Dia desses li comentário do professor João da Mata no Substantivo Plural de Tácito Costa, a seguinte frase: “Alguém disse que a vida é curta para ler além dos clássicos”.
Leio tantos comentários de leitores de minha geração acerca dos escritores atuais. Fico perdido, desinformado. Meu pouco tempo de leitura é dedicado aos clássicos.
Na música, a mesma coisa. Nesta seara ainda procuro acompanhar alguma coisa modernosa pelos links enviados via twitter. É mais fácil. O último foi um clipe excelente do Black Keys, enviado pelo colega Hugo Morais.
Mas o que pesquiso, procuro conhecer e entender são os clássicos da música e literatura. Até na música clássica tento me enveredar, mesmo sem conseguir melhor entendimento de tantas matemáticas e sentimentos harmônicos.
Por vezes sinto falta da literatura de meu tempo; a “literatura contemporânea”. E tento amenizar com a leitura poética, também mais fácil de pescar quando o tempo é pouco e o mar é imenso.
A angústia bate, às vezes. Morrerei em 2012 sem conhecer a ficção do século 21, alienado sem ler a crônica de meu tempo? E lembro que sequer li O Jogador (Dostoiévsky) ou mesmo O Processo (Kafka) – ambos em minha estante.
Essa semana haverá um curso em Terezina (PI) com temática instigante: "Cultura Contemporânea - uma introdução: entre cânones e best-sellers, a ditadura do gosto".
Pretende uma reflexão sobre a ditadura do gosto acadêmico e do empreendimento comercial – instâncias definidoras, para muitos, das leituras que não escolhemos livremente, mas a que somos induzidos.
Ora, ler é escolher. Entre clássicos e novidades, mais vale o prazer da leitura e as viagens da imaginação. Mesmo que na contramão do consagrado. Descortinar horizontes é lição de vida, leituras de mundo. Ouse começar. A empreitada é segura, se a alma não é pequena.
De cá, meço as perdas e tiro a conclusão: sou mesmo um dinossauro, como me classificou o grande ensaísta Chico Guedes quando quis "malhar" do meu desconhecimento com as ferramentas do twitter. Sou adepto dos clássicos.
A literatura de meu tempo eu tomo conhecimento pelas mesas de bar - onde moram verdades e mentiras, tais quais os livros - e cenas da esquina, onde moram fatos que ensejam crônicas.
Dessa maneira, das leituras mesmo, prefiro o convívio de Cervantes e Shakespeare, ou amigos novos: Saramago, Garcia Márquez... Na companhia deles é quando viajo a outros tempos para me iludir. Ora, e descarte a razão, a ilusão é o elixir da vida!
Tempo tempo tempo. Falta sempre tempo.
ResponderExcluirE quando você tem que conciliar a leitura clássica, a contemporânea e mais os livros de alguma área de interesse específica? Tipo direito, moda, tecnologia, ciência...
Pense numa dificuldade na hora de escolher a próxima leitura!
Fato é que quem inventou o dia com apenas 24 horas, fez uma grande cagada rs.