativas que podem ser macro se houver mídia.

Rec nos Bastidores tem apresentação de Polliana Praça, José Neto Barbosa, Kaik Limenzo e Paulinha Medeiros, com produção e direção de Daniel Rizzi e Sharmenne Machado.

MPBeco adiado para próximo sábado

Natal não combina com chuva. Desde ontem que São Pedro não dá trégua e a montagem do palco e do som para a segunda eliminatória do Festival de Música do Beco da Lama (MPBeco) foi inviabilizada. Por isso, o evento que aconteceria hoje (veja informações sobre as atrações no post abaixo) ficou adiado para o próximo sábado, com a finalíssima para o dia seguinte, no domingo.

Melhor um cineminha à tarde e uma cachaça de cabeça, limão e mel para a noite.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

2ª eliminatória do MPBeco neste sábado

Está chegando a hora de descobrir que vai disputar os mais de R$ 15 mil em prêmios distribuídos pelo Festival de Música do Beco da Lama – MPBeco 2009. A eliminatória deste sábado (23), a partir das 18h, na Praça Sete de Setembro, irá definir as sete músicas que se juntam às selecionadas na semana passada para a grande final. A noite será aberta com Simona Talma e fecha ao som de Sueldo Soaress e Bamuamba.

Confira as músicas concorrentes:

• A louca cinematográfica – Fellipe César C. Monteiro
• Pra que Serve a Croácia – Carlos Bem e Romildo Soares
• Cegos no Precipício - Antonio Carlos Spinelli
• Elas Sim - Clara Pinheiro e Gabi Barbalho
• Feliz Ano Inteiro - Jorge Negão
• Maria da Conceição - Nubilene Fernandes
• Pretinha Cor-de-Rosa - Emmanuel de Andrade e Luiz Caju
• Mãe Luíza Ontem, Hoje e Sempre - João Martins de Souza
• Sentimentos - Gustavo Brat de Carvalho
• Daqui de cima - Preto Bronx e JH Gofu
• Não vou mais - Jordan Luiz Santiago
• Na quina - Diogo Guanabara e Rodrigo Levino
• Viagem ácida - Paulo Ricardo Fernandes Gurgel
• São Jorges - Iggor Dantas e Marcelo Veni


Vale salientar que, por problemas técnicos, esta eliminatória terá 14 concorrentes na disputa por sete vagas, o que vai aumentar o número de finalistas para 12 músicas, na disputa pela seguinte premiação:

• Prêmio Bosco Lopes de Melhor Intérprete do Festival - R$ 1.500;
• Prêmio Maestro Mainha de melhor arranjo musical - R$ 1.500;
• Prêmio Celso da Silveira - 3ª melhor música do Festival - R$ 2.000;
• Prêmio Newton Navarro - 2ª melhor música do Festival - R$ 2.600;
• Prêmio Nazir Canan - 1ª melhor música do Festival - R$ 3.200;
• Prêmio Elino Julião do Voto Popular - R$ 2.200.


Uma atração a mais é a Feira Da Lama Mix, com expositores oferecendo ao público roupas transadas, tatuagens, artes plásticas, bijuterias e acessórios. Quem levar sua máquina fotográfica pode participar também do concurso MPBeco em Foco, em parceria com a Associação Potiguar de Fotografia, que vai premiar o melhor clique sobre o evento com R$ 1 mil.

Para quem mora no interior do estado ou não pode sair de casa para curtir a festas, os três dias de festival terão transmissão ao vivo pela TV Assembleia, numa parceria do MPBeco com a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.


O 4º Festival de Música MPBeco tem o patrocínio, por meio da Lei de Incentivo à Cultura Câmara Cascudo, do Governo do Estado e da COSERN. O projeto conta ainda com o patrocínio, por meio da Lei de Incentivo à Cultura Djalma Maranhão, da Prefeitura do Natal, Destaque Promoções, Colégio Ciências Aplicadas, RN Econômico Gráfica e Editora. Também apoiam esta iniciativa a Master Locadora, Água Mineral Santa Maria, Offset Gráfica, Sebrae – Agência Cultural e Secretaria Municipal de Comércio, Indústria e Turismo – Sectur.

Arquivo Vivo volta ao Beco da Lama

Excelente notícia, quentinha, saída do forno: o grupo de samba Arquivo Vivo acertou agora há pouco a presença no Bar de Nazaré para apresentações todas as quintas-feiras.

Os sambistas iniciaram ali no Bar de Fátima, mas as condições mínimas dadas ao grupo atraíam pouca gente. A insistência da galera em permanecer no Beco da Lama é o que ainda fincavam o grupo ali. Uma hora não deu mais.

É bacana assistir a ascendência deles. São batalhadores, talentosos. Domingo agora, no Sancho Pub, em Ponta Negra, irão abrir o show do grande mestre Almir Guineto. E depois do dia 30, voltam aos sábados no Espaço do Samba, na subida da Rio Branco, Cidade Alta, agora em reforma.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Wando leva R$ 32 mil

O iaiá ioiô de Wando recebeu R$ 32 mil pagos pela Fundação José Gugu para apresentação em Natal e Mossoró, dentro do projeto Seis e Meia, incluído aí a hospedagem. O Balalaika Braga Band, que abriu o show do homem das calcinhas ficou com R$ 1,9 mil. Está tudo no Diário Oficial.

Os cinco conselheiros municipais de cultura

A classe artística de Natal escolheu, na manhã de ontem (20), os cinco titulares e cinco suplentes da nova gestão do Conselho Municipal de Cultura - uma das principais funções atribuídas à entidade é a gestão do Fundo Municipal de Cultura.

Os titulares eleitos foram, por ordem decrescente de quantidade de votos:

1. Daniele Brito - produtora cultural (doze votos)
2. Jorge Negão - músico e diretor do grupo Folia de Rua (dez votos)
3. Paulo Laguardia - roteirista (sete votos)
4. Janaína Sena - produtora cultural (sete votos)
5. Federação das Quadrilhas Juninas Estilizadas e Tradicionais do RN (seis votos).

Os suplentes selecionados, que podem se tornar titulares em caso de renúncia, são o produtor cultural Kaleb Melo (1º suplente), a empresa RL Serviços Empresariais, representada por Vitor André (2º suplente), Josenildo Brasil, da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins – SPVA (3º suplente), a Associação das Escolas de Samba e Tribos de Índios – ASTIN (4º suplente) e o produtor cultural Genildo Mateus (5º suplente).

A Eleição foi realizada durante a Conferência Municipal de Cultura, no Sesc. Artistas e produtores culturais compareceram em peso aos dois dias de evento.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Nenhum grupo folclórico inscrito no edital da FJG

O diretor-geral da Fundação José Gugu, Crispiniano Neto, disse agora há pouco, durante a solenidade de posse da nova diretoria da Comissão Norte-Rio-Grandense de Folclore, que irá disponibilizar técnicos da FJG para orientar os grupos e mestres da cultura popular a preencher as fichas de inscrição ao edital de incentivo à cultura Cornélio Campina, lançado pela intituição em abril e com prazo de inscrição até 8 de junho.

Na matéria que saiu hoje na capa do caderno Muito, do Diário de Natal, o agora presidente da Comissão, Severino Vicente, havia reclamado desta particularidade do edital voltado à cultura popular. Até hoje não há nenhuma inscrição formalizada. E o edital irá beneficiar 25 grupos ou mestres, cada um com R$ 6 mil. Se a grana é pouca ou falta mesmo é uma política cultural para os vários segmentos artisticos, pra o folclore esse dinheiro resolve e muito os problemas.

17 mil livros na internet

Poucas vezes assisti um gesto tão cidadão como o do bibliófilo José Mindlin, 95 anos. O velhinho é dono da maior biblioteca particular do Brasil. Verdadeiras raridades literárias integram o acervo.

