quinta-feira, 20 de março de 2008

Observações banais

TEMPO
Os tempos andam meio doidos. Quando cito “tempo”, não é a época ou o presente, mas o clima. Claro, é inverno e começaram as chuvas. Tudo óbvio. Mas poucas vezes, se é que me lembro de outra, assisti a mudança de estação tão nitidamente; tão delimitada. Há três dias, um calor insuportável. A imprensa encheu o noticiário com matérias a respeito. Falava-se de uma cortina de calor devido aos prédios e à evolução natural da cidade - é sempre assim, as tendências apontam para o pior. Depois, chuvas e frio, como se o céu também estivesse cansado de tanto suor.

FILOSOFIA
Desde o início de março estão sendo ministradas palestras gratuitas de filosofia. Chamam de Curso de Filosofia à Maneira Clássica. A organização é de uma tal Nova Acrópole. O subtítulo é diz: “Para quem acredita que pode mudar o mundo mudando a si mesmo”. Pouco original, o leitor há de concordar. Mas as temáticas são interessantes. Vão desde a Odisséia de Homero ao simbolismo das Musas. A bronca é o horário e dia: todo sábado, às 18h. A próxima palestra é pós-Semana Santa (29) e traz o tema: Quem foi Giordano Bruno? A palestra é ministrada na sede da Nova Acrópole, na Prudente de Morais, 648, Tirol, próximo à Sorveteria Tropical.

CRÔNICA
Uma dica de leitura bacana é a crônica escrita por Nelson Patriota no blog http://www.substantivoplural.com.br/ O site é administrado pelo jornalista Tácito Costa e Nelson é um dos colaboradores. O assunto é gostosíssimo, como devem ser as boas crônicas. Trata da figura emblemática de Osório Almeida – personagem folclórico da Cidade Alta. Diria que o último dos comunistas potiguares. Usa até boina verde oliva, da linha chinesa. Geralmente um broche com a estampa de Lênin, também. Além, claro, de uma pesada pasta preta – o seu comércio ambulante. Osório é na verdade poeta, pintor e jornalista. Vende sua obra nas ruas. Na crônica de Nelson, ele cita ainda o pioneiro José Airton, o popular Risadinha, do qual escrevi semanas atrás sobre ele, quando o vi no Centro com uma pilha de livros seus à venda. Risadinha foi pioneiro no assunto, como atesta Nelson. É bom citar também o poeta Volunté, outro antigo no ofício.

SCORSESE
Alguém me ajude a encontrar graça no filme Novo Mundo, do prestigiado diretor Martin Scorsese. Assisti ontem e não “pesquei” nada de valia. Filme sem originalidade, com atuações pífias, sem contextualização ou pelo menos uma fotografia bacana para amenizar a porcaria produzida. Não é de hoje minha birra com o diretor. Nunca vi nada de genial dirigido por ele. Nem mesmo Os Infiltrados me agradou. O Aviador, Cassino ou Os Bons Companheiros, estão no mesmo bojo. Besta sou eu que ainda vou atrás de alguma coisa. Por outro lado, cada vez admiro mais a obra de David Lynch. O cara é genial em quase tudo que faz. O Homem Elefante é um primor. O Clube da Luta é um soco na cara da hipocrisia alheia e um retrato fiel dos novos tempos.

IMPRENSA
Li uma crítica no blog de Ailton Medeiros quanto à cobertura política tendenciosa do O Jornal de Hoje pró Rogério Marinho. Realmente fica tão evidente que o tiro pode sair pela culatra. O jornal perde sua credibilidade e a candidatura do deputado também. Mas isso é só o começo. O Jornal de Hoje apenas saiu na frente. Em breve, a imprensa em geral tomará seus partidos. Bastam as alianças político-partidárias definirem seus caminhos para os jornais, rádios e TVs escolherem também. Alguns, já se sabe de antemão. E com a maior proximidade do período eleitoral, a coisa esquenta. Não é de hoje a dependência das empresas controladoras dos veículos de imprensa aos recursos do governo. Não tem saída. Cada um que se agarre com o seu.

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