sábado, 30 de janeiro de 2010

Movimento cultural na Rota do Sol


Sob as bênçãos da lua e de três reis magos pra lá de musicais, um dos projetos mais efervescentes da história musical potiguar retoma as atividades. Uma Lua na Rota do Sol relembra a empolgação de reveillons passados e recria clima nostálgico com um que de modernidade multimídia ao reunir manifestações artísticas diversas em um mesmo espaço. O produtor Nelson Rebouças e os músicos Pedrinho Mendes e Geraldo Carvalho são os responsáveis pelo revival, realizados em edições mensais entre 2004 e 2006. Os shows acontecem hoje na Entrada do Pium, em frente à Vila Feliz.

Além de Pedro Mendes e Geraldo Carvalho, a banda regueira Zion’s Sound também apronta das suas. No mesmo espaço, show de mímica com o italiano Enzo Savone, dança do ventre com Ilza Lídia e exposição de artes plásticas de Regina Casa Forte. As apresentações começam a partir das 22h30. O valor do ingresso é R$ 10 para qualquer signo do zodíaco. A lembrar: o projeto retomado hoje estreou com o nome de Lua dos Signos, em 2003. Logo em seguida recebeu o nome atual e desde o início marca a cena musical daquelas paragens, também como opção de entretenimento.

“No ano de 2003, na casa de Nelson Rebouças, estávamos ele, eu e Pedro Mendes. Surgiu a ideia de realizarmos um evento de réveillon na passagem 2003/2004. O acontecido nos empolgou e decidimos fazer todos os meses um lual, no qual denominamos de Lua dos Signos. Foi um marco para a comunidade do Pium”, lembra Geraldo Carvalho. “Éramos três amigos nesta terra de reis. Eu e Geraldo tomamos outro rumo, embora sempre partícipes como colaboradores. Nelson seguiu com o projeto por algum tempo. Agora, voltamos os três para mais esta edição”, comemora Pedro Mendes.

O produtor Nelson Rebouças foi o único dos três mosqueteiros (ou dos três reis magos potiguares) a continuar o projeto. Durou até 2007, quando nasceu o Poticanto: Um Canto 100% Potiguar – um palco dedicado à música autoral potiguar. “Passados três anos e com o Poticanto em férias, cedi ao desejo de ressuscitar aquilo que fazíamos pelo tesão de fazer: o projeto multicultural Uma Lua na Rota do Sol, com Pedro, Geraldo e eu”. Pelo projeto já passaram músicos como Romildo Soares, Khrystal, Valéria Oliveira, Galvão Filho, Babal, Terezinha de Jesus, Erick Von Sohsten, Cida Airan, Rejane Luna, Sueldo Soaress, Cleudo Freire, a paraibana Cátia de França, e outros.

Uma Lua na Rota do Sol
Quem: Pedro Mendes, Geraldo Carvalho, Zion’s Sound e outros
Data e hora: Hoje, às 22h30
Onde: Entrada de Pium, em frente à Vila Feliz
Quanto: R$ 10
Contato: 9922-8188 / 9151-7783

Xanana do bem me quer


No Baile das Kengas, o Pierrot engole o choro e cai na gandaia. É assim há 27 anos no mais irreverente prenúncio carnavalesco de Natal. E hoje a cena se repete nos salões do América Futebol Clube, a partir das 23h. As cores rubras do escrete americano dão vazão ao colorido dos paetês e figurinos extravagantes, ou mesmo à brancura irônica da temática deste ano: “Xanana minha flor – Bem me quer, mal me quer”. O baile promete muita alegria, descontração e deboche durante a última madrugada de janeiro.

As atrações musicais da festa são a Orquestra Dom Cardoso e Seus Metais, Emblemas Funk e o cantor João Batista (do programa FAMA) e Banda. E a atração maior do evento é mesmo o desfile de tantos personagens anônimos produzidos ao extremo para expor um misto de glamour e escracho - marcas do Baile. Para esta edição, a tatuadora Dani Tattoo, em votação pela internet, foi escolhida a Madrinha das Kengas 2010 e a produtora cultural Daniele Brito será a Madrinha dos artistas.

De acordo com o produtor cultural Lula Belmont, o objetivo do baile é fixar a imagem de Natal como importante polo turístico, unindo a descontração e a irreverência daqueles que curtem o carnaval de forma espontânea e sem preconceitos, afora a expansão dos canais de participação ativa do folião natalense no intuito de contribuir historicamente para a capital potiguar. O baile também abre espaço para a participação dos profissionais da imagem no concurso “Eu Fotografei as Kengas”.

Em 1989, Lula Belmont ousou realizar o primeiro baile fechado, abrindo oficialmente o carnaval natalense. Além da presença de personalidades locais, As Kengas trazem anualmente figuras do meio artístico nacional, elegendo inicialmente como madrinha do baile a atriz e cantora de renome Tânia Alves. A presença de uma madrinha nacional resultou em sucesso absoluto o que se repetiu nos anos seguintes com a presença das madrinhas Zezé Mota, Elke Maravilha, Patrícia Travassos, Monique Evans, Maria Alcina, Watusi, Amelinha, Zezé Polessa, Márcia Cabrita, Virgínia Novick, Cissa Guimarães, Solange Couto e Preta Gil, além dos cantores Edson Cordeiro e Martinho da Vila.

Baile das Kengas
Data e hora: Hoje, às 23h
Onde: América Futebol Clube (Tirol)
Quanto: R$ 30 (individual) e R$ 120 (mesa)
Contato: 9409-4440

* Matéria publicada hoje no Diário de Natal
(foto de Alex Régis)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Quem é Dilma Rousseff?


Este email foi repassado na tentativa de manchar a imagem da pré-candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff. Fica muito claro nas palavras finais, quando o autor diz que "é esta mulher que Lula quer nos enfiar goela abaixo". O efeito, para mim, foi contrário. Li aí uma biografia digna de orgulho para qualquer brasileiro inconformado com as atrocidades ditatoriais. E que reafirma a postura de cidadã guerreira e de formação escolar de alto nível. O autor mostra extremo preconceito contra os pais da ministra - uma classe mais abastada e sem nenhum indício de enriquecimento ilícito. É pecado ser rico? Leiam e tirem suas conclusões:

Autor desconhecido

O pai dela - Pétar Russév (mudado para Pedro Roussef) -, filiado ao Partido Comunista búlgaro, deixou um filho (Luben) lá na Bulgária e veio dar com os costados em Salvador, depois Buenos Aires e, ao fim e ao cabo, fez negócios em São Paulo. Encantou-se com a professorinha de 20 aninhos, Dilma Jane da Silva (rica filha de fazendeiro), e com ela casou e viveu em Belo Horizonte, tendo três filhos: Igor, Dilma - a guerrilheira - e Lúcia. Igor morreu em 1977.

Era uma família "bon vivant", com casa enorme, três empregadas, refeições servidas à francesa, com guarnições e talheres específicos. Tinham piano e professora particular de francês. Dilma entrou primeiro numa escola de freiras - Colégio Sion - e, depois, no renomado Estadual Central.

Nas férias, iam de avião para Guarapari/ES e ficavam no Hotel Cassino Radium. Dilma, ainda jovem, entrou para o POLOP - Política Operária - e depois mudou-se para o COLINA - Comando de Libertação Nacional - Apaixonou-se e casou-se com Cláudio Galeno Linhares, especialista em fazer bombas com os pós e líquidos da farmácia de manipulação do seu pai.

Sua primeira aula de marxismo foi-lhe dada por Apolo Heringer e, pouco depois, estava em suas mãos o livrinho: "Revolução na Revolução", de Régis Debray, francês que mudou-se para Cuba e ficou amigo do Fidel e mais tarde, acompanhando Guevara, foi preso na Bolívia.

Aos 21 anos, Dilma partiu para o RJ a fim de se esconder dos militares, após o frustrado assalto ao Banco da Lavoura de Sabará. No Rio, ainda casada, apaixonou-se por Carlos Franklin Paixão de Araújo, o chefe da dissidência do Partidão; então, chegou, de chofre, e disse para o marido: "Estou com o Carlos!".

Carlos vivia antes com a geógrafa Vânia Arantes, e, sedutor, já havia tido outras sete mulheres, aos 31 aos de idade. Com ele, Dilma participou da fusão COLINA/VPR (esta do Lamarca), que deu origem, em Mongaguá, à Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares, cujo estatuto dizia:

Art.1º - A Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares é uma organização político-militar de caráter partidário, marxista-leninista, que se propõe a cumprir todas as tarefas da guerra revolucionária e da construção do Partido da Classe Operária, com o objetivo de tomar o poder e construir o socialismo."

Foi em Mongaguá, litoral paulista, que se traçou o plano da "Grande Ação", que se deu em 18 de julho de 1969, com o assalto e roubo do cofre da casa da amante do Ademar de Barros, em Santa Teresa/RJ, que rendeu-lhes 2,5 milhões de dólares, cofre aberto em Porto Alegre, a maçarico, pelo metalúrgico Delci.

Mas a organização se dividiu entre "basistas" - que defendiam o trabalho das "massas" e junto às "bases", e os "militaristas", que priorizavam a imediata e constante luta armada comunista.

A disputa pelo butim dolarizado foi ferrenha! Dilma era chamada de "Joana D'Arc da subversão". Então foi para São Paulo onde dividia um quarto com Maria Celeste Martins, hoje sua assessora imediata no Planalto.

Dedurada por José Olavo Leite Ribeiro - mantinha com ela três contatos semanais -, foi presa, armada, em um bar da Rua Augusta, juntamente com Antônio de Pádua Perosa; depois, entregou à polícia seu amigo Natael Custódio Barbosa.

Enquanto isso, o Carlos Araújo teve um romance tórrido com a atriz Bete Mendes, da TV Globo. Dilma saiu do presídio em 1973 e foi para Porto Alegre, reatar com o marido infiel.

Mas hoje, Carlos Araújo mora sozinho com dois vira-latas (Amarelo e Negrão), numa casinha às margens da lagoa do Guaíba, em Porto Alegre. Ele tem enfisema pulmonar e está com 71 anos. Diz que é feliz, mesmo a ex-esposa sendo Ministra e candidata do apedeuta/fronteiriço à Presidência da República.

Contagem regressiva ao Antigos Carnavais


Tudo pronto para a Banda Antigos Carnavais invadir as ruas do centro histórico de Natal, rumo ao Baile da Saudade na Ribeira. A banda com 50 músicos espalhando frevo para o folião sai hoje às 18h da sua concentração no Bar Amarelinho, localizado ao lado do Memorial Câmara Cascudo, com os bonecos da Severina, a Embaixatriz do Brasil e do carnavalesco Dosinho. O próprio cantor e compositor Dosinho segue em carro aberto recebendo uma homenagem especial da banda por seu trabalho musical pelo carnaval de Natal e do Nordeste. A rainha da Banda, Sámila Fernandes, segue ao lado do mestre carnavalesco e arrastando a multidão para o largo do Museu do Folclore.

A banda estimula a população a comparecer mascarada e fantasiada, lembrando os antigos carnavais, proposta que a cada ano vem aumentando, fazendo da rua uma ala especial para o povo utilizar sua criatividade e alegria num autêntico carnaval popular. A banda só tem cordão de isolamento para a banda, não há taxa para adquirir nenhuma camiseta para sair na folia. É tudo grátis. Cada folião pode levar além da sua fantasia, também seu próprio lanche ou bebida, apesar que há paradas em alguns pontos para o folião tomar fôlego e sanar sua sede ou fome. E o frevo é regra nesta banda, só toca esse hino carnavalesco, produto original do carnaval de ontem e de hoje. Frevo é a palavra de ordem na banda que percorre tocando músicas do carnaval as principais ruas do centro em cerca de quatro horas de folia.