Em tempos digitais, de informações em tempo real e pouca leitura, Mindlin resolveu doar sua biblioteca Brasiliana à Biblioteca Nacional. São 17 mil livros produzidos no Brasil ou a respeito da cultura brasileira.

Mas o mais legal é que todos esses livros serão disponibilizados na internet. A pedido de Mindlin, a coordenação da Biblioteca Nacional já começou a digitalização dos livros. Até o fim deste ano, 4 mil livros já estarão prontos para leitura na net.

O processo de digitalização é moderníssimo. O usuário poderá ler em formato flip (como se lê o DN na internet); recortar ou selecionar páginas e trechos para colar em trabalhos curriculares, por exemplo; e muitas outras ferramentas.

É bacana ver um senhor beirando os 100 anos antenado com as novas tecnologias e com essa visão de futuro. De certo, Mindlin enxerga a gradual transferência do livro físico para a internet.

Já pensou se alguns intelectuais da city Poti resolvessem doar suas bibliotecas particulares à Biblioteca Câmara Cascudo, que há décadas não compra um livro sequer?

terça-feira, 19 de maio de 2009

Ingressos do Seis & Meia

Acredito que o tumulto formado hoje na compra de ingressos para o show de Wando no Teatro Alberto Maranhão, dentro do Projeto Seis e Meia, resulte em providências para contornar os transtornos do público.

Para situar o leitor, pouco mais de duas centenas de ingressos foram vendidas hoje na bilheteria do TAM por volta das 9h. Às 10h já haviam acabado. Dezenas de pessoas sem ingresso ficaram indignadas, e com razão.

A explicação da Fundação José Augusto - responsável pelo projeto - para os poucos ingressos vendidos na data do show é para evitar a ação dos cambistas, que já ultrapassou os limites do bom senso.

No entanto, a medida funciona como uma faca de dois gumes porque também limita a possibilidade do público assistir aos shows com o preço do ingresso mais em conta. Outras senhas são distribuídas de cortesia e outras mais comercializadas em postos de venda.

Acho que uma solução plausível seria limitar a venda de ingressos para uma única pessoa. Para isso poderia se exigir a apresentação da Identidade, por exemplo. Se não iria resolver por completo, conteria bastante a criminosa atuação dos cambistas.

O Projeto Seis & Meia merece mais respeito. É o mais longevo do Estado. Não combina com a desorganização evidenciada hoje. Não é difícil imaginar a popularidade da atração chamada e a consequente demanda aumentada. Já imagino quantas calcinhas deixaram de ser jogadas. Que desperdício!

De editais e folclore potiguar

Um retrato da falta de incentivo dos gestores públicos com as riquezas do folclore potiguar. O grupo de Caboclinho (ou cabocolinho, como queiram) de Ceará-Mirim - o único genuíno do Estado - está parado por falta de indumentária e instrumentos para se apresentarem.

Segundo o antropólogo e historiador Severino Vicente, que toma posse amanhã da Comissão de Folclore, o grupo recebeu convite para participar de importante projeto de uma entidade de Minas Gerais em novembro.

Vamos esperar a tal política de editais se efetivar e saber se os humildes mestres, sem referência ou orientação alguma dos secretáriss de cultura e educação de seus municípios, serão capazes de preencher as burocráticas exigências da inscrição dos editais.

Músico retorna a Natal para show amanhã

Um dos músicos potiguares de carreira mais consolidada fora do Estado, Gegê Félix volta à terrinha para show amanhã no restaurante Veleiros, em Ponta Negra. Gegê é exímio instrumentista, compositor e cantor. Já acompanhou artistas como Jessé, Luiz Melodia, Arrigo Barnabé e Wilson Simonal. Seu segundo Cd instrumental será lançado no outro sábado (30) durante a sétima edição do Festival de Inverno de Cerro Corá.

O instrumentista, embora potiguar como a revelação Roberta Sá, é uma cria musical do Sul Maravilha. Gegê Félix é músico conceituado, radicado em Curitiba há 25 anos. Seu Cd Nômade, lançado em 2003, recebeu o prêmio Saul Trompet de melhor álbum de MPB no Paraná. Nos últimos meses divide palcos paulistas com o compositor Ricardo de Graça Mello, autor de hits como Garota Dourada. Ricardo e Gegê estiveram no Festival de Cerro Corá em 2007. E não estranhem a participação assídua no Festival. Gegê é cerrocoraense de nascimento.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

novo Cd do Radiohead

O Radiohead já está em estúdio para gravar um novo disco, o sucessor do aclamado In Rainbows (2007). A informação é do baixista da banda, Colin Greenwood, ao semanário britânico New Music Express.

Com produção de Nigel Godrich (que tem produzido os álbuns do Radiohead desde OK Computer, de 1997), o oitavo CD da banda liderada por Thom Yorke ainda não tem canções finalizadas, apesar de o grupo já estar no estúdio desde o último dia 11.

(fone: Redação Uol)

domingo, 17 de maio de 2009

Seis e Meia brega

O brega vai dar o tom da noite desta terça-feira do Projeto Seis & Meia. O cantor Wando e os potiguares da Balalaika Brega Band comandam a noitada romântico-brega, a partir das 18h30.

Ao contrário de Luís Caldas, Wando parece que vem mesmo para cantar seus velhos sucessos. Nada dessa onda de mostrar amadurecimento e fugir do estereótipo construído durante as décadas de carreira. Podem esperar o velho "meu iaiá, meu ioiô". Mulheres, calcinhas perfumadas, hein?

E melhor: Wando será acompanhado de um time de músicos de primeira, também desprovidos de preconceito e vergonha, e unidos em prol do brega. São os potiguares do Balalaika Brega Band.

Tertuliano Aires “incorpora” o cantor verdadeiramente brega, que se expressa com gestos largos e dramáticos, como sugerem as canções que falam das grandes dores de amor. O grupo existe há 4 anos e além de Tertuliano Aires no vocal, é formado ainda por Franklin Novaes nos teclados; Barbosa no baixo; Batista na guitarra e John Fidja na bateria.

Como já sabem: R$ 10 inteira e R$ 5 metade. Nesta terça.

As cinco classificadas do MPBeco

Seguem abaixo as cinco canções classificadas na primeira eliminatória do 4º Festival de Música do Beco da Lama (MPBeco), ocorrida na noite de ontem.

Por ordem alfabética:

1. Brinque o Seu Carnaval Que eu Brinco o Meu (Luís Araújo / Vernon Bitú)
Intérprete: Banda Arrelia

2. Côco de Patané (Leonamanha / Alexandre Lacerda)
Intérprete: Leonamanha

3. Há Sempre Música (Júlio Lima)
Intérprete: Júlio Lima

4. Um Xote No Tempo (Joana Medeiros / Genildo Mateus)
Intérprete: Joana Medeiros

5. Vem No Bem Bolado (Miguel Carcará)
Intérprete: Carcará Na Viagem


Devido ao atraso de quase duas horas do show inicial do exigente pernambucano Silvério Pessoa, duas das doze músicas concorrentes do dia foram remanejadas para o próximo sábado. São elas A Louca Cinematográfica, interpretada pela banda ZeuZé, e Pra Que Serve a Croácia, cantada por Carlos Bem.

Dessa forma, na próxima eliminatória, em vez de 12, serão 14 músicas concorrentes à vaga na final. E dessas 14, em vez de cinco, serão classificadas sete composições. Participarão da final, portanto, não 10, mas 12 canções.

Como fui jurado desta primeira eliminatória, posso adiantar que a escolha foi bem consensual. Três das cinco escolhidas foram unânimes entre os cinco jurados. Outra recebeu quatro votos. E a quinta recebeu três. Além das cinco classificadas, apenas mais duas músicas receberam voto.

Das minhas cinco, apenas uma ficou de fora: As Cores Que o Mundo Tem Pra Dar, de Franklin Mário e interpretada por William Guedes. O rap Essa Boe, de MC Priguissa também foi votada.

