domingo, 22 de junho de 2008

Vida de solteiro

Extraí o texto a seguir do blog de Ailton Medeiros (link ao lado). É de autoria do jornalista Ted Sazan e foi publicado no jornal The Times. Muito bom. Problemas e benesses vividos por muitos balzaquianos:

"Em algum momento, há 50 milhões de anos, um estegossauro deve ter acordado de uma longa noite de sono e descoberto que o mundo estava em silêncio. Onde estava o brontossauro, seu companheiro de copo? Onde estava o tiranossauro, com quem ele saía para caçar? Onde estava o pterodáctilo, que o havia convidado para jogar bola? Todos haviam desaparecido.

Sinto-me da mesma maneira. Como solteiro, heterossexual e com 30 e poucos anos, estou em extinção. Vi meus companheiros sendo caçados, um por um, como baleias-azuis nas águas do Japão. E essa tragédia não esta sendo noticiada. Alguém deveria organizar um show beneficente, ou pelo menos gravar uma música beneficente, para nós, os Spurmos – Straight Proud Unmarried Men Over-30 (Orgulhosos heterossexuais solteiros acima dos 30 anos, em inglês).

Lembro-me do tempo em que eu e meus amigos vagávamos em manada como búfalos dominando as planícies do oeste americano. Mas nosso bando diminuiu e eu tive de baixar minhas expectativas. Não com as mulheres, mas com os homens. Por necessidade, passei a andar com caras de quem jamais teria sido amigo na universidade. Mas preciso de alguém para sair para beber.

Ao contrário do que se possam imaginar, as esposas dos amigos não são os inimigos dos Spurmos. Nós temos um inimigo diferente: os bebês. Os bebês em si não são um problema. É o que os bebês fazem com seus pais. Um amigo meu era uma lenda das festas. Agora, pai de duas crianças bebe um copo de chope com soda limonada e anuncia a saída do bar ás 9 da noite.

Solteiros heterossexuais acima dos 30 anos fazem do mundo um lugar mais interessante. Temos mais experiência que os de 20. Temos sabedoria, perspectiva e clareza. Por sermos solteiros não falamos de crianças. Só por isso já mereceríamos ser aplaudidos. Sem nós, jantares com os amigos morreriam.

Nossa contribuição para a economia não pode ser esquecida. Como trabalhamos há mais tempo, ganhamos mais e economizamos mais. Como não precisamos gastar nada com crianças damos suporte a muitas indústrias importantes: carros de luxo, champanhe, eletrônicos de ultima geração, restaurantes românticos e caros.

É um estágio da vida para ser encorajado. Podemos fazer o que quisermos, quando quisermos. Mais importante: lembra-se de todas as lindas mulheres que não lhe davam bola quando você tinha 20 anos? Se elas estiverem solteiras, com seus 30 e poucos anos, o desespero provavelmente terá baixado bastante seu nível de exigência para que você tenha uma boa chance".

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