A prefeita está mal assessorada. A opinião é quase unânime entre formadores de opinião. Mas dos bons secretários do organograma municipal é o de Comunicação, Jean Valério. O cara não tem culpa da má administração. E sabe respeitar os profissionais dentro do limite aceitável, como tem de ser.
Discordo da opinião do respeito irrestrito à imprensa. O advento dos blogs, twitter ou os portais (em menor proporção) piorou o já capenga jornalismo impresso em uma das principais exigências do bom jornalismo: a apuração. No afã da notícia em primeira mão se joga a informação sem a devida checagem. Se sabe de um boato e joga no twitter ou no blog. Essa prática tem virado quase uma nova cultura da informação. É um lado ruim da internet.
No twitter ou blog todo mundo vira jornalista. No jornal impresso, pelo menos, há uma estrutura para apuração: a pauta, a obrigação de ir à rua entrevistar, ouvir os lados em questão, registrar a imagem, voltar e escrever. Imagine agora um jornalista ou outro profissional em frente ao computador de casa. Ele recebe um telefonema de amigo ou lê um boato no twitter e publica a opinião a partir daquela informação. E logo ganha notoriedade.
Diante desse cenário ou coisa parecida a isso, Jean Valério tem sido comedido em seus comentários e abordagens. Não se pode exigir respeito irrestrito de quem não respeita o bom jornalismo. Ainda assim, ele sabe a complicação da briga com a mídia e engole no seco algumas opiniões. Essa postura faltou, por exemplo, ao jornalista Eugênio Bezerra. Ameaça a jornalista é imperdoável, ditatorial. Que se defenda com opinião contrária e até no mesmo nível da crítica.
A prefeitura tem sido achincalhada pela mídia, principalmente nos últimos dias. O Natal em Natal tem funcionado como adubo aos críticos de plantão. Mas muito foi desmentido e comprovadamente mostrado o contrário pela Comunicação municipal. Ao que parece, o cachê dos artistas do Auto de Natal foi pago. Eu mesmo ouvi e li de fontes confiáveis o contrário. Por falta de oportunidade não repliquei a notícia. É o mal da ânsia eletrônica.
Por outro lado, veio da mídia a descoberta do cachê milionário de Pe Fábio, o protesto dos artistas do Auto de Natal durante o show, a brutalidade do produtor de Bibi Ferreira, etc. Também as diferentes opiniões a respeito da programação e decoração natalina. Até aí, gosto é gosto. Eu achei de péssimo gosto a decoração. Quanto à programação, não comento; não assisti. Mas acho muito Auto para a cidade. E a realização de cada um é muito dispendioso. É uma opinião mais generalizada.
Pincei do twitter do secretário as seguintes frases: "Críticas são bem vindas. Servem de parâmetro para a administração avaliar erros, acertos e trabalhar para o aperfeiçoamento das políticas. Mas há de se distinguir a crítica da crítica pela crítica. Esta última delimita a fronteira do que alguns já classificam como lado político".
Mais adiante, Jean Valério escreve: "O jornalismo moderno, instantâneo, perde uma das suas grandes virtudes: O direito ao contraditório. Regras jornalísticas não são parâmetros. O parâmetro agora é a regra da boa convivência em sociedade. A constituição rege. Voto por esta liberdade. Tudo fica mais claro. E óbvio".
Em seguida, Jean critica a cobertura de um jornal impresso, que retira totalmente o papel da Arquidiocese na contratação do Pe Fábio. E por que não a réplica do secretário? Ele critica de forma respeitosa, sem ameaça ou ironia chinfrin. É quase uma defesa.
O problema de alguns profissionais é o rei na barriga. Quem fala o que quer, ouve o que não quer. Ação e reação. Dou meu voto a Jean e lamento a postura de Eugênio. A ponderação e as críticas servem de lado a lado. Parafraseando Jairo Lima, a falta de ética está presente na puta e no político.
Adorei este seu novo post, Parabéns!!
ResponderExcluirEspero ser sua companheira de blog em 2010... "Que as realizações alcançadas em 2009, sejam apenas sementes plantadas, que serão colhidas com maior sucesso em 2010."
Feliz 2010!! abraços para ti da amiga Jake