É realmente lamentoso comentar do chamado “dito jornalismo cultural”, sem apoio de qualquer mídia e empobrecido ainda pela visão maniqueísta e hipócrita dos ditos intelectuais de província. Mais fácil é comparar com os cadernos da mídia do Sul Maravilha, também recheados de matérias factuais produzidas por um time de repórteres capaz de organizar um torneio de futebol. Nesta terrinha-vila onde a vaidade consegue voz, os cadernos se valem de um único repórter, responsável ainda por outras atividades que não a de escrever matérias para preencher mais de uma página, quando outras editoriais têm no mínimo dois jornalistas mais o editor. Sem falar na pressa de chegar ao outro emprego.
Ainda assim, nós deste DN procuramos fugir do factual ou dos releases. Nem sempre é possível dado o curto tempo ou a falta de estrutura que assola qualquer veículo de comunicação deste Rio Grande. A quem acusa de nos prendermos ao factual – o que já seria razoável desde que produzidas matérias inteligentes e de foco mais abrangente, como se tem feito – basta ler as últimas edições e verão matérias com o compositor Romildo Soares (que nunca recebeu tamanho espaço há muito merecido); sobre o Cinema Processo; o Araruna; o trabalho de um fotógrafo natalense radicado em Chicago; ou a recuperação de entrevistas feitas pelo jornalista e escritor Sanderson Negreiros há 40 anos.
Adianto que esperem a matéria de domingo, publicada em meio à folia carnavalesca. O amigo leitor verá desprendimento deste jornal com o factual. É uma matéria bonita, humana, como nem sempre é possível fazer dado o cotidiano apressado ou mesmo a prioridade de foco exigida pela matéria, que nem sempre é compreendido a quem apenas escreve notas factuais e crônicas líricas. Se este blogueiro carece de técnica e informação, desconheço qual o critério para seleção de repórteres de um jornal conceituado. Prefiro acreditar na opinião de outros mais, até intelectuais sem vaidades, ou no despeito de quem um dia saiu pela porta dos fundos.
[image: Quando usamos a palavra em cima?]
Quando usamos a expressão "em cima"? Fique por dentro do significado e das
diferentes situações em que esta pal...
Há 6 horas
Botou pra moer, Vilar! Gostei e concordo com tudo. Tenho acompanhado o processo todo lá pelo SP. É uma pena que ainda existam certos tipos de comentários cujo objetivo é criticar sem, no mínimo, apresentar uma solução real. No caso do jornalismo potiguar, acho que está muito bom do jeito que está. Se não é possível às editorias de cultura ter uma equipe maior e mais bem remunerada, considero extremamente positiva a forma como esse tipo de jornalismo tem acontecido. Não vejo outra fórmula...
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