Neste primeiro dia de eliminatória o público compareceu em massa e permaneceu até o final das apresentações, mesmo com o atraso provocado pelo herdeiro de Tim Maia, Silvério Pessoa, que reclamou do som até no meio do show. O número de entusiastas foi superior ao ano passado e ainda curtiram Pedrinho Mendes pra fechar.

Próximo sábado, a voz suave e incisiva de Simona Talma e o suingue de Sueldo Soaress serão as atrações que farão o sanduíche das 14 composições concorrentes. É na Praça Sete de Setembro, adjacência do Beco, Cidade Alta.

Até lá!

sábado, 16 de maio de 2009

Poetas Elétricos

Os "chamamentos" dos Poetas Elétricos são sempre um barato. Coisa do poeta Carito. Vejam a seguir e corram hoje para o Nalva Melo Café:

MARIA ELÉTRICA

Maria nasceu

Elétrica

Cresceu

10 em aritmética

Mas nunca fez a maior pausa

Pra pensar

Casou por justa causa

A causa de casar

Não parou de ter menino

Não parou para sonhar

E disse que foi o destino

Que a fez encontrar

Com uma tal de menor pausa...


Buscou o eu

Tentou viver

E morreu de não entender.


HOJE, OITO DE LA NOCHE:
A música eleCrônica d'Os Poetas Elétricos

NO NALVA MELO CAFÉ SALÃO
Nalva em nova fase - Nova ambientação

Poetas em nova fase - com Gabriel Souto tremendo nas bases eletrônicas!!!
E sempre o apoio luxuoso do VJ Júlio Castro.

Sem eira nem beira, só Ribeira! Pegue o (mp)beco, mas também a Avenida Duque de Caxias!

HOJE! COITO DE LA NOCHE!

EXPERIMENTE-A-AÇÃO!

Duas boas para hoje

Duas dicas que o blogueiro julga muito excelente demais para hoje:

- Primeira Eliminatória da 4ª edição do MPBeco. O pernambucano Silvério Pessoa solta seu som mesclado entre xote, mpb e mangue beat a partir das 18h, na Praça Sete de Setembro, Cidade Alta. Depois, vem mais doze canções dos concorrentes do festival e termina com Pedrinho Mendes.

- Os Poetas Elétricos se apresentam hoje no Nalva Café, na Ribeira, ao lado da Tribuna do Norte. O som do trio é sensacional, inovador, vanguardista. E para o ambiente de Nalva deve ficar surreal. Imperdível.

Escolham um ou outro ou se dividam em dois. Vale a pena, mesmo se a alma for gigante.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Wolverine

Assisti somente ontem, sem o tumulto dos primeiros dias pós-lançamento e com senhas valiosas de cinema ganhas em sorteio, o badalado X-Men - Origens: Wolverine.

Pelas resenhas que havia lido antes, o filme me parecia decepcionante. Confesso que gostei. Comparável, por exemplo, a Homem de Ferro (John Favreau). Se o parâmetro for Batman - O Cavaleiro das Trevas (Christopher Nolan), aí realmente fica um pouco a desejar.

Foi mostrado um lado mais humano de Wolverine. Não vi ausência de cenas de ação, como foi reclamado. Achei um filme maduro, sem diálogos imbecis comumente vistos nos blockbusters. Tudo na medida certa.

É um filme para se ver no cinema. Os efeitos e as cenas de ação têm um cenário bacana para a telona, bem dirigidos pelo diretor Gavin Hood.

Não entendi a falta do cabelão de Thor e os dentes afiados do Dentes-de-Sabre, embora o carinha que fez o papel do principal inimigo de Wolverine tenha roubado um pouco do filme. Ficou estranha a mudança radical do naipe do cara com relação à primeira edição da trilogia do X-Men, quando ele trava uma luta com Logan no início do filme.

Ainda sobre o Dentes-de-Sabre: nunca soube, pelos quadrinhos, que o cara era irmão de Wolverine. E outra: Wolverine dizer que "tudo está acabado entre nós", ou coisa parecida, após uma briguinha entre os dois, nooosfa, foi muito demais, hein?

Adendo: As recomendações de Star Trek é que foram muito boas, mesmo aos leigos da série televisiva.

Cinema itinerante

Nesta sexta-feira a cidade de Ceará Mirim recebe o projeto Ninho Alimentando a Cultura, iniciativa da Nestlé que levará arte e cultura para a população de baixa renda por meio de cinema itinerante.

As sessões acontecem em frente à Igreja Matriz, das 18h às 20h. Entre os filmes em cartaz, Lisbela e o Prisioneiro e Auto da Compadecida, de Guel Arraes.

Ao longo do fim-de-semana serão exibidas gratuitamente seis sessões de filmes nacionais em praça pública. O projeto já passou por cidades do estado da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Ceará totalizando mais de 100 mil pessoas.

Depois de Ceará Mirim, o Ninho Alimentando a Cultura segue para Currais Novos (RN) finalizando o projeto na região nordeste.

Violonista potiguar é destaque nacional

A revista Cover Guitarra, uma das principais publicações brasileiras especializada em guitarra e violão, na sua edição mais recente dedica nada menos que quatro páginas ao violonista natalense Alexandre Atmarama e seu CD de violão solo instrumental Imalt.

Fábio Carrilho, redator da revista, entrevistando Atmarama e resenhando o CD Imalt, não poupa bons comentários ao trabalho do moço. "(...) Atmarama lançou recentemente o belíssimo CD Imalt. Apesar de ser seu disco de estréia, é um trabalho de violão surpreendente em vários sentidos: pela maturidade de suas composições, pelo elevado senso estético de interpretação e pelo grande som de violão, além de trazer sua técnica particular de mão direita batizada de Imalt".

A resenha do disco - que diga-se de passagem, recebeu nota máxima - inicia igualmente de forma super positiva: "(...) Álbuns de violão solo autorais são difíceis de serem avaliados, pois nem sempre o artista em questão consegue desempenhar igualmente bem as funções de compositor e intérprete, normalmente sobressaindo- se ou pecando em uma delas. Alexandre Atmarama conseguiu superar esses possíveis desequilíbrios por meio de composições maduras e de uma linguagem moderna, além de grande interpretação ao violão. Rotular seu som é algo desafiador..."

A revista já está nas bancas do RN

IMALT, CD de estréia de Atmarama, foi lançado no segundo semestre de 2008 pela ação cultural Mudernage com a chancela/patrocínio do Programa BNB de Cultura.

Recentemente Alexandre Atmarama teve também o livro Doze composições para violão lançado pela Editora da UFRN.

Para o segundo semestre de 2009 Alexandre Atmarama está selecionado para o IV Festival BNB de Música instrumental, com apresentações nos estados da Paraíba (cidade de Sousa) e Ceará (cidades de Fortaleza e Juazeiro).

Quem quiser curtir o som do cara basta acessar seu Myspace:
http://www.myspace.com/alexandreatmarama

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Da arte contemporânea

Achei bacana o texto a seguir artista plástico e músico potiguar Luciano Rock:


"Quando falamos sobre arte várias idéias surgem em milésimos de segundos, mas uma pode se destacar em especial: a certeza de que a expressão artística que nos remete ao início da história da humanidade são as artes plásticas... Ainda estão lá as pinturas nas paredes das cavernas, nos dizendo como cassávamos, dançávamos e como sobrevivemos até hoje. Portanto, uma homenagem no dia 8 de maio é o mínimo que esses artistas merecem... Quando falamos em artista plástico num lance inconsciente, somos levados a lembrar das pinturas, das esculturas, dos desenhos, das telas, cores e pinceis.

