A qualidade das composições do pernambucano Lenine é inquestionável mesmo sem os apelos comerciais dos refrões fáceis à grande massa. Não é música enlatada ou palatável. Ainda assim, está nas novelas, nas rádios, na mídia. A mescla complexa da música eletrônica e regional aliada ao universo da linguagem pop criou um estilo próprio e faz de Lenine uma exceção à lamentável regra do show business brasileiro, guiada pela mercantilização cultural. O cume desta trajetória de 30 anos cujo meio do caminho estão canções como
Hoje eu quero sair só,
Dois olhos negros,
A ponte e
Jack Soul Brasileiro será mostrado nesta sexta-feira no Anfiteatro da UFRN, no encerramento da Cientec.
Lenine volta a Natal com o mais novo trabalho – Labiata – o primeiro álbum de inéditas desde Falange Canibal, de 2002. O astro pop – em meio ao popularesco casting de estrelas nacionais – explica que, ao montar esse espetáculo, levou muito em consideração o desencadear das canções, a dinâmica e o relevo sonoro, e priorizou o novo repertório. Mas também pincela algumas dos discos anteriores. "Esse show teve uma facilidade rara para mim que foi trabalhar um roteiro onde não senti necessidade de tocar canções já conhecidas. É claro que trouxe músicas que não toco há algum tempo, até porque me deu vontade de tocá-las novamente, como é o caso, por exemplo, de Nem o sol, nem a lua, nem eu. No bis, entram canções mais conhecidas", diz.
Além de estar na estrada há um ano com Labiata, Lenine está envolvido, junto com o diretor Rodrigo Pinto, no longa Continuação, que retrata o processo criativo do compositor. Após o show de Natal, Lenine embarca para São Paulo onde o documentário será exibido na 33ª Mostra Internacional de Cinema de SP.
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