Grupos e artistas de música gospel potiguares encontram dificuldades de espaço e públicoA música gospel parece chão fértil para bandas e artistas do estilo. A mídia divulga apresentações de astros religiosos em estádios abarrotados de fiéis, seguidores, fãs e pagãos. A vendagem de CDs desafia a contramão vivida pela indústria fonográfica. Padres, bandas evangélicas, ídolos de jovens arrebanham centenas, milhares de pessoas onde tocam e cantam. O estádio Machadão é exemplo, quando algum nome nacional é contratado sob pagamento de cachês fora da realidade local. E é essa realidade o revés do que é propagado pela mídia.
Embora o segmento gospel pareça negócio promissor, o cotidiano da maioria é igual ou pior da vivido por músicos de outros estilos musicais. Longe do sucesso estrondoso de estrelas como padre Fábio de Melo, a banda Rosa de Sharon, Fernanda Brum ou Aline Barros, bandas e artistas locais amargam a falta de espaços voltados para o estilo gospel e eventos maiores para divulgarem seus trabalhos. Assim como bandas de garagem almejam o profissionalismo, boa parte do segmento gospel espera tocar além dos louvores das igrejas e templos.
Israel Tenório é vocalista e guitarrista da banda evangélica de rock Kruyssen. São oito anos de estrada. Para sobreviver da música, Israel também toca na noite e integra o time de músicos de bandas fora do segmento gospel. Segundo ele, o contrário também ocorre. O renomado baterista potiguar Darlan Marley é exemplo citado por Israel: é evangélico, mas prefere tocar em bandas convencionais. É mais rentável. “Eu procuro levar minha banda a lugares alternativos. Já tocamos no DoSol, Casa da Ribeira, Galpão 29. É uma chance de conquistar novos públicos. Precisamos quebrar algumas barreiras musicais”, sugere.
A estrada gospel parece tão arenosa quanto os 40 dias e 40 noites de Jesus no deserto. E a busca pelo sucesso, a “terra prometida”, vai além do Mar Vermelho. Israel conta que o cachê pago a banda é menos rentável do que os “bicos” que ganha na noite. “O cenário gospel é difícil”. São poucas as bandas apoiadas por igrejas em troca de shows gratuitos. Se o colégio ou o bairro são os centros embrionários para formação de bandas de rock, são nas igrejas onde as bandas gospel começam. Músicos se conhecem e formam bandas para dar vazão às suas preferências musicais fora da igreja.
Em Natal há hoje cerca de 50 bandas e artistas do segmento gospel. O estilo predominante ainda é a chamada música de adoração, próxima aos louvores, em estilo mais romântico. O rock também é bem disseminado e mais organizado. Israel consegue promover festivais de música cristã e mescla outros estilos, como o Rock Reggae Gospel Festival. Segundo ele, não há preconceito com o estilo. “Se há é superficial, de pessoas de cultura etnocêntrica e pobre, presos à conversa ‘démodé’ do rock do cão. Estou saturado dessas conversas. Quem quiser servir ao diabo ou a Deus, sirva. Mas mesmo assim precisamos nos respeitar”.
A banda Kruyssen – vencedora do Prêmio Hangar de melhor banda gospel de 2008 – mistura religiosidade com as temáticas tradicionais do rock em composições autorais. Os músicos são experientes. O tecladista Edinho já foi indicado como melhor instrumentista no Prêmio Hangar. O baixista Miguel Sampaio acompanha o guitarrista Edu Gómez (da banda Poetas Elétricos e Eu Edu e os Caras). O próprio Israel alcançou o 3º lugar em um dos mais concorridos sites de “batalhas de guitarras”, desbancando mais de mil concorrentes.
Poderia ser uma banda de rock a tocar no Mada ou no Festival DoSol. Mas eles preferem uma compensadora estrada de espinhos: “Ao falar o nome ‘Deus’, as pessoas perguntam logo porque fazemos isso, algo que contextualmente falando, é causado pelos fanáticos. Em um país em que Buda, Iemanjá, macumbaria, são cultuados de forma aberta por cantores como Nando Reis, Ivete Sangalo, O Rappa etc., o nome de Deus ainda gera pavor no povo. Acho que a grande verdade, é que sentimos tanta vergonha do que somos, que sentimos medo de abrir a boca e fechar os olhos para falar com Deus”, desabafa Israel.
O músico acredita nas casas de shows convencionais o espaço preferido para disseminar o trabalho da música gospel. “Somos bandas de rock. E o cenário cristão é musicalmente belíssimo. Tocamos desde cedo em igrejas e estudamos harmonia antes de fazermos power chords. Os pensamentos podem ser diferentes, mas onde há respeito, pode existir amor. E daí, a convivência. Cansei de tocar em locais os quais o público bebia e fumava maconha. Não temos preconceito. Nem deveria haver com a bíblia”, ressalta.
Axé gospelE se há preconceito com bandas de rock, que dirá uma banda de axé gospel? A banda Divina Luz é das mais conhecidas do Rio Grande do Norte. E também no segmento cristão, o axé encontra mais espaço que o rock. O Divina Luz toca em micaretas cristãs pelo Brasil afora, shows em praças públicas e festas populares. Mas conforme o dito, o estilo gospel não rima com dinheiro. Segundo o vocalista Caoj, os cachês são todos revertidos para o trabalho da banda: gravações, viagens, pagamento de músicos terceirizados, etc.
“No Brasil são pouquíssimos os que vivem da música católica. Mesmo os músicos que acompanham nomes como padre Fábio de Melo, quando descem do palco vestem a farda de funcionário público”. Segundo Caoj, as igrejas católicas não têm dinheiro para patrocinar as bandas e músicos formados na igreja. Após sete anos de carreira, convites para tocar no exterior ainda este ano e reconhecimento no meio, os músicos precisam de atividades extras para tocar a banda.
Caoj desmistifica o cunho sensual e até apelativo do estilo axé. “Quem assiste nossos shows não enxergam isso. Não há exageros, ‘rebolations’ ou danças até o chão. Pode parecer estranho, mas conseguimos manter o respeito com a música suingada. Unimos a necessidade do público gospel com o estilo axé e incorporamos a mensagem católica nas letras. Unimos diversão e espiritualidade. Acho uma fórmula interessante”.
Banda KruyssenContato:(84) 8809-5709
comunidade orkut: kruyssen
www.myspace.com/kruyssen
Divina LuzContato: (84) 3088-1513 / 9969-0036
e-mail: contato@divinaluz.com.br
www.divinaluz.com.br
* Matéria publicada no Diário de Natal
dentro em breve o povo de Deus, conhecerá um espaço aonde vão se encontrar. uma casa noturna,aonde terá competição de bandas novas e já concentuadas no mercado, gênero voltado ao povo de Deus e com fins evangelísticos, para mostrar ao publico que não conhece a Deus, que gospel não é cafona, também não é uma onda que passa, é muito mais forte que isto, nós, que deveríamos ter vergonha de nos escondermos do mundo, o mundo tem que ser atraído por este amor, por não precisarmos de bebídas ou drogas para curtir e se alegrar. o povo de Deus é um povo bonito, cheio de amor, de alegria, e essa alegria o mundo não conhece, ... ainda não posso divulgar o nome o local, também não tenho ainda recursos para tal obra, más Deus ao seu tempo me abrirá esta porta, Ele já me disse.
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