Por Juvenal Savian Filho
na Revista Cult
Francisco Catão, carioca nascido em 1927, encontrou nesse espírito beneditino o programa de sua vida. “Pensando naquilo que eu poderia falar sobre mim mesmo, de uma coisa não tenho dúvida: o que dá unidade à minha história é Deus! Em todos os momentos de minha vida busquei a Deus! E, se há algo a dizer, esse algo é Deus!” Depois de um sorriso sereno, Francisco Catão continua: “E como está raro ver alguém falar de Deus. Mesmo na Igreja [Católica], enfati-za-se mais a estrutura [administrativa] do que Deus. Os problemas religiosos são resolvidos em termos de estratégias, disciplina, evangelização, pastorais, mas pouco se fala de Deus! O resultado [da raridade com que se fala de Deus] é que, muitas vezes, ao pensarem em religião, as pessoas têm em mente mais as estruturas humanas, os personagens, os fatos curiosos, e não relacionam religião com Deus. Mas toda religião deveria centrar-se em Deus!”. Ri, então, e conta o seguinte episódio, vivido alguns dias atrás: “Convidado por um repórter a escrever sobre a pedofilia na Igreja, neguei-me a fazê-lo, argumentando que minha área específica é Deus, a Trindade, Jesus Cristo. Mas fiquei mais surpreso com a reação do jornalista, que parecia não ver relação entre Igreja e Deus!”.
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