A Fundação José Augusto acertou no convite ao músico Dudé Viana para um show e contação de causos no Teatro de Cultura Popular nesta quarta-feira. Dudé há muito é discriminado em sua terra por carregar o sobrenome da família Benevides Carneiro, estigmatizado por protagonizar alguns célebres casos de polícia no RN, a lembrar Waldetário Carneiro.
Dudé é homem de biografia bonita. Aos 10 anos tocava gaita e iniciou no violão. Já gostava de poesia e começou a musicar os textos. Em pouco tempo era compositor. Começou a carreira em 1972. Veio de Caraúbas para tocar na Praia do Meio, único palco de Natal à época. Antes disso havia perdido o emprego de cobrador de ônibus. Tentou carreira no eixo Rio-São Paulo.
Também desejoso de ser ator, chegou a escrever o musical infantil “O Sol, o vento e a chuva”, no Rio de Janeiro. Em 18 de maio de 1982, o roubo de milhões que seriam destinados ao pagamento dos trabalhadores rurais mudaria a vida de Dudé Viana. O assalto ocorreu no trecho entre Caraúbas e Olho D’Água dos Borges. Foi dos crimes mais populares da história policial potiguar.
O principal suspeito, José da Silva, o Dedé, foi morto em tiroteio com a polícia. Uma investigação mal feita pela polícia confundiu Dedé com Dudé. Na época, Dudé morava no Rio, cantava e atuava. Foram dois anos de cárcere e mais 15 anos para ser decretado inocente pela Justiça Federal.
Dudé escreveu um livro para contar a história: A Saga dos Benevides Carneiro. Além de um mapa genealógico da família, há também uma história de pistoleiros e rixas entre famílias no interior.
Por causa de alguns, a família inteira é discriminada. Tanto que pouco se houve falar de Dudé na cidade. O velho Crispa resgatou o carinha. E acho que vale uma ida ao TCP quarta-feira. A entrada é R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Começa às 20h.
[image: Quando usamos a palavra em cima?]
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Há 5 horas
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