Este ano haverá distribuição de um caldo especial e de uma batida feita com produtos da doação dos patrocinadores. Além de papangus, palhaços, colombinas, piratas e mascarados que vão engrossar as fileiras da alegria da primeira prévia carnavalesca de Natal, que a nove anos faz a alegria do povo na rua. A banda Antigos Carnavais que sai sempre com 15 dias antes da data oficial do carnaval, foi também que criou o Baile da Saudade onde ocorre a escolha do Rei e da Rainha do Carnaval de Natal.

(foto de Caio Kayan)

Rock medieval em Ponta Negra


Sacerdotes cristãos sequer vislumbraram o acompanhamento de guitarras distorcidas para incrementar os cantochões entoados à capela na distante e escura época medieval. Muito menos letras poéticas fluentes, sem o rebuscado das trovas, o erotismo de Bocage ou as métricas de Camões. Foi na dita época moderna, confusa por excelência, que a aura dos cantos gregorianos e o rock progressivo se fundiram. E advinham onde? Na Natown dos ditos “matutos cosmopolitas” há música verdadeiramente universal, de vanguarda. Mesmo que a proposta seja recriar a atmosfera da música medieval.

Quem quiser conferir essa nova sonoridade na terra de culto aos axés comerciais (os axés baianos verdadeiros têm, sim, seu valor), o nome da banda é Guitaura Medieval, liderada pelo guitarrista Onofre Neto e a musicalidade vocal de Manuella Costa. Se apresenta hoje na novíssima boate Preto no Branco, em Ponta Negra. A entrada custa R$ 10 e para quem acessar a comunidade da banda no Orkut e colocar o nome na lista, paga somente R$ 5 e ainda curte SeuZé tocando Chico Buarque e a banda VnV com os clássicos pops de Michael Jackson. Festança a partir das 22h.

As composições do Guitaura Medieval fluem em harmonia com o peso da guitarra e a delicadeza das letras. Poesia e Heavy Metal. Sentimento e emoção. Músicas que fluem do coração e são transmitidas ao público através dos instrumentos. Na formação e inspiração desde o início em 2007. Completam o grupo, os músicos Igor Rodrigues (violão) e Magaiver (percussão). No repertório, além de composições próprias, versões de músicas da banda Nightwish e Blackmore’s Night, todas em formato acústico, com violão, guitarra, percussão e voz.

Show do Guitaura Medieval
Quem: Guitaura Medieval, SeuZé e VnV
Data e hora: Hoje, a partir das 22h
Onde: Boate Preto no Branco, rua Aristides Porpino Filho, Ponta Negra
Ingresso: R$ 10 e R$ 5 com nome na lista
www.myspace.com/guitauramedieval

Socialismo no século 21

Por Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

Porto Alegre - O sociólogo e jurista português, Boaventura de Sousa Santos, defendeu hoje (28) a radicalização da democracia como forma de enfrentar as desigualdades sociais provocadas pelo capitalismo, durante debate no Fórum Social Mundial (FSM), na capital gaúcha. O professor da Universidade de Coimbra disse que “um outro mundo é necessário e é urgente”.

Durante a conferência, Boaventura fez duras críticas ao modelo de gestão de empresas privadas que utilizam a responsabilidade social para atrair mais clientes e que a saída para o atual modelo de desenvolvimento virá das periferias, das pequenas e médias cidades, capazes de fomentar uma economia solidária.

“A nossa grande arma é o uso radical da democracia. Essa forma, essa paixão que temos hoje pela justiça social. Uma democracia radical, que tem que ter lugar na fábrica, no campo, nas ruas, na escola, em todo lado. Se me perguntassem qual é o socialismo do século 21, eu diria que é democracia sem fim. Nada mais do que isso”.

A radicalização da democracia, na avaliação do sociólogo, leva em conta diferentes espaços e formas de participação popular capazes de melhorar as condições de vida das pessoas. “Queremos viver bem. Nos últimos vinte anos, o capitalismo criou valor para coisas que não poderiam ser sujeitadas ao valor, como a água e até o ar em condomínios [residenciais] da Europa. E, naturalmente, quem tem dinheiro compra, quem não tem, morre à mingua, contaminado”.

O sociólogo reconhece, no entanto, que a apropriação de mecanismos democráticos pelo povo deve gerar tensões. “A partir do momento que ela [democracia] bate contra os interesses dos privilegiados, o capitalismo não gosta e vai resistir, de maneira democrática, ou de maneira violenta. O paramilitarismo, que está aumentando no continente é uma versão violenta dessa resistência”.

“Vamos ter que criar lutas. Com conflitos, sem dúvida. Nem sempre nossa luta será legal [juridicamente legal]. Deve ser sempre pacífica, mas não vai ser sempre legal. E se calhar, teremos que fazer alguma ocupação de terra, mesmo que ilegal. Isso não é violência, não é terrorismo, tem lugar se a reforma agrária não puder avançar”, defendeu o autor do livro Para uma Revolução Democrática da Justiça.

Sempre Xico Sá

haikai para Salinger

vida, quão ordinária
fazes da morte de um recluso
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Os cantos de Maldoror

LAUTRÉAMONTÍSSIMO
Por Moacy Cirne

Provavelmente, na história da literatura ocidental não existe nada mais "subterrâneo" ou "repelente", em sua amargura existencial autodestrutiva, do que Os cantos de Maldoror, de Lautréamont, publicado em 1869: porrada pura. Um soco no estômago de tal modo violento que a sua leitura não é para qualquer um, sobretudo aqueles mais sensíveis. Não há, inclusive, sequer como classificá-lo dentro dos padrões literários conhecidos. Prosa poética? Só se for como uma prosa poética que renega a poesia, a emoção pensada de forma "tradicional", ou mesmo qualquer sentido de humanismo ou humanidade. Um livro que vai além do livro, que vai além da literatura, até por que não tem uma "história" no sentido comum do enredo. E mais ainda: que vai além do próprio desespero, com suas perversões e crueldades inimagináveis. Um livro único escrito com sangue, suor e porra. Se o Demônio existisse, diríamos que Maldoror seria de sua autoria. Ou seja, uma obra-prima.

Do blogueiro: Fiquei curioso para ler esse livro. Meu receio é quando Moacy cita o estilo próximo ao da "prosa poética". Associei de imediato a Fausto, de Goethe. Simplesmente não consegui ler esse livro. E juro que tentei, com dicionário ao lado. Foi inútil. Preferi as inúmeras resenhas a respeito. Vou averiguar essa obra de Lautreamont. Se Moacy puder estreitar os caminhos...

Promoções de cinema e estreia de No Meu Lugar


O drama “No Meu Lugar”, de Eduardo Valente, entra em cartaz no Cine Cult do Cinemark amanhã. Até 4 de fevereiro, sempre às 14h, o espectador assiste ao longa pagando R$ 7 (inteira) e R$ 3,50 (meia) pelo ingresso, em qualquer dia da semana – incluindo sábado e domingo. E a partir de fevereiro volta a promoção “Segunda Imperdível”. Às segundas-feiras do mês o público poderá assistir a qualquer filme, em todos os horários, pelo valor promocional de R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia) por ingresso. O desconto não é válido para as sessões na sala 3D. Nos dias de promoção, o snack bar também venderá um combo especial (pipoca promocional + refrigerante 300 ml + bombom Serenata de Amor) por R$ 3,50. A programação completa dos cinemas pode ser consultada no site www.cinemark.com.br

iPad x Netbooks


Por Bruno Garatonni, editor da Super Interessante

Ok, a expectativa era quase irreal. Afinal, o que a gente queria? Que a Apple reinventasse as leis da física e aparecesse com uma tela mágica, feita de papel eletrônico colorido, dobrável, 3D, de alta resolução e além de tudo barata? É, era isso. Não tendo isso, podiam ao menos ter inovado um pouco - o iPad tem ZERO de avanço em design e tecnologia. Mas ele é um enorme passo para o mercado de tecnologia - porque, basicamente, a Apple inventou uma nova categoria de produto, que pode matar os netbooks. E isso levanta algumas questões.

1. Como e-reader, ele não presta. Por mais que você goste da Apple, não vai querer ler um livro nessa tela - um LCD comum, como o do seu computador. Cansa. E revistas, dá pra ler? Dá. Eu assino, porque é mais barato, algumas importadas em versão digital. E nos últimos meses, as maiores editoras do mundo - donas da Wired e da Time, entre outras - disseram estar desenvolvendo revistas digitais para o iPad. Mas você ouviu alguma coisa sobre isso ontem?

Não. Nada. E sabe por que? É ruim ler revistas em LCD. É difícil se concentrar a ponto de ler qualquer coisa com mais de 2 páginas. As editoras de revistas não sabiam que o iPad teria essa tela convencional, de LCD. Elas achavam, como todo mundo, que a Apple iria fazer algo revolucionário. Quando viram que não ia, pularam fora. Simples. Talvez algumas revistas até ganhem versão para iPad. Mas serão um fracasso - ou, no máximo, um sucesso beeem modesto.

O tablet da Apple não vai mudar, nem salvar, a mídia impressa. Sorry. Mesmo porque, já que você está lendo num LCD mesmo, por que preferiria acessar uma revista e não um site? O que nos leva ao próximo ponto.


2. Mas é um ótimo netbook. A tela é menor do que parece (9,7 polegadas é pouco), e não é nada fácil escrever e-mails/twits no teclado virtual - como você precisa segurar o iPad com uma das mãos, só dá para digitar 'catando milho'. Mas o iPad uma enorme vantagem sobre qualquer netbook - o sistema de navegação touchscreen e com zoom, igualzinho ao do iPhone. É muito, muito, muito melhor navegar no iPad, que roda bem rápido, do que em qualquer netbook com o (horrível) processador Atom.
E a bateria também é show. Pode apostar que ela não dura 10 horas, como diz a Apple. Mas aguenta muito mais que a de qualquer netbook.


3. Só tem um problema. Você acha o Acer Aspire One, o mais fuleirinho dos netbooks, por R$ 650. Já o iPad vai chegar ao Brasil por uns R$ 1800 (1300 no contrabando). Mesmo considerando que é um produto Apple, todo estiloso, acho difícil que muita gente se disponha a pagar o dobro (ou o triplo) do preço de um netbook - por um aparelho que não é nada mais do que um. Não dá, gente. Afinal, por R$ 1800 você compra um laptop de verdade.

* * *
Em suma: a Apple tinha que lançar o tablet. O mercado estava exigindo. Se fosse mais barato, eu teria um. Não deu pra fazer a tela de OLED? Não deu (o preço passaria de US$ 1000). Mas tudo bem. Só achei sacanagem cobrar US$ 130 a mais pelo 3G. Isso foi um chute na canela. E, pelo amor de deus, habilitem o Flash no navegador! Também não gostei de ver a Apple dizendo que o iPad é "mágico e revolucionário". Menos, Steve. Menos.

Tuitando com Mário Ivo

mario_ivo o buraco da catita será revitalizado pela prefeitura (R$ 33.120,02) - tão novinho o buraco e já precisando de revitalização

Qual a melhor seleção brasileira?


No livro As melhores seleções brasileiras de todos os tempos, o narrador e apresentador Milton Leite - aquele que chamou Rogério Ceni de chato sem saber que estava no ar - elege as principais representantes das seleções brasileiras de futebol em Copas do Mundo. Considerando não só as vitórias, mas também a qualidade técnica, o jornalista nos apresenta o retrato de seis equipes marcantes para a história do esporte. O livro começa com o time de 1958 e a equipe bicampeã de 1962. Em seguida, retrata a seleção de 1970, a brilhante e eliminada formação de 1982 e o e tetracampeonato de 1994. Termina com o penta de 2002, equipe campeã depois de um amargo vice em 1998 e uma classificatória conturbada.