Infelizmente algumas pessoas têm a necessidade de se auto-intitularem [WINDOWS-1252?]“artistas [WINDOWS-1252?]contemporâneos” e confundem suas expressões por não entenderem bem o que estão dizendo ou fazendo. Elas vem a cada dia estimulando a desqualificação das artes plásticas na sua essência... Essas criaturas acreditam que fazer arte contemporânea é colocar qualquer objeto num salão e, com a ajuda de comissões (indicadas por suas preferências), tal objeto ser premiado ao invés de grandes obras de artes que são produzidas por nossos pintores, desenhistas, escultores, etc.

Essas ações têm obtido o êxito esperado por aqueles que desprezam o que não é [WINDOWS-1252?]“contemporâneo” (na visão deles...): bons artistas plásticos têm se afastados dos salões por não acharem conveniente ter suas obras desaprovadas em função das obras sem nenhum teor técnico-artístico que são selecionadas, apenas pelo fato de supostamente serem [WINDOWS-1252?]“obras [WINDOWS-1252?]contemporâneas”. Como se isso já fosse uma garantia de alguma qualidade.

Antes tínhamos o Salão de Artes Plásticas, mas depois esse salão foi substituído pelo salão de artes visuais, o que deveria ser um avanço, mas isso não se deu bem assim. Se o Salão de Artes Plásticas servia a esses artistas, pois sua quantidade de obras selecionadas era basicamente representativa para os artistas da cidade, com a mudança esses artistas tiveram uma queda no espaço para suas premiações e mostras de seus trabalhos.

Na verdade, a mudança devia melhorar e não construir uma disputa desleal de espaços com os artistas plásticos. Os [WINDOWS-1252?]“artistas [WINDOWS-1252?]contemporâneos” não suportam a idéia de que as pessoas ainda preferem as boas pinturas como expressão principal das artes plásticas, então foi necessário não só mudar o nome do Salão, mas mostrar que as obras de arte agora precisam ser (e tinham que ser) contemporâneas, daí os novos premiados: pedaços de papelão, sucatas, latas, rabiscos, recorte de fotos da internet etc.

Esses objetos são obras de arte? Claro que sim, basta que você (ou uma comissão indicada) diga que é. A questão é que depois de premiados, a grande maioria desses objetos são descartados. Nem os órgãos que premiam, nem os próprios artistas querem tais obras... Alguém vai dizer que é uma [WINDOWS-1252?]“obra [WINDOWS-1252?]efêmera”... Quer dizer que é positivo? Talvez sim, mas até hoje as obras de arte - literatura, cinema, música, etc - não são efêmeras, e sim, guardadas com zelo para as futuras gerações... [WINDOWS-1252?]“mas as obras contemporâneas podem ter mudado isso, veremos no curso da [WINDOWS-1252?]história...”

Não estamos negando as belas obras contemporâneas feitas com sucatas, ou as belas intervenções artísticas dos Salões de Artes, na verdade, estamos falando de algumas pessoas que por não possuírem a menor capacidade criativa, ou não dominarem técnicas artística para transformar algum material comum em arte, se agarram aos conceitos de [WINDOWS-1252?]“arte [WINDOWS-1252?]contemporânea” para ganhar prêmios com suas influências, pois é só jogar uma coisa qualquer num Salão, ou um rabisco qualquer e dizer que é arte contemporânea. Num pensamento geral desses artistas, contestar essa versão é caretice, e fazer a velha e boa pintura sobre tela é ser um artista ultrapassado...

Para os artistas que tinham o seu Salão de Artes Plásticas, mudado para Salão de Artes Visuais, a princípio parecia ser muito [WINDOWS-1252?]“bonitinho”, mas na verdade não é! O que de fato acontece, é que o conceito de artes visuais abriu espaço para outras categorias de artes que podem participar de outros salões específicos da sua vertente. Por exemplo, as fotografias podem e devem ter o seu Salão, mas as artes plásticas não participarão. Os vídeos tem seus festivais, mas as artes plásticas não participarão. As artes cênicas tem seus festivais (onde os grupos que fazem as performances podem participar), mas as artes plásticas não participarão... No entanto, no Salão que era das Artes Plásticas, todo mundo participa e os artistas plásticos têm que dividir seu espaço com todo mundo... Resumindo, perdemos espaço para latas, rabiscos, fotos de internet e apelos sexistas!

Podemos sim ter um Grande Salão de Artes Visuais, mas para isso não precisamos dizer que a velha e boa pintura é coisa do passado, pois só os bobos não percebem que as pinturas se renovam a cada dia.

Para construirmos um Salão de Artes Visuais, precisamos selecionar as obras por categorias. Se antes eram 30 obras para os artistas plásticos, devemos aumentar o número para contemplar outras categorias que surgiram, e não eliminar o espaço que que já existia.

No formato de Salão de Artes que elaborei, as seleções são realizadas e apresentadas por categorias e a comissão de seleção, eleita pelos próprios artistas. A eleição acontece de forma que a comissão represente fidelidade a categoria e não as idéias dos gestores, evitando tendências para uma vertente artística, de maneira que não seja a intenção eliminar determinadas expressões, e sim, somar a arte no tempo e no espaço... Cada sala apresentará uma categoria, portanto, as expressões contemporâneas mais inusitadas serão selecionadas entre si, ganhando seu espaço que também é legítimo nas artes.

Infelizmente o formato do Salão que elaborei não teve financiamento para ser realizado, mas, como ficou disponível na internet, vi alguns elementos desse formato sendo utilizados em outros salões e mostras e, quem sabe, qualquer dia este formato será executado... Veja o projeto em www.lucianorock.com/projetos".

Alphorria lançará DVD

Aposta certeira deste blogueiro: o Alphorria voltou definitivamente com sua formação original e já pretende gravar um DVD. E se depender da produção de um dos integrantes - Eduardo Taufic - o produto sairá melhor que a encomenda.

Público e entrosamento musical eles já mostraram que têm, mesmo após tantos anos separados. No show apresentado ontem no Projeto Seis e Meia lotou o Teatro Alberto Maranhão. E cá pra nós: não foi Rita Ribeiro a responsável por toda essa gente.

No último sábado, o show comemorativo dos 15 anos do lançamento do Cd homônimo também aglomerou centenas de regueiros. Boto fé. Positive vibracions.

Cultura discutida

A Câmara Municipal de Natal realizará amanhã (14), às 10h, uma Audiência Pública para discutir políticas de incentivos à Cultura de Natal e na região metropolitana.

Para participar da audiência foram convidados os representantes da Funcarte, Fundação José Augusto (FJA), Instituto Histórico e Geográfico, Teatro Alberto Maranhão (TAM), Centro de Turismo, dos Museus da Cultura Popular e Câmara Cascudo, universidades, faculdades e grupos culturais da cidade.

A proposição é de autoria do vereador Ney Lopes Jr. (DEM).

No mesmo dia, às 18h, também ocorrerá uma sessão solene para comemorar os 40 anos de carreira do cantor e compositor potiguar Fernando Luiz.

Achei uma justíssima homenagem. Fernando Luiz tem conquistado espaços importantes na mídia com projetos sócio-culturais, eu diria, de descoberta de talentos musicais junto às comunidades ou mesmo dar oportunidade a artistas como Arleno Farias e muitos outros de qualidade musical merecedora de reconhecimento.

Árvore do Livro

Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n'alma
É germe - que faz a palma,
É chuva - que faz o mar
(Castro Alves)

O poema acima é só para ilustrar uma iniciativa muito bacana chamada Árvore do Livro. A ideia é fazer da árvore não só produtora de frutos, mas também de livros. Tudo de graça.

Vários livros serão pendurados numa árvore situada no porto de São Pedro, o belo Porto do Roçado, em Macau. O cidadão ou a cidadã chega, pega o livro e leva. Simples mesmo. O único compromisso, firmado com a sua consciência e bom senso, é lê-lo e depois repassar para que outra pessoa também possa lê-lo e assim formar uma corrente de leitura.

