Marolas de praias do Meio. Tibau do Sul é etnografia e tradição. Poemúsicas, de Dácio, é mais do que lembranças e coqueirais. Rasteja em mangues e restingas e ensaia vôos aos aromas de Canudos e do tabuleiro nordestino. Fotografa tarrafas e dorme sob cabeceiras ou alpendres. Viaja a distância de uma lagoa aos sertões de Elino e Euclides. Até descansar no chão artesanal, de jangadas e gente humilde.
Poemúsicas é provinciano, sem qualquer preconceito; só conceitos. E dos melhores. Cuba é sina do catimbó no mangue: lampejos de poemúsica universal. Mas nem precisa. A Pipa petrificada nas lembranças estelares é vida de mar. É vida boa pra todos; querência de paz e “miçangas pra ela”. Se mais adiante, encontra seridó. E o sertão vira mar sem nem querer ou saber. Ora, é poesia e tudo pode. Vale até passeio nas dunas sob o cavalo do mar.
Nas veredas entre sal e sol, Dácio encontra Babal e a fuga definitiva da província, numa “ilimitada” demarcação universal, onde todos: tibauseiro, rendeiras, pescadores e marginais da contracultura possam, simplesmente, amar: “Não sei onde vou trilhar / Caminhos pra me aninhar / Na busca do bem, nadar / Atalhos a desaguar / Doar plural total / Ilimitada cerca do matagal // Cavalo do mar me leva / Além de onde eu quero ficar / Dunas, restingas, no ar / Lugar onde possa amar / Silêncios, uivos, pulsar / Na alegria, planar”.
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