Por Graco Medeiros
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Leide Câmara é uma pesquisadora abnegada e compromissada com a memória da música potiguar. O epíteto de ”trabalhar em silêncio” atribuído aos naturais de Minas Gerais se aplica muito bem a esta norte-rio-grandense de Patu que em 2001 lançou o Dicionário da Música do Rio Grande do Norte", um trabalho de fôlego e refinada garimpagem musical.
No Dicionário Cravo Albim da Música Popular Brasileira consta um verbete que revela – para muitos potiguares incautos – a dedicação e militância cultural de Leide Câmara:
“Coordenou o Festival de Artes de Natal em 1988. Sócia fundadora da Associação Nordestina de Arte-Educadores. Fundadora da Federação dos Arte-Educadores do Brasil. Representante da FAEB no Conselho Latino americano de Educação através da arte. Coordenou o projeto Zé Menininho, apresentando música e poesia nos bairros de Natal. Em 2001 lançou o Dicionário da Música do Rio Grande do Norte", trabalho iniciado em 1996 e que resultou no mais completa catalogação da música potiguar. Foram acatalogados cerca de 160 Cds e 500 Lps, além de compactos e outros objetos, como fotos, revistas e partituras. No mesmo ano participou do encontro nacional de pesquisadores realizado na UERJ no Rio de Janeiro, promovido pela fundação MIS”.
E agora ela “mata a pau” com o livro “A Bossa Nova de Hianto de Almeida”, merecendo os elogios de “um tal do Chico Anysio” (sic Sérgio Vilar) com a indicação segura de uma entrevista no “Programa do Jô”.
Para mim, Leide Câmara desafia a “maldição cascudiana” de que “natal não consagra e nem desconsagra ninguém”. Ela vai mais além e tenta neutralizar um “oráculo” muito mais fatídico, pinçado de um dos discursos de Aluizio Alves (anos 1960), que compara a capital do RN aos “pardais chineses que devoram seus filhos”.
Parabéns, Leide.
P.S: não tenho conhecimento se realmente os “pardais chineses” devoram seus filhotes, mas como imagem retórica de um orador político como Aluizio, conservo tal comparação ainda na memória. Com a palavra final algum zoólogo / ornitólogo especializado no "Nyctidromus albicollis" (bacurau).
Do blogueiro: Nobre Graco, a conversa que tive hoje com ela foi motivada por um telefonema dela à redação do Diário de Natal. Ela ficou indignada com a resposta de Amado Batista à pergunta que fiz sobre o que ele conhecia do cenário musical potiguar. A resposta foi algo parecido com "sei que o povo daí gosta muito de forró e música romântica". E esqueceu um dos mais bem sucedidos compositores potiguares: José Fernandes, autor dos maiores sucessos de Amado Batista, a exemplo de Princesa e Seresteiro da Noite. Achei bacana da parte dela essa preocupação em enaltecer nossos talentos, em se indignar com a resposta. O resultado disso será uma matéria inédita a respeito de José Fernandes na mídia local. E o "tal Chico Anysio", claro, foi ironia! (rs). Abração, poeta!
[image: Quando usamos a palavra em cima?]
Quando usamos a expressão "em cima"? Fique por dentro do significado e das
diferentes situações em que esta pal...
Há 5 horas
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