A Árvore do Livro é uma realização da 93,5 FM Solidariedade e Rádio Macauense. A pegação de livros será nesta quarta-feira (13), a partir das 18h30, na sede da 93,5, no bairro do Porto de São Pedro.´É bem provável que quem não comparecer no horário fique sem seu livro ou espere o outro ler.

Um dos coordenadores do projeto, Marcelo, lembrou que em Macau não há uma livraria sequer ou comércio que venda livros. Mas já teve, em 1909 - há exatos 100 anos. Segundo Marcelo, naquela época, em Macau, se lia em português e francês.

Esta árvore retrata bem o poema de Castro Alves acima. Parabéns aos macauenses e aos realizadores deste que, espero, seja proveitosa e renda frutos... ou livros.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Fialho protagoniza lançamento literário histórico na Siciliano

Pasme, amigo leitor residente nesta Natal de mercado editorial pífio. O jovem escriba Carlos Fialho conseguiu vender nada menos que 382 livros apenas na noite de lançamento de Mano Celo - O Rapper Natalense. Foi a maior noite de autógrafos da história da Livraria Siciliano, ainda no primeiro piso do Midway (em breve abre filial ou se muda para o novo pavimento do shopping).

Afora a qualidade dos textos de Fialho, que particularmente eu gosto, o trabalho de marketing do cara foi sensacional. Parabéns ao moço e de cá justifico minha ausência ao convite e à oferta do livro: muito trabalho, Fialho! Não deu.

Marina Elali é capa de Sucesso

A cantora como uma deusa, Marina Elali, é capa da prestigiada revista voltada à música, Sucesso. Na matéria interna, intitulada Emoção Viva, comenta a preparação do lançamento do projeto Marina Elali Ao Vivo - primeiro DVD e terceiro CD da carreira. Os dois produtos sairão pela Som Livre neste maio recheado de novidades musicais para esta terrinha.

Em retranca, Marina Elali é citada como Rainha das trilhas - uma alusão aos espaços conquistados na mídia global de telenovelas após a aposta da Som Livre e a participação da cantora - também citada como compositora - no reality show musical da Globo, o Fama.

Na própria revista vem encartado o mais novo CD da cantora, De Corpo e Alma Outra Vez. Na capa, a chamada: "Incluindo os hits: Eu Vou Seguir, da novela Sete Pecados e All She Wants (O Xote das Meninas) da novela Duas Caras". O CD sai com 13 faixas.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Do Augusto Beco

Augusto, o Lula, me liga para explicar melhor os dizeres mal traçados deste blogueiro quanto às promessas... Ops! As tendências... Aliás, os projetos... Também não. Bom Lula, o presidente Augusto, disse estar farto de promessas e que suas palavras verbais se farão carne no Beco da Lama.

O presidente da Samba de todos nós cobrou ligação deste blogueiro sem tempo para melhor apuração. Afirmo que soltei algumas informações informais de cumpadres amigos justo porque na própria entrevista dada o próprio não adiantou nada. O jornalista Alexandro Gurgel também sentiu falta do plano de gestão da então chapa Nós do Beco. Só por isso.

Mas vamos aos (futuros) fatos, ditados por Lula enquanto este blogueiro apressado dirigia ou desviava dos obstáculos deste nervoso trânsito natalense, já com medo de uma segunda multa em menos de quatro dias por dirigir ao celular:

O samba lembrado no post anterior será chamado Sete em Ponto. E nada mais será que um "upgrade" ao projeto já realizado por Zizinho nas proximidades do Bar de Pedro, nas proximidades do Camelódromo. Também há a ideia de criar o Dançando na Lama - voltado, claro, para espetáculos de Dança nas redondezas da Cidade Alta.

Se era informação em off dada ao jornalista cumpadre de todas as horas etílicas, Rafael Duarte, o blogueiro já transcreveu sem saber e agora prefere corrigir: o projeto voltado às pessoas com HIV se chamará Arte Positiva e pretente outro propósito, melhor explicitado depois.

Segundo Lula, o também de popularidade em ascenção, já foi feito contato com o pessoal do Cineclube para firmar parceria para alguma ideia vinculada à Samba. E como foi adiantado, há a intenção de plantar no Beco 24 horas voltadas à cultura.

E uma outra proposta permanecerá uma interrogação capciosa. Este Diário do Tempo sabe, por enquanto, apenas do nome do... projeto, digamos: Cabaré Night Day.

Mudança no Seis & Meia

houve uma pequena e substancial alteração na edição de amanhã do Projeto Seis e Meia. Se a atração nacional permanece, com a catora Rita Ribeiro, o Nordestenato será substituído pelo Alphorria. Soube agora há pouco, quando o produtor do projeto, William Collier visitou a redação do DN.

Se o leitor ler mais abaixo, afirmei que aposto numa volta definitiva da banda. E este é um ótimo sinal aos regueiros da cidade. É o Sonho Rasta se concretizando.

Lula, o da Samba, promete

O título não denota qualquer espectativa acerca da nova gestão da Samba. É tão somente para informar que, enfim, surgiram algumas promessas da parte do novo presidente da entidade mais badalada das últimas semanas natalenses. Entre outras, Augusto Lula comentou com os jornalistas Rafael Duarte e Ana Paula Costa, no dia de sua posse ocorrida no último sábado, que pretende realizar um dia inteiro de cultura, como a Virada Cultural ocorrida em Sampa. Também um desfile de moda com modelos das redondezas. E um dia cultural voltado às pessoas portadoras de HIV Positivo, além de outras que a memória etílica dos meus cumpadres jornalistas não lembraram. No dia da eleição, havia me falado de uma quinta do samba, que esta memória defasada pelo pão-alcoolico do dia-a-dia também me impedem de lembrar o nome do projeto. É um começo. Vamos esperar o início, o meio e o fim.

Desperdício musical

Comentário tardio, mas oportuno: a formação original da banda Alphorria que protagonizou o show de comemoração dos 15 anos de carreira continua entrosada e bem poderia resolver as pendengas internas para presentar os regueiros de aqui e alhures com mais alguns anos e Cds. Rildo Lima e Cia também mostraram prazer em estar no palco. Ainda aposto numa volta definitiva.

domingo, 10 de maio de 2009

Ajuda ao Vale do Assu

O amigo leitor deve estar ciente da dimensão dos estragos causados pelas enchentes no Vale do Assu. Visitei como repórter a região no ano passado, quando a situação estava um pouco pior. É desolador ver aquele cenário caótico. Quando lá estive, os municípios de Ipanguassu e Assu estavam no ápice da tragédia. O momento agora é de alerta para o pior. As chuvas devem continuar e, ao que tudo indica, ultrapassar o sofrimento registrado em 2008 – uma das três maiores enchentes que se tem notícia, depois das de 1964 e 1985.

Com a finalidade de ajudar as vítimas dos estragos, a Casa do Bem, AFIM e Colônia Assuense em Natal estão promovendo a Campanha Assú do Bem para arrecadar roupas e alimentos não perecíveis para os desabrigados do Vale do Assú. As doações podem ser entregues na rede de postos São Luiz e Frei Damião, na Cidade da Esperança e Quintas, além do posto São Pedro, na rua Apodi. Contatos: Flávio Rezende: 84.9902-0092; Franklin Pinto: 84.9907-0202; e Francisco Chagas Pinheiro: 84.9451-9432. Informações gerais podem ser obtidas pelo telefone: 84.3231-8006.

As doações vão ser entregues através da Defesa Civil e segmentos organizados da sociedade assuense. Vamos ajudar e dar o exemplo de solidariedade vista durante a enchente em Santa Catarina.

sábado, 9 de maio de 2009

Classificadas do 4º MPBeco

Sorteio da ordem de apresentação será nesta quarta (13); primeira eliminatória será no próximo sábado (16), na Praça Sete de Setembro, a partir das 17h.


