Os últimos comentários – publicados em meu blog hospedado no DNOnline e referentes à minha opinião sobre o filme Meu Nome Não é Johnny, sobretudo pela minha recomendação de esperar o “piratão” do filme – foram incisivos. Prefiro assim. É a partir daí que surgem novas idéias. Então, permita-me, amigo leitor, alguns adendos:
Incentivo o leitor não à pirataria, necessariamente, mas à arte boa e barata. Infelizmente, como jornalista que não se vende, recebo apenas R$ 663. É meu salário para pagar despesas fixas que ultrapassam esse valor. Cinema é “artigo” de luxo pra mim. Ainda assim vou, quando a certeza da qualidade do filme é maior.
Serei mais preciso em minha recomendação: se os R$ 12 (em média) do ingresso não fizer falta ao leitor, vá ao cinema. Pague também o da namorada e uma pipoca e refrigerante para os dois. Programinha para aproximados R$ 40. No texto fui claro ao afirmar que é um bom filme. Não é de todo um desperdício de dinheiro para quem tem. Como se sabe, ainda está em falta nas locadoras. Nos camelôs já se encontra, com imagem gravada no cinema, de má qualidade.
É notório, amigo leitor, que a pirataria tem mexido com os neurônios dos empresários da indústria cinematográfica e fonográfica. Como também é uma ilegalidade sob vários aspectos. E é mais sabido ainda que o ingresso do cinema está um absurdo; que o preço dos CDs, mais ainda; que a internet é uma realidade e tornou-se uma ferramenta alternativa por buscas de filmes e músicas e que os empresários nada têm feito para baratear seus produtos. Ou melhor: alguns têm se mexido – sob pressão – para buscar opções. Um exemplo é uma espécie de cineclube via internet, com senhas mais baratas. Muitas gravadoras também liberaram músicas para download.
E esse início de mudança de paradigma se dá por que? Porque o consumidor está cansado e liso para comprar “arte” a preços caríssimos. O que não deixa de ser uma forma de exclusão. E o amigo leitor deve saber da legislação mais manjada da nossa Carta Magna: o direito igual para todos.
Claro, Sandro, como disse no início, que o cidadão vá ao cinema e tire suas conclusões, como você recomendou. Apenas deixei as minhas impressões e sugestões. Cada um sabe o que faz falta e o que não faz. Melhor: deve saber distinguir o que é certo e errado. Lembro apenas que o debate sobre pirataria é muito mais profundo que essas breves palavras aqui escritas. E por isso, não acho ser “lamentável” minha recomendação de espera, como escreveu o Mário.
“Radical e socialista descabido” foram os melhores elogios que recebi neste ano. Obrigado, Márcio. Acredito piamente serem os radicais quem modificam o sistema, que revolucionam. Jesus Cristo foi dos maiores radicais que tive notícia. E sou, sim, um socialista convicto e “radical”. Só discordo quando afirma que os leitores são contra a pirataria e que merecem minha retratação. E mesmo que fossem, este é um espaço aberto para minhas opiniões e a dos leitores. Portanto, que eu, você e outros possam expressar-se livremente.
Querida Kate, também concordo que o Brasil tem que comer muito baião-de-dois para atingir uma maturidade no cinema. Embora tenha avançado muito nos últimos cinco ou dez anos. E o filme está longe de figurar entre os piores. Como disse, é um bom filme. Melhor que muitos por aí. Só achei pouco original e inferior a Cidade de Deus e Tropa de Elite. Mas você lembrou bem da trilha sonora. Achei excelente e esqueci de comentar. Agradeço mais uma vez sua sempre rica participação!
[image: Quando usamos a palavra em cima?]
Quando usamos a expressão "em cima"? Fique por dentro do significado e das
diferentes situações em que esta pal...
Há 5 horas
Concordo!! Falando de CD, o novo do Radiohead foi disponibilizado para download na internet e o internauta pagava o quando achava que merecia. Se isso acontecesse aqui heim? será que pagaríamos por calypso ou outras manifestações tribais?
ResponderExcluirComentário de Alex Medeiros sobre pirataria: "Os DVDs e CDs piratas, as músicas e filmes baixados pela Internet, não são o fim do mundo, mas o começo de um novo mundo que muitos ainda não assimilaram. A fita cassete reproduziu o LP de vinil, a fotocópia multiplicou livros na faculdade, a fita VHS copiou o filme da TV."
ResponderExcluirEsse povinho não aprende né?