“A ideia do livro é reunir histórias e personagens das grandes campanhas nacionais no esporte mais popular do planeta. Mas quando o título começa por 'melhor' ou 'melhores', é claro que a obra remete a escolhas, comparações”, explica o autor, que ouviu e entrevistou diversos craques, técnicos e especialistas no assunto. Uma constelação de gênios do futebol como Djalma Santos, Zagallo, Pelé, Tostão, Carlos Alberto Torres, Zico, Falcão, Júnior, Batista, Carlos Alberto Parreira, Bebeto, Mauro Silva, Cafu, Marcos e Ronaldo, concedeu entrevistas exclusivas ao autor.

Das seis seleções retratadas no livro, duas conseguiram unir o futebol bonito, de alta qualidade técnica, à conquista do título. As equipes de 1958 e de 1970 foram campeãs jogando um futebol irrepreensível – tanto que as duas sempre aparecem nas mais variadas enquetes sobre as principais equipes de todos os tempos. O time que venceu em 1962 era praticamente igual ao de 1958, mas, envelhecido, não teve o mesmo brilhantismo de quatro anos antes, como os próprios integrantes daquele grupo deixam claro no capítulo que trata da conquista no Chile.

No caso das duas últimas conquistas, 1994 e 2002, sofremos de forma igual nas eliminatórias e encontramos realidades distintas durante as Copas. Ambas saíram do Brasil desacreditadas. Uma conseguiu a taça com um futebol pragmático e pouco espetacular e a outra mostrou mais habilidade que o esperado no decorrer da competição. Os méritos delas estão na incrível superação, a união dos grupos dentro de campo e o de somar ao país os cinco títulos mundiais. Feito que nenhum outro país conseguiu até hoje.

No entanto, nem todo grande time consegue vencer, mesmo entrando para a história pela qualidade que apresenta em campo. A seleção de Telê Santana, derrotada na Espanha, tem um capítulo a ela dedicado – o que provavelmente será motivo de polêmica, já que para muitos torcedores e especialistas, time bom é o que vence. “No capítulo da Copa de 1982 entra em ação a minha memória afetiva, e um carinho particular por aquele grupo, que só aumentou durante a execução do trabalho”, justifica. Uma equipe que saiu do Brasil como grande favorita, fez uma campanha irretocável... até a derrota.

Terão sido essas, de fato, As melhores seleções brasileiras de todos os tempos? Isso cabe ao leitor decidir após conhecer os detalhes das seis campanhas. Afinal, quando se discute futebol, a polêmica sempre entra em jogo.

As melhores seleções brasileiras de todos os tempos
Autor: Milton Leite
Formato: 16x23 cm; 224 páginas
Preço: R$ 33,00

Filme raro encerra mostra do Antigos Carnavais

A mostra de Cinema da Banda Antigos Carnavais apresenta hoje, no Bar Amarelinho, Centro de Natal, um documentário inédito de 10 minutos produzido nos anos 60. Coisa rara, encontrada no Museu do Som e da Música, no Rio de Janeiro.

O filme de autoria desconhecida apresenta o prefeito José Pinto premiando integrantes da Imperatriz do Samba, Malandros do Samba, Asa Branca entre outras entidades do carnaval natalense da época. Há cenas de carnaval nos clubes Assen, ABC, Clube de Sargento da PM e do Alecrim F. C. Uma filmagem rápida do corso na avenida Deodoro e imagens da rainha Diva Nobrega, do Rei Paulo Maux, do Djalma Maranhão e de outras personalidades do século passado, fazem parte do documentário Carnaval em Natal dos Anos 60.

Neste encerramento da mostra iniciada segunda-feira, haverá o ensaio geral da Banda Antigos Carnavais com a rainha do evento, Sámila Fernandes e do homenageado especial Dosinho. A Capitania das Artes vai oferecer aos convidados um coquetel.

A banda Antigos Carnavais sai amanhã, às 18h. A banda inicia seu frevo com musicas de Dosinho a partir das 17h no Bar Amarelinho, ao lado do Memorial Câmara Cascudo.

E aí vem a reclamação de Gutenberg Costa: "O principal patrocinador da prévia reduziu muito a quantidade de camisetas da Banda Antigos Carnavais e o suvenir será distribuído apenas aos foliões ligados a estrutura do evento. Apenas 400 camisetas foram confeccionadas e para uma banda que arrasta quase 10 mil foliões, isso é muito pouco. Ambos - a banda e o patrocinador - saem perdendo no primeiro evento tradicional do carnaval natalense. Afinal no próximo ano, a Banda Antigos Carnavais vai completar 10 anos de folia nas ruas de Natal às custas de muita luta em prol do carnaval do Rio Grande do Norte. Respeito é bom".

"O" filme "do" cara

Uma maratona de 20 filmes brasileiros numa semana e uma mala com outros 50 longas em DVD. Desse mergulho no cinema nacional, o crítico francês Fabien Gaffez espera achar "o" filme para levar ao Festival de Cannes, em maio. A bronca é ele que o filme Lula, o Filho do Brasil é o melhor só porque Lula é “o” cara, segundo o Barack. O filme do Barretão perdeu boa oportunidade de virar clássico.

Entrevista - Valéria Oliveira


A compositora e intérprete Valéria Oliveira se reinventa a cada novo trabalho. Mesmo quando a moda remete à nostalgia. É que os velhos bolachões voltam à tona pouco a pouco. E Valéria - sempre vanguarda desde os shows no Boca da Noite, na década de 80 - aproveita o embalo recente e lança o álbum No AR também em vinil. É a onda cult dos bolachões. E Valéria Oliveira sabe surfar na crista da onda quando o assunto é promoção, talento e novidade.

Entrevista - Valéria Oliveira

O excesso de novidades eletrônicas e tecnológicas têm provocado um revival às mídias mais antigas, a exemplo do vinil?
Talvez esse seja um dos motivos, mas acredito que existam outros que motivaram alguns artistas a apostar no bolachão. Muitos nunca deixaram de curtir o vinil. É o meu caso. Tenho uma paixão por vinil e curto o ritual de escutar, escolher e trocar o lado A, o lado B e tal. Além disso, o vinil registra com fidelidade o som que é tocado, sem compressões, sem perder praticamente nada da naturalidade da execução. Outra coisa, decisiva para que apostássemos no vinil, foi perceber, durante nossa viagem aos Estados Unidos para participar do Festival SXSW, que a tendência da volta do vinil está ganhando força. Vimos uma oportunidade de estar no ar com um diferencial competitivo ao novo trabalho.

Como está a procura pelo vinil No Ar nesse início de divulgação?
Estou muito animada. Esta semana, quando soube do vinil No AR, a Tratore, maior distribuidora de discos de artistas independentes do Brasil, nos procurou para distribuir o vinil nas principais lojas de São Paulo. No pacote, distribuirá para todo o Brasil e também no exterior, o cd NO AR além de comercializar as faixas on line. Na verdade, fizemos uma tiragem limitada do vinil com propósito principalmente promocional para nossa turnê que acontecerá a partir de maio. Agora vamos administrar os resultados que surgirem.

Há projeto de captação de recursos junto à Lei Djalma Maranhão para iniciar turnê em Natal, São Paulo e Rio de Janeiro. Como estão os preparativos? Soube que tem sido montada assessoria de imprensa em Sampa...
Pois é, pretendemos iniciar em maio assim que tivermos os recursos assegurados via a Lei Djalma Maranhão. No entanto, já iniciamos os preparativos com força total. Estamos conversando com o artista plástico Ítalo Trindade sobre a possibilidade em tê-lo assinando o cenário do show NO AR. Contratamos a empresa Ponto & Vírgula de São Paulo, especializada em assessoria de imprensa, para divulgar o nosso trabalho. Pretendemos iniciar a turnê com uma parcela da mídia especializada e parte do público já tendo escutado o disco NO AR. Por meio da Tratore, pretendemos em breve ter nosso disco à venda em todo o Brasil. Na próxima semana, viajamos para São Paulo para fazer novos contatos e alguns acertos para o show. Paralelamente, estamos contatando as empresas de Natal em busca de patrocínio. É bom lembrar que as empresas que apóiam projetos pela Djalma Maranhão repassam simplesmente 20% de seu ISS sem precisar entrar com nenhum valor de recursos próprios. À propósito, os empresários que queiram apoiar o nosso trabalho e a música do RN podem nos contatar pelo email producao@valeriaoliveira.mus.br

No myspace você disponibilizou, por tempo limitado, uma música do vinil para download. Alguns colocam o CD inteiro. Outros não colocam nada, são contra. Qual sua opinião sobre o livre acesso à música na internet?
Na verdade, o remix de Romance à Francesa que só tem na versão em vinil está para download sem prazo limitado e desejamos que os internautas baixem, toquem e dancem à vontade.Com relação às outras músicas que estão em cd e em vinil, temos, desde o lançamento, disponibilizado, a cada quinzena, duas novas músicas. Até o presente, já disponibilizamos o cd inteiro em doses homeopáticas. Queremos manter contato permanente com nosso público e por isso apresentamos as novidades permanentemente, inclusive algumas músicas gravadas, na mesma ocasião de NO AR, mas que não entraram no disco. O nome do disco NO AR não foi à toa. Minha música não quer calar. Cada um pode escolher como quer se aproximar dela. Seja por meio do o vinil, do videoclipe, dos downloads gratuitos (para isso tem que ficar ligado nas musicas que estarão disponíveis em cada quinzena), do cd físico, da compra digital faixa a faixa, que estamos programando com a Tratore, enfim... gosto desse conjunto de ações.

* Matéria publicada hoje no Diário de Natal

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

De mamilos e grandes lábios


Essa tal Ângela Bismarchi pode ser confundida facilmente com uma boneca inflável de tanta cirurgia plástica. Com um diferencial: as bonecas ainda tem "aberturas" em suas partes íntimas. Vejam: a modelo retirou os mamilos e parte da vagina para desfilar totalmente nua no carnaval 2010, sem a necessidade de tapa-sexo. E mais: não bastasse, lacrou o órgão genital num procedimento conhecido como joint.

De acordo o Wagner Moraes, marido pombão em abstinência e também médico cirurgião plástico de Ângela Bismarchi, o procedimento joint consiste em retirar parte dos grandes lábios vaginais e fechar o corte vaginal com uma cola especial, fazendo a vagina sumir. Assim mesmo, como um toque de fada. Dizem que o celular do Wagner não para de tocar. Maridos do país inteiro querem realizar o procedimento joint no corpo inteiro de suas respectivas.

Segundo Wagner, o procedimento é indolor às mulheres. O candidato a corno pela metade não mencionou qualquer reclamação a respeito de falta de sexo durante o carnaval, durante a entrevista cedida à agência ACT. O médico explicou ainda que os mamilos também foram retirados e guardados juntamente com os lábios da vagina em nitrogênio liquido, preservando assim totalmente a sua "integridade", igual a cobra de laboratório imersa no álcool.

Ângela, de 37 anos, se diz muito ansiosa para mostrar a novidade na avenida. "Ficou lindo, totalmente exótico e bastante sensual. Está inchado ainda, mas dentro de duas semanas já poderei ver o resultado. Estou louca pra desfilar a novidade na Sapucaí". Enquanto isso, o maridão, inchado de raiva e seco feito a muléstia, já se prepara para a abertura do lacre através do procedimento chamado Foda, e já demonstra temeridade quanto à aproximação da Semana Santa.

Ângela ainda acrescentou que o procedimento foi mais um sonho realizado. "Eu fiz isso pelos meus fãs, que eu adoro. E também é um grande sonho poder desfilar na avenida sem nenhuma conotação sexual, somente em louvor ao samba e ao meu corpo" revelou. Ao que o marido respondeu: "Louvado seja, amém".