O 4º Festival de Música do Beco da Lama – MPBeco 2009 anuncia as 24 canções classificadas que concorrem a R$ 13 mil em prêmios a partir do próximo sábado (16), quando será realizada a primeira eliminatória do evento. O sorteio da ordem de apresentação será realizado na quinta-feira (14), no colégio Ciências Aplicadas, ocasião em que será lançado o DVD com as 10 finalistas da edição 2008 do MPBeco.

Confira as músicas selecionadas este ano, por ordem alfabética:

01 - A louca cinematográfica – Fellipe César C. Monteiro
02 - As cores que o mundo tem para dar – Franklin Mário
03 - Brinque o seu carnaval que eu brinco o meu – Luís Araújo / Vernon Bitu
04 - Cegos no precipício – Antonio Carlos Spinelli
05 - Côco de Patané – Leonardo Pinheiro Neto / Alexandre Lacerda
06 - Daqui de cima – Preto Bronx / JH Gofú
07 - Ela sim – Clara Pinheiro / Gabi Barbalho
08 - Essa boe – Priguissa
09 - Feliz ano inteiro – Jorge Negão
10 - Há sempre música – Júlio Lima
11 - Mãe Luíza ontem, hoje e sempre – João Martins de Souza
12 - Maria da Conceição – Nubilene Fernandes
13 - Miguxa do funk – Luciano Sabino da Costa / Danielle Lisboa Fontes
14 - Na quina – Diogo Guanabara / Rodrigo Levino
15 - Não vou mais – Jordan Luiz Santiago
16 - Pião Mariana – Dany-L Oliveira / Zé do Rock
17 - Pra que serve a Croácia – Carlos Bem / Romildo Soares
18 - Pretinha cor-de-rosa – Emmanuel de Andrade / Luiz Cajú
19 - São jorges – Iggor Dantas / Marcelo Veni
20 – Sentimentos – Gustavo Brat de Carvalho
21 - Tem a ver – Paulo Ricardo da Silva Gomes (Maguinho DaSilva)
22 - Um xote no tempo – Joana Medeiros / Genildo Mateus
23 - Vem no bem bolado – Miguel Carcará
24 - Viagem ácida – Paulo Ricardo Fernandes Gurgel


O 4º Festival de Música do Beco da Lama – MPBeco 2009 bateu recorde de inscrições em relação às edições anteriores. Foram 149 inscrições, o que resultou em 324 canções disputando as 24 vagas disponíveis para as eliminatórias. Estiveram na disputa músicos de Natal, Currais Novos, Santa Cruz, Macaíba, Messias Targino, Caraúbas, Parelhas, Goianinha, Mossoró, São Gonçalo, Ceará-Mirim, Extremoz e Parnamirim.

As eliminatórias serão disputadas nos próximos sábados (dias 16 e 23) e a finalíssima será no dia 30 de maio, sempre a partir das 17h30, com o palco montado na Praça Sete de Setembro, Centro Histórico de Natal, em frente ao Palácio da Cultura. Os três dias de festa terão transmissão ao da TV Assembleia.

Os finalistas disputam a seguinte premiação:

• Prêmio Bosco Lopes de Melhor Intérprete do Festival - R$ 1.500;
• Prêmio Maestro Mainha de melhor arranjo musical - R$ 1.500;
• Prêmio Celso da Silveira - 3ª melhor música do Festival - R$ 2.000;
• Prêmio Newton Navarro - 2ª melhor música do Festival - R$ 2.600;
• Prêmio Nazir Canan - 1ª melhor música do Festival - R$ 3.200;
• Prêmio Elino Julião do Voto Popular - R$ 2.200.

O 4º Festival de Música MPBeco tem o patrocínio, por meio da Lei de Incentivo à Cultura Câmara Cascudo, do Governo do Estado e da COSERN. O projeto conta ainda com o patrocínio, por meio da Lei de Incentivo à Cultura Djalma Maranhão, da Prefeitura do Natal, Destaque Promoções, Colégio Ciências Aplicadas, RN Econômico Gráfica e Editora. Também apoiam esta iniciativa a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, Master Locadora, Água Mineral Santa Maria, Offset Gráfica, Sebrae – Agência Cultural e Secretaria Municipal de Comércio, Indústria e Turismo – Sectur.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Repercussão da volta do DNP

Por essas e outras ainda acho que vale a pena trabalhar com jornalismo. Para quem não viu - mas parece que a galera ainda lê jornal (ainda bem!) - ontem o DN publicou matéria exclusiva noticiando a volta do projeto Domingo na Praça, marcada para 28 de junho. E avisou que bandas, músicos, grupos folclóricos e artesãos já poderiam entrar em contato com a produtora do evento, Cida Campello, para iniciar os agendamentos das apresentações. Vejam o e-mail que recebi de Cida, após tantas cobranças para a volta do DNP:


"Sérgio, já esta bombando de bandas, músicos, artistas visuais, artistas populares, enfim, já existe uma grande procura pelos espaços.

Outra coisa bacana, foi a quantidade de e-mail que recebi de pessoas parabenizando pelo retorno. Está sendo muito bacana tudo isso. Não imaginas a sensação de saber que fizemos algo significativo e que não foi esquecido pela população de uma cidade.
Já existe TVs procurando informações, já demos algumas entrevistas sobre esse retorno. Enfim, que tudo consolide-se o mais breve para que em tempo possamos estar mostrando a nova cara do projeto.

beijos grandes, viu? brigada por tudo".

Esclarecimento da FJGugu

A respeito da lambança com os emails alheios ocorrida ontem:


Com o objetivo de estreitar os laços com a comunidade e abrir mais um canal de comunicação entre a sociedade civil e o poder público, abrimos recentemente um grupo de discussão, no qual você estava inserido.

Porém erros na confecção do estilo de gerenciamento do grupo ocasionaram alguns problemas, dentre eles, o excesso de e-mails nas caixas postais dos participantes . Por isso, estamos aqui para primeiramente, pedir desculpas pelo desconforto, segundo avisar que o grupo será temporariamente suspenso até que os problemas sejam resolvidos. Também é importante esclarecer que, caso seja criado um novo grupo de discussão, os participantes serão convidados a entrar e não automaticamente inseridos, como aconteceu.

No mais, reafirmamos o nosso compromisso em fortalecer a comunicação entre a esfera governamental que faz a cultura do Estado e toda a sociedade que faz uso dessa cultura. Continuaremos enviando nosso boletim informativo e caso você deseje entrar em contato conosco é só escrever para o e-mail assecomfja@rn.gov.br

Atenciosamente,

Assessoria de Comunicação da FJA

Elba fora do Auto de Natal

Estranho: Elba Ramalho faz show amanhã em Natal e nem está perto do Natal. Desta vez será no Forró da Lua. Pelo preço do ingresso - R$ 35 - é capaz de ter cobrado o velho cachê milionário.

Pontos nos Is

A Funcarte lançou ontem sete editais de incentivo à cultura. A inicitiva, de cara, pareceu uma cópia à política de editais adotada pela Fundação José Gugu neste ano. Mas é bom lembrar que o inverso é a hipótese mais provável. No início do ano, o presidente da Capitania, mister Júlio César Revorêdo Serafim convocou a imprensa para divulgar os planos de gestão municipal para 2009. E nele estavam os editais culturais.

Independente de quem seja o pai da criança, ambos merecem elogios. À FJA, talvez o único elogio até o momento. Se conseguir mudanças significativas na Lei Câmara Cascudo também deixará uma pequena marca na gestão.

E só pra lembrar: este mês de maio deverá (ou deveria) ser publicada a edição mais nova da Preá, como previa o diretor Crispiniano Neto na entrevista que concedeu a este blogueiro. As justificativas para explicar o atraso de quase um ano para publicação do segundo número foram muito bem argumentadas. E agora?

