Cometi o pecado do roubo, tão comum na rede interneteira. Furtei todo o post de Graco Medeiros em seu Som do Vialejo (AQUI). Inclusive com a foto com árvore de natal do Grande Ponto, início dos anos 60, também roubada do blog Alma do Beco. Foi o que de mais interessante encontrei na blogos(fera) nesta véspera de perus assombrados ou congelados. Segue, com o mesmo título criativo de Graco. E de cá, meu feliz natal burguês a Graco e a todos os amigos e, porventura, quem se sinta inimigo desta pacífico blogueiro:
POEMEU DE NATAL
Reflorestamento
(Millôr Fernandes)
No Rio a gente sensata
Lutou por uma figueira
Mas não vi um democrata
Sair de sua banheira
Pra ver a causa mortal
Da árvore de Natal.
Dava bolas, não se lembram?
Dava velas multicores
Que iluminavam, na sala,
Uma breve noite sem dores.
Ainda existem, mas poucas;
Foram sendo destruídas
Pelo atrito entre as vidas
Foram sendo desprezadas
Pelas relações iradas.
E além disso, que má fé,
Eram banhadas apenas
Com lágrimas de jacaré.
Embora, entrando pelo tubo,
O povo, a todo momento,
Não lhe poupasse adubo;
Bosta de ressentimento.
Mas será que interessa
Em nome de uns inocentes
Crescer árvores inventadas
Pela imaginação das gentes
Sem utilidade prática
Frutificando presentes
(Que brotavam das raízes)
Só pra pessoas felizes?
Nunca vi martelo ou pua
Ou uma colher de pedreiro
Frutificar nessa árvore
Fosfatada com dinheiro.
Era uma coisa maldita
Pois a praga da aflição
Crescia mais do que ela
E sem darmos atenção
Foram-se acabando as mudas;
Não houve renovação
E cercada de fome e medo
Morreu toda a plantação.
Pode ser, eu não sei não,
Pois há ainda outra versão;
Ante a violência urbana
A árvore ficou tristonha
E como não era humana
Morreu mesmo é de vergonha.
Contudo, sou da esperança,
Do “quem espera sempre alcança”
E por isso deixo aqui
Meu voto de confiança,
O meu apelo final
À árvore de Natal:
Mais popular, mais comum,
Quero ver-te renascer
Para que, em oitenta e um,
Possam os pobres te comer.
*https://www.alfredasis.cl/ASIS-PEPE-MUJICA.pdf *
*Misión cumplida, imprimiendo el libro para la biblioteca de Neruda de Isla
Negra y para hacerlo llega...
Há uma hora
Valeu, Sergim!
ResponderExcluirNo problem, friend. "Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão". Pelo menos confessamos publicamente nossos pequenos delitos, sem receber nenhum "mensalito" por tais afanos. No seu caso, é uma "mão grande" honestíssima. No meu, além de vadiagem e preguiça, procuro ser fiel à proposta do Som do Vialejo, que é tirar sarro da notícia e desafinar a cantiga do politicamente correto.
Grande abraço e um 2011 massa.
Graco Medeiros