A modelo desfilará na Acadêmicos do Salgueiro, que será a quinta escola no domingo, dia 14 de fevereiro. A essa altura, quem desejar entrevistas com o Wagner, basta procurar em cima das paredes. A escola também promete inovar fazendo uma homenagem para Michael Jackson na avenida. E o maridão, para não ficar por baixo, também fará a sua: um jackson five contra one.

Melhor (?) Show do Ano em 2009

Ora, ora, a Funcarte receberá o Prêmio Cultural Melhor do Ano, do site Agenda Potiguar por ter promovido o show considerado o melhor de 2009: Bibi Conta e Canta Piaf, apresentado no Auto de Natal, interpretado pela atriz Bibi Ferreira. Detalhe: esse mesmo show foi apresentado, pelo menos, outras três vezes em Natal e nunca recebeu nenhuma comenda. Talvez essa premiação tenha sido criado este ano. Não sei. E caso haja o prêmio Estúpido do Ano, favor agraciar o produtor de Bibi Ferreira. A escolha foi feita por uma comissão julgadora formada por cinco jurados, sendo um jornalista, um publicitário, um historiador, um produtor cultural e um músico. A premiação acontecerá nesta sexta-feira no Sgt. Peppers de Ponta Negra, às 20h.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Entrevista com Rodrigues Neto


“A cidade precisa contar sua história pela arquitetura”

Jornalista renomado e o mais novo presidente da Fundação Capitania das Artes, Rodrigues Neto é, antes de tudo, um espirituoso. Após largar a direção geral da TV Ponta Negra para comandar o turbulento barco da gestão cultural do município, Rodrigues Neto tem travado batalhas constantes contra a burocracia para fazer a cultura de Natal avançar, sobretudo em uma área de interesse dos arquitetos e, claro, do natalense como um todo: a preservação do patrimônio arquitetônico e histórico da cidade.

Formas: Natal está prestes a ter sua fisionomia arquitetônica modificada?
Rodrigues Neto: Uma das coisas mais interessantes das ações culturais do Governo Federal é o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) das Cidades Históricas. A cidade do Natal tem 410 anos de história. E ela tem um patrimônio, um sítio arqueológico, um acervo arquitetônico destruído, abandonado. É diferente das cidades históricas mineiras, em que tudo está muito bem preservado. Recentemente, Salvador teve o Pelourinho todo revitalizado com recursos próprios. E hoje, Natal desperta, de forma consistente para esta importância. Temos ainda um departamento de patrimônio material e imaterial pequeno e investimento idem. A expectativa agora é que consigamos vislumbrar um trabalho maravilhoso dos nossos arquitetos a partir da garantia desses recursos federais.

Formas: O pensamento, então, é de recuperar os trechos históricos da cidade...
Rodrigues Neto: O momento agora é de repensar Natal. A cidade precisa ter sua história contada. Estamos à véspera de uma Copa do Mundo. Sua cultura deve estar preservada. Seus casarões, logradouros... O sítio histórico mais importante que temos hoje, do ponto de vista arquitetônico, é a Ribeira. No entanto, só vemos fachadas restauradas na gestão do prefeito Aldo Tinoco. Na verdade, muito mais uma pintura. Não havia um projeto aprofundado como o do PAC das Cidades Históricas.

Formas: Os recursos advindos da Copa do Mundo serão empregados em benefícios estruturais à cidade que fogem à preservação do patrimônio histórico. Como unir a importância da conservação histórica e a necessidade de modernização?
Rodrigues Neto: Não sei porque houve tanta crítica quando falei a respeito do turismo cultural. Precisamos vender nossa cultura ao turista. Ele precisa e quer ver o que nós temos em termos de cultura e história. É melhor que vir explorar sexualmente nossas crianças e adolescentes. Essa concepção de cidade moderna é projetada para o futuro preservando a sua história. Temos áreas para receber a modernidade. Precisamos tirar as 77 favelas de Natal – essas manchas urbanas criadas por fatores sociais diversos – e recuperar nosso patrimônio arquitetônico.

Formas: Quais os impactos deste desleixo histórico com o patrimônio?
Rodrigues Neto: Onde nasceu Câmara Cascudo? Na Rua das Virgens. Mas não existe mais a Rua das Virgens. Sabe-se que foi na Ribeira. Como a história é recente, ainda temos relatos. Mas todo o histórico do Rio Grande do Norte é muito polêmico e muito se deve a esse descaso com o patrimônio arquitetônico e histórico. Outro exemplo foi o massacre de Uruaçu e Cunhau. Foi estudado por vários historiadores e muitos polemizam a veracidade da versão mais aceita. Monsenhor Francisco de Assis conseguiu identificar recentemente o conhecido massacre. Mas faltam registros históricos suficientes. E será que Evita Perón, Saint Exupéry passaram por Natal? Ninguém consegue provar. E isso tudo são dúvidas recentes. A própria fundação da cidade tem três linhas defendidas por historiadores e antropólogos. Imagine o que já se perdeu na época do Império. O primeiro palácio do Governo, por exemplo, está caindo...

Formas: Esse projeto será um recomeço mesmo que tardio da recuperação histórica da cidade?
Rodrigues Neto: Vamos tentar recuperar prédios decadentes e tombar alguns patrimônios. Sabemos que têm alguns tombados pelo patrimônio federal e estadual. São muito poucos para uma cidade de 410 anos. Ora, passou-se aqui um presidente da República americano junto com o presidente Getúlio Vargas para traçarem um pacto da OTAN. Desceram aqui em um anfíbio no Rio Potengi e seguiram para a Rampa, que em qualquer lugar do mundo estaria preservado e serviria de atração turística, mas está abandonado.

Formas: Como se dará a distribuição desses recursos?
Rodrigues Neto: É uma parceria entre o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e a Unesco, com a contrapartida de 20% do município. Serão R$ 25 milhões investidos. Cabe a prefeitura empregar R$ 5 milhões no projeto.

Formas: E qual o primeiro passo?
Rodrigues Neto: Vamos começar pelo Corredor Cultural. Seria a ligação da Cidade Alta com a Ribeira e seus entornos: nossos dois principais sítios arquitetônicos e históricos, por onde a cidade nasce e cresce em seus primeiros anos. Temos ainda Petrópolis e Tirol. Não sei precisar a data do início das obras, mas será ainda neste semestre.

Formas: Quem será o arquiteto responsável pela elaboração do projeto?
Rodrigues Neto: Haroldo Maranhão. Ele já tentou implantar projeto na gestão do então prefeito Garibaldi Filho, depois foi o responsável pela revitalização da Ribeira no governo Aldo Tinoco – projeto patrocinado por uma marca de tinta coral. Acontece que após elaborar estudo minucioso do ponto de vista histórico, antropológico e cultural a respeito dos prédios da Ribeira, começou o trabalho de revitalização e teve que interromper porque a gestão de Aldo terminou. À época, ele não teve condições e acesso à computação gráfica como tem hoje.

Formas: Ele aceitou o convite mesmo após essa decepção?
Rodrigues Neto: A princípio, não. Ele reclamava do cansaço em preparar mão-de-obra qualificada para identificar que tijolo tal foi de época tal, a identificação dos estilos e peças arquitetônicas, enfim. E tudo é muito trabalhoso justo pela má conservação histórica dos prédios. Por exemplo: há boatos que afirmam que o poeta Jorge Fernandes morou na Rua Vigário Bartolomeu, mas ninguém sabe precisar. Não há provas de que o poeta Ferreira Itajubá viveu, realmente, na Rua Chile. Em outras cidades como Ouro Preto e Mariana a arquitetura fala por si ou há referências indicativas e explicativas na própria edificação. Haroldo aceitou elaborar novo projeto porque agora há a garantia dos recursos. É um projeto irreversível, mesmo com a mudança de governo. Até porque são vários ministérios envolvidos.

Formas: Outro nome chegou a ser cogitado?
Rodrigues Neto: Não, mas temos uma geração maravilhosa de arquitetos que vem lá de Marconi Grevi até a boa leva de hoje com Marília Sá, Olga Portela e tantos outros também atuando em outro filão que é a arquitetura de ambientes em prédios suntuosos. Temos artistas plásticos como o próprio Demétrius, super modernos que trabalham junto com os arquitetos. Hoje todo mundo quer uma casa funcional, confortável e de arquitetura assinada por grandes profissionais.

Formas: Estamos à véspera do Carnaval. Como está a organização para os festejos?
Rodrigues Neto: Nossa meta e crescer um pouco mais a cada ano. Falta a Natal a cultura de curtir a época na cidade. Diante dos muitos anos de decadência, as pessoas migram para cidades do interior como Caicó, Macau, Areia Branca. Alguns de classe média ou classe média alta vão para fora do Estado. Natal já teve dos melhores carnavais do Brasil. Queremos levar ao turista muito mais do que descanso, mas também curtição carnavalesca. Temos a Redinha, onde o carnaval não para. As Rocas como berço do samba que se sustenta mesmo sem estrutura adequada. Veja que Olinda investe R$ 45 milhões do erário público no carnaval para o turista curtir uma semana inteira. Aqui queremos a parceria com a iniciativa privada, cada um com R$ 1,5 milhão. E até o empresariado acreditar que Natal tem carnaval com segurança, opção de carnaval em diferentes pólos culturais, rede hoteleira de qualidade, leva algum tempo. Queremos, no futuro, que o carnaval seja totalmente patrocinado pela iniciativa privada.

Formas: A decoração do Natal em Natal será aproveitada no carnaval?
Rodrigues Neto: Já conversei com alguns artistas plásticos. Vamos trabalhar muito com a reciclagem. Há três associações de reciclagem em Natal. Então, vamos buscar nas garrafas Pet, latinhas de cerveja e refrigerante a nossa matéria-prima para a decoração, inspirada no resgate dos antigos carnavais. E que seja uma decoração aproveitável em outros carnavais.

* Entrevista concedida à Revista Formas, publicação mensal voltada ao ramo da arquitetura.

Avatar bate Titanic em arrecadação

Era questão de tempo. Desde sua estreia, em dezembro do ano passado, Avatar tem sido citado ao lado de números grandiosos. Além de ter atingido a marca dos seis milhões de espectadores no Brasil no último final de semana, o filme de James Cameron ultrapassou Titanic nas bilheterias mundias com arrecadação de US$ 1,858 bilhão em seis semanas de exibição (dados do Box Office Mojo). A informação, confirmada pela Century Fox, vem acompanhada de outra especulação: a de que, em breve, o filme também deve bater, em números, o "Titanic" nos EUA.

Verão em Extremoz

Bem baratinho e bacana a programação do verão promovida pela prefeitura de Extremoz. Do contrário eu soltaria os cachorros já que a praia de Santa Rita e Redinha Nova, pelo menos, carece de toda a infraestrutura de iluminação, segurança e limpeza. Será nas praias de Pitangui e Jenipabu. A partir deste sábado o projeto Verão Legal tem início em Pitangui com apresentação da Banda de Música de Extremoz e em seguida a largada da barqueata, que seguirá da praia de Pitangui até Jenipabu, retornando em seguida para Pitangui.

A programação cultural oferecerá apresentação do grupo Teatral Barraco das Artes e grupos de dança e capoeira. No final da manhã haverá “aulão” de ginástica aeróbica, animada pela Banda de Música, que tocará frevos. Nas areias de Jenipabu, simultaneamente, haverá torneios de futebol de praia e vôlei de areia feminino e masculino, que estarão concorrendo a troféus e medalhas. As inscrições para o torneio são gratuitas e podem ser feitas até 28 de janeiro, no Estádio de Futebol no centro de Extremoz, das 8h às 12h.