Nenhum jornalista do meio cultural que conheço foi convidado para elaborar matérias para esta nova edição. E bem sei que, pelo menos as matérias de mapeamento cultural de municípios demoram pelo menos um mês para estarem prontas.

Tomara que eu esteja errado e até 30 de maio uma nova Preá seja lançada. Mas, pra mim, a história se repete.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

DNP de volta!

Amigo leitor, até sexta-feira vou bater escanteio, cabecear e comemorar o gol sozinho lá no DN. É a logística necessária para o lançamento do novo formato gráfico do jornal. Não bastasse o trabalho árduo e triplo da edição e reportagens, as atividades extras também aumentaram. Mas, como as uvas e o manjado poema de Mário Quintana, tudo passa e blá, blá, blá. Dias melhores virão e para breve.

Por hora, aviso que o Domingo na Praça vai voltar e já tem data marcada para estreia. Será em 28 de junho. A matéria completa você lê amanhã no DN. Me senti muito feliz com a volta deste projeto. E mais ainda em ter participado ativamente nesse processo. Cobrei e muito este patrocínio da prefeitura. Tanto que disseram à produtora Cida Campello para me agradecer (rs).

O formato do DNP sempre me agradou. É um espaço democrático, aconchegante e aberto a diferentes manifestações culturais. Abre mídia ainda para bandas desconhecidas, para a música instrumental, para o folclore, artesanato e artes plásticas. Todos eles vertentes culturais geralmente pouco lembradas pela imprensa. A logística e estrutura física da UFRN também é boa, com estacionamento, segurança... Enfim, viva o Domingo na Praça!

sábado, 2 de maio de 2009

Morre Helmut, o filósofo das ruas

Morreu hoje um dos personagens mais enigmáticos desta cidade. Helmut Cândito desafiou todas as regras da vida. Fumou e bebeu em demasia durante quase 30 anos. Era libertário como os chãos do Beco da Lama que tanto gostava. Em fevereiro o visitei no hospital da Unimed. Ele estava com câncer, mas não sabia. Nem queria saber. O amigo Abimael Silva até lembro do clássico filme Viver, de Akira Kurosawa, como vocês podem ver mais adiante. Foi a última entrevista que Helmut concedeu, publicada em O Poti de 22 de fevereiro. Ficam as lembranças de um homem, antes de tudo, livre.

O filósofo das ruas

A liberdade humana se revela na angústia diante da condenação da própria liberdade. É a condenação das escolhas e da responsabilidade opressiva perante elas. É assim que pensa o filósofo existencialista Jean-Paul Sartre. É assim que vive um dos personagens mais enigmáticos desta cidade: José Helmut Cândido, 76 anos. Claro, o livre arbítrio divino é dádiva entregue a todos. Mas Helmut escolheu diferente e talvez materialize com mais nitidez a filosofia sartreana de liberdade.

Helmut não ri à toa. Não vê motivos para festa. Não é eremita porque despreza penitência, religiosidade ou misantropia. Talvez seja pela solidão do muito saber. Escolheu a vida desregrada - se é que existe. Sartre explica. De costume fuma seis carteiras de cigarro ao dia. Bebe entre 20, 30 lapadas de cachaça ou outra bebida, até o arrebol sumir ou o dinheiro deixar. Caminha em viagens. Anda até Macaíba às vezes. Pium é matinê e roteiro definido.

Em Pium Helmut encontra a casa e os livros do amigo Abimael Silva. O Sebo Vermelho é a segunda ou primeira casa de Helmut. A outra é um quartinho próximo ao Memorial Câmara Cascudo, também na Cidade Alta. ''O que salva Helmut são as caminhadas''. Também a irmã, Ideuzuith, que controla a razoável aposentadoria de Helmut. ''A única preocupação dele é pegar os 15 reais do dia na casa da irmã. Se ela der mais ele gasta com cigarro e cachaça. Quando o cigarro acaba ele faz um brejeiro, com papel couchê de livro barato'', diz Abimael.

A vida classificada como normal, Helmut trilha há quase 50 anos. Vem de família nobre de Angicos. O tio, José Anselmo, foi diretor dos Correios nos anos 50 e empregou Helmut lá. ''Em 1962 houve a primeira bronca. Acho que foi de tanto ler. Helmut leu todos os filósofos''. A ''bronca'' relatada por Abimael foi um desvio de comportamento; atitudes agressivas, menizadas há 20 anos. Após aposentadoria forçada pelo Correio trabalhou de carteiro de Cascudo durante seis anos. Viajou muito e se isolou do mundo à sua maneira.

É comum ver Helmut embriagado pelas adjacências do Beco da Lama. Ele anota poesias e pensamentos em guardanapos e pede 2 reais por ela ou um copo de cachaça. Em bienais angaria até R$ 500. Por vezes carrega DVDs de clássicos do cinema. É outra paixão, como também a literatura ou as viagens aos interiores do estado para ver fachadas de correios. Certa feita, tomou o ônibus gratuito para idosos até o Rio de Janeiro para visitar parentes. Foi com 20 reais. Abimael conta que Helmut reclamou: ''Só tem ladrão. A cachaça que compro aqui a 50 centavos, lá é um e 50. Era só cafezinho e cigarro''. Diz Abimael que Helmut ainda chegou ao RJ com R$ 1,50.

Há 20 dias Helmut foi internado. Abimael notou a boca do amigo espumando. A irmã de Helmut disse que ele só pensa em sair do hospital e prefere desconhecer a gravidade da doença que o levou para lá. Na saída do Hospital, depois da entrevista e a despeito da negação de Helmut saber de sua efermidade, Abimael lembra do filme Viver (1952), de Akira Kurosawa. O longa conta a história de um burocrata com câncer no estômago, também sem querer saber o diagnóstico de sua doença, mas forçado a tirar o capuz de sua existência para encontrar algum significado para seus dias derradeiros.

ENTREVISTA - HELMUT CÂNDIDO

O repórter chega às 9h de uma manhã igual às outras ao Hospital da Unimed. Quarto 310. O filósofo das ruas está sentado à beira da cama. Veste bata hospitalar. Parece bem. Vê de prima Abimael e gesticula apressado para o editor entrar. Se surpreende em seguida com a presença da equipe do jornal, mas logo demonstra altivez. A vaidade de Helmut é conhecida. Ele gosta de ser fotografado, de dar entrevista, embora seja travado com as palavras que tanto conhece. Se tivesse o dom da oratória e do desprendimento, a filosofia das ruas ou dos livros sairiam pelos póros direto para este jornal.

Helmut é um baú de conhecimentos. Teria muito a ensinar. Talvez até quisesse. As respostas curtas retratam a personalidade introspecta e a consequente dificuldade em proferir suas idéias e pensamentos. É meio ranzinza, impaciente. Na entrevista a seguir, feita semana passada, Helmut recorria ao apoio irrestrito do amigo Abimael Silva para complementar alguma resposta ou tirar dúvidas. Já ao fim, quando o repórter sinalizou a precisão de voltar à redação para escrever a matéria, alguma filosofia guardada naqueles porões escuros emergiu. Serviu como braço seguro para prender a equipe mais alguns minutos e olhar a pressa da rotina jornalística pela janela.


O Poti - O senhor sempre gozou da liberdade das ruas e está há quase três semanas preso no hospital. Do que sente mais falta?
Helmut - Da rua; do movimento; do amigo Abimael.

De algum local específico das ruas que costuma andar?
Da Cidade Alta, por ali perto de Abimael.

Dos costumes bem praticados pelo senhor está a leitura, o cinema, o fumo, a bebida e as longas caminhadas. Do que sente mais falta?
A leitura. É o mais importante (e o cinema? - pergunta Abimael). Também. Minha coleção é vasta; muitos clássicos.

Qual o melhor diretor?
Difícil definir. John Ford...

E o filme?
No tempo das diligências(do mesmo John Ford). Mas não esquecer dos mais modernos; do Cinema Novo, que foi uma remoção das chanchadas, com Glauber; de Nelson Pereira.

