"Toda mulher é meio Leila Diniz", cantava Rita Lee. Maria Rita incorpora bem a afirmação. Assim como a feminista de comportamento desviado - ou libertário - para a época, Maria Rita também encontrou sua liberdade. Para ela, a alphorria veio da música, do canto. Quem comparecer neste domingo ao Teatro Riachuelo verá. Mas Rita Lee não se engana, ou pelo menos não nessa observação. Maria Rita tem um 'q' de sensualidade, de mulher fatal, e esconde isso sorrateiramente na voz, no palco, nos gestos.
O show que Maria Rita está apresentando nesse momento tem a canção como foco e a voz como mais um instrumento em cima do palco. O repertório é mesclado entre músicas dos seus três trabalhos, assim como de projetos de amigos dos quais ela participou. Acompanhada de um trio composto de piano, baixo e bateria, apresenta canções inéditas e algumas que canta porque, segundo diz, "gosto de cantar, me emocionam".
Essencialmente é um show sem a menor pretensão de se projetar ou solidificar em um CD ou DVD. É, como ela explica ao público presente: "Um show só nosso." Possui um roteiro que diverte, emociona, mata saudades e explora novas possibilidades. Bem ao estilo Elis Regina - a mãe-estrela da música brasileira, de voz solta, com vontade de abraçar o Brasil. Maria Rita é mais contida. Faz o estilo novas bossanovistas mescladas ao samba, a exemplo da potiguar/carioca Roberta Sá.
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