Cinema nas escolas

O grupo Neoenergia está viabilizando parceria com a Sincrocine Produções Cinematográficas para implantar o projeto Tainá Cinema na Escola. A iniciativa será firmada através de parcerias com as secretarias de educação dos municípios de Natal, Recife, Salvador e Rio de Janeiro. As obras Tainá – Uma Aventura na Cidade, Tainá 2 – A Aventura Continua e Tainá 3 – Na Selva da Cidade, que deverá estrear no segundo semestre deste ano e tem um investimento de R$ 1 milhão são destinadas ao público infanto-juvenil e abordam temas importantes relacionados a questões culturais, econômicas e ecológicas. A idéia do grupo Neoenergia é aproveitar as temáticas que os filmes suscitam para utilizá-los como ferramenta pedagógica e fomentar discussões e debates no universo escolar. Dado o recado.

Resultado do Prêmio Fapern de Jornalismo

Os vencedores da terceira edição do Prêmio FAPERN de Jornalismo foi divulgada agorinha. O Diário de Natal sai orgulhoso com mais um prêmio do editor de fotografia do jornal, Eduardo Maia e mais ainda com a menção honrosa à repórter Adriana Amorim, profissionais competentes e esforçados. Só não entendi a falta de premiação exclusiva às matérias publicadas na internet. Elas concorrerem como mídia eletrônica junto com as reportagens televisivas é um erro. Seguem os premiados:

PROFISSIONAL

Jornalismo Impresso - NaSemana
Luana Ferreira, com o trabalho “O que você sonhou hoje?”

Jornalismo Eletrônico - Sim TV
Larisse de Souza, com o trabalho “RN: Aqui se faz ciência”

Fotojornalismo - Diário de Natal
Eduardo Maia, com o trabalho “Vida nova ao alcance das mãos”

ESTUDANTE

Jornalismo impresso - Correio da Tarde
Leandro Igor Vieira Ferreira, com o trabalho “Energia solar para todos”

Jornalismo eletrônico - TV Universitária
Dayanne Cristine de Oliveira Leite, com o trabalho “Projeto Adobe”

A comissão julgadora concedeu uma Menção Honrosa à jornalista ADRIANA AMORIM - do DIÁRIO DE NATAL - pelo conjunto de seu trabalho e pela grande contribuição prestada à divulgação científica no estado.

Nessa terceira edição houve um aumento significativo no número de trabalhos inscritos em relação ao ano anterior. Em 2008, a comissão julgadora avaliou 24 matérias jornalísticas, enquanto agora esse número foi de 64.

A Comissão julgadora foi formada pelos jornalistas Rejane Cardoso, Luciano Oseas, professor do curso de Comunicação Social da UFRN, Valéria Credidio, chefe do Departamento de Comunicação e Artes da UnP, Ana Lúcia Gomes, professora do Curso de Comunicação Social da UERN e Zilene Costa, da Secretaria de Comunicação Social do Governo do Estado.

Entrevista - Fernando Luiz


Desde crooner do conjunto Apaches, Fernando Luiz construiu 40 anos de carreira dedicada à música popular

Brega é gíria baiana para designar puteiro, segundo Caetano Veloso escreveu em seu livro Verdade Tropical. O gênero é discriminado desde muito antes. Fernando Luiz sabe disso. O autor de Garotinha começou a carreira profissional em 1969, quando cantores e compositores bregas como Odair José eram abominados pelas bandas de rock e astros da MPB. Do rock potiguar ao programa do Chacrinha, das boates cariocas à venda avulsa de livros, dos shows no circo à música brega e ao trabalho de resgate da música romântica potiguar, são quatro décadas de vivências, lutas e vitórias musicais comemoradas amanhã com o lançamento do DVD Fernando Luiz: 40 anos de música.

O show tem a personalidade do artista: no bairro de Felipe Camarão, aberto ao público e repleto de convidados também reconhecidos pela representatividade popular: Júnior Grafith, José Orlando, Messias Paraguai, Lane Cardoso, Carlos Alexandre Junior e outros. No repertório, 12 dos maiores sucessos de Fernando Luiz, pout-pourri com sucessos do brega que marcaram época, duas canções em inglês para registrar o início da carreira como crooner da banda Apaches, além dos hits de cada convidado. “José Orlando, por exemplo, vem só para cantar Pistoleiro do Amor. Veja que prestígio, como eu sou chique”, brinca o cantor, que junto com Carlos Alexandre e Gilliard, foram os artistas-solo que mais divulgaram o nome do Rio Grande do Norte fora do Estado.

E o chique, no tempo-hoje, rima com cult. O brega, em tempos de cólera, é cult. Odair José é cultuado por gregos baianos, atenienses roqueiros e babilônicos de toda sorte. Um reconhecimento tardio. Há 30 anos, Odair, Fernando Mendes e Amado Batista vendiam milhões de discos e cobriam os prejuízos das gravadoras que apostavam nos astros da música tropicalista e roqueira. Essa é a Verdade Tropical: o brega financiava a MPB. E aquele mesmo Caetano Veloso – o do brega = puteiro – regravou Fernando Mendes recentemente e redescobriu o sucesso comercial com “E agora, que faço eu da vida sem você...”. E há que se concordar: o brega, assim como o puteiro, agrada desde o pobre mais matuto até o rico mais arrogante.

Entrevista – Fernando Luiz

Nos fins dos anos 60 e psicodélica década de 70, a música em Natal girava em torno do rock e das bandas de baile. Como foi esse início de carreira e como chegou ao brega?
Quando cheguei de Nova Cruz a Natal, em 1969, as bandas tocavam rock. Desde Renato (e seus Blue Caps), até Beatles, sucessos internacionais e MPB. O brega era música abominada. Quando entrei no conjunto Apaches, usava barba, macacão jeans, aquela coisa roqueira. Mas minha infância foi ouvindo Anísio Silva, os boleros do Trio Irakitan, e quando morava em Natal ouvia Jerry Adriani, Wanderley Cardoso...

Era vocação, então.
Minha imersão no brega propriamente dita foi em 1982. Antes disso viajei ao Rio de Janeiro em 1974. Lá eu cantei de tudo nas boates e churrascarias cariocas. Abria concessões para cantar Roberto Carlos, José Augusto, Altemar Dutra, porque o povo pedia. Conquistei o primeiro lugar no quadro Buzina do Chacrinha, gravei meu primeiro compacto simples com músicas do tipo. Quando voltei a Natal, em 1982, não tinha mais o perfil de roqueiro. Então, para sobreviver, tocava música romântica em bares, churrascarias e encontrei os circos. Foi lá onde incorporei a música brega. Cantava Evaldo Braga, Evaldo Freire, Reginaldo Rossi, Amado Batista. Motivei-me com o estilo, gravei disco e encontrei minha vocação. Não fossem os circos, talvez estivesse perdido hoje cantando de tudo um pouco.

Odair José sofria preconceito. Hoje, ele é considerado cult. Essa mudança se deve a que?
Eu ria desses caras, mas eram os que mais vendiam discos. Graças a eles os artistas da MPB podiam gravar, porque a venda dos bregas cobriam os prejuízos comerciais dos artistas cults. Paulo Sérgio Araújo escreveu, em 2006, o livro Eu Não Sou Cachorro Não, que explica bem isso. O brega desde sempre abriu espaço para as questões sociais da camada mais popular. A emprega doméstica nunca sentou à mesa na música de Chico Buarque, enquanto Odair José pedia: “pare de tomar a pílula”, e antecipava um problema moderno. Então, Caetano Veloso, sempre gênio, recentemente regravou Fernando Mendes (Você Não Me Ensinou a Te Esquecer). “Eu Vou Tirar Você Desse Lugar”, de Odair José também foi bem regravada. Então, essa onda de brega cult se deve bem a Caetano.

Você tem trabalhado durante anos na busca e incentivo aos valores populares da cidade, promovido shows em periferias. O que você tem encontrado de bom por aí?
Não sou pesquisador. Sou um observador da cena. Sei que tem muita gente boa. Mas destacaria Júlio Lima, que faz uma mistura de som bem bacana. E Arleno Farias, também fora de série. Sem deixar de lembrar Roberta Sá, Marina Elali, que canta muito bem, e Khrystal. Em termos de representatividade, lembraria Lane Cardoso, mesmo no difícil campo do axé, a banda Grafith, que toca de tudo, e, não caia da cadeira, Zezo, que mesmo com sua cafonice gravou Dolores Duran quando ninguém pensava nisso. São artistas representativos em seus segmentos. Multiartista é Hermeto Pascoal. É preciso ter um perfil musical que lhe identifique. O meu é a música romântica, o brega.

Fernando Luiz: 40 anos de Música
Quem: Fernando Luiz e convidados
Data e hora: Amanhã, a partir das 20h
Onde: Felipe Camarão (por trás do Detran, cruzamento das ruas Santa Cristina e Santa Maria)
Acesso livre

* Texto publicado hoje no Diário de Natal

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Slogan do Carnaval 2010

Gostei do slogan do Carnaval 2010 de Natal: “Carnaval da Gente, Você tá em Casa”. Sugere ambiente familiar, segurança, artistas locais... Vamos ver no que dá. Nesta quarta-feira será apresentada a programação, às 15h, no Palácio Felipe Camarão.

O cronograma de eventos será detalhado pela Prefeita Micarla de Sousa, o presidente da Funcarte, Rodrigues Neto, e o santo Secretário de Comunicação Social, Jean Valério.

Na oportunidade, também serão anunciados os investimentos destinados à festa - e aí desconfie se o valor ultrapassar 3 milhões - e os locais de maior movimentação, já sabidos: os tradicionais circuitos do Alecrim, Centro Histórico, Ribeira, Ponta Negra e Rocas.

Marketing cruzado


Isso é que é marketing. A Siciliano e as Revistas Coquetel instalaram na vitrine da Livraria (3º piso do Midway) um painel gigante com A Maior Palavra Cruzada do Mundo. Lá os passantes são convidados a participar desse passatempo. E tem juntado gente. A partir das 15h até as 20h, uma promotora disponibiliza canetinhas para quem aceitar o desafio. O painel de palavras cruzadas, com 16 mil quadradinhos e 3.200 perguntas, foi confeccionado por uma equipe de 23 profissionais das Revistas Coquetel. Dou o maior ponto. A Siciliano sabe apostar na boa arquitetura, na boa assessoria e no bom marketing. Merece todos os louros da badalação.

Remake de Conan


Jason Momoa foi escolhido pela Lionsgate e Millenium Films para viver Conan, papel de Arnold Schwarzenegger no original, na refilmagem dirigida por Marcus Nispel (dos remakes Sexta-Feira 13 e O Massacre da Serra Elétrica), segundo site Deadline Hollywood.

Pelo menos pela foto divulgada, o cara está bem aquém do físico do Conan original. Está mais para encarar algum remake de da vida de Bob Marley, e como fã. Ainda assim, estou curioso. Conan, assim como outros filmecos da época, marcaram minha infância.

Ainda sobre o elenco, de acordo com o site Latino Review, o ator Mickey Rourke (O Lutador) foi cotado para interpretar Corin, pai de Conan, mas a informação não foi confirmada.

Inércia cultural

A inércia da Fundação José Gugu é comprovada facilmente ao ler o Diário Oficial todos os dias. Desde 16 de dezembro que nada foi feito por lá. Nunca pensei que a administração pública tirasse férias. E com mais de um mês. Os funcionários, tudo bem. É legítimo. Em 40 dias, apenas uma publicação para conceder férias a funcionários. Outra, para adicionar gratificações. E uma republicação por erro. A última iniciativa cultural foi em 16 de dezembro, quando aprovou cinco projetos culturais e reprovou quatro. Quando voltarem aos trabalhos, avisem!

