Por Kil Abreuna Revista Cult
Em outra frente, o grupo de teatro atual também já não obedece às mesmas dinâmicas da chamada “criação coletiva” que marcou os anos 1970. Ali, por força da necessidade de agregação diante do momento politicamente adverso e de negação da incômoda figura centralizadora do diretor quando o artista se esforçava por protestar contra a autoridade, o teatro dissolveu as funções criativas e buscou horizontalizar as relações de poder. Hoje, sem a pressão daquela conjuntura e numa época pautada pelo pragmatismo sem culpa na divisão do trabalho, os princípios de criação modificam-se. Nos processos cooperativados da maioria dos grupos há um trânsito mais que razoável e estimulado entre uma e outra função (por exemplo, o ator como criador do texto dramatúrgico, ou o dramaturgo que trabalha criando cenas junto com os atores na sala de ensaio), mas as funções aparecem preservadas, os ofícios particulares são respeitados, havendo apenas um trânsito mais fluido entre eles. De todo modo, entender essa dinâmica, batizada genericamente pelos grupos de teatro como “processos colaborativos”, é fundamental para avaliar a fatura estética que está surgindo nessas bases.
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