Fale de Marlon Brando, que você tanto gosta, rapaz! - sugere Abimael.
Marlon Brando surgiu com estilo independente; com uma linguagem cênica diferente do que existia comumente em Hollywood. Ele apareceu moço, com 30 anos. Fez filme em todos os gêneros, geralmente como figura antisocial. Eram papéis que repudiavam a sociedade.

Por isso gostava tanto dele?
É

O senhor também deseja esse repúdio?
Pode anotar essa mensagem: filosofia se aprende na rua, por incrível que pareça.

Que tipo de filosofia?
A filosofia prática. A vida é prática.

A rua ensina mais que os livros?
O que se vê na rua se encontra nos livros, mas o que tem nos livros foi retirado da rua. O livro aniquila a maneira de se ver o mundo. A própria rua tem sua teoria. O alicerce do edifício é a rua.

E qual o alicerce do livro?
O existencialismo de Sartre.

Qual livro sintetiza mais o espírito da rua?
(pensa). Shakespeare é muito alto. Euclides da Cunha, não; ele era sociólogo. Pode ser Conan Doyle. Ele num extrai muito? - pergunta a Abimael.

Autor na literatura?
Dostoiévski.

Os Irmãos Karamazov ou Crime e Castigo?
O primeiro.

Algum autor local?
Alvamar Furtado (Abimael lhe deu um livro do escritor a respeito do revolucionário José da Penha, combatente da oligarquia Maranhão, morto pelos cangaceiros de Padin Ciço, no Ceará e parente de Helmut).

Entre os filósofos?
A filosofia antiga.

Pré-socráticos?
Pré e pós-socráticos.

Foram eles quem ensinaram seu modo de viver?
Pelos livros escolhi minha vida.

E que vida é essa?
Comum, mas que se sobressai à vida cotidiana.

Qual vida é comum?
Depende da compreensão.

Qual o seu lugar?
Meu canto é o mesmo desse cara aí (aponta para Abimael). Fico esperando na porta (do Sebo Vermelho) esperando ele chegar.

Sente falta do cigarro?
Quando cheguei aqui parei.

Vai continuar ao sair?
Talvez.

Qual motivo trouxe o senhor aqui?
Alguns atropelos...

Quais ensinamentos essa ''vida comum'' lhe deu?
Já viajei bastante. Conheci quase tudo do Brasil. O importante foi perceber que todo canto é a mesma coisa. (Abimael pede para ele contar as temporadas dos cabarés próximos ao Porto de Santos). A diferença é que a sociedade não se entrosa com o cabaré. Acha um antro repugnante. Cabaré é um desvio social. Eu gosto. Começa pela casa, desmembrada do seio social.

E termina aonde?
Lá mesmo. O que se precisa é de cautela, num é Abimael? (o editor sebista já havia contado ao repórter que Helmut reclamava das raparigas larápias dos cabarés das Rocas).

Fale de Francisca, empregada de Cascudo - pergunta Abimael.
Foi uma namorada que eu arrumei lá em Cascudo. Durou um mês. Era bem feita, esbelta.

As tantas caminhadas de hoje partiram daquela época de carteiro?
Ando para desopilar, tomar ar, fazer exercício.

É uma filosofia de vida?
Meu estilo de viver é normal. Só precisa ser compreendido, sem a agressão da sociedade.

Você quer dizer algo com isso?
Que nada tenho de anormal. As pessoas é que me julgam diferente.

De Samba, Lula e o PAC

Notícia em primeira mão dada agora há pouco pelo novo diretor executivo da Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências (Samba), Augusto Lula. Talvez pelo apelido homônimo ao presidente deste esverdeado Brasil, já no primeiro dia pós-eleição, um telefonema da cancerígena ministra Dilma Rousseff que, após os parabéns pela vitória democrática, suada e neste momento comemorada, mesmo combalida, prometeu incluir os projetos da Samba no PAC. A partir de agora, portanto, os senadores, governadora e bancada federal em Brasília têm a obrigação de incluir na pauta de reivindicações, não só o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, a Refinaria ou verbas para combater os estragos da enchente, mas também obras em prol da boemia cultural do Beco da Lama. Ao que tudo indica, a promessa da agora sorridente ministra já causa ciumeira entre dirigentes do PSTU e PCdoB. Os comentários que rodam nas vielas do Beco é a de que Lula, O Presidente (não o da República, proclamada após uma quartelada infame, mas o da Samba; viva a Samba!) se vendeu ao PT para, em alguma data destes próximos três anos, trazer o colega Lula. A meladinha de Nazaré foi o principal argumento para o presidente aceitar o convite. O segundo foi a de que o PSTU e o PCdoB estão tomando conta do lugar. A terceira, última e mais evidente, é para estreitar os laços da Samba e a Fundação José Gugu, do petista Crispa. Enquanto isso, Lula, o sambista, apreciador de Run, comemora os louros da vitória junto ao fiel Sancho Pança, Abimael Silva.

Aguardem próximos capítulos da novela Lula e a Samba! É Nós tudin do Beco!

Novos tempos (?)

O Beco da Lama é beco sem vontade de avenida e de alma enlameada pelo perfume da província. Cabe ao curioso filtrar a astúcia e se adaptar à realidade daquela atmosfera. Há um convite inconteste no ar. Quase um chamamento. Claro, há o perigo. E não vem da sisudez de Helmut. Uma vez do beco, os contornos da cidade modificam. Aquela eterna espera por novidades herdada da Segunda Grande Guerra se esvai. O amante do beco se volta às novidades dos arredores. A cena cultural da cidade ascende. O Centro Histórico despe-se do cinza e ganha cores. E a medida em que se é tragado pela alma do beco, uma sinfonia começa a tornar-se audível, vinda lá das funduras do Potengi. É quando o curioso olha para os lados e grita: viva a liberdade! Salve o beco-boemia!

Parabéns ao Nós do Beco!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Beco da faísca

As chacotas, acusações e discussões de representantes das duas chapas concorrentes à nova presidência da Samba antecederam o dia de votação, com início nesta sexta-feira a partir das 10h (apuração começa às 18h).

Não participei das outras eleições. Conheço apenas por histórias. Mas não precisa curso no Senac para apostar num dia agitadíssimo por lá. A quista de ontem à noite, os ânimos podem se alterar além do limite.

Eu ainda procuro uma razão para disputa tão acirrada, quando a coisa sempre foi resolvida de forma consensual ou, pelo menos, sem tanta intriga. O ambiente está tenso. Que haja a boca de urna, mesmo entre concorrentes numa mesma mesa, mas sem agressões pessoais, em respeito à própria aura boêmia e convidativa do lugar.

Achei duas hipóteses para tal acirramento: a primeira é a chance de o projeto Pratodomundo receber a verba de R$ 180 mil do Ponto de Cultura. Ora, dinheiro na mão nem sempre é vendaval. Embora essa grana dificilmente caia naqueles chãos. Meu povo, suplente é suplente, principalmente quando a direção da fundação cultural é do PT (acho que entenderam o que quis dizer).

A segunda: a vontade real de propor mudanças no Beco da Lama. Mas, se assim fosse, estariam todos na mesma mesa, discutindo propostas, conversando sobre futebol e demais assuntos de mesa de bar. Como antigamente. A temperatura não estaria aos 40 graus.

Em outras épocas não era assim. E disso posso comentar. Bebo minha cerveja por ali quando a barba de Romildo era rala (rs). São alguns poucos anos. Nada comparável aos que bradam décadas de freqüência, como se valesse status ou hierarquias de importância.

Quando o preconceito e a alma de gueto fugirem dali, acredito que as pessoas se sentirão mais à vontade de pisarem naquelas adjacências. O antro é libertário. É pra isso que a Samba precisa acordar. Não existe nós do Beco. Somos todos. Ou quem quiser.