Praça das Mães muda de nome


A prefeita butterfly mudou o nome da Praça das Mães, no bairro da Ribeira, para Praça das Mães Martha Salem, revitalizada com painel do artista plástico Dorian Gray Caldas. A alteração é uma homenagem à artista plástica falecida em 2009, antes de completar 100 anos de vida, proposta pelo vereador Hermano Morais e aprovada por unanimidade pela Câmara Municipal.

Martha Salem era natural de Assu. Foi professora de alemão. Como artista plástica, encantava pelas belas telas que produzia. Por muitos anos, morou em frente à praça, que agora recebe seu nome. Daí a escolha do espaço para a homenagem. “Não fui aluno, mas como amigo da família. Nunca recebeu pagamento como professora, era uma educadora nata e um exemplo de mãe. Fico muito feliz por iniciar o ano perpetuando o nome de Martha Salem à história da cidade”, complementa Hermano Morais.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Aos folclóricos esquecidos

A morte de André da Rabeca rememora outros grandes personagens da cultura natalense, esquecidos, marginalizados, sem consagração alguma. Muitos ainda vivos. Outros, no limbo do esquecimento. O último deles talvez tenha sido José Helmut Cândido, o carteiro de Cascudo, filósofo das ruas, vítima de câncer em maio de 2009. Outros como o poeta Edgar Borges, o Black Out; o sanfoneiro Zé Menininho; o poeta Milton Siqueira, lembrado por Alex Medeiros, merecem lembrança.

Natal também é pródiga em tipos folclóricos, como o profeta Gentileza. Muitos se calaram nos becos da lama, da quarentena ou da vida sem nunca terem sido escutados como mereciam: A Ribeira sepultou muitos deles: prostitutas como Rocas Quintas. Boêmios como Zé Areia. Pedintes como Maria Sai da Lata... E o Alecrim, outros mais: Lambretinha, Corisco... E a história de Natal desaparece aos poucos, e somem também as lembranças empoeiradas.

Para reparar os erros e fazer melhor justiça, temos ainda os vivos. Em tempo: no teatro, uma atriz premiada nacionalmente chamada Ada, é ASG na Capitania das Artes. Na música, para ser factual, nosso Capiba potiguar: Dosinho. Ou para ser mais nostálgico, Glorinha Oliveira, Chico Elion, os irmãos Nazareno e Gilson Vieira... Na poesia, Luís Campos vive à míngua lá em Mossoró. O compositor Zorro é pedreiro nas Rocas e amigo de dezenas de heróis carnavalescos anônimos. Aliás, “anônimo” é palavra chula em Natal. Pois prefiro os olhos tortos de André da Rabeca do que os sorrisos falsos dos vips colunáveis.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Do show do The Original Wailers


Reggae combina com praia, espaço aberto, liberdade. Colocaram o show de ontem do The Original Wailers no Ginásio Machadinho. Para quem desconhece, a banda formada por Bob Marley, Peter Tosh e Bunny Wailer ensinou reggae ao mundo há exatos 30 anos. Dois legendários "wailers" que participaram dos mais expressivos álbuns da banda decidiram retomar as atividades, pediram licença à viúva de Bob e desde setembro de 2008 excursionam pelo mundo. São eles Al Anderson e Junior Marvin.

A acústica do ginásio prejudicou muito o som da banda. Ainda assim, o que eu parecia ver ali tão próximo era a encarnação das origens do reggae jamaicano. Percebi com mais clareza que o reggae é dos poucos gêneros musicais em que nossa turma potiguar ainda precisa amadurecer para alcançar tal estágio. O som era sofisticadíssimo, completo, realçado ainda por duas negonas de vozes simplesmente fantásticas. A performance solo de uma delas mostrou que o jazz, o blues é herança negra indiscutível.

Al Anderson é um monstro na guitarra. Pena a acústica confundir a sonoridade limpa das guitarras Gibson Les Paul, que usou durante todo o show. Impossível alguém injetar guitarras distorcidas tão bem ao balanço rítmico do reggae quanto esse cara. Ao Junior Marvin falta muito feijão com arroz para igualar a presença de palco, o frontman do mito Bob Marley, mas fez lá suas graças e dançou reggae com alguns bichos grilos que subiram ao palco, pra delírio de um ginásio com público bem aquém do esperado.

Show de quase duas horas. Fumaças por todos os lados. Alguns "charas" pareciam vela de sete dias. Outros mais fininhos também exalavam o cheiro da kaya por todos os lados. Quando as luzes desligavam, se viam as chamas acesas. Marvin, de cócora no palco, apertou a mão de alguns ali da beirada e tragou um "fino" oferecido por um. No bis, Redenpcion Songs e final de show com Rasta Man. Show memóravel para eu incluir no currículo. Fosse na praia...

Na onda eletrônica


Tradições e conceitos alicerçados são quebrados a todo instante neste mundo cibernético, dito moderno. A mídia impressa tem sido demolida para ceder espaço às informações do meio eletrônico, como um casarão antigo derrubado para construção de prédios suntuosos. Um dos mais emblemáticos produtos impressos da província exemplifica o dito. O fanzine Lado[R] não resistiu às pressões do tempo-hoje e promove uma festa roqueira para o lançamento do site www.ladoerre.com.br .

O palco será o Centro Cultural DoSol, na Rua Chile (Ribeira). Algumas das mais destacadas bandas de rock potiguar - Bugs e Os Bonnies - e a banda Love Toys, de Pernambuco, são as atrações da noite. Ingresso a preço único de R$ 5. A festa começa às 22h. Também amanhã, o site da galera entra no ar já com matérias voltadas à seara cultural. Serão textos adaptados ao novo jornalismo, mais literário, colaborações e assuntos atualizados a respeito das novas tecnologias.

Há cinco anos o Lado[R] está nquadrado como uma linguagem mista que reúne elementos das artes visuais, jornalismo, música, literatura e editoração eletrônica. É um espécie de coletivo de estudo e pesquisa em linguagem do fanzine, como afirma um dos editores, o jornalista Filipe Mamede. O propósito é o conteúdo diferente de outros veículos impressos da cidade e o fomento da cultura do fanzine para a formação de leitores deste suporte textual.

Desde a década de 30 os fanzines têm esse propósito de vanguarda, de discutir o indiscutível ou noticiar de forma alternativa assuntos de interesse comum entre pessoas de determinada arte. É uma espécie de mídia amadora e contestadora. Não pelo conteúdo, ruim ou bom como em qualquer mídia eletrônica ou impressa. Muito mais pela estrutura para edição, publicação e distribuição. O lucro geralmente é de pouca importância e são revertidos na tiragem das próximas edições.

Mesmo com as dificuldades inerentes às publicações amadoras e cercados pela pressão dos bytes eletrônicos, o Lado[R] manterá as edições impressas e cada vez mais raras. É o espaço de estudo e experimentação tradicional do grupo. Utilizará o site como um "braço" para divulgação dos textos e trabalhos dos colaboradores e inserção de audiovisual - uma maneira para pisar no terreno das novas mídias e continuar na moradia rústica e aconchegante dos impressos.

Lançamento do site do Lado[R]
Quem: Bugs, Os Bonnies e Love Toys (PE)
Quando: Hoje a partir das 22h
Onde: DoSol, na Rua Chile (Ribeira)
Quanto: R$ 5

* Publicado hoje no Diário de Natal

A-ha no Brasil

O grupo norueguês A-Ha, um dos ícones da música pop dos anos 80, volta ao Brasil em março para fazer shows. E vejam só: desta vez é para dizer adeus ao público. Em São Paulo, os preços dos ingressos variam de R$ 100 a R$ 400. Os valores são de inteiras. Então, a matemática é: quatro shows do Forro do Muído na Arena de Muriú equivalem a um show do A-Ha no Credicard Hall. Segundo Einstein, tudo é relativo. Pode ser.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A Ùltima Ceia de Lost

O nome em inglês do A Última Ceia, de Da Vinci, é The Last Supper. Os produtores de Lost aproveitaram a oportunidade de fazer um trocadilho e lançaram esta foto de divulgação, a The Lost Supper. É provável que seja só uma brincadeira sem nenhum compromisso com a trama. Mas como os caras são chegados em esconder pistas e gostam de viajar na maionese, vejamos o que esta imagem pode esconder.


Por Alexandre Versignassi, pra Super Interessante

1 - Pós-Apocalipse
O cenário, com instalações da Dharma destruídas e esqueletos no chão, é uma imagem do que restou depois da explosão da bomba de hidrogênio (a que Juliet detona na última cena da 5ª temporada). A presença dos personagens vivos num ambiente tão tétrico indica que a explosão não os afetou, só os lançou em outro ponto do espaço-tempo. Ou em uma realidade alternativa, como outras pistas mostram.

2 - Mãe do Jacob
Claire vinha sendo um personagem apagado demais para fazer parte desta seleção. Isso indica que a 6ª temporada vai mostrar a verdadeira importância dela para a trama. Provavelmente como mãe de Jacob – já que o semi-deus que aparentemente governa a ilha pode ser uma versão adulta do Aaron. Ou pelo menos habitar o corpo dele. Outra indicação disso: Claire já apareceu vestida como a Virgem Maria, numa alucinação de Charlie. E isso aconteceu no mesmo episódio que dá um destaque aparentemente desproporcional para o batismo de Aaron (12º da 2ª temporada). Se ele for mesmo Jacob, isso fica explicado.

3 – O anti-cristo
John Locke, pela lógica do seriado, está morto. Mas o corpo dele vai continuar na série, possuído pelo “espírito” (ou seja lá o que for) do inimigo de Jacob, ou sua antítese, representada pelo homem de preto que diz querer matá-lo (e o faz). Pelo que foi mostrado até agora, parece que Jacob personifica o bem e sujeito de preto (que também toma a forma da fumaça negra), faz o papel do mal. Mas por que ele, o sujeito mal, está na posição de Cristo? Das duas uma: ou é uma brincadeira com o fato de ele ser algo como um anti-cristo ou haverá uma reviravolta – veremos que o homem de preto é, ele sim, o bem. E que o angelical Jacob não passa de um lúcifer (coisa que até faria sentido, já que o diabo começou sua carreira como anjo antes de cair na maldade.

Estadista global


Lula receberá prêmio inédito de Estadista Global

O presidente Lula receberá o prêmio de Estadista Global do Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), na próxima sexta-feira. Esta é a primeira edição da homenagem, criada para marcar o aniversário de 40 anos do Fórum.

Conforme a organização do evento, o prêmio tem o objetivo de destacar um líder político que tenha usado o mandato para melhorar a situação do mundo. "O presidente do Brasil tem demonstrado verdadeiro compromisso com todas as áreas da sociedade", disse o fundador e presidente do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, em nota à Agência Estado.

Segundo ele, esse compromisso tem seguido de mãos dadas com o objetivo de integrar crescimento econômico e justiça social. "O presidente Lula é um exemplo a ser seguido para a liderança global. "A entrega do prêmio será feita pelo ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e está prevista para às 11h30 (horário local; 8h30 de Brasília) do dia 29, quando o presidente brasileiro fará um discurso. Em seguida, terá início um painel de discussão sobre o Brasil. O objetivo é debater os atuais condutores do crescimento do País e os desafios à frente.

Entre os participantes do painel estarão o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o copresidente do conselho de administração da Brasil Foods, Luiz Fernando Furlan, o presidente do Instituto Ethos, Ricardo Young e o vice-presidente do argentino Banco Hipotecario, Mario Blejer. Lula também fará o encerramento do painel sobre o Brasil.

