sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Da fidelidade partidária

Não gosto de escrever sobre política. É “chover no molhado”. O aforismo até cai bem para descrever a política-clichê brasileira, de especulações e nenhuma novidade. Mas ontem à noite os brasileiros assistiram um resultado histórico, a ser lembrado em qualquer livro de retrospectiva política.

Infelizmente não partiu do nosso batido Congresso a iniciativa do alicerce para o processo da reforma política. Foi preciso o Supremo Tribunal Federal intervir – ultrapassando inclusive a Constituição Federal e os 19 anos de livre autoridade partidária quanto aos mandatos eleitos – e dar a largada para atender o clamor da opinião pública.

Antes tarde do que nunca, para citar mais um adágio. Penso que, entre outros resultados práticos, os partidos ganharão mais identidade. Será mais fácil cada eleitor identificar-se com a ideologia pregada por cada um. Este blogueiro já assistia o PCdoB arrebanhar novos integrantes sem identificação histórica com o partido, ou o PT, notoriamente, perder uma imagem conquistada em 25 anos.

É um começo. A deputada federal e petista Fátima Bezerra disse hoje num programa de rádio local que acredita numa reforma política para depois de 2010. É tempo demais para uma ação urgente. É bem provável que o STF intervenha novamente até lá. Com isso, nossa Carta Magna será mais uma vez desmoralizada. Tudo em nome da tal democracia, da moralização da nossa política e da identidade ideológica partidária. Amém.

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