De coro e alma


A temporada do espetáculo De Novo, com o grupo vocal De Coro e Alma e banda estreia neste sábado. O grupo, liderado pelo músico Danilo Guanais tem 20 anos, tendo atuado entre 1990 e 2000, quando suspendeu suas atividades, produzindo mais de 12 shows conceituais. Neste sábado, o grupo retorna ao palco da Escola de Música, após 10 anos separados. Uma chance para quem não conheceu conhecer, e quem curtiu, se reencontrar na harmonia dessa turma. Confira algumas opiniões da crítica:

"Quem não foi ao Teatro Alberto Maranhão, quinta e sexta-feira, deixou de ver um dos mais bonitos espetáculos musicais do ano (...) Beleza mesmo! Quem viu, gostou, e certamente irá repetir a dose..."
Tribuna do Norte Natal-RN

"(...) São imperdíveis os shows do De Coro e Alma. Afinadíssimos, competentes e profissionalmente completos (...)"
O Poti Natal-RN

"Se o espetáculo 'Tropicália De Coro e Alma' circulasse pelo menos por todas as capitais brasileiras, São Rouanet nos salvaria da MESMICE."
Jomard Muniz de Brito O Dia João Pessoa-PB

"(...) Aí surge o pessoal de Natal com esse "Grupo De Coro e Alma", e Natal é bom em tudo o que faz em arte. (...) chega com esse grupo vocálico e é soberano (...) Em cima da música de Chico Buarque, fazem um espetáculo magnífico, movimentam-se no palco com desenvoltura, cantam em coro e são bons; cantam em solos e são ótimos, a platéia nem se mexeu, flutuou, o que é sinal de bom espetáculo, a não ser para cobrí-lo de palmas. Os ouviríamos durante a noite inteira. Sem cansaço."
Adhemar Dantas - Jornal da Paraíba Campina Grande - PB

"Uma mistura de Show e concerto, (...) um revival com o melhor da Bossa Nova e da MPB.”
Veja 28 Graus Nordeste

"(...) o grupo é, sem nenhum favor, a grande revelação do ano. Vamos todos...”
Diário de Natal Natal-RN

"Extremamente gratificante foi no último sábado ir ao Teatro Alberto Maranhão e assistir a um dos melhores espetáculos já realizados nesta cidade. (...) se Caetano e Gil estivessem escondidinhos num canto do teatro, ao final, com certeza, ficariam de pé a aplaudir, como ficamos todos..."
Dois Pontos Natal-RN

"O grupo vocal De Coro e Alma, em seu show antológico que passeia por quase meio século de MPB, foi a mais grata surpresa das Cumplicidades.”
Ivana Moura
Diário de Pernambuco Recife - PE

“Belo Coro cheio de Alma este de Danilo Guanais, que mesmo sem ter nenhum artista plástico ou artesão no grupo, lapidou seu Mosaico com o que se tem de melhor na música do RN e do país. Nota dez.”
Sobre o espetáculo Mosaicos. Dois Pontos (Natal-RN)

Show "De Novo"
Quem: Grupo vocal "De Coro e Alma" e banda: Alvaro Barros, John Fidja, José Fontes, Dudu Campos e Roderick Fonseca.
Quando: De sábado à terça-feira
Horário: 20h
Onde: Auditório da Escola de Música
Ingressos: R$ 10 e 5

Collier e o Seis & Meia

O competente produtor cultural Willian Collier foi categórico: continua à frente do projeto Seis & Meia desde que a verba para os shows em Natal e Mossoró durante o ano todo esteja garantida. A reunião ocorrerá somente em março. Collier vai sugerir que o número de shows ao mês caia para dois, em vez de três. Ou que o terceiro show seja com duas atrações locais para diminuir custos. Segundo o produtor, há dez anos se paga cachê de R$ 5 mil para o artista nacional. O valor defasado dificulta a vinda de bons nomes. Ou seja: melhor diminuir os shows e chamar atrações melhores com cachês compatíveis.

Conversando com Zé Dias ontem, ele acredita que Collier largue o Seis & Meia esse ano. Um dos motivos para a permanência dele, segundo Zé Dias e conforme Collier já confessou a este blogueiro há um tempo, são os shows do Seis & Meia em João Pessoa e Campina Grande, realmente rentáveis, ao inverso dos daqui. Aliás, Collier aproveita os dois projetos paraibanos para convencer o artista nacional a tocar em Natal por custos mais baixos. Paga R$ 10 mil para cada show no Seis & Meia de lá, e R$ 5 mil aqui, compensando custos. É dose!

Khrystal, sem compromisso

É impressionante mesmo a marca de quase 200 CDs vendidos por Khrystal durante o show no Praia Shopping Musical na última semana. Em tempos de pirataria, o número - arrisco dizer - é um marco. Dodora Cardoso também conseguiu o feito de vender 28 CDs. Números que mostram o sucesso do Praia Shopping Musical.

E para completar, a cantora mineira radicada em Pernambuco, Irah Caldeira - com vários discos Gravados e com DVD no mercado - acaba de lançar um CD onde homenageia compositoras nordestinas. Dentre elas está nossa Khrystal com a canção Esse Meu Baião. Com esta canção Khrystal participou do Festival de Música de Garanhuns em meados de 2009. Quem quiser o CD, ao preço de R$ 20, é só ligar 9414-5910.

E hoje, mais uma oportunidade de conferir a baixinha e o show Sem Compromisso. E atenção à escalação: Geraldo Pereira, Wilson Batista, Zé Kéti, João do Vale, Jackson do Pandeiro, Elino Julião, Jacinto Silva, Chico Cesar, Lenine e Paulo Cesar Pinheiro, Celso Viafóra e Vicente Barreto, e Caetano Veloso, entre outros, farão a festa de Khrystal.

Berê, berê, bará, bará

Política rima com Voltaire, Maquiavel, corrupção e lavagem de dinheiro. Mas conjuga verbo com a economia em um sentido: a especulação e a opinião errada dos ditos especialistas.

Pois eis que ouvi ontem de uma fonte honesta que um amigo íntimo do vice-governador Iberê Ferreira de Souza (aquele do novo sucesso do Cavaleiros do Forró ("berê berê, bará, bará...") lhe confidenciara que de acordo com os dados de uma pesquisa encomendada pelo próprio político a um instituto de altíssima credibilidade, ele poderá desistir da candidatura ao governo caso os números permaneçam como estão.

De cá, duvido muito que os números permaneçam estagnados ou reduzidos, ou mesmo que Iberê desista da candidatura. Embora distante da eleição, o pré-candidato já construiu muito para se lançar ao governo.

Por outro lado, há que se pensar nos quatro anos longe da política após a possível derrota. É uma hipótese.

Como nasce uma rainha do NADA

Nem sabia que essa Moema existia. Quando li o artigo (leia-se, tiração de onda do impagável Marcílio), perguntei nos arredores da redação e percebi que trata-se de uma new celebrity. E passei a concordar com o multifacetado Marcílio. E se o aforismo "não consegue vencê-los, junte-se a eles" vale. Engordo o coro e apresento-lhes Thalita Moema, a rainha do Twitter potiguar, o estereótipo do provincianismo chinfrin na terra desconsagrada de Cascudo.

Por Marcílio Amorim

Como nasce um Rei e as derrapagens de uma Rainha do NADA!

Na verdade, verdadeira, estamos muito mais habituados a sermos súditos do que reis. Reis são poucos e escolhidos por muitos, ou então faturaram coroa, cedro e manta de alguma mamata familiar, com um peso digno de quem deveria estar pronto pra tudo. Inclusive pra ser Rei.

Mas como surgiram os Reis?

Ta bom... tudo bem, você vai me dizer que Roberto Carlos surgiu na Jovem Guarda; que Xuxa foi rainha depois que deu para o Rei Pelé e começou a fazer bico para falar baixinho; que Madonna foi rainha depois que começou a fazer putaria em clipes e no palco e cantou Like a Virgin vestida de noiva e Michael Jakcson depois que começou a ficar branco e ter clipe exibido na MTV. Mas não estou falando de mundo pop. Vou recorrer aos livros sagrados da bíblia para narrar a derrocada desse reinado que estão nos empurrrando guela abaixo!

Segundo a biblia, o mundo era governado por juízes, mas os homens eram desobedientes demais, então Deus instituiu o primeiro reino. O primeiro rei da bíblia foi Saul.

O rei Saul reinou Israel e o seu reinado transcorria absoluto como a Sthefanny Cross Fox, - inclusive com benção divina -, até cometer três erros (atenção twiteiros e seres normais):

Primeiro erro:

Sobre o Rei Saul: O primeiro pecado de Saul foi se arvorar como Sacerdote sobre Israel, usurpando temporariamente o cargo de Samuel, que era o Sacerdote e Profeta da parte de Deus sobre o povo. Saul não era Sacerdote. Estava a sete dias esperando pelo Sacerdote Samuel para a oferta do sacrifício, como Samuel demorava de chegar, não se conteve e ele mesmo ofereceu o sacrifício. Acabou por ser alguém que não era.

Sobre Thalita Moema: Escutei em um papo de escritores lá em Pipa que após a era da imagem e da comunicação, estamos vivendo a era da opinião. Que através de blogadas, orkutadas, troca-troca de msn, twittadas e afins, cada ser digitalizado tem espaço de propagar os seus pensamentos, ações e as suas opiniões sobre tudo e sobre todos. Até ai a existência de @thalitamoema não fere nenhum princípio, dentro da liberdade de ir e vir e seguir e ser seguida por quem quer que seja.

Mas daí a pensar e nomear a guria que fica atucanando e pentelhando os deputados que ela acha bonitinho, se achando íntima de gente que só está atrás de voto e popularidade, "Rainha do Twitter Potiguar", tenha santa paciência!

O primeiro erro de Thalita Moema é acreditar que é rainha de alguma coisa! A moça já deu entrevistas para TVs de Natal e Mossoró, além de ser figurinha ovacionada em colunas e em blogs que desgastam sua credibilidade em partir para a "criação" (ou seria invenção) de pautas e motes para alimentar o pobre noticiário desta deslumbrada taba poti.

A bendita moça já está naquela fase das celebridades instantâneas de afirmar: "Ainda não pensei sobre o assunto" (sobre ser candidata a vice-governadora !!!!!!!!); "obrigada pelo carinho de todos vocês!" (abobada com tanto destaque e elogio); "Gente vou ter que ir....Entrevista agora...bjuuuuuuuss" (antes de ser o assunto do dia no Jornal de Fato, em Mossoró); "Antes de tudo, queria agradecer a essa platéia maravilhosa!"... e por aí vai!

Garanto que se a Playboy tivesse sede em Natal, Thalita Moema já estaria recebendo proposta decente$$$$ para abaixar as calças e mostrar a xoxota de rainha. Tsc, tsc, tsc...

Segundo erro:

Sobre o Rei Saul: O segundo pecado ocorreu quando Israel guerreou contra os amalequitas. Saul desobedeceu a Deus, salvando o rei e o melhor do seu despojo, quando tinha ordenanças do Senhor para a destruição total de um povo que Deus abominava. Sendo por esse fato censurado por Samuel, que o avisou, então, que Deus o tinha rejeitado novamente.

Sobre Thalita Moema: O segundo erro e o que eu considerado mais grave é a escolha e aceitação geral de Thalita Moema como "Rainha do Twitter". Num espaço livre, aberto e democrático como o twitter, ser rei ou rainha, sem dúvidas, seria uma honra para qualquer um ou não significa PN (tradução: PN = Porra Nenhuma).

Quando comecei a ouvir falar em ecos de uma twiteira-queen, esperei encontrar uma pessoa no mínimo interessante e inusitada, cheia de sagacidade, abundância de inteligência, descolada, antenada e com forte poder real de mobilização intelectual. Nem que fosse pra dar boas gargalhadas como o misterioso @HugoGloss nos faz rir, a quem considero rei do Twitter, por ficar esperando a sua próxima tirada. Um dos únicos que me faz rir em 140 caracteres.... @thalitamoema nem isso!

Imaginar que uma cabeça sustentada por uma escova progressiva e muito deslumbre está sendo apontada como referência é sandice. Poderia ser alguém mais interessante! O meu amigo publicitário Thiago Garcia lançou uma frase sensata em meio ao mais alto grau de loucura e idolatria twitiana, e que dou um RT pra vocês: @garciaegarcia @MarcilioAmorimA Natal, meu caro, Natal...cada povo tem o @marcelotas que merece!!!.

Quero deixar bem claro que essa tal de Thalita Moema não me representa!

Terceiro erro:

Sobre o Rei Saul: O terceiro e último pecado de Saul, foi consultar uma feiticeira (necromante, advinha), porque estava desesperado. Consultava a Deus, mas Deus não o respondia. Estava cercado pelos filisteus. Samuel estava morto. Neste desespero perdeu o equilibrio se é que ainda o tinha e cometeu a coisa mais horrenda pela qual Deus abominava veementemente, se comunicou com os mortos. Dançou!

Sobre Thalita Moema: O pior de tudo, na minha opinião, é que a guria está sendo chacoteada, ridicularizada, chicoteada e sendo motivo de piada na web. Eu sou um dos que está tirando uma onda amuada com a cara dela, mas aqui vai um recado sério a Thalita Moema: Aproveita a chance queridinha, apareça, se deslumbre e se ache íntima de gente importante e inteligente. Tudo passará! Pode ter certeza que daqui a 140 caracteres e 15 minutinhos você será folclórica, apenas. Algum terremoto, uma CPI, um desastre aéreo, uma puta de luxo, um marido traído, um político ladrão, um engraçadinho qualquer ou outra anônima mais desenrolada do que você será a bola da vez.

Enquanto isso, desfrute com carinho os flashs, entrevistas, foco e popularidade. Tudo vai passar! Enquanto isso aproveite o interesse e os elogios, sugue tudo que puder pra si! Não deixe de fazer pose e exija do seu reinado que os seus seguidores empinem o nariz em direção ao chão e curvem-se diante da sua passagem. Eles merecem. Você também. Curta enquanto pode!

Daqui de longe, sei muito bem a fórmula que te compõe, mas prefiro ficar com meus 121 seguidores e torcendo para que ninguém ache bonito o que está acontecendo contigo e queria Retwittear essa chatice pra si.

Já somos meio perdidos em referências, meio órfãos de exemplos a serem seguidos em nossa vida de carne e osso, por isso a minha faceta ranzinza, o preconceito ee a implicância. Só me resta pedir socorro! Thalita Moema não!

Enquanto isso, numa terra de tanta proximidade, pouca cultura, má-educação, muitos caprichos, clicks, estrelas, egos, mimos e até celebridades instantâneas, não passamos de uma cidadezinha loteada por uma grigarada sebosa, onde a notícia vem embrulhada pra presente e @thalitamoema é considerada a "Rainha do Twitter".

Continuaremos andando em círculos, perdidos... desnorteados e afetados profundamente por uma burrice eterna que nos faz pensar que somos melhores, achando tudo o máximo, enquanto empurram a tora em nossa fundo!

Tudo por continuar querendo saber quem realmente é o nosso rei.

Ah! Antes que eu me esqueça.... A pena do Rei Saul por seus três errinhos foi a morte. Já para @thalitamoema não sei bem qual será o seu castigo. Nem sei direito se terá... Acho que não. A coitada é vítima, é súdita! Rei... Rainha... é outra coisa!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Vida Vadia, por Denise Araújo


Por Denise Araújo

Vida Vadia

Embalada por O mundo é um moinho, de Cartola

"Te avisei que a vida é um vôo". A mãe sempre repetia isso. Queria alertar que a vida é curta. Mas embora sabendo que qualquer situação de desgaste é passageira, ela teve que sair de casa cedo. Sem certezas. Sem planos. Estava fatigada do pai, que a abusava. Procurava-a todo dia, toda hora. A infância passou rápida e suja. A adolescência veio como num porre, com gargalos de garrafa e bitucas de cigarro atiradas a esmo. O som era o de uma seresta mal arranjada. As horas perdiam em cor, até que veio o vácuo, quando ela desapercebeu qualquer céu, qualquer chão, então realmente foi chegada a hora de abandonar aquela casa de alvenaria. Pura miséria.

Depois da resolução, pouca coisa a amedronta. Não teme ruas vazias ou vielas escuras, pois ela também é o submundo. A vida na zona não é tão diferente da que levava com a família: privação, violência, abandono. E foi numa noite dessas que a música mudou. Foi quando no carro de mais um homem ela ouviu uma melodia diferente. Apesar da pouca embriaguez, pôde escutar: "Em cada esquina cai um pouco a tua vida/ e em pouco tempo não serás mais o que és". Estarreceu. As músicas frívolas do seu dia a dia não consternavam aquela vida sem vida, aquela vida tão sua.

Quem nasceu na vala encara diferente todos os valores sociais. Qualquer alegria é festa. Qualquer vantagem é arrombo. Qualquer maleita é algo já sentido. Quem vem de baixo pode conformar-se com tudo. Pode também soterrar os poucos restos que restam, basta sonhar. Por isso ela não entende sonhos. Não sente saudades do passado nem espera alegre o futuro. Nada a escandaliza, nem ela mesma. Se é o corpo que prostitui, mais fácil a limpeza. Sabe que o movimento é inverso: o que ela faz não é desconcertante para a sociedade, o meio foi que a desconcertou. Sem nenhuma vida boa. Sem farsas aos de casa. Sem sorrisos aos cretinos. Sem o garbo que a grana solta traz. Sem nada. Só o aroma chinfrim da colônia tipo Patchouli a permeia.

Dizem que os corpos nunca esquecem que um dia se pertenceram. Isso para ela é mentira, pois só lembra que aquele homem era alto, tinha no toque das mãos o peso da surra e cheirava a mosto. Aquele mesmo do carro. Aquele da música que a fez chorar, pois resta-lhe esta falha nos nervos. São fracos, por isso a emoção vem fácil. Ao perguntar pela música ao homem, quase nada ouviu. Apenas balbúcios. Algo como Cartola. Algo como samba. Cantado devagar, preguiçoso. Com uma tristeza muito simpática. Nunca ouviu uma canção tão chorada, e uma admoestação cantada com tanta doçura. Nada no mundo vence a beleza daquele samba, pois naqueles minutos ela foi quase feliz. Sentiu-se levitar. Era agora passarinheira. Em mais um programa casual ela quase apagou. O samba bonito a deu vertigem. É ela que agora agoniza.

"Ainda é cedo amor
Mal começaste a conhecer a vida..."


Sinto que minha vida ainda não começou. Há pouco ainda retirava as cascas das baratas nas duas meias do meu pai. Na falta de lugar, guardava-as em cima de uma taba. O solerte me expelia e me precisava. Em minha boca, o cuspe enojado era constante. Alguns acham que ainda tenho quinze anos.

"...Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar..."


É só na miséria e na indigência que as relações verdadeiras aparecem. Ontem, minha família fazia em mim o serviço do verme atinente aos vermes do cadáver fresco. Corroía, doía. Hoje, alguns acham que eu tenho AIDS; outros, porfíria; os demais, os dois. Tanto faz. Entre mim e o outro pode haver abismos bastantes, mas não na miséria da errância. Não sou como toda a gente que passa em gargalhadas. É tudo tão igual, parecido, que lembra um bloco. Pensamentos iguais, palavras iguais, movimentos iguais. É tudo tão tanto faz, que todos assemelham-se a porcos.

Pensamentos tanto faz, palavras tanto faz, movimentos tanto faz. Diante de tantas regras, não passamos de seres domesticados pela sociedade. Quase animais de coleira guiados pelo intangível. Se transgrido as normas, o dever ser, o meu conviva também. Minha lascívia não supera a de ninguém. Somos todos filhos da culpa ou redimidos. As diferenças existentes são que meu ar não é solene, meu garbo não é nobre. A minha coisa é toda diferente das outras, pois enquanto planejam, eu angustio; enquanto negam o abismo, eu me abrigo nele com calor; enquanto só cuidam da aparência, eu sou verminose nesse meio hostil.

"... Preste atenção querida,
embora eu saiba que estás resolvida
em cada esquina cai um pouco a tua vida
e em pouco tempo não serás mais o que és..."


Ontem acordei com o desejo de morrer. Nada latejava, a não ser a alma. Dela emanava um choro feliz insano, assim meio confuso. Chorava com tanta força que as lágrimas fartas escoavam em cócegas no inteiro rosto acneico. Feito isso, logo um sorriso involuntário aparecia. E mais um dia começava. Desencorajado, por demais longo. As miudezas minhas podem fazer desconfiar. Podem até alardiar saber, mas as fomes do meu corpo e do meu eu só eu bem conheço. Podem mais uma vez duvidar, desconfiar do que sinto, mas música mais bonita que aquela ainda não ouvi. Agora ela até parece um espetáculo de fogos:

"... Ouça-me bem amor,
preste atenção, o mundo é um moinho.
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos.
Vai reduzir as ilusões a pó".


Olho como quem toca. Toco como quem abre. Farejo como quem descobre, mas de nada adianta. Todos estão embriagados de si, ensimesmados. Em mim correm larvas de efusivo descontrole. O que poderia ter quisto para mim, não quis. O que poderia ter feito, também não fiz. Até o colorido dos meus penduricalhos já perdeu o furta-cor. A vida vadia arrastou comigo todas as náuseas. Os vômitos diuturnos, que até fazem bem, limpam o estômago. Neles, regurgito todas as amarguras da lua acesa, da vida, dos homens, de mim. Ao fim da noite, é como se explodisse nos espaços do meu corpo o tédio comprimido dentro daqueles ternos caros. Meus fluídos todos já curaram mais que elixir.

" ...Preste atenção, querida
De cada amor tu levarás só o cinismo..."


Sempre achei que os homens fossem feitos de nove partes de vaidade e uma parte de alguma outra coisa. Quando comecei na vida, tive a certeza disso. São vaidosos e alardiosos. Não acredito em alardes. Pessoas felizes não têm gritos. A quem for descuidado: cuidado. A solidão que por aí verseja não é menor que a minha. As mágoas nossas não acordam mais a um ou a outro.

"...Quando notares, estás à beira do abismo.
Abismo que cavastes com teus pés".


O meu atrevimento é verdade. A minha tristeza é mero revide. Ambas, estratégias de comércio. Sem escândalos ou exclamações. O dinheiro pode comprar apartamentos, antiguidades ou uma mulher. Tenho o olhar morto, a boca encarnada e o corpo precário, por demais usado. Alguns fingem que não me vêem, outros tratam-me como se tivesse cometido um latrocínio ou o pior dos desvios morais. Ao cabo de tudo, não há que se consternar, não há solução entre ninguém. Anoiteço meu fim como a cobra que morre ao ser atingida pela própria peçonha. Eis a vida vadia. Cartola cantou sem saber.

Do blogueiro: Texto cortante, certeiro. Admiro contos bem feitos. Talvez seja minha falta de talento para tal. Desconhecia os escritos de Denise. Fui "abordado" via email com a sugestão de publicação em jornal. Infelizmente, os espaços literários nos nossos impressos é insignificante, ou nulo. Prometi ler, opinar e publicar neste espaço. Moacy Cirne, Tácito e Jairo Lima já conhecem o trabalho de Denise. Fiquei surpreendido com a madureza, a concisão textual. Em terra de poetas e aventureiros da literatura, é um alento ler contos assim.